Investimento em imobiliário comercial regista aumento de 28% em 2024. Retalho mantém tendência ascendente
O setor de retalho manteve uma tendência ascendente, notória sobretudo ao nível da oferta futura de retail parks e do número de novas aberturas, que registou um aumento de 15% face ao ano anterior.
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“2024 foi um ano de recuperação, num enquadramento global de descida das taxas de juro, com maior dinamismo no mercado imobiliário l (sobretudo na segunda metade do ano) . Em Portugal, após um primeiro semestre com atividade reduzida, registou-se um crescimento expressivo do investimento imobiliário comercial no segundo semestre, fechando assim o ano com aumento significativo face a 2023. Relativamente ao mercado ocupacional, registaram-se aumentos homólogos nos volumes de absorção de todos os setores, com especial destaque para o setor de escritórios na Grande Lisboa que atingiu o segundo valor mais elevado de absorção da última década.”, sublinha Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield que acaba de apresentar um resumo da atividade do mercado imobiliário nacional em 2024 e as suas perspetivas para 2025.
O mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal registou um crescimento expressivo em 2024, com o volume total estimado de transações a atingir os 2.170 milhões de euros, representando um aumento de 28% face ao ano anterior. O capital estrangeiro foi responsável por 74% do total investido, consolidando a sua preponderância.
A alocação de capital por setor demonstrou o maior interesse dos investidores nos setores de retalho e hotelaria, que agregaram respetivamente 49% e 22% do volume total investido.
O retalho destacou-se como o principal alvo de investimento, com 49% do volume total, num montante de 1.050 milhões de euros. As maiores transações incluem a compra do Alegro Montijo pela Lighthouse Properties à Ceetrus por 178 milhões de euros e a aquisição do LoureShopping, 8.ª Avenida e RioSul Shopping pela Castellana Properties à Harbert por 177 milhões de euros.
No setor de hotelaria, o volume investido ascendeu a 470 milhões de euros, sendo os maiores negócios a compra do Conrad Algarve pelo Grupo Quinta do Lago por 150 milhões de euros, do Sofitel Lisboa Liberdade por um investidor privado por 75 milhões de euros, e do The Oitavos pela BTG Pactual por cerca de 70-80 milhões de euros.
O setor de escritórios registou 13% do total investido, num montante de 290 milhões de euros, com destaque para a aquisição da K Tower pela Real I.S. por cerca de 75-80 milhões de euros.
Os ativos alternativos representaram 12% do volume total, destacando-se o segmento de residências para estudantes, com transações como a compra do Home & Co Campo Pequeno pela Xior por 58 milhões de euros.
Por sua vez, o mercado de industrial e logística manteve uma representatividade reduzida, com apenas 5% do valor total (100 milhões de euros), realçando-se a aquisição dos imóveis Imocar na Azambuja pela SIVA por 25-30 milhões de euros.
Taxas de rentabilidade e perspectivas
As yields prime mantiveram-se estáveis na maioria dos setores ao longo de 2024, com exceção do retalho, que registou uma compressão de 25 pontos base no último trimestre. Assim, as taxas fecharam o ano nos 5,00% para escritórios, 5,75% para logística, 4,50% no comércio de rua, e 6,25% em centros comerciais.
No setor de escritórios, a Grande Lisboa registou um aumento de 120% na ocupação, com 193.200 m² transacionados até novembro, o segundo maior volume da década. No Grande Porto, a absorção aumentou 33%, totalizando 65.900 m², impulsionada por transações de grande dimensão, como o pré-arrendamento do edifício Mutual pela Deloitte.
No retalho, as novas aberturas aumentaram 15%, com 800 novas lojas inauguradas em 2024. O comércio de rua manteve a liderança, representando 71% do total, seguido pelos centros comerciais (13%) e retail parks (8%). As rendas prime atingiram valores históricos, destacando-se os 135€/m²/mês no Chiado.
Por fim, no setor de industrial e logística, a ocupação cresceu 36%, com 513.400 m² transacionados até setembro, destacando-se investimentos como a nova unidade industrial da Coloplast em Felgueiras.
Sustentabilidade será uma prioridade transversal
Espera-se uma continuidade da recuperação do mercado imobiliário, com projeções de crescimento nos setores de industrial e logística, hotelaria e ativos alternativos. A sustentabilidade será uma prioridade transversal, impulsionada pela crescente adoção de práticas ESG e pela aplicação de green premiums.
Neste enquadramento, Eric van Leuven comenta, “as expetativas apontam para um impacto positivo no mercado imobiliário comercial nacional, continuando em 2025 a tendência de recuperação já registada no segundo semestre de 2024. Após um período de estabilidade das taxas de rentabilidade transversal a todos os setores durante grande parte do ano de 2024, no último trimestre do ano registou-se uma compressão de yields apenas no setor de retalho. Para 2025 prevê-se uma redução de yields, e consequente aumento de valor, para os restantes setores. Em termos de valores de arrendamento, o aumento da procura por espaços e a escassez de oferta de qualidade deverá continuar a justificar aumentos pontuais das rendas brutas de referência para os melhores ativos”.
Este crescimento reflete um mercado resiliente, impulsionado por investimentos estratégicos e tendências globais que posicionam Portugal como um destino atrativo para capital internacional.