João Amaral, Retail Senior Account Manager da SAS
Tendências e desafios no setor do retalho para 2023
O multi ou omnicanal continua a ser uma realidade e, por isso, as empresas devem continuar a unir esforços, de forma a conhecer melhor o seu cliente oferecendo-lhe uma experiência consistente e integrada de compra, independentemente do canal escolhido para efetuar as suas compras
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João Amaral, Retail Senior Account Manager do SAS
Sempre que se inicia um novo ano, tentamos perspetivar as principais dificuldades e desafios que possam advir, tendo em conta aquilo que tem vindo a acontecer, a evolução do mercado, assim como os riscos, as variáveis e alternativas, como a procura, o estado da economia, o mercado de trabalho, que, por sua vez, impactará o custo de vida e o poder de compra.
Neste artigo, propomo-nos então a olhar para o retalho, tentando compreender quais os fatores que maior impacto causarão neste setor que, nos últimos tempos, e tal como tantos outros, tem vindo a “ajustar-se” devido às constantes e imprevisíveis transformações, de forma a resistir perante um eventual cenário de crescimento ou incerteza e estagnação.
Em primeiro lugar, temos o comércio eletrónico cuja popularidade, em parte devido ao Covid-19, tem crescido nos últimos anos, continuando por isso a ser uma tendência importante. As lojas virtuais são cada vez mais populares para os consumidores e a verdade é que são também cada vez mais as empresas que investem na sua presença digital, como facilitadores da compra, mesmo que esta ocorra em loja.
A experiência do cliente é outra tendência, já que as empresas estão cada vez mais preocupadas em oferecer aos clientes uma experiência única, positiva e personalizada, o que inclui a implementação de tecnologias como inteligência artificial e análise de dados para melhor compreender as necessidades e preferências dos clientes.
O multi ou omnicanal continua a ser uma realidade e, por isso, as empresas devem continuar a unir esforços, de forma a conhecer melhor o seu cliente oferecendo-lhe uma experiência consistente e integrada de compra, independentemente do canal escolhido para efetuar as suas compras. Isto inclui integrar as operações online e offline, além de permitir que os clientes comprem online e recolham em loja.
A rapidez na entrega é outro requisito que continua obrigatório: os consumidores escolhem o fornecedor que lhes garanta maior confiança e rapidez na entrega. As empresas estão a esforçar-se para oferecer opções de entrega rápida e conveniente. Isto inclui a utilização de modelos alternativos e disruptivos de entrega, para além de parcerias com empresas de transporte para garantir entregas céleres.
Por último, mas não necessariamente menos importante, destacamos o tema da sustentabilidade e o facto de a consciencialização perante as questões ambientais ser cada vez maior. Isto é, sem dúvida, muito positivo e tem levado muitos retalhistas a procurar formas de ser mais sustentáveis. Como? Através da utilização de materiais recicláveis, redução de emissões de carbono e implementação de práticas de gestão de resíduos como, por exemplo, a desmaterialização das faturas, recibos digitais ou embalagens e sacos de transporte.
A par destas cinco tendências que acabámos de elencar, há outros aspetos a ter em conta como a procura e as preferências do consumidor que terão um impacto significativo sobre como os produtos são distribuídos e vendidos, assim como os tipos de produtos que estão em tendência. Os avanços tecnológicos também irão influenciar a forma como os produtos são distribuídos e vendidos, tal como os tipos de produtos disponíveis. Não podemos deixar de referir as condições económicas, pois estas afetarão os preços dos produtos e a disponibilidade de determinados produtos. As mudanças regulatórias também podem ter impacto na distribuição e no retalho, uma vez que certas regulamentações podem restringir ou permitir determinadas atividades. E, por fim, a concorrência terá um papel muito importante na forma como os produtos são distribuídos e vendidos, pois as empresas competirão para oferecer os melhores preços e produtos.
Assim, neste novo ano centremo-nos no consumidor e na satisfação das suas necessidades e expectativas de forma prática, com a tónica na oferta de uma experiência física e online unificada, não deixando de parte a vertente da sustentabilidade!
*Artigo originalmente publicado na edição 409 do Hipersuper