Novos hábitos de consumo transformam oferta nos supermercados. Quais os principais efeitos?
A crise económica levou à mudança de hábitos de consumo nos últimos anos. Com o rendimento familiar a baixar, as marcas brancas tornaram-se a melhor opção de compra para os lares portugueses, que se concentram mais no preço dos produtos do que na qualidade. Conheça as quatro alterações que transformaram a experiência de compra nos supermercados
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Ana Catarina Monteiro
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A crise económica levou à mudança de hábitos de consumo nos últimos anos. Com o rendimento familiar a baixar, as marcas brancas tornaram-se a melhor opção de compra para os lares portugueses, que se concentram mais no preço dos produtos do que na qualidade. Conheça as quatro alterações que transformaram a experiência de compra nos supermercados.
Nos últimos anos, quer os fabricantes quer os consumidores têm apostado nas marcas brancas, como alternativa às marcas tradicionais. Nos supermercados podem-se ver muitas mais marcas brancas presentes no linear do que há alguns anos, quando a crise económica ainda não se fazia sentir. Estas, procuram oferecer qualidade igual ou superior às restantes marcas, a um preço de 15% a 30% mais baixo, segundo o jornal espanhol Cinco Días.
Atualmente, os consumidores preferem a quantidade à qualidade, excepto se o produto apresentar algum valor acrescentado ou elemento de diferenciação.
A acompanhar a mudança de hábitos dos consumidores, também os supermercado se renovam, no que diz respeito à oferta, posicionamento, apresentação, estética e experiência de compra que proporcionam.
Ascenção das cadeias “low cost” de grande consumo
O mercado espanhol representa o segundo maior consumidor de marcas brancas, revela a mesma fonte. O país vizinho tornou-se atrativo para cadeias internacionais de produtos de grande consumo e alimentação a preços baixos, como é exemplo a francesa Supeco, pertencente ao grupo Carrefour. Depois da entrada de esta cadeia, com o objetivo de alcançar o principal concorrente em Espanha, o grupo Dia, chega ao país a holandesa Hema, com uma oferta que vai além da alimentação, englobando roupa, brinquedos e produtos para casa, a preços “low cost”.
Observando esta dinâmica de mercado, também a norte-americana Costco chegou à península, instalando a primeira loja em Sevilha em 2014. Também no ano passado, abriu portas a Dealz, copiando o modelo de negócio da dona Poundland, rede de lojas do Reino Unido em que tudo é vendido por uma libra. No caso da Dealz tudo é vendido por 1,5 euros.
Além do surgimento de novas cadeias centradas em preços baixos, os retalhistas com redes já consolidadas apostaram numa estratégia de promoção através do preço, com campanhas de descontos e ofertas e parcerias com outras entidades para garantir mais vantagens aos consumidores, como é o caso das gasolineiras.
Uma estratégia que reflete esta dinâmica é o surgimento dos cartões de fidelização, que supõem cada vez mais vantagens, promoções exclusivas e fazem com que se acumule dinheiro para gastar nas compras de casa e serviços.
Formatos de proximidade superam hipermercados
As pequenas superfícies de venda têm demonstrado um grande alcance entre o público. As redes de supermercados de pequena dimensão dominam 45% do mercado de distribuição e grande consumo no país vizinho. Um número que diferencia o mercado espanhol quanto aos restantes países, onde por norma a percentagem de pequenos comerciantes é menor à de os grandes retalhistas.
Em Portugal, assistimos também à tendência do comércio de proximidade, que levou a que as mais importantes cadeias criassem redes de proximidade com espaços integrados nas zonas urbanas. É exemplo a rede Amanhecer, mercearias de proximidade detidas pela Jerónimo Martins, ou a Meu Super, cadeia de proximidade da Sonae.
Experiência de compra aperfeiçoada
A conveniência é uma tendência atual no retalho. Para oferecer uma experiência de compra melhorada, a maioria dos supermercados introduziu nos últimos anos inovações como terminais de pagamento a partir de dispositivos móveis, caixas automáticas ou leitores de códigos de barras, para que os clientes possam registar e pagar as compras de forma mais rápida, sem necessidade de um colaborador da loja.
A estética também ganhou mais peso nas estratégias dos retalhistas. Como é o caso da rede Minipreço, que modificou a sua imagem e comunicação, apresentando um novo ‘layout’ exterior, corredores mais amplos e lineares mais cuidados, passando a denominar-se Minipreço Market, para uma experiência de compra mais confortável para o cliente.
Preços consoante dia e hora
Uma condição determinante para a atração dos clientes aos supermercados são as ofertas que disponibilizam em loja. Hoje em dia, os espaços seguem a tendência de garantir promoções ligadas a produtos perecíveis, que chamem a atenção do consumidor, aumentando as visitas às lojas.
Sendo o preço o elemento diferenciador, a maior parte dos supermercados alternam os descontos oferecidos em função do dia ou hora. Por exemplo, as campanhas sazonais, promoções em dias de feriados, ou que acontecem somente no final do dia, em que a quantidade de produtos perecíveis é menor e o desconto garante o escoamento de este tipo de produtos, aumentando a produtividade do espaço e reduzindo o desperdício de alimentos.