Renovação no retalho, por Sérgio Leote (Michael Page Retail)
A experiência e o momento de consumo são cada vez mais pensados como um todo, para o qual concorrem muitas variáveis. Se atentarmos bem, veremos que esta preocupação é transversal e que vai desde as cadeias maiores até ao retalho mais tradicional
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Rita Gonçalves
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Por Sérgio Leote, Consultor Sénior da Michael Page Retail
Fazendo eco das palavras do incontornável José António Rousseau, mais concretamente do artigo que escreveu a 13 de Fevereiro de 2014 para o jornal Hipersuper, o perfil do consumidor está efectivamente a mudar. Neste excelente artigo, são feitas algumas reflexões e comentários sobre esta alteração do perfil do consumidor, que de resto subscrevo inteiramente, e que acho bastante pertinentes e actuais. E se é verdade que se aceitam estas ‘mutações’ do perfil de consumidor como algo quase ‘natural’, não é menos verdade que do lado da distribuição, desponta um verdadeiro sentimento de preocupação no sentido de se procurar uma adaptação a estas metamorfoses.
A experiência e o momento de consumo são cada vez mais pensados como um todo, para o qual concorrem muitas variáveis. Se atentarmos bem, veremos que esta preocupação é transversal e que vai desde as cadeias maiores até ao retalho mais tradicional.
Do lado das insígnias com maior representatividade no mercado, repetem-se as notícias de remodelações de lojas e de apresentação de novos conceitos de loja. Multiplicam-se as áreas e os serviços complementares que estas mesmas insígnias colocam à disposição do consumidor, tudo para que este se sinta bem e possa voltar. Mesmo nas insígnias que jogam na liga do dito ‘hard discount’, que durante muito tempo relegaram este tipo de preocupações para segundo plano, aparecem agora com outro tipo de filosofia, sendo vários os investimentos para a renovação das suas lojas no sentido de passarem a ter espaços mais aprazíveis.
Destacam-se também as apostas em lançamentos de serviços e áreas de negócio complementares, como as parafarmácias, gasolineiras, pão quente várias vezes por dia, estratégias de descontos mais agressivas e customizadas, plataformas online mais funcionais, entre outras.
O retalho dito tradicional também tem conhecido várias alterações e a forma como hoje se apresenta, sobretudo ao nível daquilo que são as novos conceitos que têm vindo a surgir, são hoje claramente marcados por uma abordagem e uma forma de estar completamente diferentes. Nota-se neste tipo de retalho uma preocupação com a sistematização de processos, com a adequação da oferta e flexibilidade da mesma. Multiplicam-se as soluções de conveniência e que procuram uma oferta adequada às necessidades do cliente.
Porém, os efeitos da alteração do perfil de consumidor, não se esgotam na alteração dos respectivos conceitos de loja. Também ao nível daquilo que hoje são os perfis a recrutar por parte do retalho, se notam alterações significativas. Provavelmente, nunca como hoje o retalho esteve tão permeável a perfis que viessem de fora do sector, procurando desta forma outro tipo de competências e perspectivas diferentes.
As apostas em CRM, no online e na diversificação da oferta, têm contribuído em larga escala para essa mesma diversificação. Acompanhando aquilo que é de resto a tendência de outros sectores, verifica-se que mesmo nas chamadas funções ‘core’, um alargamento do âmbito funcional e procuram-se hoje profissionais que possam ter uma perspectiva mais transversal do negócio e menos segmentada.