Gelados Swee
Os gelados vegan que já conquistaram o Texas
Os gelados Swee são vegan, têm menos 90% de açúcar e são elaborados com produtos naturais. São distribuídos em centenas de pontos de venda de norte a sul do país e entraram recentemente na cadeia de supermercados Central Market, no Texas, EUA. É inovação ‘Made in Portugal’.
Ana Grácio Pinto
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São vegan, têm menos 90% de açúcar e são elaborados com produtos naturais. Os gelados Swee inovaram ao serem feitos a partir de uma fórmula que não utiliza nenhum dos quatro elementos base tradicionais. São distribuídos em centenas de pontos de venda de norte a sul do país e entraram recentemente na cadeia de supermercados Central Market, no Texas, EUA. É inovação ‘Made in Portugal’.
A pandemia veio alterar os planos a dois jovens, à altura com pouco mais de 20 anos. Mas o fim de um projeto permitiu o início de outro, mantendo o foco num estilo de vida saudável. Diogo Valente, formado em comunicação, e Tiago Rebelo, licenciado em gestão, deram a volta à crise e criaram a startup Swee. “Chegamos à conclusão de que queríamos criar um gelado porque acreditamos que é o produto que mais preenche o espectro inteiro das emoções”, explica Diogo Valente.
A marca de gelados diferencia-se por ser vegan, sem açúcar e sem aromas e ter na base três produtos que fogem à fórmula base dos gelados tradicionais: aveia, coco e stevia, em vez de leite, nata, açúcar e ovos. “São todos ingredientes reais. O nosso gelado de morango é feito com morangos, o de caramelo é feito com caramelo. Não têm lactose porque são certificados vegan. E o prazo de validade é de dois anos porque o facto de ser um produto congelado dá-lhe durabilidade”, apresenta Tiago Rebelo. “Sentimos que tínhamos a oportunidade de criar um produto verdadeiramente acessível, do ponto de vista do preço, da distribuição e do sabor”, complementa Diogo Valente.
Da ideia inicial até ao produto final, lançado em julho de 2021, houve muita experimentação, alguns maus resultados e muitas alterações às receitas criadas pelos dois. “Compramos uma máquina caseira de fazer gelados e começamos a testar receitas. Foi assim durante, sensivelmente, um ano até que fizemos a nossa primeira produção e o gelado era, basicamente, uma pedra”, recorda Diogo. Mas com muito tempo de laboratório e o feedback constante dos mais próximos, a fórmula foi afinada em textura, sabor e cremosidade.
Aliarem-se a profissionais das áreas “que criavam e produziam gelados há 20 anos”, mas sem deixarem de lado a opinião dos consumidores, foi preponderante para a continuidade do projeto. Assim, as receitas das cinco propostas de sabor que a Swee tem no mercado foram criadas pelos dois sócios, mas a produção e a logística são terceirizadas. “São pessoas que fazem estes trabalhos há muitos anos e têm redes e infraestruturas. Na Swee focamo-nos na distribuição, para garantirmos que estamos a cinco ou dez minutos de qualquer consumidor; no marketing para não só dar a conhecer o produto às pessoas, mas também perceber para onde a marca quer ir; na inovação, desde a melhoria da fórmula até aos novos sabores que vamos lançar, novos formatos e novas funcionalidades”, explica Tiago.
Dez mil copos por mês
Com cinco propostas de sabor, os gelados são neste momento distribuídos em centenas de pontos de venda de norte a sul do país, nomeadamente no grande retalho. Uma evolução de mercado, para quem começou por abrir uma loja virtual na Uber para vender algumas unidades e percebeu que as encomendas chegavam entre as 20h e a meia-noite. Para entenderem o porquê, os sócios foram pessoalmente fazer as entregas e descobriram que a persona da Swee “é mulher, de 30 anos ou mais, que come o nosso gelado depois do jantar a ver uma série na companhia de alguém”. Mas não só. “Este público é a esmagadora maioria dos nossos consumidores, mas fruto da presença no retalho, temos percebido que o produto também tem chamado a atenção de jovens, rapazes e raparigas, abaixo dos 30 anos. Porque a proposta de valor vai muito ao encontro do que eles procuram num produto e, quando experimentam – e temos feito o grande trabalho em dar a experimentar o produto – percebem que o sabor é fantástico”, revela Tiago.
A presença no retalho obrigou a mais investimento, já que a marca passou a produzir dez mil copos de gelado por mês, e a uma atenção redobrada ao stock para evitar roturas de algum dos sabores. “Termos decidido terceirizar a produção e a logística tem a ver com este compromisso de qualidade e eficiência que queríamos garantir. Do ponto de vista comercial, todos os retalhistas disseram que soubemos ler muito bem o mercado ao criarmos um produto que mantém o sabor, cremosidade e textura sem nenhum produto de origem animal, com redução de açúcares e a um preço acessível. A proposta de valor, como um todo, vai muito de encontro ao que estão à procura”, assegura Diogo.
As cadeias de retalho continuam a ser uma prioridade para a marca e a aposta passa este ano por um grande investimento nos pontos de venda, com uma forte campanha promocional e ações de degustação dos gelados. “Não só desmistificar a questão do sabor, mas dar a provar aos clientes”.
