44% dos portugueses planeiam fazer cortes nas despesas alimentares
A inflação continua a subir e o Oney acaba de divulgar os resultados da terceira edição do Barómetro Europeu das Melhores Práticas de Compra, um estudo realizado em parceria com a […]

Ana Rita Almeida
José Serras Pereira: “Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor”
Planta junta-se a Gordon Ramsay em nova campanha global Skip the Cow
Nacional moderniza a embalagem das suas icónicas Marinheiras
Lidl reforça apoio aos Bombeiros Portugueses com nova campanha através da app Lidl Plus
Recolha de embalagens aumentou mas Portugal mantém risco de incumprimento
CONFAGRI quer grupo de trabalho a monitorizar taxas dos EUA
Edição limitada de Pedras Ananás reforça gama Pedras no verão
ADIPA defende criação de uma Secretaria de Estado do Comércio e Serviços no próximo Governo
Simbiose e Corteva vão lançar nova biosolução agrícola na Europa
Programa da Água Serra da Estrela quer proteger a água e regenerar a serra
A inflação continua a subir e o Oney acaba de divulgar os resultados da terceira edição do Barómetro Europeu das Melhores Práticas de Compra, um estudo realizado em parceria com a Harris Interactive com base num inquérito a uma amostra representativa da população europeia, mais concretamente em Portugal, Espanha e França.
Este estudo revela as incertezas comuns dos europeus que os estão a levar a rever, em baixa, as suas intenções de gastos até ao final deste ano. O estudo conclui também que os pagamentos fracionados (Buy Now Pay Later), que têm continuado a crescer nos últimos anos, são agora uma solução para apoiar o consumo em Portugal e na Europa.
44% dos portugueses planeiam reduzir as suas despesas com alimentação e 34% reduzir o seu orçamento para a saúde até ao final de 2022
O Barómetro revela a intenção entre os europeus de limitar as suas compras, particularmente aquelas consideradas “despesas inevitáveis”, cujo preço tem subido acentuadamente nos últimos meses.
Ao nível energético, 2 em cada 3 europeus dizem, agora, que planeiam reduzir estes custos, sendo esta uma tendência mais acentuada em Portugal. Entre os portugueses inquiridos, 73% afirmam que a redução do consumo energético faz parte das suas intenções até ao final do ano, enquanto 64% dos espanhóis e 53% dos franceses planeiam fazer o mesmo.
Refira-se também que mais de metade dos europeus dizem que nos próximos meses pretendem reduzir alguns dos seus gastos em bens de consumo relacionados com lifestyle como vestuário, decoração, equipamento eletrónico e doméstico, passeios culturais ou viagens.
A alimentação e a saúde também estão envolvidas, com quase metade da população portuguesa (44%) a admitir que vai tentar reduzir as suas despesas com a alimentação e 34% a pretender reduzir os seus custos de saúde, até ao final do ano.
A nível alimentar, as intenções estão alinhadas entre os três países em análise, com percentagem aproximada de franceses (44%) e espanhóis (41%) a pretenderem cortar nesta área. Relativamente a despesas de saúde, os franceses são os que menos pretendem reduzir as suas despesas nesta área (27%), o que compara com a intenção de 33% dos espanhóis.
Os europeus, sem reduzir significativamente todas as suas despesas, estão a adaptar o consumo para comprar de forma diferente e equilibrar o orçamento num contexto de preços crescentes e de forte pressão sobre o seu poder de compra.
Financiamento do consumo é uma tendência bem estabelecida para a população portuguesa
No início do ano letivo de 2022/23, altura em que o inquérito foi realizado, quase dois terços dos portugueses referiam já ter utilizado soluções para financiar algumas compras (61%), e mais de um quarto já as ter utilizado várias vezes (29%). Refira-se que Portugal é o país onde a prática parece estar mais estabelecida, apesar de, mesmo nos outros países, cerca de metade dos inquiridos (48% dos espanhóis e 51% dos franceses) afirmar já ter recorrido a soluções de financiamento.
Relativamente ao tipo de compras em todos os países, o crédito ao consumo é principalmente utilizado para compras únicas e pontuais (81% dos europeus) e corresponde a bens mais dispendiosos, tais como veículos (44%), equipamento informático (32%) ou mobiliário (23%).
A utilização de soluções para financiar compras está, portanto, agora enraizada nos hábitos dos europeus e os que não tencionam utilizar o crédito ao consumo nos próximos meses, justificam esta escolha com taxas de empréstimo demasiado elevadas (35%), com o receio de sobre-endividamento (30%) ou simplesmente a falta de necessidade de contrair crédito (30%). A credibilidade das instituições de crédito não é questionada, uma vez que 84% dos inquiridos dizem confiar nelas.
Pagamento fracionado já é utilizado por mais de um terço dos portugueses
Entre as várias soluções de financiamento, o estudo demonstra que a utilização do pagamento fracionado é a mais popular. De facto, quando questionados sobre os seus planos para o final do ano, 35% dos portugueses dizem querer recorrer a este método de pagamento, dando-lhe preferência relativamente ao recurso ao crédito ao consumo (23%). Esta tendência é observada em todos os países em análise, sendo ainda mais notória entre os franceses (44%).
Os europeus pretendem utilizar o pagamento em prestações principalmente para compras relacionadas com produtos informáticos, alta tecnologia e eletrodomésticos. Por exemplo, 47% dos portugueses que tencionam utilizar o pagamento fracionado, pretendem utilizá-lo principalmente para este tipo de bens, assim como para a aquisição de artigos de mobiliário e decoração (26%) e viagens (22%).
Onde comprar é também um fator importante na escolha, para mais de um terço dos inquiridos, que indicam que escolherão em primeiro lugar e principalmente as marcas que oferecem este tipo de financiamento.
50% dos espanhóis, 45% dos franceses e 44% dos portugueses afirmam mesmo que não teriam comprado a um retalhista se este não tivesse a opção de pagamento fracionado.