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Os estilos sociais como fenómeno global

Para fazer face à competitividade e saturação de mercado, cada vez mais as organizações recorrem a estratégias globais para desenvolverem e expandirem o seu negócio e área de actuação. Na […]

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Os estilos sociais como fenómeno global

Para fazer face à competitividade e saturação de mercado, cada vez mais as organizações recorrem a estratégias globais para desenvolverem e expandirem o seu negócio e área de actuação. Na […]

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Para fazer face à competitividade e saturação de mercado, cada vez mais as organizações recorrem a estratégias globais para desenvolverem e expandirem o seu negócio e área de actuação.

Na tentativa de criar uma estrutura global, muitas organizações perdem negócios devido a aspectos culturais que são negligenciados, nomeadamente no que se refere às suas pessoas.

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Para desenvolver produtos, serviços e estratégias que funcionem a nível global, as organizações necessitam de pessoas que possam operar com eficácia fora das suas fronteiras nacionais. Transformar as diferenças culturais em “mais valias” é o mote.

A elaboração de uma estratégia de comunicação global eficaz é fundamental, principalmente no que diz respeito às competências interculturais e interpessoais dos profissionais de vendas. Estes devem possuir uma excepcional capacidade de versatilidade interpessoal, de forma a adequarem o seu comportamento às necessidades, interesses e expectativas dos seus clientes.

De acordo com especialistas, cada um de nós tem um determinado estilo de comunicação – preferências distintas na forma de comunicar e interagir que influenciam as relações interpessoais. A compreensão e identificação dos estilos sociais de cada indivíduo, aliada a fortes conhecimentos negociais interculturais, permite uma maior versatilidade na interacção, melhora as relações de trabalho e fortalece relações coesas e orientadas para resultados.

As pessoas só compram com quem se sentem confortáveis, e profissionais de vendas com a capacidade de ajustarem o seu estilo de vendas ao estilo de compra do cliente, estão sem dúvida a conquistar uma vantagem competitiva. Os profissionais de vendas movem-se mais rapidamente e para além das suas diferenças, focando a sua atenção nos resultados finais.

Para fazer face a estas questões, ir além das diferenças culturais e conquistar uma mentalidade global que se traduza na melhoria da performance organizacional e maximize o investimento, uma solução eficaz passa por implementar nas organizações uma abordagem formativa que permita aos colaboradores compreender o que está por detrás das diferenças culturais e interpessoais e qual o seu impacto no negócio da organização.

O resultado é uma força de trabalho global e eficaz, capaz de se adequar às diferenças de pensamento, comportamento, e que consegue comunicar a nível global. O benefício para o seu negócio é uma equipa de colaboradores com performance elevada e o máximo de competitividade.

Daniela Vieira – Directora de Marketing e Inovação da Wilson Learning Portugal, [email protected]

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Investimento em imobiliário comercial regista aumento de 28% em 2024. Retalho mantém tendência ascendente

O setor de retalho manteve uma tendência ascendente, notória sobretudo ao nível da oferta futura de retail parks e do número de novas aberturas, que registou um aumento de 15% face ao ano anterior.

“2024 foi um ano de recuperação, num enquadramento global de descida das taxas de juro, com maior dinamismo no mercado imobiliário l (sobretudo na segunda metade do ano) . Em Portugal, após um primeiro semestre com atividade reduzida, registou-se um crescimento expressivo do investimento imobiliário comercial no segundo semestre, fechando assim o ano com aumento significativo face a 2023. Relativamente ao mercado ocupacional, registaram-se aumentos homólogos nos volumes de absorção de todos os setores, com especial destaque para o setor de escritórios na Grande Lisboa que atingiu o segundo valor mais elevado de absorção da última década.”, sublinha Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield que acaba de apresentar um resumo da atividade do mercado imobiliário nacional em 2024 e as suas perspetivas para 2025.

O mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal registou um crescimento expressivo em 2024, com o volume total estimado de transações a atingir os 2.170 milhões de euros, representando um aumento de 28% face ao ano anterior. O capital estrangeiro foi responsável por 74% do total investido, consolidando a sua preponderância.

A alocação de capital por setor demonstrou o maior interesse dos investidores nos setores de retalho e hotelaria, que agregaram respetivamente 49% e 22% do volume total investido.

O retalho destacou-se como o principal alvo de investimento, com 49% do volume total, num montante de 1.050 milhões de euros. As maiores transações incluem a compra do Alegro Montijo pela Lighthouse Properties à Ceetrus por 178 milhões de euros e a aquisição do LoureShopping, 8.ª Avenida e RioSul Shopping pela Castellana Properties à Harbert por 177 milhões de euros.

No setor de hotelaria, o volume investido ascendeu a 470 milhões de euros, sendo os maiores negócios a compra do Conrad Algarve pelo Grupo Quinta do Lago por 150 milhões de euros, do Sofitel Lisboa Liberdade por um investidor privado por 75 milhões de euros, e do The Oitavos pela BTG Pactual por cerca de 70-80 milhões de euros.

O setor de escritórios registou 13% do total investido, num montante de 290 milhões de euros, com destaque para a aquisição da K Tower pela Real I.S. por cerca de 75-80 milhões de euros.

Os ativos alternativos representaram 12% do volume total, destacando-se o segmento de residências para estudantes, com transações como a compra do Home & Co Campo Pequeno pela Xior por 58 milhões de euros.

Por sua vez, o mercado de industrial e logística manteve uma representatividade reduzida, com apenas 5% do valor total (100 milhões de euros), realçando-se a aquisição dos imóveis Imocar na Azambuja pela SIVA por 25-30 milhões de euros.

Taxas de rentabilidade e perspectivas

As yields prime mantiveram-se estáveis na maioria dos setores ao longo de 2024, com exceção do retalho, que registou uma compressão de 25 pontos base no último trimestre. Assim, as taxas fecharam o ano nos 5,00% para escritórios, 5,75% para logística, 4,50% no comércio de rua, e 6,25% em centros comerciais.

No setor de escritórios, a Grande Lisboa registou um aumento de 120% na ocupação, com 193.200 m² transacionados até novembro, o segundo maior volume da década. No Grande Porto, a absorção aumentou 33%, totalizando 65.900 m², impulsionada por transações de grande dimensão, como o pré-arrendamento do edifício Mutual pela Deloitte.

