‘Millenials’ lideram mercado de trabalho na próxima década. A sua empresa está preparada?
Com a mobilidade e flexibilidade que a tecnologia oferece, hoje é possível trabalhar a partir de qualquer lugar que não seja o escritório físico. Esta pode ainda não ser uma realidade para o mercado de trabalho em geral, mas é uma das exigências da geração ‘millenial’ . Na próxima década esta é a geração que domina o mercado de trabalho e, com ela, não são só os espaços de trabalho que mudam, são também as formas de fazer negócios. A sua empresa está preparada?
Ana Catarina Monteiro
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“Metade dos espaços de trabalho hoje estão vazios. O trabalho deixou de ser um lugar fixo e passou a ser uma atividade a realizar. Preparem-se para os escritórios líquidos”, atira Francisco Vázquez, presidente da consultora espanhola 3gOffice, dando assim início à Workplace Conference – Beyond 2020 Lisboa. O ciclo de conferências internacionais passou pela capital portuguesa no passado mês de abril, para debater sobre como vão funcionar as equipas de trabalho a partir de 2020.
Os nativos digitais, que “na próxima década representam a maior fatia da população ativa”, estão a abrir caminho a diferentes formas de trabalho. No entanto, as empresas encontram ainda algumas dificuldades na adaptação dos espaços corporativos aos novos talentos, arriscando-se a “não sobreviverem no futuro”.
“Ecossistemas” criam mais valor
“O digital é um mundo diferente, com regras diferentes”, avança Beatriz Lara, CEO (chief executive officer) da Imersivo. Para a profissional ligada à transformação tecnológica, no futuro as empresas serão “ecossistemas de criação em torno de uma marca com valores de sustentabilidade”. Este conceito de “trabalho colaborativo, funciona quando damos ‘empowerment’ aos indivíduos”, sendo que o “principal ponto de viragem está nas mãos dos gestores médios e de topo”. O futuro do emprego é o “desemprego”, considera. “Não porque fiquemos sem trabalho mas porque vamos assistir a ciclos mais curtos nas ligações dos profissionais às empresas, que terão de se adaptar à mobilidade procurando talento externo”.
Javier Creus, fundador da empresa Ideas for Change, acredita que há um aspeto a ter em conta quando se fala de tecnologia e negócios: a “partilha”. “As empresas precisam atualmente de partilhar para gerar valor. A
Google, por exemplo, criou o sistema operativo ‘Android’ e partilhou-o com as produtoras de ‘smartphones’. Hoje, está presente em 80% destes dispositivos, mas quem surge no ecrã são as marcas. Na indústria automóvel, a Tesla criou “Ferraris elétricos” reunindo peças de outras empresas. Estas ficaram a ganhar, embora quem assine o produto seja a Tesla”.
Fundado sobre a base da partilha, o negócio da Wikipédia vale atualmente “40 milhões de euros”. “Este é um exemplo claro da confluência entre tecnologia e colaboração. Dá serviço todos os meses a 500 milhões de indivíduos no mundo, através de conteúdos fornecidos por qualquer um que queira partilhar conhecimento”, destaca o responsável.