Edição digital
PUB
Hipersuper

Em que áreas o retalho está a tirar partido da inteligência artificial? Worten, Auchan, MC e grupo Tendam contam a sua experiência

Auchan, Tendam (Women’secret, Springfield), Worten e MC, revelam as áreas da operação onde já estão a aplicar Inteligência Artificial (IA), quais os principais resultados, assim como os principais desafios que têm enfrentado na adoção da tecnologia.

Rita Gonçalves
Hipersuper

Em que áreas o retalho está a tirar partido da inteligência artificial? Worten, Auchan, MC e grupo Tendam contam a sua experiência

Auchan, Tendam (Women’secret, Springfield), Worten e MC, revelam as áreas da operação onde já estão a aplicar Inteligência Artificial (IA), quais os principais resultados, assim como os principais desafios que têm enfrentado na adoção da tecnologia.

Rita Gonçalves
Sobre o autor
Rita Gonçalves
Artigos relacionados
Snacking é uma forma de conexão segundo estudo de tendências da Mondelēz
Alimentar
HAVI implementa em Portugal um projeto-piloto de gestão de armazéns
Logística
Jerónimo Martins entre as 100 melhores empresas mundiais em diversidade e inclusão social
Retalho
Essência do Vinho regressa ao Porto com 4.000 vinhos de 400 produtores
Bebidas
Indústria alimentar e das bebidas exportou 8.190 M€ em 2024
Exportação
Festival da Comida Continente de volta em julho
Retalho
Embalagem e logística têm melhorado a eficiência operacional
Logística
Método de pagamento Bizum com crescimento de cerca de 2000% no último mês
Retalho
Auchan lança campanha focada nas suas pessoas
Retalho
Mercadona distinguida com dois prémios de inovação
I&D
PUB

Geração automática de conteúdos para alimentar os sites. Chatbots de apoio ao cliente. Suporte aos funcionários nas lojas. Atendimento e personalização da experiência de compra. Interações com membros dos programas de fidelização. Conversão de pontos de venda em hubs logísticos. Estas são algumas das áreas nas quais retalhistas com operação em Portugal estão a aplicar ferramentas de Inteligência Artificial Generativa (IAGen). Auchan, Tendam (Women’secret, Springfield), Worten e MC, revelam as áreas da operação onde já estão a aplicar Inteligência Artificial (IA), quais os principais resultados, assim como os principais desafios que têm enfrentado na adoção da tecnologia.

Auchan: “Melhorar a experiência de compra e otimizar processos operacionais”

Melhorar a experiência de compra e otimizar processos operacionais. Estas são as duas áreas que estão a beneficiar de ferramentas de IAGen na Auchan Retail Portugal. Concretamente, a retalhista está a aplicar a tecnologia nas áreas de cliente para aprimorar o atendimento e personalizar a experiência de compra e nos processos operacionais de loja e backoffice, melhorando não apenas a eficiência interna mas contribuindo também para uma experiência de compra mais fluída, conta Carlos Vinagre, diretor de Tecnologias de Informação (TI) na retalhista de origem francesa, em entrevista ao Hipersuper.
Considerando ser ainda prematuro apresentar dados concretos em relação a ganhos de eficiência, aumento de vendas e redução de custos, Carlos Vinagre acredita que as vantagens serão mais evidentes à medida que a empresa continua a explorar e a otimizar a implementação de IA.
O potencial desta tecnologia que promete revolucionar o mundo dos negócios é enorme, realça o responsável, adiantando que a retalhista irá continuar a melhorar a forma de utilizar a tecnologia nas áreas onde já o faz mas também encontrar novas oportunidades para a aplicar, embora respeitando requisitos de elegibilidade, nomeadamente processos com elevado consumo de dados e de informação, processos passíveis de standardizar e simplificar e com elevada alocação de recursos.
“Queremos, cada vez mais, oferecer uma experiência personalizada e relevante ao cliente, tanto nas nossas lojas como no digital, e a IA vai, sem dúvida, desempenhar um papel fundamental nesta matéria, em áreas como a análise de dados, a antecipação da procura, o marketing one to one, a supply chain e o efulfillment”, prevê.
Entre os principais desafios da adoção e desenvolvimento de IA, o profissional salienta o timing que as equipas de TI têm para aplicar a tecnologia nas áreas selecionadas e a capacidade para fazer evoluir o projeto e para acompanhar os modelos implementados, assim como a disponibilidade e o conhecimento dos recursos para trabalhar neste tipo de soluções.

Grupo Tendam: “Estamos a analisar as aplicações que geram maiores ganhos de eficiência”