No retalho, as novas aberturas aumentaram 15%, com 800 novas lojas inauguradas em 2024. O comércio de rua manteve a liderança, representando 71% do total, seguido pelos centros comerciais (13%) e retail parks (8%). As rendas prime atingiram valores históricos, destacando-se os 135€/m²/mês no Chiado.

Por fim, no setor de industrial e logística, a ocupação cresceu 36%, com 513.400 m² transacionados até setembro, destacando-se investimentos como a nova unidade industrial da Coloplast em Felgueiras.

Sustentabilidade será uma prioridade transversal

Espera-se uma continuidade da recuperação do mercado imobiliário, com projeções de crescimento nos setores de industrial e logística, hotelaria e ativos alternativos. A sustentabilidade será uma prioridade transversal, impulsionada pela crescente adoção de práticas ESG e pela aplicação de green premiums.

Neste enquadramento, Eric van Leuven comenta, “as expetativas apontam para um impacto positivo no mercado imobiliário comercial nacional, continuando em 2025 a tendência de recuperação já registada no segundo semestre de 2024. Após um período de estabilidade das taxas de rentabilidade transversal a todos os setores durante grande parte do ano de 2024, no último trimestre do ano registou-se uma compressão de yields apenas no setor de retalho. Para 2025 prevê-se uma redução de yields, e consequente aumento de valor, para os restantes setores. Em termos de valores de arrendamento, o aumento da procura por espaços e a escassez de oferta de qualidade deverá continuar a justificar aumentos pontuais das rendas brutas de referência para os melhores ativos”.

Este crescimento reflete um mercado resiliente, impulsionado por investimentos estratégicos e tendências globais que posicionam Portugal como um destino atrativo para capital internacional.

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ESG

Nuno Aguiar: “O setor dos plásticos continua empenhado em inovar”

“O setor dos plásticos continua empenhado em inovar, melhorando a reciclabilidade dos seus produtos e garantindo no seu fim de vida um maior aproveitamento possível dos resíduos plásticos das diversas aplicações, permitindo deste modo fechar o ciclo”, assegura Nuno Aguiar, diretor técnico da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos.

O plástico é apontado quase como o ‘produto vilão’, quando o tema é a preservação do meio ambiente. Onde está o problema?
É uma realidade que ao longo dos anos temos vindo a assistir a uma ‘diabolização’ do plástico, onde a desinformação tem contribuído grandemente para esse desígnio. Falando em poluição dos oceanos, importa desde logo constatar que esse problema existe. A indústria de plásticos é a primeira a reconhecer que este é um problema grave, não pode ser menosprezado e exige uma ação global, para a qual tem vindo a contribuir decisivamente
Também é reconhecido que os plásticos que aparecem nos oceanos têm na sua maioria origem em terra, cerca de 80%, sendo o maior contributo proveniente dos quadrantes asiático e africano, onde genericamente não existem sistemas/infraestruturas de recolha e separação de resíduos. E, portanto, o problema não é o facto de serem plásticos, mas o facto de terem sido abandonados. Resíduos abandonados em terra ou no oceano de forma desregrada geram este problema.
É necessário termos uma visão holística e sistémica, onde todos os atores que integram a cadeia de valor dos materiais, têm um papel decisivo naquilo que será o desígnio da gestão de resíduos, desde logo, pelos objetivos futuros a que o país está obrigado em matéria de taxas de reciclagem e de deposição em aterro, ambas bastante ambiciosas.
Neste quadro, o consumidor continuará a desempenhar um papel fulcral no processo de desenvolvimento de uma verdadeira economia circular e no caminho para uma alteração de paradigma, em que o resíduo seja percebido como uma matéria-prima com valor e capaz de criar riqueza. Uma questão central será o estabelecimento de um sistema de incentivos eficaz que premeie o cidadão que tenha um comportamento mais responsável do ponto de vista ambiental e de alguma forma penalize quem não separa os resíduos. Do lado da indústria, o setor dos plásticos continua empenhado em inovar, melhorando a reciclabilidade dos seus produtos, através do ecodesign, e garantindo no seu fim de vida um maior aproveitamento possível dos resíduos plásticos das diversas aplicações, através da sua reciclagem e incorporação em novos produtos, permitindo deste modo fechar o ciclo.

De que forma é possível tirar partido sustentável do plástico?
Os plásticos oferecem uma variedade de claros benefícios para a sociedade, derivados das suas características e propriedades únicas, que os tornam materiais versáteis e essenciais nos mais diversos mercados de aplicação, quer ao nível da saúde, da garantia da higiene e segurança alimentar, do aumento do tempo de vida útil dos alimentos, da mobilidade, contribuindo para a diminuição das emissões dos GEE, fruto da sua leveza e reciclabilidade, e também para uma gestão mais eficiente dos recursos naturais.
No caso concreto da área da embalagem, é sabido que a utilização de embalagens de plástico, ou melhor, a sua não utilização, e o desperdício alimentar são dois temas que estão intimamente ligados. Na verdade, diversos estudos revelam que a ausência ou a substituição de embalagens de plástico por outros materiais alternativos, nomeadamente no setor alimentar, tem como efeito direto o aumento do consumo de energia e de água, das emissões de gases de efeito de estufa, do peso total dos Resíduos Sólidos Urbanos, do desperdício alimentar, decorrente da redução do tempo de conservação dos alimentos.
A solução para se retirar o maior partido dos benefícios da utilização dos plásticos passa efetivamente por uma mudança comportamental, que permita aproveitar as melhores e únicas características deste material e elimine, ou reduza substancialmente, as consequências do seu descarte incorreto.
Por outro lado, é imperioso que, a procura crescente de soluções mais circulares e sustentáveis, sejam comprovadas cientificamente, como forma de se combater as práticas de greenwashing. Neste particular, a futura diretiva das Green Claims contribuirá decisivamente para a concretização deste objetivo, já que irá impor às empresas exigências de verificação e comunicação, relativamente às alegações ambientais dos seus produtos, dotando os consumidores de informação transparente e fidedigna, por forma a apoiar as suas decisões.

