Programa TalentA volta a premiar o talento rural no feminino
Projeto de Daniela Lourenço, que recupera a tradição da cultura de café na Ilha Terceira, Açores, venceu a 5ª edição do programa lançado pela Corteva e pela CAP.

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Num país onde apenas um terço dos projetos agrícolas são liderados por mulheres, o Programa TalentA divulga e premia novos projetos desenvolvidos por mulheres empreendedoras. Lançado pela Corteva Agriscience, empresa global de ciência e tecnologia agrícola, e pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) voltou a destacar iniciativas empresariais no feminino.
A organização cita dados do Ministério da Agricultura e das Pescas que indicam que apenas 33% das mulheres lideram projetos agrícolas, “sendo por isso essencial apostar na participação das mulheres para assegurar o futuro do meio agrícola em Portugal”, defende.
Nesta 5ª edição, o júri, composto por representantes especializados de ambas as entidades, avaliou diferentes critérios, como a inovação, o combate à desertificação, o impacto e a sustentabilidade dos projetos inscritos, o empoderamento económico e a possibilidade de réplica de negócio.
Um café sustentável na Terceira
O Café das Duas Ribeiras, que pretende desenvolver a cultura do café na freguesia de São Bartolomeu de Regatos, na Terceira, Açores, recuperando a tradição do café nesta região, foi o vencedor desta edição do TalentA. Daniela Lourenço, de 37 anos, oriunda de uma família de agricultores, cresceu rodeada pela natureza e pelo trabalho no campo, trabalhando com o pai e ajudando na quinta da família. Depois de muitos anos à procura de alternativas, decidiu que a cultura do café era a forma correta de recuperar o amor pela sua terra e, ao mesmo tempo, de promover um projeto agrícola sustentável na região.
Iniciado em 2023, abrange todos os aspetos da produção, transformação e comercialização do café, com a intenção de revitalizar esta atividade e fortalecer a economia local, e pretende ser um projeto sustentável do ponto de vista ambiental, social e económico através da utilização de práticas agrícolas responsáveis e da formação contínua em matéria de produção de café de qualidade.
Sabonetes artesanais de leite de ovelha
Telma Lourenço, de 32 anos, foi distinguida com um dos prémios de finalista, pelo projeto Quinta Vale do Tourão, que alia a tradição e a inovação. A empreendedora rural cresceu na Quinta Vale do Tourão, onde trabalharam o seu pai e o seu avô. Representa a terceira geração de produtores de leite de ovelha e lidera um projeto pioneiro de transformação do leite de ovelha autóctone Churra Mondegueira em sabonetes artesanais. Esta raça em vias de extinção representa o compromisso do projeto com a preservação da biodiversidade local.
“Telma Lourenço assumiu a gestão da quinta da família e, face às dificuldades do mercado de laticínios, procurou alternativas que acrescentassem valor à produção. Assim nasceu a ideia de fazer sabão a partir do leite das ovelhas, oferecendo um produto inovador e sustentável”, revela a organização do TalentA. A produção é realizada de forma sustentável, com recurso a rega alimentada por painéis solares e gestão responsável dos recursos hídricos.
Valorizar a castanha
O outro prémio de finalista foi atribuído a Filipa Barros, engenheira biológica com vasta experiência em sistemas de gestão, segurança alimentar e formação, com a Bubacaios, uma empresa inovadora que se dedica à valorização integral da castanha. A inovação neste projeto reflete-se no desenvolvimento de produtos como snacks de castanha prontos a consumir, farinhas nutritivas e biomateriais derivados de subprodutos da castanha e do castanheiro. A Bubacaios aborda desafios como as alterações climáticas, a baixa rentabilidade e a falta de inovação no setor da castanha, contribuindo para a sustentabilidade ambiental, económica e social na região.
“O papel das mulheres empreendedoras no setor agrícola português é relevante, e acreditamos que será cada vez mais nos próximos anos. O Programa TalentA tem contribuído para impulsionar o talento e o empreendedorismo rural no feminino, capacitando e dando maior visibilidade aos projetos premiados”, afirma Clara Serrano, vice-presidente, Unidade de Negócios do Sul da Europa da Corteva Agriscience.
Já Luís Mira, secretário-geral da CAP, salienta o impacto que o Programa TalentA tem no setor agrícola. “Os projetos premiados sobressaem pela inovação e pela sustentabilidade, duas características essenciais para alavancar, rentabilizar e modernizar o setor. É com agrado que constatamos que as mulheres empreendedoras rurais em Portugal têm uma voz e um papel cada vez mais ativos”.
A vencedora da 5ª edição do programa vai receber um prémio financeiro de cinco mil euros e beneficiar de uma campanha de visibilidade. As duas finalistas vão poder utilizar o valor do prémio em formação adaptada aos seus projetos , como e-commerce, redes sociais, plano de negócios, técnicas comerciais, etc., e também vão ter acesso a uma campanha de visibilidade dos projetos.
O TalentA nasceu em Espanha em 2019 com o objetivo de destacar o papel das mulheres rurais no setor e apoiá-las no desenvolvimento dos seus projetos através de formação, visibilidade e financiamento. Desde então, o programa estendeu-se a nove países, incluindo Portugal, onde mais de 2.000 mulheres foram capacitadas.