IVA penaliza vendas de chocolate, por Barata Simões (ACHOC)
“A elevada taxa de IVA atribuída a estes bens no mercado português restringe o seu consumo permanente ao longo do ano”

Rita Gonçalves
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Por Manuel Barata Simões, Secretário-Geral da ACHOC
Os portugueses continuam a ser um dos povos europeus que menos consome chocolate, segundo dados avançados pela Nielsen em 2012.
Apesar de se verificar um crescimento nos últimos anos – com este sector a valer actualmente cerca de 170 milhões em Portugal – a realidade é que o consumo nacional ainda se encontra abaixo da maioria dos países europeus.
Traçando uma visão geral sob o panorama europeu, Portugal fica bastante aquém em termos de consumo de chocolate: os portugueses consomem apenas cerca de 1,5 quilos per capita anuais, uma percentagem substancialmente reduzida quando comparada com outros países. Para tal, basta olharmos para o exemplo de Espanha ou Itália, países nos quais o consumo ultrapassa os 3 quilos per capita anuais ou, para a Inglaterra ou Alemanha, onde o consumo de chocolate chega a ser, até mesmo, bem superior a 9 quilos per capita anuais. Esta diferença significativa advém de vários factores, com predominância nos hábitos enraizados das culturas populacionais mencionadas: nestes países, o chocolate é considerado o alimento ideal para ser consumido a meio da manhã ou durante a tarde, como um complemento ou suplemento nas refeições básicas. Já em Portugal, o chocolate é ainda visto, frequentemente, como um presente ou gratificação.
A elevada taxa de IVA atribuída a estes bens no mercado português restringe também o seu consumo permanente ao longo do ano, incentivando a que as empresas produtoras apostem, cada vez mais, na sua exportação, o que demonstra que existe um reconhecimento especial da excelente qualidade do nosso chocolate.
Um dos grandes objectivos dos produtores de chocolate está relacionado com este aspecto: acabar com os picos sazonais na compra de chocolate, ou seja, levar o consumidor português a aumentar o seu consumo fora da época do Natal – um período sazonal com vendas na ordem dos 35 a 40% do total anual. É expectável que, este ano, apesar das circunstâncias, não se verifiquem especiais alterações, ou seja, que o chocolate continue a representar uma boa alternativa, possivelmente até mais comportável, enquanto oferta natalícia. Afinal, quem não gosta de receber um chocolate de grande qualidade, nesta época tão especial?
Embora hoje com menos expressão na opinião pública portuguesa, para alguns, o chocolate ainda está associado a mitos relacionados com maus hábitos alimentares. Esta visão está errada: o chocolate é um bem alimentar com uma carga emocional e psicológica muito forte, pelo que não é de estranhar que nesta fase que Portugal atravessa – grave crise económica, financeira e social – a população reforce o seu consumo, associando-o a uma promoção do bem-estar que todos necessitam.
De forma a combater esta visão impeditiva do consumo regular de chocolate durante o ano, os produtores apostam cada vez mais na inovação deste bem alimentar, incentivando os consumidores a revelarem mais “imaginação culinária” e apostando simultaneamente numa diversificação de apresentações mais apelativas das próprias embalagens. Este factor é evidente através do crescimento das vendas associadas ao chocolate de culinária, da razoável ‘estabilização’ na categoria das tabletes e do interesse renovado que os consumidores demonstram por novas propostas e por ‘sugestões’ mais criativas.
Estamos certos que uma boa exposição deste produto nos pontos de venda incentivará o impulso ao seu consumo, com benefícios para todos os operadores e para os próprios consumidores deste estimulante produto alimentar.