Quais são as prioridades da APIP para alterar a imagem do plástico?
À medida que as políticas avançam em direção a objetivos mais ambiciosos de sustentabilidade, também o tecido industrial está hoje, mais do que nunca, desperto para a necessidade de integrar de raiz, nos seus modelos de negócio e gestão, as questões relacionadas com a sustentabilidade e o modo de medir e demonstrar o seu contributo para o compromisso global de um futuro mais sustentável. E esse futuro passa, obrigatoriamente, por uma economia mais circular, melhorando a reciclabilidade dos produtos, através do ecodesign, culminando com a sua posterior reciclagem – e de baixo carbono, onde a investigação & desenvolvimento e inovação continuam a assumir-se como fatores estratégicos para a concretização desse objetivo.
É neste quadro que a indústria dos plásticos, através da APIP, tem promovido diversas iniciativas, que representam o compromisso do setor com a sustentabilidade e, progressivamente, com o conceito de regeneração. A título de exemplo, destacam-se as mais recentes iniciativas:

A Agenda Mobilizadora ‘Sustainable Plastics’
O Projeto Sustainable Plastics, iniciativa da APIP e liderado pela Logoplaste Innovation Lab, que tem uma duração prevista de 36 meses, pretende constituir-se como a Agenda Mobilizadora para os Plásticos Sustentáveis em Portugal, capaz de alavancar a transição do setor para uma economia circular. Este projeto, aprovado no âmbito das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial do PRR, cujo Consórcio reúne 39 empresas e 10 entidades não empresariais do Sistema Científico e Tecnológico, tem um investimento global de aproximadamente 39 milhões de euros. Esta iniciativa assenta sobre três pilares: redução de 30% na emissão de gases com efeito de estufa associadas aos processos produtivos; maior eficiência de recursos; criação de emprego.

O Roteiro para a Descarbonização da Indústria dos Plásticos
A APIP, em parceria com a Ernest & Young, se encontra a desenvolver um Roteiro para a Descarbonização da Indústria dos Plásticos Nacional, um projeto que terá uma duração de 24 meses e que procurará ser diferenciador e ao mesmo tempo uma referência a nível europeu, podendo vir a inspirar outros setores. Foi criado um advisory board, constituído por dois órgãos, um comité estratégico e um comité científico, que reúnem no total cerca de 30 personalidades, nacionais e internacionais, consideradas relevantes pelas suas competências técnicas e experiência profissional em domínios críticos para o desenvolvimento do mesmo e com uma representação multidisciplinar.

O Plastics Summit – Global Event (PSGE)
Considerado o maior fórum mundial de discussão pela sustentabilidade, organizado pelo setor dos plásticos. A APIP, uma vez mais com o apoio das suas congéneres de Espanha, Brasil e México, encontra-se a organizar a 2.9 Edição do Plastics Summit – Global Event, a realizar novamente em Lisboa, no dia 6 de outubro de 2025, cujo lançamento oficial decorreu no passado mês de outubro. Após o enorme sucesso da 1.9 edição, na qual marcaram presença mais de 1000 participantes nacionais e internacionais, realizada em outubro de 2022, na FIL, o Plastics Summit – Global Event regressará em 2025, reunindo novamente todos os stakeholders, incluindo a comunicação social, agentes da cadeia de valor dos plásticos e demais setores conexos, com o objetivo de debater diversas matérias de importância extrema para alcançar uma transição justa, sob o mote ‘Moving into action, changing our behaviour… creating a sustainable future’.

Artigo publicado na edição 428

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Alimentar

Ministério da Agricultura e Pescas pagou 2,3 mil M€ em apoios em 2024

Do total, destacam-se 1,2 mil M€ do FEAGA, 904,8 M€ no âmbito do FEADER e 52,7 M€ do FEAMPA, indica o Ministério da Agricultura e Pescas.

Através do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), o Ministério da Agricultura e Pescas,  pagou, em 2024,  cerca de 2,3 mil milhões de euros (M€) em apoios, um acréscimo de quase 50% face à média de pagamentos anuais dos últimos oito anos e cerca de 65% face aos pagamentos efetuados no ano de 2023, refere num comunicado

Destes pagamentos destacam-se 1,2 mil M€ do Fundo Europeu Agrícola de Garantia (FEAGA), 904,8 M€ no âmbito do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e 52,7 M€ do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA).

Dentro do FEADER, destacam-se 385,1 M€ na rubrica Investimento do PDR2020, 186,7 M€ para a Manutenção da Atividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas e 24,7 M€ para as Medidas Agroambientais. Nas regiões autónomas o destaque vai para o PRORURAL+, na ordem dos 15,7 M€, e para o PRODERAM 2020, na ordem dos 26,1 M€, ambos no âmbito da rubrica Investimento.

No mês de novembro, o IFAP  pagou as intervenções correspondentes a Agricultura Biológica e Produção Integrada. com o adiantamento de 70% do valor financiado pela União Europeia (FEAGA).

“No mês de dezembro foi feito mais um pagamento para apoio a estes dois ecorregimes e parte da respetiva ajuda complementar extraordinária criada pela Portaria n.º 289-A/2024/1, de 8 de novembro, aprovada pelo Governo e exclusivamente financiada pelo Orçamento do Estado. Esta ajuda tem o montante de 60 milhões de euros”, informa ainda o Ministério da Agricultura e Pescas.

“Este é o valor mais alto de sempre pago pelo IFAP no âmbito da Política Agrícola Comum. Cumprimos o que prometemos desde o primeiro dia: reforçar o rendimento do agricultor, dar previsibilidade e estabilidade e reforçar ao máximo a execução dos Fundos da PAC”, afirmou o ministro da Agricultura e Pescas.  “Mas quisemos ir além disso, por isso com a terceira reprogramação do PEPAC vamos aumentar o Apoio ao Rendimento Base. Este é um desafio nacional de grande exigência que será complementado com a simplificação e desburocratização”, acrescentou José Manuel Fernandes.

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Retalho

Escolha do Consumidor: as 215 melhores marcas do mercado

A ConsumerChoice, Centro de Avaliação da Satisfação do Consumidor, revelou as melhores marcas distinguidas pelos portugueses.

