Edição digital
PUB
Distribuição

2014 em revista. O que marcou o comércio em Portugal

Passámos a pente fino o ano de 2014 no sector da distribuição, num texto dividido em três temas: legislação, tecnologia e insígnias

Rita Gonçalves
Distribuição

2014 em revista. O que marcou o comércio em Portugal

Passámos a pente fino o ano de 2014 no sector da distribuição, num texto dividido em três temas: legislação, tecnologia e insígnias

Rita Gonçalves
Sobre o autor
Rita Gonçalves
Artigos relacionados
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
ESG
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Logística
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
ESG
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Retalho
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
Alimentar
Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares
Não Alimentar
Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores
Alimentar
LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social
Bebidas
Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser
Produção
Zippy convida as famílias a explorarem as suas emoções de forma inclusiva
Retalho

O último ano foi marcado pelas alterações legislativas nas actividades de comércio e por um avanço na tecnologia, sobretudo ao nível das soluções de pagamentos, disponíveis no retalho nacional.

1. ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO DO COMÉRCIO

Fevereiro – Entrada em vigor das PIRC

A 25 de Fevereiro de 2014 entrou em vigor o regime jurídico que impôs regras às práticas comerciais entre a distribuição e os fornecedores. O diploma das Práticas Individuais Restritivas do Comércio (PIRC) surgiu para combater os conflitos entre retalhistas e pequenos produtores. A distribuição representava, em Fevereiro do ano passado, cerca de 80% do comércio agro-alimentar e era dominado por dois grupos de distribuição com 50% de quota de mercado.

Com o objectivo de garantir mais transparência nas relações comerciais e assegurar que os preços praticados fossem os mais justos para toda a cadeia de abastecimento, o regulamento gerou polémica junto dos distribuidores, que anunciaram “impactos negativos”. Apesar de o Governo a considerar um impulso para as exportações, a APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição) solicitou de imediato a revisão do regime, alegando que “as normas em causa do são fonte da maior turbulência no sector, alimentar e especializado, e geradoras de elevadíssima incerteza jurídica, a pior ‘inimiga’ da Economia”, pela voz de Ana Isabel Trigo Morais, Directora-Geral da associação.

Junho – Agenda para a Competitividade do Comércio

Mas as alterações de sistema legislativo para o comércio não ficaram por aqui. Em Junho do ano passado, o Governo aprovou um conjunto de 36 medidas com o objectivo de fazer com que os sectores do comércio, serviço e restauração “liderem o processo da retoma económica” até 2020, informou o ministério da Economia. Com a Agenda para a Competitividade do Comércio, Serviço e Restauração (ACCSR) 2014-2020, o Governo pretende aumentar os trabalhadores com altas qualificações no comércio e serviços para 28% (em 2013 o valor era de 23%), colocar a exportação de serviços a representar 14% do PIB e aumentar as empresas do comércio que recebem encomendas via Internet para os 35% (21% em 2013).

Entre as medidas, destacou-se o apoio governamental a projectos de qualificação comercial que apostassem no emprego e que modernizassem os centros urbanos com oferta de proximidade.

O incentivo à modernização do comércio foi de 40 milhões de euros, “20 milhões em incentivos mais 20 milhões de linha de crédito para estes projectos em ambiente rural e urbano”, explicou o ministério acerca da nova fase da Comércio Investe. As medidas previam ainda a introdução do livro de reclamações electrónico, a revisão do código da publicidade (adequado à economia digital e ao comércio electrónico) e a criação de processos de contratação.

Dezembro – Lei da Fiscalidade Verde

Já no final do ano, reacenderam as contestações dos comerciantes, desta vez por causa da Lei da Fiscalidade Verde, que vai aumentar as taxas sobre os sacos de plástico à venda ao público, que passam a custar dez cêntimos em Fevereiro. Neste momento, decorre o período de adaptação do comércio à nova lei, cujas contribuições revertem para a Autoridade Tributária e Aduaneira.

