65% de resíduos elétricos não passam por sistemas de reciclagem na Europa
Na Europa, 4,7 milhões de toneladas de resíduos elétricos e eletrónicos são incorretamente geridos, sendo que 400 mil toneladas de aparelhos descartados são exportados para outros países sem documentação, de acordo com a investigação financiada pela União Europeia (UE) Countering WEEE Illegal Trade (CWIT)
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Ana Catarina Monteiro
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Na Europa, 4,7 milhões de toneladas de resíduos elétricos e eletrónicos são incorretamente geridos, sendo que 400 mil toneladas de aparelhos descartados são exportados para outros países sem documentação, de acordo com a investigação financiada pela União Europeia (UE) Countering WEEE Illegal Trade (CWIT).
Levado a cabo durante dois anos, o estudo sobre o funcionamento do mercado de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) indica que 1,3 milhões de toneladas de aparelhos eletrónicos descartados saíram da UE através de exportações sem documentos, dos quais 30% – cerca de 400 mil toneladas – tratam-se de resíduos e 70% de equipamentos ainda a funcionar.
Na Europa, apenas 35% (3,3 milhões de toneladas de um total de 9,5 milhões de toneladas) de REEE e equipamentos usados (ainda a funcionar) descartados por empresas e consumidores em 2012 acabou em sistemas de encaminhamento e valorização de resíduos oficiais, como é exemplo a Rede Electrão em Portugal.
A nível nacional, estima-se que este valor seja de cerca de 25%, o que signfica que todos os outros resíduos vão para sistemas não formais, lixo indiferenciado ou não há registo deles.
A segurança não está garantida nem mesmo nos poucos estados membros da UE com sistemas de reporte robustos e eficientes, monitorização de esforços despoluidores e processos de tratamento segundo as normas, como conclui o relatório do CWIT. O roubo generalizado de componentes valiosos destes resíduos, como placas de circuito impresso e metais preciosos, resulta em perdas significativas de materiais e recursos estimadas entre os 800 milhões de euros e os 1,7 mil milhões de euros.
O projeto CWIT, financiado pela União Europeia, foi desenvolvido em Portugal pela Amb3E, Associação Portuguesa De Gestão De Resíduos, enquanto membro do WEEE Forum.
Responsável pela Rede Electrão, a associação portugesa forneceu informações sobre a realidade portuguesa, como dados quantitativos sobre recolhas de REEE, identificação dos ‘stakeholders’ envolvidos na indústria dos REEE no País, e os mecanismos que reforçam o correto encaminhamento destes resíduos para os canais formais.
A nível internacional, o projeto contou com a condução da INTERPOL, Universidade das Nações Unidas (UNU), Instituto Inter-regional de Investigação de Crime e Justiça das Nações Unidas (UNICRI), o WEEE Forum, a Cross Border Research Association, Zanasi & Partners e Compliance and Risks.
De acordo com Pascal Leroy, secretário-geral do WEEE Forum, “o fluxo de equipamentos elétricos e eletrónicos são, de todos os fluxos de resíduos mundiais, aquele que tem maior crescimento. Se juntassemos todo o lixo eletrónico mal gerido na Europa, poderíamos construir com ele um muro de dez metros de altura, que fosse de Oslo até à ponta mais distante de Itália. Os componentes e metais valiosos, incluindo matérias-primas críticas, precisam de ser recolhidos de forma segura e reciclados ao máximo”.
Um estudo da UNU do ano passado permitiu concluir que os materiais nocivos para a saúde humana e ambiente contidos nas 41,8 milhões de toneladas de aparelhos descartados incluem chumbo no vidro (2,2 milhões de toneladas), baterias (300 mil toneladas), mercúrio, cádmio, chrómio e substâncias que destroem a camada do ozono (CFCs, 4 400 toneladas).