Este ano, para determinar as marcas vencedoras, foram realizadas mais de 250 mil avaliações, junto de 2.000 marcas de setores tão distintos como Comunicação Social, Alimentação, Viagens e Lazer, Equipamentos e Higiene para o Lar, Cuidados Pessoais, Serviços e Comércio Especializado, Produtos e Serviços de Beleza, Cuidados Infantis, Financeiro, Automóvel e Transporte Ferroviário. Na “Escolha do Consumidor” incluem-se também as categorias de melhores “Órgãos de Comunicação Social” e melhores “Influenciadores Digitais”.

Esta edição, a 13ª da história, é marcada pelo número recorde de marcas avaliadas, para além do aumento significativo de avaliações efetuadas ao longo do processo, reforçando cada vez mais a importância da voz dos consumidores na eleição das marcas que lideram o mercado atual.

Numa primeira fase, os consumidores identificam os atributos que mais valorizam na sua relação com as marcas, e posteriormente, fazem a sua avaliação através de metodologias de avaliação mais apropriadas (experimentação de produtos, cliente mistério, auditorias online, entre outros).

As marcas premiadas pelos consumidores são as que melhor completaram os atributos exigidos e valorizados pelos consumidores durante 2024 e que atingiram os níveis de satisfação mais elevados, após avaliação.

No âmbito da avaliação das cerca de 2.000 marcas, os consumidores consideraram as seguintes como as que mais satisfazem na sua relação.

Top 25 das marcas com melhor classificação

Psyllogel Fibra
Native Açaí
Becken
Dodot
Matrizauto
WOO
Bioscalin
Braun
Emma
Fairy
Gillette Venus
Holmes Place
Oral B
Filorga
Wells
Ausonia Discreet
Pro Plan
Clínica Privada de Oftalmologia
MSC
Viva Melhor
Meu Super
Easyslim
O Boticário
ok! seguros
Iservices

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Bebidas

Grupo Terras & Terroir passa a Pacheca Group

Com esta alteração, o grupo pretende simplificar a identificação nos mercados, sobretudo internacionais, capitalizando o prestígio e a notoriedade da marca Pacheca. “Esta mudança não altera o nosso propósito, que permanece centrado na preservação e promoção dos produtos portugueses mais autênticos e na criação de experiências únicas nas nossas unidades hoteleiras”, destaca a administração.

O Grupo Terras & Terroir passa, já a partir deste mês, a denominar-se Pacheca Group, numa mudança apresentada como estratégica e que visa fortalecer a associação do grupo à sua marca mais icónica, a Quinta da Pacheca. Com esta transformação, o grupo pretende simplificar a identificação nos mercados, sobretudo internacionais, capitalizando o prestígio e a notoriedade da marca Pacheca, amplamente reconhecida no setor vitícola e do enoturismo.

“Esta mudança não altera o nosso propósito, que permanece centrado na preservação e promoção dos produtos portugueses mais autênticos e na criação de experiências únicas nas nossas unidades hoteleiras”, destaca a administração do grupo, em comunicado, sublinhando que “com o nome Pacheca Group, reforçamos a ligação emocional com os mercados, otimizando a força de uma marca secular que representa autenticidade, tradição e excelência”.

A história que culmina no Pacheca Group começou em 2012, quando os empresários Paulo Pereira e Maria do Céu Gonçalves adquiriram a Quinta da Pacheca, no Douro. Desde então, o grupo expandiu-se para outras regiões vitícolas, criando uma rede de propriedades que alia a produção de vinhos de excelência à hospitalidade de topo, inspirada no universo do vinho. “O nome Pacheca é fácil de memorizar, pronunciar e associar, tanto em Portugal como no estrangeiro. Esta escolha facilita uma ligação emocional e direta com os nossos clientes e consumidores”, explica a administração.

A nova identidade visual do Pacheca Group reforça esta ligação, destacando a portugalidade e as raízes nacionais. O escudo presente no logotipo simboliza o património e a tradição de Portugal, enquanto o “A” estilizado evoca a excelência e a continuidade com o logotipo da Quinta da Pacheca. Com a nova nomenclatura, o Pacheca Group unifica as marcas e propriedades do portefólio, preservando a individualidade e as tradições de cada unidade, mas consolidando a sua presença global.

Entre as propriedades que integram o Pacheca Group estão a Quinta da Pacheca (Douro), com produção de vinhos e enoturismo icónico, a Caminhos Cruzados (Dão), referência na produção de vinhos inovadores em Nelas, a Quinta do Ortigão (Bairrada), produtora de espumantes de excelência, a Quinta Valle de Passos (Trás-os-Montes), com o Olive Nature Hotel & Spa, a Quinta de São José do Barrilário (Douro), com vinhos e um hotel de cinco estrelas, as Vila Marim Country Houses (Mesão Frio, Douro), o Hotel da Folgosa (Armamar, Douro), a Ribafreixo Wines (Vidigueira, Alentejo), a Herdade da Rocha (Crato, Alentejo) e o POT (Porto).

Com esta transformação, o Pacheca Group reforça, também, o seu compromisso com a excelência, a sustentabilidade e a inovação, mantendo-se “fiel às suas origens e aos valores que fizeram do grupo uma referência em Portugal e no mundo”.

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Nuno Russo é o novo diretor executivo da Portugal Nuts

Licenciado e mestre em Zootecnia, Nuno Russo passa a ser a face pública da associação e o responsável pela sua liderança.

A Associação de Promoção de Frutos Secos – Portugal Nuts, tem um novo diretor executivo. Nuno Russo, licenciado e mestre em Zootecnia, detentor de um MBA em Administração Pública e quadro técnico superior do Ministério da Agricultura, sucede a António Saraiva que, no início de dezembro, rumou a Elvas onde assumiu o cargo de diretor executivo do Laboratório Colaborativo – InnovPlantProtect.

“Nuno Russo assume o cargo, em resultado de processo de recrutamento, para ser a face pública da Associação e o responsável pela sua liderança, para assegurar uma direção clara no desenvolvimento organizativo, estratégico e político, num ano de consolidação do plano estratégico, definido pelos atuais órgãos sociais da Portugal Nuts, assente nos pilares de branding, representação institucional, mercados, sustentabilidade, internacionalização e I&D”, informa a associação num comunicado.