Dezembro – Novas regras para a informação nos rótulos

As novas regras relativas à declaração nutricional obrigatória em todos os géneros alimentícios pré-embalados, entram em aplicação apenas no final de 2016. No entanto, em Dezembro do ano passado, entrou em vigor a legislação relativa à prestação de informação nos rótulos, sobre os géneros alimentícios. Todos os estabelecimentos de restauração e cafetaria, desde as grandes empresas fornecedoras de estabelecimentos públicos (como escolas, hospitais, entre outros), ou empresas privadas, até aos estabelecimentos mais pequenos, são obrigados a prestar informação sobre os alergénios dos alimentos confeccionados e vendidos ao público.

Nos produtos embalados ou pré-embalados, os alergénios passaram a ser destacados na própria lista de ingredientes, em vez de ter um resumo à parte. Na restauração e cafetaria, os estabelecimentos são obrigados a apresentar, de forma visível, a indicação de que dispõem da informação sobre os alergénios dos produtos à venda, assim como capacidade para responder aos clientes interessados.

A lista de substâncias ou produtos que provocam alergias ou intolerâncias apresentada pelo Regulamento é constituída, nesta fase, por 14 alimentos e derivados com potencial alérgico, embora possa vir a ser alterada, à medida que novas informações forem surgindo.

A lei indica ainda que os rótulos dos produtos têm que apresentar uma dimensão mínima dos caracteres com vista a facilitar a leitura. Também nas vendas à distância, como a via online, são obrigados a disponibilizar toda a informação relativa ao género alimentício.

A data de congelação da carne, preparados de carne congelada e produtos de pesca congelados não transformados, passa também a ser obrigatória, além da indicação da origem para todas as carnes (fresca, congelada, refrigerada, mesmo que picada e bovino). Esta regra entra em vigor a 1 de Abril 2015.

Outra das alterações da declaração nutricional é que o sódio passa a aparecer como “sal”, embora possa ser complementado com a declaração de que o teor de sal se deve exclusivamente à presença natural de sódio. As declarações acerca de vitaminas ou sais minerais que não representem mais de 5%, não podem ser incluídas na informação nutricional, sendo que a referência ao colesterol deixa de ser permitida.

O consumidor passam, assim, a ter “acesso a mais informação, mais clara, precisa, objectiva e assim poderá passar a fazer escolhas mais informadas”, como sublinhou Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

2. TECNOLOGIA NO RETALHO NACIONAL

Outubro – Primeiro ATM de bitcoins em funcionamento

Em 2014, o primeiro ATM de bitcoins em Portugal começou a funcionar no centro comercial Saldanha Residence, em Lisboa. Na véspera da inauguração da máquina, que converte euros na moeda digital, o Banco de Portugal emitiu um alerta a relembrar os consumidores para “os riscos de utilização e de comercialização de moedas virtuais”.

A bitcoin é a primeira moeda electrónica com um software próprio oficial. A rede onde é distribuída é apenas composta por utilizadores, o que lhe confere uma base de segurança e liberdade. Nenhum banco ou processador de pagamentos é necessário para transaccionar a moeda, como é referido na página da Bitcoin Portugal.

A alternativa aos meios de pagamentos convencionais permite pagar com qualquer dispositivo, e através de SMS, e-mail, redes sociais, com o telemóvel ou pessoalmente. Com este modo de pagamento é possível vender para qualquer parte do mundo e o comerciante pode ainda controlar as devoluções. Todas as tarefas são geridas pela rede, onde não existe nenhuma autoridade a controlar as transacções. Esta autonomia faz com que nenhum utilizador corra o risco de a sua conta ser bloqueada.

Actualmente, mais de 21 mil estabelecimentos comerciais já dispõem de sistemas de pagamento através de bitcoins, via Coinbase, em todo o mundo.

Alguns gingantes do retalho, como a Amazon, Overstock, CVS e Expedia, já adoptaram o sistema de pagamento, que transporta o dinheiro para o mundo virtual.