O grupo Tendam, dono das marcas Cortefiel, Women’secret e Springfield, entre outras, está atualmente a trabalhar alguns protótipos de implementação de IA em áreas operacionais, mas, Alexandre Mendes, diretor de marketing, prefere, para já, não divulgar as áreas de aplicação até à “implementação total” da tecnologia. “As aplicações são múltiplas e estamos precisamente a analisar quais são as que geram maiores ganhos de eficiência”, avança o responsável, ressalvando que a aplicação de inovação e tecnologia no negócio deve ser feita com critérios de eficiência e bom senso. “Não vamos aplicar determinada tecnologia por estar na moda ou porque os outros o estão a fazer, fá-lo-emos porque funciona para o nosso modelo”, afiança. Feito com critérios de eficiência e rentabilidade, o potencial é “imenso”, considera.
Dando conta que o campo de aplicação da tecnologia estende-se a muitas áreas, Alexandre Mendes destaca duas áreas principais para o grupo: por um lado, o investimento em tecnologia para converter a loja num hub logístico e, por outro, maximizar as funcionalidades e capacidades de relacionamento com mais de 40 milhões de membros nos clubes de fidelização.
Tecnologia pouco testada, que, em muitos casos, “produz resultados inesperados e até alucinações, o custo elevado, em particular realizar “provas de conceito antes de decidir a sua adoção”, são alguns dos desafios na implementação desta tecnologia enumerados pelo diretor de marketing, aos quais se somam a confidencialidade da informação proprietária, “especialmente se os modelos compartilhados forem treinados com dados próprios ou de clientes”.
O responsável chama ainda a atenção para eventuais conflitos de propriedade intelectual à medida em que a IAGen é utilizada em tarefas criativas, como são exemplo o design ou a modelagem. “A IA utiliza padrões já existentes e os proprietários destes padrões podem solicitar que se retire o resultado ou cobrar direitos de propriedade”, conclui.

PUB

MC: “Aumento de produtividade e melhoria de experiência ao cliente”
A MC, divisão de retalho alimentar do grupo Sonae, encontra mais interesse em explorar IAGen em áreas como conteúdo digital, apoio ao cliente e TI, sendo precisamente estas áreas onde a exploração se encontra mais avançada. “Têm em comum conseguir tirar partido do potencial de geração de conteúdo, por um lado, e do seu poder de transformação e compreensão por outro”, explica ao Hipersuper fonte oficial da empresa.
Na área de conteúdos digitais, a dona do Continente tem investido na geração automatizada de descrições de produtos em diferentes formatos, dependendo das necessidades e canais. No apoio ao cliente, por sua vez, está a explorar os benefícios da tecnologia em chatbots de suporte ao cliente, como é exemplo o StudyAI, disponível publicamente na campanha de manuais escolares. “Ajudou-nos a proporcionar uma melhor experiência aos clientes no esclarecimento de dúvidas, assim como a reduzir o esforço no processamento de tickets de pedidos de informação”.
Adjetivando como “promissores” e “positivos” os resultados iniciais das principais experiências, a mesma fonte adianta que as primeiras conclusões remetem para aumento de produtividade e melhoria da experiência de cliente.
“A área de apoio ao cliente aparenta ser uma das áreas com maior potencial de aplicação, todavia, temos em curso várias iniciativas exploratórias que hão-de permitir encontrar outras oportunidades de melhoria”, vinca a mesma fonte, adiantando que a empresa irá continuar a apostar na exploração tecnológica “de forma sistemática e intencional” para descobrir casos de uso com maior potencial e aprender mais sobre as tecnologias. “O caminho passa por nos apoiarmos na experimentação de soluções externas e em parceria com entidades externas, mas também pelo desenvolvimento interno de conceitos base destas tecnologias”.
O fator novidade e a rápida evolução da tecnologia são desafiantes. “Todas as semanas surgem novos desenvolvimentos e nascem novas propostas de valor, pelo que é importante ter um radar atento”.
“No caso concreto da geração de texto, a área que temos explorado mais, os modelos linguísticos, têm uma grande liberdade na geração do output, pelo que é crucial dominarmos os meios de controlar esses resultados, por exemplo num chatbot de apoio ao cliente, de forma a podermos entregar o melhor valor possível ao cliente não deteriorando a sua experiência no seu pedido de ajuda. Tecnicamente, é também um desafio para os nossos sistemas e equipas pela rapidez com que vamos ter que aprender a integrar estas tecnologias nos produtos que hoje desenvolvemos e suportamos”, termina.

Worten: “Assistente de pesquisa conversacional para os colaboradores das lojas e geração de conteúdos para o site”

