Sindicato vai impugnar em tribunal referendo sobre banco de horas realizado pelo Pingo Doce. Cadeia reafirma que processo foi transparente
O sindicato explica que foram reportados “por todo o país comportamentos repressivos por parte das chefias para que os trabalhadores votassem favoravelmente ao banco de horas grupal”, condicionando o direito de voto dos trabalhadores
Ana Catarina Monteiro
Olitrem reforça investimento em inovação com dois novos laboratórios próprios
Cegid com nova aquisição reforça presença em Espanha com aquisição da Microdata
Auchan com nova gama focada em produtos para a nutrição desportiva
Garland com nova rota marítima direta para a Irlanda
Montiqueijo conquista pela primeira vez o selo Quality Awards
Salesforce lança tecnologia voltada para a produtividade e a união de compras em loja e online
CBRE e B. Prime responsáveis pela comercialização de novo armazém na Quinta da Marquesa
Exportações da indústria alimentar e bebidas ultrapassam valores de 2023
Intermarché é o patrocinador oficial da Taça da Liga Portugal
Meu Super eleito Escolha do Consumidor na categoria Supermercados de Proximidade
O CESP (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços) vai impugnar em tribunal o referendo realizado pelo Pingo Doce aos seus trabalhadores, em relação ao regime de banco de horas. O sindicato explica que foram reportados “por todo o país comportamentos repressivos por parte das chefias para que os trabalhadores votassem favoravelmente ao banco de horas grupal”, condicionando o direito de voto dos trabalhadores.
O Pingo Doce já reagiu às acusações, reafirmando que “cumpriu todos os requisitos da lei e que o processo, onde participaram mais de 24.800 pessoas, foi transparente e rigoroso, tal como explicado em comunicado”.
A cadeia do grupo Jerónimo Martins declarou mais cedo, esta terça-feira, em comunicado, que o regime de banco de horas foi aprovado por 81% dos trabalhadores, num referendo que decorreu entre 16 de julho e 3 de agosto e obteve uma taxa de participação de 96% (24.885 trabalhadores).
O órgão sindical diz que já avançou também com uma denúncia, junto da Comissão Nacional de Proteção de Dados, acusando a cadeia de supermercados de ter fornecido “a duas empresas externas” dados pessoais e intransmissíveis dos seus trabalhadores, “sem o consentimento dos mesmos”.
A votação decorreu através de uma plataforma gerida pela GFK. O processo foi auditado pela PWC, segundo o comunicado do grupo Jerónimo Martins.
O Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), em vigor desde 2018, determina coimas de até 20 milhões de euros, ou o correspondente a 4% do volume de negócios anual, para as empresas que utilizem dados pessoais sem consentimento explícito dos titulares.
O CESP explica ter conhecimento de casos de “chefias a acederam aos dados pessoais dos trabalhadores e votaram pelos mesmos” e de “trabalhadores que se encontravam de baixa” a serem “muito pressionados pelas chefias para irem à loja votar, sendo que já tinham votado por correspondência”.
“Este processo, na opinião do CESP, não foi transparente, excluiu os representantes dos trabalhadores de todo o processo e deveria ter sido imediatamente anulado, conforme ofício enviado ao Grupo e à ACT”, declara o sindicato.
O regime de banco de horas vigora entre a gestão do Pingo Doce desde 2014. No entanto, a lei (Lei 93/ 2019) foi alterada no último ano, determinando que, depois de 1 de outubro de 2020, a aplicação deste regime deve estar sujeita à aprovação, através de um referendo, de pelo menos 65% dos colaboradores.