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44% dos portugueses planeiam fazer cortes nas despesas alimentares
A inflação continua a subir e o Oney acaba de divulgar os resultados da terceira edição do Barómetro Europeu das Melhores Práticas de Compra, um estudo realizado em parceria com a […]
Ana Rita Almeida
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A inflação continua a subir e o Oney acaba de divulgar os resultados da terceira edição do Barómetro Europeu das Melhores Práticas de Compra, um estudo realizado em parceria com a Harris Interactive com base num inquérito a uma amostra representativa da população europeia, mais concretamente em Portugal, Espanha e França.
Este estudo revela as incertezas comuns dos europeus que os estão a levar a rever, em baixa, as suas intenções de gastos até ao final deste ano. O estudo conclui também que os pagamentos fracionados (Buy Now Pay Later), que têm continuado a crescer nos últimos anos, são agora uma solução para apoiar o consumo em Portugal e na Europa.
44% dos portugueses planeiam reduzir as suas despesas com alimentação e 34% reduzir o seu orçamento para a saúde até ao final de 2022
O Barómetro revela a intenção entre os europeus de limitar as suas compras, particularmente aquelas consideradas “despesas inevitáveis”, cujo preço tem subido acentuadamente nos últimos meses.
Ao nível energético, 2 em cada 3 europeus dizem, agora, que planeiam reduzir estes custos, sendo esta uma tendência mais acentuada em Portugal. Entre os portugueses inquiridos, 73% afirmam que a redução do consumo energético faz parte das suas intenções até ao final do ano, enquanto 64% dos espanhóis e 53% dos franceses planeiam fazer o mesmo.
Refira-se também que mais de metade dos europeus dizem que nos próximos meses pretendem reduzir alguns dos seus gastos em bens de consumo relacionados com lifestyle como vestuário, decoração, equipamento eletrónico e doméstico, passeios culturais ou viagens.
A alimentação e a saúde também estão envolvidas, com quase metade da população portuguesa (44%) a admitir que vai tentar reduzir as suas despesas com a alimentação e 34% a pretender reduzir os seus custos de saúde, até ao final do ano.
A nível alimentar, as intenções estão alinhadas entre os três países em análise, com percentagem aproximada de franceses (44%) e espanhóis (41%) a pretenderem cortar nesta área. Relativamente a despesas de saúde, os franceses são os que menos pretendem reduzir as suas despesas nesta área (27%), o que compara com a intenção de 33% dos espanhóis.
Os europeus, sem reduzir significativamente todas as suas despesas, estão a adaptar o consumo para comprar de forma diferente e equilibrar o orçamento num contexto de preços crescentes e de forte pressão sobre o seu poder de compra.
Financiamento do consumo é uma tendência bem estabelecida para a população portuguesa
No início do ano letivo de 2022/23, altura em que o inquérito foi realizado, quase dois terços dos portugueses referiam já ter utilizado soluções para financiar algumas compras (61%), e mais de um quarto já as ter utilizado várias vezes (29%). Refira-se que Portugal é o país onde a prática parece estar mais estabelecida, apesar de, mesmo nos outros países, cerca de metade dos inquiridos (48% dos espanhóis e 51% dos franceses) afirmar já ter recorrido a soluções de financiamento.
Relativamente ao tipo de compras em todos os países, o crédito ao consumo é principalmente utilizado para compras únicas e pontuais (81% dos europeus) e corresponde a bens mais dispendiosos, tais como veículos (44%), equipamento informático (32%) ou mobiliário (23%).
A utilização de soluções para financiar compras está, portanto, agora enraizada nos hábitos dos europeus e os que não tencionam utilizar o crédito ao consumo nos próximos meses, justificam esta escolha com taxas de empréstimo demasiado elevadas (35%), com o receio de sobre-endividamento (30%) ou simplesmente a falta de necessidade de contrair crédito (30%). A credibilidade das instituições de crédito não é questionada, uma vez que 84% dos inquiridos dizem confiar nelas.
Pagamento fracionado já é utilizado por mais de um terço dos portugueses
Entre as várias soluções de financiamento, o estudo demonstra que a utilização do pagamento fracionado é a mais popular. De facto, quando questionados sobre os seus planos para o final do ano, 35% dos portugueses dizem querer recorrer a este método de pagamento, dando-lhe preferência relativamente ao recurso ao crédito ao consumo (23%). Esta tendência é observada em todos os países em análise, sendo ainda mais notória entre os franceses (44%).
Os europeus pretendem utilizar o pagamento em prestações principalmente para compras relacionadas com produtos informáticos, alta tecnologia e eletrodomésticos. Por exemplo, 47% dos portugueses que tencionam utilizar o pagamento fracionado, pretendem utilizá-lo principalmente para este tipo de bens, assim como para a aquisição de artigos de mobiliário e decoração (26%) e viagens (22%).
Onde comprar é também um fator importante na escolha, para mais de um terço dos inquiridos, que indicam que escolherão em primeiro lugar e principalmente as marcas que oferecem este tipo de financiamento.
50% dos espanhóis, 45% dos franceses e 44% dos portugueses afirmam mesmo que não teriam comprado a um retalhista se este não tivesse a opção de pagamento fracionado.