Retalho alimentar: clientes online gastam mais em loja e são mais fiéis
O digital não passa apenas por um canal de vendas adicional. Este apresenta-se como uma alavanca para as vendas em loja, já que os consumidores online gastam também mais em loja e são mais fiéis
Ana Catarina Monteiro
Mercadona doou 1.300 toneladas de alimentos e produtos em Portugal no ano passado
UHU recebe selo EcoVadis Silver pela estratégia de sustentabilidade
Fruit Logistica 2025 arranca em Berlim com participação recorde e foco na inovação
“Os CTT estão posicionados em toda a cadeia de comércio eletrónico”
Grupo Totalmédia adota a marca Rhenus Logistics
Tetley lança passatempo em parceria com a SMEG
Bricomarché reconhecido como Marca Recomendada 2025
Nova máquina Super Bock à Pressão para uma cerveja em qualquer lugar
Salsa amplia presença na Índia
EcoX é a vencedora do SME EnterPRIZE e vai representar Portugal na final europeia da competição
As cadeias de retalho alimentar têm várias razões para não investir com total confiança no ecommerce, uma vez que este canal de vendas representa atualmente apenas 1,5% do total do volume de negócio da indústria alimentar, segundo o portal Retail Detail. Além disso, os custos logísticos permanecem ainda elevados e nem todos os clientes estão dispostos a pagá-los.
No entanto, o digital não passa apenas por um canal de vendas adicional. Este apresenta-se como uma alavanca para as vendas em loja, já que os consumidores online gastam também mais em loja e são mais fiéis.
Consumidores online gastam mais em loja
De acordo com o estudo “Accelerating the growth of e-commerce in FMCG” realizado pela Kantar Worldpanel em 2014, citado no mesmo portal, os consumidores offline da britânica Tesco gastam 29% do seu orçamento anual para compras nas lojas da retalhista, enquanto os que intercalam entre os canais online e offline despendem 46% do orçamento em compras na cadeia. Isto não significa que gastam mais porque compram adicionalmente no online. Segundo o estudo, o seu gasto em loja é também mais elevado, comparando com os clientes que compram apenas em loja. A consultora denotou situações similares em cadeias como Asda e Sainsbury’s, concluindo que as retalhistas que se esforçam para atrair consumidores online, colhem frutos também no canal físico, sem risco de canibalização.
Estratégia omnicanal fomenta fidelização
A sinergia entre o online e o offline traz vantagens em termos de fidelização dos clientes. A cadeia de retalho holandesa Albert Heijin conseguiu incrementar a fidelização dos clientes graças aos shoppers no omnicanal, além de ter aumentado 6,9% da sua base de clientes e 15% da faturação, segundo a mesma fonte, citando dados da GfK. O canal online pesa 3% nas vendas da retalhista holandesa, acima da média da indústria. O crescimento da cadeia deve-se apenas à performance do comércio eletrónico.
Assim, podemos concluir que os consumidores que compram nos dois canais representam a maior oportunidade para as cadeias de supermercados. Além de gastarem mais online e offline, são mais fiéis à cadeia, despertando também o interesse das marcas. A consultora Kantar diz que os compradores online estão vocacionados para os produtos de marca e que 55% dos e-shoppers utilizam a mesma lista de artigos em cada momento de compra, no mesmo retalhista.