De Portugal para… o Texas
Dois anos depois do lançamento em Portugal, a startup fez chegar os seus gelados aos Estados Unidos e desde setembro de 2023 os sabores estão à venda numa cadeia de supermercados, no Texas. A ideia de um evento dedicado a Portugal, numa iniciativa da PortugalFoods com a rede norte-americana Central Market, foi o impulso para o sonho americano dos dois sócios.
“Em janeiro de 2023 tomamos a decisão de entrar nos Estados Unidos da América. Porque acreditamos que o nosso produto, assim como o nosso formato, é tipicamente americano”, revela Tiago. Um ano antes tinham marcado presença num evento de empreendedorismo e chamaram a atenção de uma responsável da PortugalFoods, associação que promove a inovação e a internacionalização das empresas do setor agroalimentar português.
Em março de 2023, num contato com a mesma responsável, pediram que fossem notificados no caso de haver alguma ação nos EUA. “Tivemos a sorte de organizarem essa ação, em setembro, num supermercado Central Market e termos sido listados pelo gestor de categoria americano durante duas semanas, e disse-nos que se corresse bem, poderíamos integrar o portfolio da cadeia”, recorda Tiago. Durante duas semanas, estiveram no supermercado, diariamente das 10h às 20h, a distribuir amostras e a apresentar os produtos aos clientes, numa ação de proximidade elogiada pelo gestor de categoria do supermercado. Cinco mil amostras depois, o mesmo responsável deu-lhes a oportunidade dos gelados Swee integrarem o portfolio da cadeia e, desde então, estão à venda nos dez supermercados Central Market no Texas.
“Está a correr muito bem, estamos cheios de planos para a cadeia Central Market e em contato para entrar na lista de produtos de outras cadeias do retalho americanas para conseguirmos chegar a mais consumidores no Texas”, avança Tiago.
Os Estados Unidos são o grande objetivo da marca em termos de internacionalização. Num país com uma grande dimensão territorial e onde cada estado é um mercado diferente, Diogo e Tiago pretendem fazer chegar os gelados a Texas, Califórnia, Flórida e Nova Iorque, os estados onde está implantada a cadeia Central Market.
Para já, trabalham para uma maior distribuição e divulgação no mercado do Texas, o segundo maior estado norte-americano. “Queremos garantir que as pessoas conhecem a Swee e fazer as coisas com calma. Sabemos que aquele estado é um grande mercado, que pode gerar muito, mas também pode ‘matar’ a marca e queremos fazer bem o trabalho”, sublinha Tiago, acrescentando que o mercado norte-americano, onde estão apenas há cinco meses e em dez pontos de venda, vale neste momento 20% das receitas da marca em Portugal.
Para ambos, mais do que exportação trata-se de internacionalização, no sentido em que o propósito é cimentar a Swee nos EUA com produção local e com sabores adaptados ao mercado. “O propósito não é colocar embalagens num contentor, enviar para lá, colocá-las num ou mais retalhistas, e pronto. É fazer crescer a marca naquele país, trabalhar o mercado e os seus consumidores”, explica Diogo.
A pensar no mercado dos EUA, mas também no nacional, 2024 vai trazer três novos sabores à marca, sendo um deles de verão, tendo em atenção o equilíbrio entre a proposta de valor da Swee e as especificidades de cada mercado. “Criamos a nossa marca muito virada para o chocolate, caramelos, brownie e temos vindo a perceber que há mais dois vetores importantes: a fruta e os frutos secos. Em 2023 lançamos a referência de morango e este ano vamos lançar uma nova referência de fruta e uma referência de frutos secos. Sobre o terceiro sabor, estamos ainda os dois a perceber em qual dos vetores vai complementar a gama”, revela Diogo.
Tiago levanta um pouco mais o véu às novidades e afirma que são sabores ainda não existentes no mercado. “São disruptoras e vão ser sempre únicas no mercado. Estas três novas referências vão ter combinações que nunca se viram”, promete.
Depois dos gelados os pasteis de nata vegan sem açúcar
São, para já, um complemento de portfolio, mas para os fundadores da Swee, foram um passo natural no percurso da marca: os pastéis de nata vegan, sem açúcar, estão no mercado, à venda no El Corte Inglés de Lisboa e noutros pontos de venda, sobretudo restaurantes e bares.
“Como começamos a desenvolver, internamente, os brownies que colocamos nos nossos gelados, tínhamos algum à vontade para criarmos o doce de pastelaria português, mais típico e tradicional, mas com o nosso conceito ‘sem culpa’”, conta Tiago Rebelo. Ficaram tão entusiasmados com os resultados acerca da textura, sabor e informação nutricional – “cada pastel de nata tem 0,2 gramas de açúcar, quando o tradicional tem cerca de 23 gramas e um terço das calorias”, explica – que decidiram avançar. O produto está no mercado há nove meses e pretende ir buscar novos consumidores para a categoria.
“Já fizemos provas em que não dissemos que estávamos a dar um pastel de nata vegan sem açúcar e as pessoas acharam que estavam a comer um pastel de nata tradicional”, recorda Diogo. Se os pasteis de nata da Swee vão transpor as fronteiras e complementar a oferta da marca no Texas, e posteriormente no resto do mercado norte-americano, só o futuro o dirá. “Nós não fechamos a porta se o mercado o pedir. O foco, para já, são os gelados. Mas vamos ver…”, refere.