A cadeia de retalho eletrónico da Sonae aplica IAGen em duas grandes áreas: assistente de pesquisa conversacional para os colaboradores das lojas e geração de conteúdos para o site. No primeiro caso, o AI Based permite aos trabalhadores pesquisar no ponto de venda, em modo de conversação, informação resumida sobre procedimentos que devem seguir nas atividades do dia-a-dia, conta ao Hipersuper José Henriques, diretor de data e analytics da Worten. “O bot tanto desenvolve uma resposta resumida como o link para o documento original, para casos que necessitem de mais detalhe. Está em fase de roll out uma prova de conceito [MVP- Minimum Viable Product] com informação sobre processos de venda em canais remotos, como email e chat”, entre outros, descreve.
Com esta ferramenta, os trabalhadores têm mais tempo para dedicar aos clientes, aumentando a probabilidade de converter vendas. “Estamos a falar de um tempo médio de pesquisa de quatro minutos que passou para segundos, isto para milhares de colaboradores todos os dias”.
No caso da geração de conteúdos via IAGen para enriquecer o site, o primeiro “use case life” é a automação das descrições longas dos produtos à venda no markeplace. “Como já temos uma gama de milhões de produtos, é impossível um operador humano conseguir produzir boas descrições com este volume”, constata José Henriques, acrescentando que a qualidade das descrições é “bastante elevada” e estas são otimizadas para aumentar o ranking das páginas da marca nas pesquisas do Google. “Conseguimos produzir cerca de 10 000 descrições por mês, enquanto manualmente um colaborador apenas consegue inserir algumas centenas”, elucida.
Para a cadeia de retalho, a tecnologia serve dois propósitos principais: aumentar a produtividade e as vendas. “A aplicação de IAGen na geração de conteúdos tem um impacto claro no aumento de produtividade. A geração de conteúdos é um dos processos mais ‘time consuming’ na operação da empresa. Conseguir automatizar parte dos conteúdos significa conseguir alocar recursos humanos a tarefas muito mais complexas e enriquecedoras”. Por outro lado, “sobretudo com a estratégia de marketplace e novos negócios da empresa, acreditamos que impactar o cliente com conteúdos personalizados e de qualidade é um dos principais drivers para o crescimento da empresa nestas novas avenidas”, sublinha.
Na área dos assistentes virtuais, materializados em voicebots e chatbots, a Worten aposta em dois caminhos de desenvolvimento: uso interno e uso externo. “Assistentes de uso interno vão ser fulcrais no aumento de produtividade das equipas. Numa empresa com uma forte estratégia digital, o processo de pesquisa de documentação torna-se cada vez mais essencial na operação do dia-a-dia. Através de assistentes e pesquisa conversacional, é possível acelerar imenso este processo de partilha e gestão de conhecimento”, esclarece José Henriques, dando mais um exemplo onde a AI terá “muito impacto”: a automação de processos de desenvolvimento tecnológico, “crucial numa fase em que estamos a investir muitos recursos na reestruturação de todo o parque tecnológico da empresa”.
No que toca aos assistentes que se relacionam diretamente com o cliente, a empresa está apostada em revolucionar a experiência do comprador, garantindo que os clientes têm “acompanhamento humanizado e personalizado em todas as suas necessidades” e que a empresa não prescinde do contacto com um humano nos casos efetivamente necessários. Este novo paradigma vai também permitir uma “gestão mais eficiente dos recursos”, conclui.

*Artigo originalmente publicado na edição 420

Sobre o autorRita Gonçalves

Rita Gonçalves

Artigos relacionados
Snacking é uma forma de conexão segundo estudo de tendências da Mondelēz
Alimentar
HAVI implementa em Portugal um projeto-piloto de gestão de armazéns
Logística
Jerónimo Martins entre as 100 melhores empresas mundiais em diversidade e inclusão social
Retalho
Essência do Vinho regressa ao Porto com 4.000 vinhos de 400 produtores
Bebidas
Indústria alimentar e das bebidas exportou 8.190 M€ em 2024
Exportação
Festival da Comida Continente de volta em julho
Retalho
Embalagem e logística têm melhorado a eficiência operacional
Logística
Método de pagamento Bizum com crescimento de cerca de 2000% no último mês
Retalho
Auchan lança campanha focada nas suas pessoas
Retalho
Mercadona distinguida com dois prémios de inovação
I&D
Hipersuper

Já pode ler a edição 430

A primeira edição de 2025 do Hipersuper tem como destaque uma entrevista a Carlos Miguel Henriques, administrador da Central de Frutas do Painho, que celebra 30 anos a levar Pera Rocha e Maçã de Alcobaça aos mercados nacionais e internacionais, com uma política de produção sustentável. “Cerca de 60% da nossa fruta é destinada aos clientes mais exigentes”, garante ao nosso jornal.

Hipersuper
Nesta edição, analisamos ainda o crescimento da aquacultura em Portugal, setor que, em 2022, gerou 160 milhões de euros e que aposta em inovação sustentável, como o projeto pioneiro da SEAentia.

Outro destaque vai para o novo investimento da Olitrem, que abrirá dois laboratórios em 2025 para duplicar a velocidade de inovação. Exploramos também como a inteligência artificial está a transformar o setor do retalho e como os consumidores estão a mudar os seus hábitos, focando-se em alimentos frescos e saudáveis.

Estivemos na inauguração da maior loja inteligente do mundo e conversámos com Marlos Silva, responsável de inovação da MC, que afirma que o projeto é “uma etapa histórica na inovação ao serviço do cliente”.

Falamos ainda sobre o papel dos insetos na alimentação do futuro. Este setor está a crescer em Portugal, apontado como uma solução sustentável para os desafios da escassez nutricional e dos desperdícios alimentares. Apesar dos avanços, há ainda obstáculos a superar, como a regulamentação e a investigação.

Nesta edição, dedicamos um especial ao equilíbrio entre os pontos de venda físicos e o online, mostrando como empresas como Intermarché, Worten e Science4you estão a criar estratégias que integram o melhor dos dois mundos. Num mercado cada vez mais digital, os espaços físicos continuam a desempenhar um papel essencial na experiência de compra, agora complementados por soluções tecnológicas que oferecem conveniência e personalização aos consumidores.

Também fomos conversar com Marina Calheiros, gestora coordenadora da Lisbon Food Affair, sobre a terceira edição da feira, que dará especial destaque à produção nacional, às startups e ao mercado espanhol.

Outro tema de relevo é a segurança no retalho. Conversámos com Rui Vasconcelos, da Securitas Portugal, e Sérgio Gonçalves, da Logista, que partilham como o setor está a enfrentar os desafios crescentes, desde os ataques cibernéticos às ameaças físicas, e as soluções para garantir ambientes mais seguros para colaboradores e consumidores.