“Com um conhecimento da realidade agrícola nacional única, resultante da sua diversificada experiência profissional, será certamente uma mais-valia para a associação, no seu desenvolvimento estratégico e crescimento orgânico, e na representação dos interesses dos seus associados. Aceitou o desafio de ser o diretor executivo da Associação de Promoção de Frutos Secos – Portugal Nuts com o propósito de consolidar o percurso da associação e proporcionar novas e inovadoras oportunidades à fileira dos frutos secos”, acrescenta a Portugal Nuts.

A Associação de Promoção de Frutos Secos foi criada com a missão de defender e representar os interesses dos produtores nacionais de frutos secos, com destaque para as culturas da amêndoa e da noz pelo seu peso em Portugal. Agrega atualmente mais de 50 associados produtores e processadores, representando mais de 19.000 hectares. Do trabalho desenvolvido destacam-se os grupos de trabalho, nomeadamente o de proteção das culturas e da água, assim como os eventos disruptivos,  Congresso e Balanço de Campanha.

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Staples com nova campanha de Regresso ao Escritório

A Staples arranca o ano com a sua nova campanha de Regresso ao Escritório, direcionada ao cliente profissional, e que reforça o posicionamento da marca que pretende ser local onde se encontra tudo para o escritório. 

A Staples avança em comunicado que um dos grandes objetivos da campanha de arranque do ano é continuar a colocar a retalhista no top of mind do consumidor profissional e do particular em homeoffice, como a marca “que ajuda os seus clientes a poupar”.

“Trabalhamos todos os dias para que a Staples continue a ser reconhecida como o parceiro certo para dar resposta às necessidades do Cliente profissional, de pequenas, médias e grandes empresas, e também dos profissionais liberais”, sublinha João Paulo Peixoto, diretor-geral da Staples em comunicado.

“A oferta vasta e as promoções exclusivas desta campanha tão aguardada, em material de escritório, papelaria, impressão, mobiliário e serviços com atendimento especializado, são a razão pela qual temos sido a escolha dos consumidores ao longo dos anos. A campanha deste ano dá também o pontapé de saída para uma preocupação especial da marca, que é a garantia de poupança, com a baixa de preços a mais de 1.000 produtos essenciais para o escritório e o seu compromisso de não os aumentar durante o ano”, acrescenta.

César Mourão, rosto e endorser da marca há 5 anos, continua a ser “recusar-se” a fazer publicidade, numa campanha divulgada na televisão, rádio, folhetos D2D, digital, social media, email marketing, direct mailing, SMS, Instore e no site da marca, até 20 de fevereiro.

“Apesar de ele dizer que não faz, é sempre um orgulho e uma tranquilidade saber que o César Mourão está connosco e não nos falha, assumindo não só o endorsement da campanha, mas também a ideia, a direção criativa e a realização do filme publicitário. Seguimos um registo de continuidade com o César, com recurso ao humor numa narrativa que tem vindo a ser construída com bastante êxito, que é a negação em fazer publicidade à Staples, justificada pelo facto se ser bastante óbvio que a marca tem tudo para o escritório e, por isso, recusar-se a fazê-lo” , destaca Sandra Loureiro, diretora de marketing da Staples.

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Manuel Tarré
Entrevista

Manuel Tarré: “Só conseguimos que se faça crescer Portugal se o Governo e os empresários estiverem de mãos dadas”

O presidente da Associação Nacional de Comerciantes e Industriais de Produtos Alimentares defende a uniformidade da taxa de IVA para os produtos alimentares, pede que seja concretizada a prometida descida do IRC às empresas e alerta para a classificação das pequenas e médias empresas, inalterada desde 2005. “Ficaria muito satisfeito se conseguíssemos reduzir o IVA”, afirma Manuel Tarré.

Fotografias Frame It

Constituída em 1975, a Associação Nacional de Comerciantes e Industriais de Produtos Alimentares reúne cerca de 400 empresas. O Hipersuper entrevistou o presidente da direção da ANCIPA sobre as prioridades e os desafios, os apoios e os entraves da indústria alimentar nacional. Entre outros tópicos, Manuel Tarré defendeu a uniformidade da taxa de IVA para os produtos alimentares, pediu que seja concretizada a prometida descida do IRC às empresas e alertou para a classificação das pequenas e médias empresas, inalterada desde 2005. “Seria melhor que a pessoa que cria a legislação, se sentasse na cadeira de quem tem que a executar e visse a dificuldade de a passar à prática”, sublinhou.

Escassez de mão de obra, fatores climáticos, conflitos que interferem na aquisição de matérias primas e na logística, aumento de inflação, problemas que se juntaram à já recorrente questão da burocracia e da carga fiscal… 2024 está a ser um ano desafiante para os players que operam no setor alimentar?
2024 é igual a todos os outros anos, é desafiante todos os anos, porque as margens que nós temos nas nossas atividades são muito reduzidas. Os aumentos das matérias-primas, alguns deles vieram para ficar, algumas outras tiveram correção; os aumentos dos combustíveis e da eletricidade também tiveram grande influência nos custos dos últimos anos. Mas, sobretudo, a oferta no mercado e a concorrência que existe, limitam bastante a nossa existência se não formos criativos. Para podermos estar ativos no mercado temos de ser criativos e haver redução de custos. Estes são os dois pontos fulcrais. Sermos muito criativos, a nível da embalagem, a nível de produtos, a nível de ir ao encontro daquilo que o cliente deseja. Podermos fazer alguma diferença naquilo em que os produtos possam ter essa diferença e depois, dentro das nossas empresas, sermos muito competitivos, baixarmos ao máximo os nossos custos.

Este é um setor capaz de repensar estratégias. Foi o que demonstrou durante a pandemia…
Não podia falhar, porque nós, para subsistirmos, tínhamos de não falhar. Eu fiz parte de uma pequena comissão que o Secretário de Estado da Economia na altura criou e creio que todas as semanas reuníamos para saber como estava o mercado. Havia setores com algumas dificuldades, mas, de uma forma geral, todos nós estávamos desejosos de não parar. Muitos tiveram grandes dificuldades no acesso à matéria-prima, face às implicações que o Covid teve nesse abastecimento, mas também depois em aumentos substanciais nos custos de matéria-prima.

