Bens de grande consumo deverão crescer 3% em valor e 1% em volume em Portugal em 2024
Nos primeiros meses do ano, os portugueses foram mais vezes às compras (a frequência de compra cresceu 2,4%), mas encheram menos os carrinhos (volume por ato de compra diminuiu 6,0%), segundo dados do Painel de Lares da Kantar
Rita Gonçalves
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Nos primeiros meses do ano, os portugueses foram mais vezes às compras (frequência de compra cresceu 2,4%), mas encheram menos os carrinhos (volume por ato de compra diminuiu 6,0%), segundo dados do Painel de Lares da Kantar.
Segundo as previsões da empresa para o conjunto do ano, o valor gasto pelos portugueses em bens de grande consumo deverá subir 3,0 % no valor, enquanto o crescimento em volume por cada ato de compra está estimado em 1,2 %, cifra que representa uma recuperação em relação à quebra verificada no ano passado. O consumo dentro de casa caiu 2,5 % no último semestre do ano passado, em comparação com o período homólogo.
“Uma significativa desaceleração da inflação, uma evolução salarial que deverá superar a progressão dos preços ao longo de 2024, a possibilidade de ao longo do ano se verificar uma redução das taxas de juro, um emprego que mostra elevada resiliência e um turismo que pode voltar a bater recordes este ano, são argumentos para antecipar alguma recuperação do poder de compra e um mercado de grande consumo mais dinâmico no corrente ano”, estima, citado em comunicado, Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca (Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca), que analisa periodicamente, em conjunto com a Kantar, os dados do Painel de Lares.
São poucas as categorias que fugiram a esta tendência: nos artigos de higiene e beleza e nos produtos petrolíferos, por exemplo, os portugueses aumentaram o volume de compra em 2023.
Por outro lado, com a pandemia chegaram tendências de consumo que o ano de 2023 ajudou a consolidar. Na categoria de alimentação, por exemplo comparando 2023 com 2019, a comida pronta (+28,6 %) e os congelados (+5,8 %) foram as únicas subcategorias com aumentos de volume.
“A comida pronta é mesmo a categoria que tem gerado mais valor para as insígnias de distribuição, originando maior gasto médio e frequência de compra mais elevada”, indica o estudo.
O consumo fora de casa também cresceu no ano passado. No último trimestre em particular, subiu 16,6% em termos homólogos. Este crescimento é mais elevado nos principais períodos de refeição (pequeno-almoço, almoço e jantar), com uma evolução de 18,1%, mas também se verificou entre refeições, com um crescimento de 15%.
Para as marcas, o desafio, segundo a consultora, passa por aproveitar esta tendência e expandir a oferta de comida pronta, inovando nos formatos e nas embalagens. Propostas de valor acrescentado únicas, ajustadas às preferências do consumidor dentro e fora de casa, ampliação da oferta, adaptação dos sortidos e surpresa para atrair novos compradores, são algumas ideias para surfar esta onda de crescimento.
“Marcas e retalhistas devem entregar ao consumidor uma proposta de valor única, ajustando-se às suas preferências, seja dentro ou fora de casa, ampliando a sua oferta para mais momentos de consumo ao longo dia, surpreendendo o shopper e conquistando mais espaço nos seus carrinhos de compras”, resume Marta Santos, clients and analytics director da Kantar, citada em comunicado.