A opção está a difundir-se rapidamente pelos pontos de vendas de todo o mundo. Durante o ano passado, a Overstock decidiu, inclusivamente, passar a pagar os bónus aos seus colaboradores com as moedas electrónicas.

Segundo a Mashable, um indicador significativo que dá conta da evolução é o valor das transacções de bitcoins, durante os dias da Black Friday e da Cyber Monday.

Em 2013, o número escalou de 99 (US) dólares, transaccionados em bitcoins em 2012, para os 6 296 dólares, na Black Friday. Por sua vez, 487 milhões de dólares foram transaccionados no dia de promoções, dedicado ao e-commerce. Em Novembro de 2013, o valor de cada bitcoin aumentou mais de mil dólares.

SIBS lança solução de pagamentos móveis

Ainda durante o mês de Outubro do ano transacto, a SIBS lançou o serviço MB WAY, que permite fazer compras e transferências bancárias instantâneas através de smartphone ou tablet, com sistema iOS ou Android, de forma segura, simples e cómoda. A empresa garante que o serviço está totalmente disponível a partir de Abril de 2015.

“Trata-se da primeira solução de pagamentos móveis do sistema bancário português para fazer compras e transferências instantâneas, utilizando apenas o número de telemóvel ou email”, explicou Luís Flores, Administrador do Grupo SIBS.

Com o MB WAY, basta introduzir o número de telemóvel ou o email para fazer a compra ou transferir dinheiro de forma instantânea. O serviço é totalmente seguro “porque o utilizador não tem de partilhar os seus dados bancários com o comerciante ou com o destinatário da transferência. Além do PIN que é sempre usado para validar as operações, é definido um montante máximo de utilização diário”.

Como explicou Luís Flores, o serviço representa a “evolução natural do Multibanco e funciona como mais um canal para que os clientes bancários façam compras e transferências.

3. O ANO DOS GRUPOS DE DISTRIBUIÇÃO

Janeiro – DIA abre primeiras lojas Clarel em Portugal

A DIA Portugal inaugurou, no início de 2014, as primeiras lojas da insígnia Clarel, cadeia de distribuição especializada na venda de produtos de cuidado pessoal, higiene, beleza e do lar.

Lisboa, Odivelas e Vila Nova de Gaia receberam as primeiras quatro unidades da insígnia do Grupo Dia, fruto da aquisição da rede de lojas Schlecker, na Península Ibérica.

No início de Fevereiro, foram inauguradas mais quatro lojas, nas localidades de Viana do Castelo. As lojas apostam numa “imagem moderna, funcional e agradável, estão localizadas em centros urbanos, com uma área de vendas entre os 160 e os 260 metros quadrados, com um sortido de produtos com aproximadamente 5 000 referências”, organizado em seis secções: beleza, higiene, infantil, animais, drogaria e alimentação. Actualmente, a insígnia tem 50 lojas em Portugal.

Julho – Auchan abre primeira clínica de ‘telemedicina’ em Portugal

O grupo Auchan, em parceria com uma empresa externa, abriu em Julho do ano passado, uma clínica médica, junto do Jumbo em Almada. A cadeia francesa queria avaliar a prestação do conceito, no qual um enfermeiro atende doentes sem marcação entre as 10 horas e as 24 horas, com o custo de 30 euros, sendo que o contacto com o médico é feito através de sistemas de telemedicina ou videoconferência. Para um serviço de saúde rápido e acessível, a Clínica do Centro dispunha de um enfermeiro para a colheita de sinais e sintomas, enquanto o médico fazia o diagnóstico e a proposta terapêutica. A Saúde 3.0, que já havia estabelecido uma parceria com o grupo para os espaços de saúde, bem-estar e ópticas, ficou responsável por explorar o modelo de negócio.

A Ordem dos Médicos (OM) pediu entretanto esclarecimentos à Entidade Reguladora da Saúde e à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo sobre as condições de licenciamento do projecto, que acredita ser uma “forma de vender gato por lebre e transformar a medicina num mero comércio, que será potencialmente prejudicial”.