Destaque também para a 13.ª edição do Pet Festival, o maior evento dedicado aos animais de companhia em Portugal, que se realizará entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro. Em entrevista, Bruno Ferreira, gestor do evento, partilha as novidades deste ano e a ambição de continuar a crescer, reforçando a ligação entre famílias e os seus animais de estimação.

Entre outros temas, trazemos ainda tendências do setor agroalimentar para 2025 e algumas estratégias para fortalecer o e-commerce no setor vitivinícola com uma entrevista a Fernando Félix, CEO da Webcomum. Estes são apenas alguns dos destaques desta edição, que inclui ainda entrevistas, reportagens e várias análises e tendências para 2025. Sem esquecer os artigos de opinião que este mês são assinados por Sara Monte e Freitas, Mafalda Franco Frazão, Katya Ivanova Santos, José Simões, Hélder Cunha e Andrew Brandt.

A versão completa desta edição é exclusiva para subscritores do Hipersuper. Pode comprar apenas esta edição ou efetuar uma assinatura aqui obtendo o acesso imediato.
Para mais informações contacte: Graça Dias | gdias@workmedia.pt | 215 825 436
Se já é subscritor do Hipersuper faça o seu login de assinante em Edição Digital e escolha a edição que deseja ler.

 

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Bruno Borges, CEO da da iServices

Entrevista

“Negócio dos recondicionados está em crescimento”

Bruno Borges, CEO da iServices, partilha em entrevista a evolução da empresa e os ambiciosos planos de expansão que incluem a abertura de novas lojas e a criação de novos empregos até ao final de 2024.

A iServices abriu recentemente a sua quinta loja na Bélgica, consolidando a sua estratégia de internacionalização. Este marco é acompanhado pelo o Atelier iS, um projeto pioneiro que permite a personalização de equipamentos. Em entrevista ao Hipersuper, Bruno Borges, CEO da empresa portuguesa de serviços centrados na reparação de equipamentos de telecomunicações e informática multimarca, partilha a evolução da empresa e os ambiciosos planos de expansão que incluem a abertura de novas lojas e a criação de novos empregos até ao final de 2024. Marca do universo Sonae, a iServices conta atualmente com mais de 300 colaboradores e está presente com mais de 60 lojas em Portugal Continental, Açores, Madeira, Espanha, Ilhas Canárias, França e Bélgica.

A iServices nasceu em 2011. Hoje o seu negócio vai muito mais além que o da reparação. Como olha para este percurso?
A iServices é sobretudo um negócio de confiança e compromisso com os nossos clientes. Foram os clientes que nos ajudaram a definir o percurso, por essa razão hoje temos 3 áreas de negócio: marca de acessórios iS com 2500 referências distintas que são o reflexo dos desejos e necessidades expressos pelos nossos clientes, os recondicionados com 3 anos de garantia iServices e as reparações em 20 a 30 minutos, graças ao vasto stock de peças que temos disponível em cada loja.
Embora continuemos a atrair novos clientes todos os dias, valorizamos especialmente a lealdade dos nossos clientes que continuam a voltar às nossas lojas sempre que precisam.

Têm crescido de forma sustentada. Quanto representam as vendas das lojas físicas e do online?
As vendas online representam aproximadamente 20% do total, enquanto as lojas físicas correspondem a cerca de 80%. No entanto, é importante destacar que o nosso principal foco está nas reparações, que é o cerne do nosso negócio. Portanto, em termos de receita gerada pelas reparações, as lojas físicas representam 100% das vendas.

Que tendências identifica no segmento de smartphones? Por exemplo, o negócio dos recondicionados está a crescer?
O negócio dos recondicionados está em crescimento por duas razões. Primeiramente, devido ao facto dos fabricantes não apresentarem a evolução que poderiam apresentar para justificar a aquisição de um novo modelo e, para além disso, os equipamentos que vendemos têm uma qualidade excecional, que nos permite dar 3 anos de garantia e proporcionar ao cliente uma sensação de confiança. Como resultado, observamos uma tendência crescente do negócio dos recondicionados.
Atualmente as marcas precisam oferecer incentivos para os consumidores trocarem os seus equipamentos antigos por modelos mais recentes, caso contrário, as pessoas continuarão a optar pelos smartphones recondicionados, considerando-os como a opção mais vantajosa em termos de custo-benefício.

Qual a estratégia de abertura de pontos de venda em Portugal?
A estratégia de abertura de pontos de venda em Portugal está sobretudo relacionada com a questão demográfica e com a demanda existente em cada região. Avaliamos o número de habitantes em cada localização, além de monitorizarmos diariamente a procura no nosso website, de modo a apurar onde estão localizados potenciais clientes. Com base nesses dados, identificamos as áreas onde ainda não estamos presentes e onde há uma maior procura pelos nossos serviços.
Ainda este ano, contamos abrir mais 15 lojas em Portugal. O nosso foco principal de investimento encontra-se nos concelhos ou distritos onde ainda não estamos presentes e podemos vir a fazer a diferença, como é o caso da região do Algarve, onde atualmente apenas contamos com 3 lojas. Estamos comprometidos em expandir a nossa presença para atender melhor às necessidades dos clientes e alcançar um público mais amplo em todo o país.