Em que aspetos a ANCIPA tem contribuído para a visibilidade do setor? E em termos de formação?
Nós temos nos destacado, se é possível dizer isso, na parte da formação, porque temos realizado vários seminários, conferências, vários workshops de formação dos nossos associados, ao mesmo tempo que mantemos os associados informados. O que nós informamos? Sobre a nova legislação, quais são as alterações que estão a ser feitas e, de acordo com a especificidade de cada área, fazemos formações adequadas. A ANCIPA está certificada para dar essas formações e tem havido, ano após ano, mais aderentes. Essa proximidade com o nosso associado, vai desde a pequena empresa, que às vezes é uma pastelaria, até a empresas com centenas de colaboradores. Formações, por exemplo, em tudo o que se prende com as certificações. Cada vez mais é pedido aos empresários mais clareza na sua atividade. O que me parece bem. Antigamente eram os processos de fabrico, depois era por causa do coeficiente e açúcar ou de sal… Cada vez que surge uma nova alteração, nós passamos essa informação aos associados e damos formação.

Manuel Tarré

Em relação à fiscalidade: o Iva Zero no cabaz de 44 produtos alimentares básicos deveria regressar ou bastaria haver uma uniformidade à taxa reduzida?
Acho que é muito mais honesta a segunda opção. A redução do IVA para 0% teve um impacto mais político do que prático. Mas estarmos na Europa e o nosso IVA dos produtos transformados ser cerca de três vezes superior à média europeia, é algo incompreensível para um país pobre, como nós somos, com salários que estão abaixo da média europeia.
Não faz sentido continuarmos a pagar um IVA de um produto transformado como se fosse um produto de luxo. Mas é que isto tem sido transversal a todos os partidos. Não é uma questão de ser o partido A ou o partido B. Isto tem passado todos os orçamentos porque o impacto orçamental que tem, é enorme. São cerca de mil milhões de euros para corrigirmos essa variante. Mas não é justo que os portugueses continuem a pagar uma pizza com 23%, um pastel de bacalhau com 23%, e aqueles portugueses que têm capacidade de ir ao restaurante, paguem IVA a 13%. Isto não é justo. É o único país em que isto acontece na Europa.
O mapa do IVA na União Europeia fala por si. Por exemplo, quando em Portugal na pastelaria temos IVA a 23%, Espanha tem 10%, Itália tem 10%, Alemanha tem 7%, França tem 5,5%, Polónia tem 5%. Qual é a lógica de nós termos 23%? Ouvi alguém me dizer, que é a questão do açúcar. Mas o açúcar faz mal à saúde em toda a Europa, não faz apenas em Portugal, nós não temos açúcar diferente. Não é justo. Eu não vou dizer que fosse igual, mas que houvesse equilíbrio.
As refeições pré-congeladas são outro exemplo. Quando vai à restauração paga o IVA a 13%, e está em linha com a Espanha que tem o IVA na restauração a 10%, a Itália tem a 10% a Bélgica tem a 12%, a Alemanha é o único com 19% porque, por aquilo que eu percebi de colegas meus alemães, ir à restauração é considerado um luxo. Agora, Portugal já não está alinhado quando estamos a falar de produtos transformados, de refeições preparadas, que passam a ter 23% de IVA e a Europa está nas outras taxas.

Está a falar no facto de se colocar a taxa máxima em produtos que são de maior inovação?
Em tudo o que é transformado. Nas refeições pré-preparadas não é justo que se mantenha em 23%. 23% é é a taxa para comprar um casaco, comprar um automóvel, comprar umas cadeiras para casa, produtos que têm longa vida. A alimentação não, a alimentação é algo de que nós precisamos, portanto, não pode ter a taxa máxima. Isto é taxar a alimentação transformada como se fosse um produto de luxo. Eu entendo que o Governo não quer tocar neste assunto por causa dos mil milhões. Mas isto é uma falta de lealdade perante o consumidor. Não é correto ser assim.
E entendo que os acertos orçamentais são áreas muito sensíveis para se poder governar o país, mas há uma coisa que o governo deveria fazer. Este governo e os outros todos que lá passaram e que não têm alinhado com os princípios mais adequados, visando o cidadão comum: nós temos que reduzir o custo do setor público. O custo público é muito elevado, o peso é muito elevado. Isto não é possível, porque senão isto nunca mais vai dar. E tendemos, naturalmente, para uma pobreza do país.

Em relação aos produtos taxados a 23%, como os produtos congelados e transformados, as refeições pré-cozinhadas e as bebidas refrescantes, há margem de descida para 6% sem que tal se reflita no preço a pagar pelos consumidores?
A indústria compromete-se, em qualquer redução, a não deduzir imediatamente ao preço. Não vai ser margem de lucro. E o comércio também o vai fazer. Quando reduzir, quer a CIP, quer a APED, estabelecem que qualquer redução de IVA deste género vai diretamente ao consumidor.

