Aumento do IVA representará mais 17 euros anuais por lar em 2012
As contas são da Kantar Worldpanel que indica que o aumento do IVA no Grande Consumo poderá representar em média, um acréscimo de até 17 euros por ano, por lar. A quota das MdD, por sua vez, poderá atingir os 42% no próximo ano.
Victor Jorge
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Muitas têm sido as opiniões sobre o impacto do aumento do IVA nos produtos alimentares como consequência das medidas inseridas no Orçamento de Estado (OE) para 2012.
A Kantar Worldpanel fez as contas e chegou à conclusão que o aumento do IVA no Grande Consumo poderá representar em média, um acréscimo de até 17 euros por ano, por lar, sendo certo que este deverá ser o sector menos afectado relativamente a outras áreas, como o lazer, cultura, vestuário, bens duráveis e qualquer outra despesa considerada não essencial.
Sabendo-se que a actual conjuntura não contribui em nada para o índice de confiança dos consumidores, o segundo trimestre de 2011 registou uma pequena recuperação do consumo no lar, depois de nos primeiros três meses do ano se ter verificado uma forte retracção do consumo Fast Moving Consumer Goods (FMCG).
Reflexo desta realidade foi a menor retracção do gasto por acto de compra e um ligeiro aumento das visitas, mantendo-se o crescimento das Marcas da Distribuição (MdD).
Ou seja, os lares portugueses compraram, no acumulado deste ano até à data (YTD P9 2011), quase o mesmo mas em mais vezes (frequência de compra aumentou 1,4%).
Quanto às compras por volume e valor, a consultora indica uma estagnação no primeiro item, enquanto no segundo a evolução foi de 0,7%. Já o preço registou um incremento de 0,8% para o gasto efectuado por acto de compra ter decaído 1,9% face ao mesmo período de 2010.
Destaque para a evolução de algumas categorias, com relevância para o takeway, tendo sido a que mais evoluiu em volume e valor, sendo esta uma consequência clara da transferência do consumo não só para dentro do lar como também de uma tendência do consumidor levar a sua refeição para o local de trabalho, em prejuízo do canal Horeca.
Significativa foi a evolução da MdD (incluindo 1.º preço) que atinge no final do período em questão uma quota de 36,6% para nos produtos alimentares chegar aos 40%, prevendo a Kantar Worldpanel que, em 2012, essa quota possa chegar aos 42%, reflexo da procura por opções de substituição com o objectivo de contenção de custos.
Na comparação entre MdD e Marcas de Fabricante (MdF), as marcas dos retalhistas saem claramente vencedoras, verificando-se que, em valor, as MdD crescem 10% nas compras de FMCG (sem frescos), enquanto as MdF retraem 2,6%. Também em volume a oferta das marcas do retalho ganha, com uma evolução de 5,4% contra um decréscimo das MdF de 4,8%. Só mesmo no preço médio é que as duas se aproximam, com as MdD a subir 3%, enquanto as MdF evoluem 2,1%.
Com distribuição moderna a crescer (YTD) 3,1%, em valor, as compras ao Domingo contribuíram em 47,3% para esse crescimento, enquanto a colaboração dos Sábados atinge os 14,9% numa clara evidência de que os dias habituais de compra passaram a concentrar-se mais nos fim-de-semana.
Um reflexo da actual conjuntura, e mais importante da falta de confiança que existe no futuro, leva a que a percentagem das famílias que sentem mais a crise também tivesse aumentado, passando de 19%, em 2010, para uns actuais 22%, sendo estes também os mais pessimistas em relação a actual e futura conjuntura, admitindo que a crise irá durar pelo menos três anos.
Também é este o grupo de famílias que mais poupança procura na compra de MdD e 1.º Preço, com insígnias como Lidl e Minipreço a saírem beneficiadas por esta procura.
Neste aspecto, a consultora adianta que este é o grupo que muda o seu comportamento e local de compra, sendo mais comedido, focado no essencial e que faz mais refeições em casa, admitindo que este grupo de shoppers deverá aumentar em 2012.
Em conclusão, a Kantar Worldpanel antecipa alguns vectores que certamente se vão intensificar em Portugal, em termos genéricos, destacando as compras mais baratas e o “downtrading”, além de admitir que as principais insígnias da distribuição moderna vão ganhar mais importância e preferência e que existirão oportunidades de negócio para quem apresentar opções relacionadas com um maior consumo caseiro.