O Atelier iS surgiu como? A personalização é uma tendência que vai crescer?
As primeiras experiências de personalização surgiram há, aproximadamente, 8 ou 9 anos. Naquela época, a tecnologia era semelhante à que temos hoje, embora com máquinas menos eficientes, resultando em processos mais demorados. Atualmente, o Atelier iS leva apenas 7 minutos para produzir uma capa personalizada para o cliente.
Consideramos que esta tecnologia é uma mais-valia para o nosso negócio, proporcionando aos clientes a oportunidade de personalizar as suas capas de forma rápida e conveniente.

Qual a estratégia para este projeto pioneiro? Vai ser uma aposta internacional e nacional?
Inicialmente, o projeto foi uma aposta internacional, motivada principalmente pela curiosidade e pelo facto de dispormos de uma loja em Bruxelas, no Woluwe Shopping, muito espaçosa e com condições para implementar o Atelier iS.
Após isso estamos a replicar o Atlier iS em diversas lojas de Portugal como é o caso da loja do NorteShopping, do Colombo e do Forum Almada.
Esta estratégia reflete o nosso compromisso em oferecer uma experiência única aos nossos clientes, tanto a nível nacional como internacional.

Quais foram os principais fatores que motivaram a decisão de internacionalizar a marca iServices e como essa estratégia se alinha com os objetivos da empresa?
A decisão de internacionalizar a iServices foi motivada por uma série de fatores ao longo do tempo. Em primeiro lugar, recebemos feedback positivo de clientes, amigos e conhecidos que nos incentivaram a expandir para diversos países.
Além disso, algumas empresas abordaram-nos com propostas para franquear o nosso negócio, embora não tenhamos adotado esse formato. Para além disso, durante as nossas viagens, observámos a ausência de conceitos semelhantes ao nosso, o que nos levou a considerar a oportunidade de preencher essa lacuna. Foi, portanto, uma ideia que foi amadurecendo ao longo dos anos e que acabou por ser recentemente implementada. No entanto, a nossa estratégia de internacionalização não se limita aos países onde já estamos presentes, Espanha, França e Bélgica queremos ir mais além e sempre garantindo que mantemos o mesmo padrão de serviço e excelência que temos em Portugal.

Como o processo de seleção de novos mercados para a internacionalização foi conduzido? Existem critérios específicos ou indicadores de mercado que influenciaram a escolha dos mercados alvo?
São vários os critérios e os indicadores de mercado que influenciaram a nossa escolha. Por um lado, consideramos a viabilidade do mercado e procuramos geografias pouco saturadas onde o conceito da iServices se possa destacar. Por outro lado, estamos sempre atentos aos mercados europeus, especialmente porque vendemos através de diversas plataformas para toda a Europa. Contudo, é importante referir que a expansão da iServices na Europa, como a conhecemos atualmente, está sujeita a mudanças no futuro. Estamos abertos a explorar diferentes vias de expansão e podemos considerar a entrada em vários países de acordo com as oportunidades e as necessidades do mercado.

Olhando para o futuro, há planos para expandir a presença internacional para outros países ou regiões? Quais são as expectativas e metas para os próximos anos no contexto da internacionalização?
O nosso objetivo primordial passa por consolidar o funcionamento das lojas que temos no estrangeiro e trabalhar a credibilidade e a visibilidade da marca. Para além disso, estamos constantemente a avaliar novas oportunidades de expansão noutros países e regiões. Temos identificado diversas geografias não só na Europa, mas também a nível mundial.
Garantidamente que não vamos ficar limitados aos 4 países onde já estamos presentes atualmente, sendo o nosso objetivo desenvolver uma estratégia de expansão internacional que nos permita alcançar novos mercados e atender às necessidades globais, mantendo sempre a identidade iServices.

Esta entrevista foi publicada na edição 424.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Bebidas

Auchan apresenta cerveja feita com sobras de pão para combater desperdício alimentar

A Auchan lançou o desafio e a Cerveja Barona, fabricante de cerveja artesanal do Alentejo, criou a Talego que já salvou 30kg de pão. Esta inovação alimentar já chegou às lojas Auchan.

Hipersuper

A Auchan e a Cerveja Barona acabam de apresentar o mais recente produto que pretende combater o desperdício alimentar: a Cerveja Talego que utiliza, na sua confeção, sobras de pão que já não seria comercializado pela retalhista.

A fabricante de cerveja artesanal do Alentejo, desafiada pela Auchan, criou a Talego – Bread IPA, uma cerveja única que já salvou 30kg de pão.

O nome desta cerveja vem dar destaque ao saco tradicional, feito à mão com retalhos de tecido, utilizado para transportar pão – o talego –, simbolizando a harmonia entre a tradição e a inovação.  Com o estilo English India Pale Ale, a Talego – Bread IPA celebra a riqueza da terra alentejana e a determinação de um povo que nunca desistiu das suas crenças.
No rótulo está presente um QR Code que permite aos clientes aceder à página Auchan&Eu, onde é explicada a toda a temática da redução do desperdício alimentar.

Esta inovação alimentar já chegou às lojas Auchan e vai estar em destaque no palco do Future Taste até 30 de junho, passando depois a estar disponível no corredor das cervejas e bebidas e na loja online .

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Hipersuper

Mercadona promove conferência “Semear o Futuro” na Feira Nacional de Agricultura

A conferência Semear o Futuro é uma das iniciativas da Mercadona na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, de 8 a 16 de junho.