A entidade veio a público ameaçar instaurar processos disciplinares a todos os médicos que estejam a praticar “em primeira linha” a telemedicina em clínicas instaladas em espaço comerciais. Na perspectiva dos médicos, “associar a prestação de cuidados médicos a uma actividade de comércio a retalho constitui uma flagrante violação deontológica da profissão e a definitiva imposição de um modelo mercantilista na saúde”. No entendimento da OM, “a situação viola de forma objectiva os artigos 94º a 97º do Código Deontológico da Ordem dos Médicos (CDOM), que regulam a utilização da telemedicina, e não cumpre o dever de protecção de dados e confidencialidade defendido pela Comissão Nacional de Protecção de Dados.

No entanto, há quem entenda que não tarda muito para este ser um modelo de negócio comum na sociedade. A oferta de serviços médicos nos supermercados é uma tendência internacional e começou nos Estados Unidos, em gigantes como a Walmart e a Target. Sem centros de saúde ou urgências hospitalares acessíveis a qualquer cidadão, o conceito ganhou fama por todo o mundo, à excepção da Europa.

Agosto – Continente estreia listas de compras através de códigos de barras

O Continente, do grupo Sonae, foi a primeira marca do retalho a lançar uma aplicação que permite criar listas de compras, automaticamente e em qualquer lugar, através da leitura dos códigos de barras dos diferentes produtos. O funcionamento é simples. Para a utilizar, o cliente necessita de ter instalada no seu smartphone a aplicação Listas Continente.pt. Em seguida, basta ler o código de barras do produto que pretende e adicioná-lo à sua lista de compras. A grande vantagem é que o pode fazer em qualquer local, como por exemplo na comodidade de sua casa. Uma simples ‘visita’ à dispensa ou ao frigorífico permitirá ao cliente identificar os produtos que estão a terminar, ler os códigos de barras das embalagens e adicionar os respectivos produtos à lista de compras.

Depois de criada a lista, o utilizador pode, em qualquer altura, enviá-la para o carrinho da loja online. Por fim, só tem de aceder à loja online no seu computador, finalizar a encomenda e aguardar pela entrega em casa.

A aplicação encontra-se disponível gratuitamente para os sistemas operativos iOS e Android.

Mas as novidades da Sonae não se ficaram por aqui. Já no final do ano, a retalhista lançou um novo formato de negócio, virado para os animais.

Dezembro – Novo conceito de loja Sonae

A primeira loja ZU abriu na galeria do Continente de Matosinhos, no Porto, em Dezembro de 2014. O projecto nasceu com o objectivo de responder à necessidade das famílias em encontrar produtos e serviços especializados para cães e gatos. Com o novo conceito de ponto de venda, a Sonae, que detém a cadeia de hipermercados Continente, passou a comercializar “uma alargada gama de produtos das melhores marcas”, no que concerne a alimentação, produtos de higiene, têxteis, brinquedos e acessórios para cães e gatos.

Para já, a retalhista não prevê, ainda, a expansão geográfica do modelo de negócio mas já pensa no aumento da oferta. O grupo prevê o “alargamento da actividade a curto prazo”, e pretende passar a disponibilizar outros tipos de serviços para os animais, sendo que está confirmado um alargamento da oferta “ainda no primeiro trimestre de 2015”, com o lançamento de serviços veterinários, banhos, tosquias e treinos.

A insígnia promete revolucionar este segmento de mercado, proporcionando importantes mais-valias, que o grupo prevê que atinjam o reconhecimento das famílias, brevemente.

Marcas próprias da Sonae ganham 10 novos destinos

O ano foi positivo para o grupo, além de alargar a oferta ganhou mais destinos para onde exportar os produtos.

A retalhista alargou a actividade internacional durante os primeiros nove meses de 2014, aumentando a exportação de produtos na área alimentar. Ao todo, dez geografias foram acrescentadas ao portefólio de operações da empresa, o que fez com que “o volume de exportações aumentasse significativamente face ao mesmo período do ano anterior”, segundo Luis Moutinho, CEO da Sonae MC..

