Retalho não alimentar perde 53 mil pontos de venda em seis anos
Nos últimos seis anos, o setor retalhista de base não alimentar, com operação na Europa Ocidental, perdeu 53 mil pontos de venda, um quarto da sua oferta comercial. Miguel Faias, Retail Manager na filial portuguesa da consultora GFK faz o balanço da evolução desta indústria nos últimos anos
Rita Gonçalves
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O setor retalhista de base não alimentar (lojas de informática, eletrodomésticos e telecomunicações, entre outras), com operação na Europa Ocidental, perdeu 4500 pontos de venda no último ano, revelou hoje Miguel Faias, retail manager na filial portuguesa da consultora GFK, por ocasião de uma conferência, organizada pela consultora, que reuniu centenas de profissionais, no Museu do Oriente em Lisboa.
Esta redução de pontos de venda tem-se registado de forma contínua ao longo dos últimos anos, dá conta Miguel Faias, e está relacionada com o “desaparecimento de canais de venda independentes dedicados ao mercado eletro, fotografia e telecomunicações, por exemplo”. Nos últimos seis anos, o setor perdeu 53 mil pontos de venda, um quarto da sua oferta.
Além de estar relacionada com o desaparecimento de alguns pontos de venda de retalho especializado, o menor parque de lojas está ligado, também, certamente, à evolução do canal online. “Na Europa Ocidental contabilizámos 13.500 sites com carrinho de compras no ano passado”.
Mas há setores a crescer. Pelo contrário, expandiram os operadores com “lojas especializadas em informática ou de cadeias multi-marca”.
Concretamente Portugal, também registou no ano passado um “ligeiro decréscimo” em pontos de venda. “A tendência é negativa mas o cenário não é tão negro como na Europa”, sublinha Miguel Faias, onde o setor “perdeu mil pontos de venda”.
Há mais uma diferença “interessante” de analisar entre o conjunto do mercado europeu e o português, considera o especialista em retalho. “Na Europa, os canais especializados, como as lojas de telecomunicações, informática ou eletrodomésticos, têm mais peso do que o das cadeias multiespecialistas que têm naturalmente menos quota de mercado. Em Portugal, pelo contrário, as cadeias especialistas multimarca têm mais peso. “A quota de mercado é 12 vezes superior em relação à oferta de número de pontos de venda”, explica.
Com os índices de tráfego e vendas em centros comerciais em crescimento nos últimos três anos, onde há pelo menos uma cadeia multi-especialista, as expectativas para 2016 são de um crescimento ligeiro. “Expectamos que o mercado de retalho não alimentar suba 1% este ano, mas não esperamos grande oscilação no volume de negócios do setor”.
Os retalhistas com operação em Portugal privilegiaram os shoppings para a abertura de novas lojas, mais do que qualquer outro formato. “Depois de um período de estagnação, este ano, o País já inaugurou um novo centro comercial, em Braga, e vai receber o shopping da Ikea no próximo ano. Este investimento em espaços comerciais deixa espaço de crescimento para a expansão de lojas de base não alimentar, sobretudo dos distribuidores multi-especialistas que privilegiam a expansão em centro comercial ”.