Hipersuper

A Mercadona volta a marcar presença, de 8 a 16 de junho, na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.

Tal como em anos anteriores, a empresa estará presente no espaço dedicado ao “Portugal Sou Eu”, iniciativa do Ministério da Economia que visa a dinamização e valorização da oferta nacional, criada há mais de uma década, reforçando o seu compromisso de colaboração com a produção nacional, iniciado já antes de a empresa ter presença física em Portugal, e reforçado com o acordo com a CAP, também parceiro deste programa.

“Marcar presença, uma vez mais, na FNA, representa uma excelente oportunidade de estar mais perto dos “Chefes” (clientes) e mostrar à Sociedade o nosso compromisso com o Sector Agroalimentar Nacional. A Mercadona continua a apostar na produção nacional, compromisso que temos vindo a reforçar ano após ano e que, em 2023, representou 1.178 milhões de euros em compras aos nossos 1.000 fornecedores nacionais.” sublinha Pedro Barraco, diretor de cadeia agroalimentar da Mercadona, em comunicado.

Cozinha com a Mercadona”

A Mercadona estará presente com ações de “showcooking” através de um conjunto de oito receitas criadas em parceria com a Chef Tia Cátia. A empresa convidou também alguns dos seus Fornecedores a estarem presentes e a fazerem provas com os seus produtos à venda nos supermercados Mercadona em território nacional.

1ª Conferência Semear o Futuro

Este ano, em parceria com a CAP, Confederação dos Agricultores de Portugal, a Mercadona criou o projeto “Semear o Futuro”, uma iniciativa dedicada a explorar e promover a importância do setor agroalimentar em Portugal e que culmina com uma conferência, no dia 13 de junho, na sala Ribatejo, no CNEMA.
Este evento, cujas inscrições se encontram abertas, contará com intervenções de especialistas no setor.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Hipersuper

ZU estreia-se no Porto e em Espinho com lojas de rua

A Rua Júlio Dinis no Porto – loja com  66m2, que permitiu a criação de mais 4 postos de trabalho –  e a Rua 19 em Espinho – 127m2 e […]

Hipersuper
tagsZU

A Rua Júlio Dinis no Porto – loja com  66m2, que permitiu a criação de mais 4 postos de trabalho –  e a Rua 19 em Espinho – 127m2 e também 4 postos de trabalho criados –  passam a contar com a presença de lojas ZU. A marca da MC continua a apostar no comércio de proximidade e conveniência junto dos tutores de animais de estimação. Com estas duas inaugurações, as lojas de rua passam a representar já mais de 12% do total dos espaços comerciais da ZU.

“Porto e Espinho são cidades de extrema importância e de grande movimento de pessoas seja por ali residirem ou por serem pontos de passagem frequente para quem lá trabalha ou está em lazer. Na Área Metropolitana do Porto temos já várias lojas ZU mas este passo em concreto permite-nos expandir a nossa presença na cidade do Porto propriamente dita, o que nos deixa especialmente satisfeitos. E em Espinho, marcamos a nossa chegada com a abertura desta primeira loja, aproximando-nos ainda mais dos tutores e seus pets”, refere Bruno Loureiro, diretor de operações da ZU.

“Nas duas lojas disponibilizamos uma vasta oferta de produtos de alimentação, higiene e acessórios que os seus amigos de quatro patas necessitam, sempre com a garantia de um atendimento personalizado por parte da nossa equipa especializada”, acrescenta o mesmo responsável.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

Distribuição

Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

O atual diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, foi nomeado diretor-geral da Fnac Ibéria – Portugal e Espanha –, cargo que assumiu no início deste mês. Nuno Luz passa, assim, a integrar o […]

Hipersuper

O atual diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, foi nomeado diretor-geral da Fnac Ibéria – Portugal e Espanha –, cargo que assumiu no início deste mês. Nuno Luz passa, assim, a integrar o Comité Executivo do Grupo Fnac Darty e irá reportar diretamente ao CEO do Grupo Fnac Darty, Enrique Martinez.

Por sua vez, Domingo Guillén Figuerola, atual diretor de vendas omnical da Fnac Espanha, assumirá as funções de diretor-geral da Fnac Espanha, sucedendo a Annabel Chaussat, que ocupa a posição até 15 de junho de 2024. Domingo Guillén Figuerola ficará sob a responsabilidade hierárquica de Nuno Luz.

Nuno Luz iniciou o seu percurso na Fnac Portugal como diretor comercial, em maio de 2016, e assumiu a direção geral da empresa em outubro de 2017. Sob a sua liderança, a Fnac consolidou o seu crescimento e desenvolvimento de forma sustentada, impulsionados pela abertura de novas lojas FNAC e Nature & Découvertes, pela aquisição da PC Clinic e pelo aumento da venda de serviços. Recentemente, encabeçou, com sucesso, a operação de aquisição da MediaMarkt, em Portugal. 