A aposta da Sonae MC no “wholesale” destaca os produtos das marcas por si desenvolvidas, nomeadamente a Continente, a Continente Gourmet, a É Continente, a Área Viva, a

Entre os mercados de exportação estão Cabo Verde, China Continental, Chipre, Croácia, Eslovénia, Macau, São Tomé e Príncipe, Sérvia, Tailândia e Timor, entre outros.

 Novembro – Jumbo continua a ser o mais barato

Depois de visitar 500 supermercados, em todos os distritos de Portugal, a Deco Proteste verificou que o Jumbo tem os preços mais baratos.

“Na morada certa, pode poupar € 350 por ano” revelou a organização sem fins lucrativos que, entre Julho e Setembro do ano passado, analisou mais de 40 mil preços para dois cabazes, sendo que cada um correspondia a um tipo de consumidor. Ao todo, foram seleccionados 83 produtos de características definidas, para um consumidor que privilegia as marcas de fabricante mais vendidas ou para quem combina marcas de fabricante com outras igualmente económicas.

A Deco apurou ainda que o Pingo Doce aproximou-se do Jumbo e ultrapassou o Continente com os preços mais baixos.

78 concelhos do País e quatro lojas online foram analisados. Globalmente, os preços do hipermercado do grupo Auchan são em média 11% mais baratos do que a cadeia que ocupa o último lugar do ranking, a SPAR.

Dezembro – Intermarché entrega prémios à produção nacional

A cadeia de hipermercados Intermarché lançou um concurso para premiar os três projectos que melhor combinaram inovação, sustentabilidade e respeito pelas origens, em Portugal. Os vencedores da primeira edição do Prémio Intermarché Produção Nacional foram conhecidos numa cerimónia, no Centro Cultural de Belém.

A Atlantic Sun Farms Portugal, na categoria de Legumes e preparados de legumes, a Cooperfrutas – Cooperativa de Produtores de Fruta e Produtos Hortícolas de Alcobaça, na categoria de Frutas e preparados de fruta, e a Fio Dourado – Transformação e Comercialização de Produtos Olivícolas, na categoria de Produtos Processados, foram as empresas vencedoras.

O Intermarché assegurou o escoamento dos produtos dos premiados, durante um ano, sendo que a margem é repartida entre o produtor e a cadeia de distribuição, que garantiu também a visibilidade dos projectos e dos produtos em diversos meios, incluindo em loja.

A primeira edição do Prémio Intermarché Produção Nacional contou com o Apoio Institucional do Ministério da Agricultura e do Mar e do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, e teve como parceiros associados a Confederação dos Agricultores de Portugal, a Faculdade de Medicina Veterinária, o Instituto Superior de Agronomia e a Quercus.

 

Sobre o autorRita Gonçalves

Rita Gonçalves

Artigos relacionados
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
ESG
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Logística
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
ESG
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Retalho
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
Alimentar
Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares
Não Alimentar
Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores
Alimentar
LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social
Bebidas
Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser
Produção
Zippy convida as famílias a explorarem as suas emoções de forma inclusiva
Retalho
ESG

Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor

A Staples é o primeiro cliente da EDP em Portugal a escolher, em simultâneo, soluções de energia elétrica, comunidades de energia solar e mobilidade sustentável. A retalhista sublinha que esta parceria permite, por exemplo, produzir localmente metade da energia que necessita diariamente e partilhar a energia restante com vizinhos.

A Staples escolheu a EDP Comercial como fornecedora de uma solução integrada para a descarbonização do consumo elétrico da empresa, combinando fornecimento de energia, produção local de energia solar para consumo próprio e partilha com vizinhos e mobilidade elétrica conectada à rede pública MOBI.E.

Esta parceira inclui a instalação de comunidades de energia em mais de 20 lojas por todo o país: os Bairros Solares EDP terão uma capacidade combinada de cerca de 2,5 MWp e uma produção anual estimada de aproximadamente 3,5 GWh. Esta energia limpa vai permitir evitar a emissão de cerca de 1.800 toneladas de CO2 por ano, que seria emitido para produzir a mesma eletricidade a partir de fontes poluentes.

