30 anos de comércio alimentar. O que mudou, segundo João Vieira Lopes (Confederação do Comércio)
Com a chegada do primeiro hipermercado, corria a ideia de que este formato iria ditar o fim dos já existentes. “Não se concretizou. O mercado reparte-se. Tal como agora o mercado se vai repartir para a expansão do comércio eletrónico”, conta o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes

Rita Gonçalves
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No final dos anos 1970, em Portugal, existiam 42 mil pontos de venda de comércio alimentar e cerca de 1.000 lojas grossistas, conta o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, que está próximo deste mercado há mais de 30 anos, por ocasião do “Fórum 30 anos da Distribuição Moderna em Portugal – Que futuro?”, que teve lugar na passada segunda-feira na Alimentaria&Horexpo 2015, na Feira Internacional de Lisboa.
O mercado ajustou-se e atualmente existem um terço daqueles pontos de venda no nosso País. “Quando cheguei a este mercado espantava o número de pontos de venda por habitante que existiam em Portugal. Pelo menos três fatores principais contribuíram para este fenómeno”, explicou João Vieira Lopes.
“Logo a seguir a 1974, regressaram mais de meio milhão de portugueses e muitos, devido ao baixo investimento, criaram negócios no setor alimentar e na restauração. Além disso, deu-se o regresso de emigrantes portugueses em França que apostaram em força na abertura de minimercados. Por último, o fecho de grandes empresas, como as de siderurgia por exemplo, deixou muita gente no desemprego que aproveitou, tirando partido do recebimento do subsídio de desemprego de uma vez só, para também criar negócios no retalho”.
Enquanto na Europa desenvolvia-se a tendência para reduzir o número de espaços comerciais aumentando, no entanto, a dimensão das lojas, Portugal navegava “contra a corrente”.
Em novembro de 85, Portugal abre as portas do primeiro hipermercado Sonae, mas havia já um Pão de Açúcar em Cascais, loja que fazia as delícias dos lisboetas. “Foi um fenómeno e marcou o início de uma nova era no retalho. O consumidor, habituado a uma oferta orientada, passou a ter uma oferta muito diversificada que chegou pela mão de muitas multinacionais que regressaram a Portugal com a adesão do País à Comunidade Económica e Europeia”. O passeio em família ao fim de semana passou a incluir a visita demorada às grandes superfícies.
Com a chegada do primeiro hipermercado, corria a ideia de que este formato iria ditar o fim dos já existentes. “Não se concretizou. O mercado reparta-se. Tal como agora o mercado se vai repartir para a expansão do comércio eletrónico”.
“Hoje, Portugal tem cerca de quatro milhões de metros quadrados de grandes superfícies e cerca de 3,5 milhões de metros quadrados de centros comerciais. E estamos numa nova fase que passa pela valorização do comércio de proximidade, fruto de uma população que continua a envelhecer, a perder mobilidade e valorizar a comodidade e de uma geração de jovens que não querer perder tempo do seu fim de semana nos espaços comerciais”.
João Vieira Lopes conclui: a evolução do comércio reflete a evolução económica do País e da sua mentalidade”.