É de recordar que o mercado ibérico é um mercado estratégico para o Grupo Fnac Darty, tendo registado 732 milhões de euros de vendas, em 2023. Na Península Ibérica, o Grupo conta com 88 lojas do universo Fnac.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Entrevista

A ANIPLA é agora CropLife e traz novas soluções para a agricultura e produção de alimentos

A ANIPLA mudou e apresenta-se agora como CropLife Portugal, Associação da Indústria da Ciência para a Proteção das Plantas. Mas a alteração não se cinge à denominação. Como CropLife, “deixa de estar fechada apenas no circuito de representação de produtos fitofarmacêuticos e efetiva a sua evolução e crescimento, alargando o seu âmbito de trabalho a outras áreas de atuação da indústria, como as soluções de base biológica, biotecnológica e ferramentas de agricultura digital e de precisão”, revela ao Hipersuper, João Cardoso, diretor executivo CropLife Portugal.

A ANIPLA é agora CropLife e traz novas soluções para a agricultura e produção de alimentosA ANIPLA mudou e apresenta-se agora como CropLife Portugal, Associação da Indústria da Ciência para a Proteção das Plantas. Mas a alteração não se cinge à denominação. Como CropLife, “deixa de estar fechada apenas no circuito de representação de produtos fitofarmacêuticos e efetiva a sua evolução e crescimento, alargando o seu âmbito de trabalho a outras áreas de atuação da indústria, como as soluções de base biológica, biotecnológica e ferramentas de agricultura digital e de precisão”, revela ao Hipersuper, João Cardoso, diretor executivo CropLife Portugal.

A alteração de ANIPLA para CropLife Portugal vem acrescentar novas áreas de atuação. Quais são e o que passa a oferecer a mais aos associados?
A mudança na designação da ANIPLA passou, não só, por uma total mudança na sua identidade e imagem, mas também por alterações muito significativas no seu âmbito de trabalho. Neste momento de transição, decidida a ser uma voz cada vez mais ativa do setor sobre soluções de proteção das culturas no contexto da evolução tecnológica e científica da agricultura, a associação dá um passo em frente e deixa de estar fechada apenas no circuito de representação de produtos fitofarmacêuticos e efetiva a sua evolução e crescimento, alargando o seu âmbito de trabalho a outras áreas de atuação da indústria, como as soluções de base biológica, biotecnológica e ferramentas de agricultura digital e de precisão.
Quando falamos de alargamento de âmbito, falamos de disponibilizar ao público em geral e, especialmente, aos profissionais do setor mais informação, mais espaços de partilha e diálogo e mais oportunidades de contactar com as novas tecnologias aplicadas à agricultura e à produção de alimentos. E isso significa, naturalmente, um maior investimento em projetos e ações de formação e sensibilização.

Vai também permitir abrir a associação a novos associados, de outras áreas?
Sem dúvida. Com esta mudança, temos a expetativa de que a nossa rede de associados possa vir a crescer, integrando neste universo, empresas e entidades que desenvolvem soluções inovadoras em prol da proteção das culturas. Com esta alteração estamos mais musculados e mais preparados para abraçar novas áreas e para ampliar o conhecimento de todos.

A ANIPLA é agora CropLife e traz novas soluções para a agricultura e produção de alimentosOs projetos ‘Smart Farm’, ‘TOPPS’ e ‘Cultivar a Segurança’ terão continuação? Pode resumir os seus objetivos? E quanto ao Sistema Valorfito, que contributo tem dado na gestão de resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos, biocidas e sementes?
Os projetos ‘TOPPS’ e ‘Cultivar a Segurança’ mantêm-se como projetos pilares da associação e em cujo desenvolvimento continuaremos a trabalhar enquanto CropLife Portugal. Ambos são projetos ligados à sustentabilidade e à proteção dos recursos naturais – água, ar e solo – sendo o ‘TOPPS’ uma iniciativa mais focada na proteção da água e o ‘Cultivar a Segurança’ mais voltado para a otimização do uso responsável, seguro e sustentável dos produtos fitofarmacêuticos.
Além destes projetos, destacamos ainda a ‘Smart Farm’ da CropLife Portugal, a nossa Quinta Inteligente, que na sua versão virtual conta já com mais 10.000 visitas e que tem sido um contributo essencial para a formação anual de profissionais do setor, sensibilizando-os para a importância das boas práticas e da integração de ferramentas tecnológicas nas suas produções, que contribuem para uma produção de alimentos (cada vez) mais sustentável.
O sistema Valorfito, responsável pela gestão de resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos, sementes e biocidas, gerido pelo Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura, tem registado, ano após ano, excelentes resultados, quer na recolha quer na reciclagem de embalagens e, por isso, tem sido um contributo valioso para as práticas de sustentabilidade do setor agrícola. Mostra-nos que os nossos profissionais estão cada vez mais empenhados em fazer um bom trabalho e em contribuir para a proteção do planeta e preservação dos recursos naturais e prova disso foram os excelentes resultados de 2023, divulgados recentemente, com uma taxa de retoma a atingir os 56,5% e um total de 508 toneladas de resíduos recolhidos e valorizados.