A instalação destas centrais solares vai permitir à Staples uma independência da rede elétrica de aproximadamente 50%  e partilhar estes benefícios com cerca de dois mil vizinhos. Podem aderir famílias ou empresas que se encontrem num raio de dois quilómetros das lojas Staples aderentes, ao inscreverem-se no site da EDP Comercial (edp.pt/bairro-solar).

Para além de promover o uso de eletricidade renovável nas comunidades em que está inserida, esta parceria permite à Staples alcançar poupanças de mais de 60% no custo mensal com eletricidade e reduzir significativamente a sua pegada ambiental. Já os vizinhos que fizerem parte deste projeto terão uma poupança de até 35% em parte da eletricidade que consomem, para além de contribuírem para a transição energética do seu bairro, pode ler-se no comunicado enviado.

A EDP vai também instalar 60 pontos de carregamento de veículos elétricos em quase 90% das lojas Staples de norte a sul do país, que estarão ligados à rede pública MOBI.E, que podem ser utilizados por qualquer condutor de veículos elétricos, independentemente do seu Comercializador de Energia de Mobilidade Elétrica (CEME).

Além destas soluções de mobilidade elétrica e da implementação das comunidades de energia, a EDP vai ainda fornecer energia elétrica a todas as localizações Staples em Portugal durante sete anos. Ao escolher um contrato de fornecimento de energia a longo prazo, a Staples deverá reduzir em cerca de 30% os seus custos com eletricidade, avança em comunicado.

Com este projeto, a Staples reforça o seu empenho na descarbonização de toda a sua cadeia de valor, um passo importante na redução significativa das emissões de CO2, enquanto envolve as comunidades onde está inserida na transição energética, sublinha ainda.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Logística

CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Os CTT – Correios de Portugal vão reforçar a operação de tratamento e distribuição de encomendas para fazer face à procura da peak season, período entre a Black Friday e o Dia de Reis. A nível ibérico a expectativa é que sejam feitas mais de um milhão de entregas de encomendas pelos CTT em dias de pico, avança a empresa em comunicado.

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Já na distribuição em Portugal, existirá um reforço de recursos humanos e de rotas de distribuição, com a contratação de mais de 800 pessoas para esta época, elevando para cerca de 7800 os trabalhadores das operações de correio e expresso dedicados à peak season, com mais veículos para o transporte de encomendas e mais 850 rotas suplementares.

Será ainda implementado o trabalho suplementar aos feriados, sábado e domingos e, sempre que possível, serão antecipadas as recolhas junto dos clientes empresariais, refere ainda os CTT que terão equipas de manutenção em permanência nos centros da CTT Expresso (MARL, em Lisboa, e Perafita, no Porto) e uma equipa de Sistemas de Informação reforçada.

Também no apoio ao cliente existirá um reforço de 25% a 30% da equipa de atendimento, sendo que o chatbot Helena, solução de Inteligência Artificial dos CTT, estará também com uma robustez reforçada para dar resposta aos clientes dos CTT. A nova assistente virtual dos CTT disponibiliza uma assistência em tempo real, conjugando as componentes informativa e transacional, sendo possível, por exemplo, saber o estado de uma encomenda.

Os CTT lembram que é importante estar atento contra eventuais esquemas de phishing, devendo os clientes seguir todos procedimentos para assegurar a segurança dos seus dados pessoais e bancários.

Já em Espanha a CTT Express está preparada para gerir entre 500 a 600 mil envios por dia nos dias de maior movimento e reforçará a contratação para esta época com cerca de 200 pessoas para o tratamento e cerca de 600 fornecedores de distribuição.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

ESG

Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR

Os projetos LIFE SeaBIL, OCEAN4FUEL e MESMERISING, focados na proteção dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos, foram os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR, lançado este ano para tornar a iniciativa ainda mais abrangente.  

