Distribuidores acumulam maioria das queixas feitas à Deco em relação ao plástico
Desde junho, a Deco recebeu 835 denúncias de produtos embalados “excessiva ou injustificadamente” com plástico. A maioria diz respeito às frutas e legumes vendidas nas cadeias de distribuição
Ana Catarina Monteiro
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São as empresas da distribuição que acumulam mais queixas dos consumidores no âmbito da campanha #plasticoamais, lançada em junho pela Deco, explica Carolina Gouveia, porta-voz do projeto, ao Hipersuper.
A associação de defesa do consumidor revelou os resultados da campanha através da qual incentivou os consumidores a partilhem fotografias de produtos, cujas embalagens recorrem, “excessiva ou injustificadamente”, ao plástico. As mesmas foram remetidas para os respetivos produtores ou distribuidores, que regiram “positivamente”, destaca a responsável.
Face às 835 denúncias recebidas, desde junho, a Deco procedeu a dois tipos de interações com as empresas. Para já, entre “70 a 80 empresas” foram contactadas diretamente a partir dos casos denunciados. Além dessas, a associação reuniu com dez empresas, entre as quais Lidl, Pingo Doce, Continente, Aldi, Celeiro, Intermarché, Ikea e Auchan, que foram das empresas que mais queixas receberam. A estas, juntam-se a TAP e a P&G, que voluntariamente quiseram reunir-se com a Deco.
A maioria dos casos apresentados pelos consumidores (41,05%) diz respeito a produtos frescos, nomeadamente, às frutas e legumes vendidas nas cadeias de distribuição. O que justifica que sejam estas as as empresas com mais queixas acumuladas.
No geral, as empresas reagiram “positivamente” face à necessidade de tomar medidas. “E já algumas propuseram-se a fazer alterações”, explica a responsável.
A seguir aos frescos, a segunda categoria a surgir na lista é a de mercearia (19,35% das queixas), nomeadamente, produtos como os chás, cápsulas de cafés, bolachas ou bolos. “Os consumidores mostram-se muito incomodados com produtos que são embalados em conjunto e depois individualmente, como por exemplos as saquetas de chá, as cápsulas de café ou madalenas”, explica a porta-voz.
A categoria de take away representa 6,14% das queixas, a de laticínios absorve 5,36% e a de higiene 4,5%. A responsável dá como exemplos as “películas que separaram as fatias de queijo”, o plástico que envolve os packs de seis pacotes de leite, como por norma o produto é apresentado nos lineares, ou o excesso de plásticos também nos packs de sabonetes, que estão entre os casos que mais desagradam os consumidores.
O agrupamento de “outros” pesa 15,16% e engloba sobretudo produtos comprados online, como livros, destaca, que chegam a casa dos consumidores envolvidos em “demasiado plástico”, além de no necessário para garantir que o produto não se danifique durante a viagem até ao consumidor. Os talheres e outros acessórios de plástico, de utilização única, vendidos na restauração, cabem também neste valor.
A campanha conseguiu o envolvimento de 5346 consumidores, entre denúncias e interações, nas redes sociais e via email.
“Os consumidores perceberam corretamente a intenção desta campanha. 90% dos casos denunciados representam realmente casos de excesso de plástico, que pode ser eliminado”, realça a porta-voz.