Quais são as expectativas da ANCIPA em relação ao Orçamento de Estado para 2025? Que alterações deveriam ser introduzidas no entender desta indústria?
Eu ficaria muito satisfeito se conseguíssemos reduzir o IVA. E se o primeiro-ministro honrasse o que eu ouvi presencialmente dizer: a redução do IRC às empresas. Portanto, essas duas medidas são suficientes. Com essas duas alterações, todo o setor agroalimentar fica feliz. Já são duas coisas muito específicas, porque se for falar das centenas de taxas e taxinhas, nem vale a pena. Dava-me a ideia de que o que precisávamos fazer era ir buscar alguém que pegasse nestas taxas, as normalizasse, para nos guiar a todos, porque nós nem sabemos que taxas é que existem. Em vez de ter duas mil e tal taxas, se tivermos 100, está bem. O que é preciso? Alguém que se envolva, nesta matéria, que seja crítico, que tenha deveres de Estado e deveres de Nação e que consiga colocar isto em prática. E não temos. Tem que haver vontade. Tem que haver trabalho. Isto não se faz com discursos bonitos, isto faz-se com centenas de horas de dedicação, de pessoas que se envolvam para resolver.
Portanto, em relação à pergunta que me faz, na área alimentar, a redução do IVA e o compromisso do Sr. Primeiro-Ministro em reduzir a taxa do IRC. Reduza a taxa do IRC, das empresas que têm lucros, que são uma minoria. Se o indivíduo tiver lucro, deve ser premiado. Às vezes vemos alguns cartazes sobre o capitalismo, mas se não houver empresários capazes de gerar lucros, não há empresas para ninguém, ficamos todos pobres. Temos que ter uma noção disso. Tem que haver alguém ‘out of the box’ que crie empregos, crie dinâmica, crie economia, ponha tudo a funcionar e que seja premiado quando tem resultados. E muitos deles perdem tudo o que têm quando os negócios vão mal, mas sejam aliviados das cargas fiscais quando realmente fazem o bom trabalho. E fazendo esse bom trabalho, mesmo que sejam reduzidos de 2% da carga fiscal por ano, tal como estava previsto, continuam a pagar muitos impostos dentro das suas empresas. Só estamos a falar do IRC…
Manuel TarréOutra das situações que devo abordar, porque está a afetar bastante as empresas de média dimensão, é o problema da classificação das pequenas e médias empresas, que não se altera desde 1 de janeiro de 2005 quando se criaram os parâmetros das pequenas e médias empresas – até 50 colaboradores, até 250 colaboradores, até 50 milhões de faturação… Esta definição não é revista desde 2005. Não pretendemos nada que não seja justo: atualizem a classificação à taxa de inflação. Nas contas que fizemos na Associação, para se verificar qual é a taxa de inflação, chegamos a um mínimo de 50%. Subam esses valores 50%. Porque é a inflação. Não é sensato – porque esta não é uma lei nacional, é uma lei comunitária – o indivíduo pretender que a Europa cresça com empresas pequenas e médias. E chamar ‘grande’ a uma empresa quando tem uma faturação de 70, 80 ou 100 milhões de euros. Temos que ser razoáveis: é uma empresa média. Grande é uma empresa que fatura 500 milhões, 1.000 milhões de euros.
E quando esta classificação está ligada aos apoios comunitários, é um desastre. É uma penalização demasiado grande para as empresas que não são realmente grandes e precisam de apoios. E se varia um parâmetro destes, dentro destes valores, uns têm apoios e os outros, depois, não têm. Não pode ser, dentro da Europa, uma empresa que fatura 100 milhões de euros, considerada uma grande empresa. E esta é a nossa posição: se os apoios foram estabelecidos em 2005, que atualizem a 2024 ou 2025, a taxa de inflação nesses apoios. E isso dá, já o verificámos, pelo menos 50% de incremento.

Por falar em apoios, o PRR, o PDR 2020, o PEPAC, o Portugal 2030, são programas com fundos que Portugal tem que executar. No 9º congresso da FIPA, o ministro da Agricultura e Pescas afirmou que 2025 é um ano crucial para Portugal em termos de execução de fundos, por um lado, e de pagamentos por outro. A indústria alimentar está a conseguir executar estes fundos? E eles são adequados às suas necessidades de inovação, de digitalização?
Eu acho que os fundos têm sido adequados. Há uma certa elasticidade e o enquadramento dos fundos tem sido adequado. Haja é a capacidade dos empresários de fazerem investimentos nas suas unidades, dada a forma como está o mercado. Porque uma parte das indústrias olha para o seu mercado como mercado nacional, não olha para o mercado de exportação. O mercado nacional é um mercado pequeno, somos só 10 milhões de pessoas. Quando falamos em toda a Europa, passam a ser centenas de milhões, mas cá somos só 10 milhões, é um mercado pequeno. Mas eu acho que o Sr. Ministro nessa afirmação tem razão, é um ano importante para as empresas executarem os fundos que estão aí.

Como olha a ANCIPA para a internacionalização? Quais são os grandes riscos ou desafios das empresas portuguesas deste setor? Por um lado, na importação de matérias-primas, e, por outro, na sua capacidade exportadora.
Nós temos boas unidades de transformação em Portugal, daí haver algumas unidades que têm sido adquiridas por multinacionais. Há áreas estratégicas no agroalimentar que têm merecido esse foco. Para o empresário comum português, a exportação é um bom desafio e o binário preço-qualidade é fundamental. E temos adicionado sempre o transporte, que é um valor muito pesado, normalmente, para se colocar o produto no centro da Europa. Nós estamos numa periferia. Quando falamos em Espanha, está aqui ao lado, mas, às vezes, o ‘ao lado’ são 600 são 1000 quilómetros. Mas se falarmos do mercado central da Europa, estamos em Paris, em Düsseldorf, em Munique, ou em Itália, tudo isto toma uma dimensão de outro custo de transporte. Mas acho que tem sido feito um bom trabalho. É pena não vermos mais produtos portugueses em prateleira, mais em supermercados no estrangeiro, mas temos vindo a fazer um trabalho positivo.
E o que pode tornar este setor mais competitivo internacionalmente? Sendo de um país com muitas pequenas e médias empresas.
Eu acho que muitas vezes é a nossa flexibilidade, a capacidade de fazermos produtos à medida do cliente. Eu creio que a resposta mais assertiva é a flexibilidade que nós muitas vezes temos, de oferecer ao mercado aquilo que o mercado pede, a capacidade de adaptação. E temos de nos adaptar para fazer a diferença.

Para a ANCIPA, o que é urgente trabalhar a nível de legislação europeia, que contribua para a continuidade e crescimento da indústria alimentar?
Parece-me que deveria haver alguma reanálise das leis que estão em vigor. Porque muitas vezes cria-se legislação que não traz valor acrescentado, não faz muito sentido e tem implicações muito negativas na indústria. Deveria-se verificar o que é realmente necessário e corrigir. Um dos assuntos desta indústria que se tem vindo a debater muito é a quantidade de açúcar, portanto, a redução do açúcar no nosso consumo diário. Tem-se vindo a fazer, e não se tem dado muito por isso, uma adaptação. Mas muitas vezes surgem outras exigências que não fazem sentido e que não vêm tornar mais segura a alimentação, mas vêm muitas vezes dar mais burocracia à forma operante das próprias empresas.
Seria melhor que a pessoa que cria a legislação, se sentasse na cadeira de quem tem que a executar e visse a dificuldade de a passar à prática. Eu acho que fazia sentido essas pessoas palmilharem o trajeto daquilo que estão a pedir. Irem ver como se faz na origem, o que implica a alteração, como é possível fazer e se é possível fazer. E o que trará vantagem.