Agora como CropLife, pensa que a organização irá beneficiar de uma maior proximidade às suas congéneres da Europa e de outras geografias? De que forma?
Acreditamos que este era o passo que faltava para nos tornarmos ainda mais próximos da realidade europeia e beneficiarmos dessa proximidade. Na agricultura, como em muitas outras áreas que têm uma influência e impacto direto na vida dos cidadãos, no ambiente, com repercussões sejam elas sociais, económicas ou ambientais, o crescimento e evolução é sempre necessário. E a verdade é que, hoje, a indústria da proteção das plantas desenvolve um trabalho muitíssimo mais amplo do que há décadas atrás – valorizando, como nunca, o suporte e apoio da ciência, investigação e desenvolvimento, promovendo uma alimentação segura e sustentável para todos; os agricultores são hoje mais preocupados, conscientes e motivados para a proteção do planeta e dos recursos naturais no decorrer da produção de alimentos; e a nível europeu as preocupações são também crescentes, comuns e as medidas propostas visam, cada vez mais, a garantia de uma gestão eficiente dos recursos.
Aproximámo-nos daquela que é a identidade e linguagem europeia, mostrando para fora aquilo que somos por dentro: um setor que abraça as soluções que viabilizam sistemas alimentares sustentáveis, um setor que valoriza a formação e capacitação dos profissionais e que acompanha o caminho europeu e as suas ambições, defendendo aquelas que podem ser as melhores práticas para a realidade nacional.

A nível interno, com esta reorganização, a associação terá mais ‘voz’ junto dos decisores governativos, fazendo chegar as preocupações, desafios e contributos dos seus associados?
Acima de tudo, esta reorganização traz consigo a decisão e ambição da associação de assumir um posicionamento ainda mais forte, liderante, transmitindo a ciência e a tecnologia atualmente incorporadas no setor agrícola. A nova CropLife Portugal quer ser a voz do setor sobre soluções de proteção das culturas no contexto da evolução científica e tecnológica; quer ser um parceiro legítimo, competente, empenhado e de confiança para discutir o futuro da agricultura com as instituições nacionais, europeias e partes interessadas; quer ser uma força motriz para contribuições proativas, construtivas e com impacto em diferentes debates sobre políticas e conteúdos; uma associação ágil, capaz de tomar posições e dar contributos tanto do ponto de vista técnico como político.

Entrevista publicada na edição 423 do Hipersuper

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Hipersuper

Além da personalização: O impacto da Inteligência Artificial Generativa na criação de produtos e serviços sob medida no retalho

Por Ricardo Galante, principal analytics & artificial intelligence advisor da SAS

Hipersuper


Por Ricardo Galante, principal analytics & artificial intelligence advisor da SAS

A Inteligência Artificial (IA) tem vindo a revolucionar o setor do retalho há já algum tempo, especialmente através da automatização, execução e personalização. Algoritmos analisam dados dos clientes para sugerir produtos, otimizar preços e personalizar ofertas. Contudo, a IA generativa, um ramo da IA capaz de criar conteúdo com base em dados originais, está a elevar esta revolução para um novo nível.
O percurso da IA no retalho iniciou-se com a otimização de processos e análise de dados para personalizar a experiência do cliente. Os algoritmos de aprendizagem automática impulsionaram sistemas de recomendação, previsão de procura e otimização de preços, tornando as operações mais eficazes e relevantes para os consumidores.
Com o avanço da IA generativa, o retalho pode agora ir além da personalização baseada em dados já existentes. Esta tecnologia possibilita a criação de produtos, serviços e experiências feitos à medida, adaptados às preferências e necessidades individuais de cada cliente.
A IA generativa já está a ser utilizada em diversas formas no retalho. Por exemplo, aplicações de visão por computador permitem que os clientes experimentem virtualmente roupas e acessórios, customizando-os com cores e estilos diferentes. Esta tecnologia também é empregue para analisar o comportamento dos consumidores em lojas físicas, identificando áreas/produtos de interesse, perfil dos clientes e até mesmo a otimização da disposição interna das lojas. A previsão de procura, aperfeiçoada pela inteligência artificial generativa, possibilita aos retalhistas antecipar as necessidades dos clientes e, assim, ajustar os seus stocks em conformidade, evitando excessos e escassez. Modelos generativos também têm a capacidade de criar designs de produtos exclusivos, adaptados às últimas tendências e preferências dos consumidores.
A inteligência artificial generativa tem o potencial de transformar o retalho, criando um cenário onde produtos e serviços são verdadeiramente personalizados. Imagine um cenário em que pode criar as suas próprias roupas, personalizar os seus ténis e até mesmo desenvolver um perfume único, tudo com auxílio da inteligência artificial. Além disso, a inteligência artificial generativa pode ser utilizada para desenvolver assistentes pessoais mais inteligentes e personalizados, capazes de compreender as necessidades dos clientes e fornecer soluções feitas sob medida. Campanhas de marketing podem ser testadas antecipadamente e geradas automaticamente, ajustadas para cada cliente e canal de comunicação.
Quanto às questões éticas, como a responsabilidade no uso de dados e a transparência na produção de conteúdo gerado por inteligência artificial, devem ser analisadas com cautela. Além disso, é essencial assegurar que a inteligência artificial generativa é empregue para complementar e enriquecer a criatividade humana, e não para substituí-la.
Desta forma, acredito que inteligência artificial generativa está a inaugurar um novo capítulo na história do retalho, impulsionando a criação de produtos, serviços e experiências personalizadas. Ao unir a personalização com base em dados à capacidade de gerar conteúdo original, a inteligência artificial generativa tem o potencial de revolucionar a maneira como consumimos e nos relacionamos com as marcas, construindo um futuro onde cada cliente é singular e as suas necessidades são atendidas de modo personalizado e relevante.

Artigo de opinião publicado na edição 423 do Hipersuper

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Hipersuper. Todos os direitos reservados.