Qual é o próximo grande desafio da indústria alimentar e do universo de empresas que a compõem? É capacitá-las para a sustentabilidade? Ou há antes, desafios imediatos de governabilidade que se sobrepõem?
É a sustentabilidade, e continuar a ter a criatividade suficiente para oferecer a nossa produção. Eu digo isso como empresário. O grande desafio é nós sermos cada vez mais inventivos, sermos muitas vezes resilientes, termos equipas coesas e premiadas, também, por isso, para conseguirmos oferecer ao mercado aquilo que o mercado deseja. E conseguimos matérias-primas que possamos transformar.

A inovação caminha a par com a sustentabilidade, com a ‘agenda’ ESG. As empresas do setor alimentar estão a preparar-se atempadamente? Ou diria que, em autorregulação, já têm estado a realizar muitos dos objetivos ESG?
É isso mesmo. Em autorregulação já temos estado a cumprir muitos objetivos, porque essas são tendências que temos que fazer. E as empresas para subsistirem, se possível têm que estar um bocadinho à frente. Creio que o trabalho que tem de ser feito pela indústria já é a acautelar-se para esses desafios.
Outra das situações que me parece pertinente é a fiscalização a que somos sujeitos. Por vários organismos. De vez em quando entra-nos alguém pela porta e diz ‘hoje viemos ver isto’, no outro dia vem alguém ‘ver aquilo’. Quando o Estado nos pede que sejamos cumpridores naquilo que está na lei, mas muitas vezes é o primeiro a não cumprir os compromissos. Se nos atrasarmos com o pagamento à AT, está a ver o que acontece. Mas não sermos ressarcidos de uma coisa que temos direito é perfeitamente normal. Isto não está correto.

Manuel Tarré

O tempo de resolução entre um e outro é diferente?
Não, a aceitação de seriedade é diferente. Não é o tempo, é a aceitação da seriedade. Uns são forçados a ser sérios, mas o outro, não é preciso ser sério. E este não é o estado de espírito que deveria existir. Se nós pudéssemos ver no governo, os parceiros do nosso crescimento económico, para criarmos mais riqueza para todos, era a forma correta de estarmos. O Governo deve auxiliar-nos no nosso crescimento económico, nós devemos auxiliar o Governo a criar mais riqueza para ficarmos todos melhores, vivermos todos melhores. Vivermos com riqueza de valor no bolso, mas também com a riqueza de princípios.

Por falar na relação com o Governo, numa entrevista ao Hipersuper, o presidente da FIPA, defendeu que o Ministério da Economia necessita ter uma Secretaria de Estado de Indústria. Parto dessa afirmação para lhe perguntar se, no seu entender, este setor é devidamente considerado estratégico para Portugal?
Acho que o presidente da FIPA tem toda a razão, deveria ter porque ganhávamos com isso. Repare o peso que a indústria alimentar tem na economia nacional. É uma questão de dar valor a quem o tem, é uma questão de darmos as mãos uns aos outros, de podermos apoiar-nos e ficarmos satisfeitos quando, o Governo ao final do mandato ou nós ao final do ano, vemos os resultados práticos. Deveríamos estar a caminhar nesse sentido.

O Estado deve delegar nestas associações algumas competências de gestão operacional?
Eu diria que sim, mas isso nunca vai acontecer. Na teoria, deveriam apoiar-se numa ANCIPA, numa FIPA, uma CIP, claro. Nós temos lá a indústria, o nosso desejo é que os nossos associados estejam bem e cresçam. É uma boa questão, mas é teórica. Não é prática isso nunca vai acontecer.

De onde partiria uma relação mais próxima com a indústria?
Acho que alguns dos nossos governantes têm a humildade de virem visitar os sítios e perceber as coisas. O que tenho presenciado ao longo de alguns anos é termos secretários de Estado e ministros a visitarem e a entenderem quais são as preocupações. Depois se eles conseguem passar à prática, é uma outra realidade. Mas se nós não dermos as mãos uns aos outros não vamos conseguir passar à prática nada. Creio que é uma mensagem a repetir: só conseguimos que se faça crescer Portugal se o Governo e os empresários estiverem de mãos dadas para o crescimento.
E seguirmos decisões de princípios que sejam rigorosos. Nós não podemos compactuar com princípios que contrariam aquilo que nós sentimos. Muitas vezes somos confrontados com perguntas de que sabemos as respostas dentro de nós, mas não somos capazes de dizer. Pela vergonha que essas perguntas implicam na audição de terceiros. Temos a noção de que todos nós gostaríamos de viver melhor, mas para vivermos melhor temos que criar mais riqueza para todos.

Esta entrevista foi publicada na edição 428

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

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Utilizadores da Wallapop já podem optar por pagamentos flexíveis sem juros

A Wallapop uniu-se à Klarna, permitindo que os seus utilizadores possam fazer os seus pagamentos de forma flexível sem juros. 

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Os mais de 19 milhões de utilizadores da plataforma em Espanha, Itália e Portugal já podem assim pagar as compras superiores a 35€ em 3 prestações sem juros.

“O nosso objetivo é facilitar uma forma de consumo mais responsável que crie oportunidades económicas para as pessoas. A Wallapop permite-lhes vender o que não usam para ganhar dinheiro extra, bem como encontrar produtos reutilizados a preços competitivos. Estamos conscientes de que cada vez mais pessoas recorrem à reutilização em alturas de grande consumo, como a chegada de um novo membro da família ou o regresso às aulas. Graças a esta parceria, a nossa comunidade terá agora opções de pagamento mais convenientes que podem ser adaptadas às suas necessidades em qualquer altura”, afirma Rob Cassedy, CEO da Wallapop.

“Quer seja por razões éticas ou como estratégia para maximizar o seu orçamento, cada vez mais consumidores estão a voltar-se para a economia circular para mobilar as suas casas, estar na moda ou experimentar novos passatempos. Na Klarna, orgulhamo-nos de apoiar estes compradores com métodos de pagamento flexíveis que se adaptam às suas necessidades e lhes permitem fazer compras de uma forma que vai de encontro aos seus valores”, acrescenta Alexandre Fernandes, diretor da Klarna em Espanha e Portugal.

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