Um dos três projetos vencedores, o LIFE SeaBIL, liderado pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem o objetivo de reduzir o impacto direto e indireto do lixo marinho nas aves que dependem dos ecossistemas costeiros e marinhos, além de promover a consciencialização e incentivar práticas mais ecológicas. A sua principal prioridade será continuar a recolher dados mensais nas Berlengas, monitorizar as aves arrojadas, reunir cientistas, autoridades e entidades reguladoras em prol da identificação das melhores soluções.

O OCEAN4FUEL, um projeto submetido pela Universidade de Aveiro – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, foi outro dos vencedores. A sua missão consiste em transformar plásticos marinhos, que poluem os oceanos e afetam os ecossistemas, em combustível líquido. Para isso, utiliza um processo denominado pirólise, que permite produzir um combustível compatível com a gasolina e gasóleo, oferecendo uma solução sustentável para enfrentar dois grandes desafios globais: a poluição marinha e a crise energética e ambiental associada aos combustíveis fósseis.

Apresentado pelo Instituto de Telecomunicações, o projeto MESMERISING, o terceiro vencedor, concentra-se no desenvolvimento de tecnologias para a monitorização em tempo-real de microplásticos em meios aquáticos. Isso permitirá identificar e caracterizar os diminutos microplásticos, recorrendo a canais microscópicos para conduzir a água por sensores eletromagnéticos, cujos dados serão recolhidos e processados por sistemas eletrónicos avançados.

As inscrições para o Prémio TransforMAR decorreram durante os meses de junho a setembro deste ano. As 38 candidaturas recebidas foram avaliadas segundo critérios estratégicos: alinhamento com o objetivo de proteção do oceano e dos ecossistemas aquáticos; robustez e/ou capacidade de implementação; inovação e criatividade; e qualidade do pitch. Podiam candidatar-se projetos nas áreas de redução de plástico nos oceanos; limpeza dos mares e orla costeira; transformação e/ou reciclagem de resíduos marinhos; proteção das espécies marinhas e sensibilização e/ou educação ambiental.

A par do Prémio TransforMAR em 2024, o Lidl Portugal levou a sua forte estratégia de sustentabilidade a 10 praias de norte a sul do país, durante o mês de agosto, com a dinamização de atividades de sensibilização para toda a família. Além disso, entre junho e julho, foram realizadas atividades para colónias de férias em 18 praias, aproximando-nos da comunidade escolar, promovendo ações lúdico-pedagógicas para crianças. Em parceria com a ONG Brigada do Mar, o Lidl Portugal promoveu 11 ações de limpeza na costa portuguesa, tanto em praias como nos rios, contribuindo para a descontaminação e proteção destas zonas, bem como dos ecossistemas aquáticos.

O programa TransforMAR surge de uma iniciativa pioneira do Lidl Portugal, juntamente com o Electrão, em parceria com a Marinha Portuguesa e a Brigada do Mar, contando com o apoio da  Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Quercus. Desde 2018, o TransforMAR recolheu mais de 253 toneladas de resíduos plásticos e metal das praias, mares e rios portugueses, transformando-os em benefício da comunidade.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Retalho

Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar

Com esta nova abertura, a Auchan Retail Portugal reforça a sua estratégia de expansão no mercado da saúde e bem-estar.

A Auchan Retail Portugal reforça a aposta no segmento de ultra proximidade com a inauguração da terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar.

Num espaço de 204 metros quadrados, a My Auchan Saúde e Bem-Estar de Campolide, localizado na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, em Campolide, abre  portas esta sexta-feira.

“Sabemos que a Saúde é hoje extremamente relevante na sua componente de prevenção e na lógica de “viver mais e melhor”. A nossa missão é proporcionar o acesso a soluções integradas que vão ao encontro das necessidades do consumidor, numa experiência de compra completa, com uma oferta diversificada de marcas nacionais e internacionais, que alia qualidade e acessibilidade. A nova loja de Campolide reflete esse compromisso”, explica Inês Matos, diretora de nutrição, saúde e bem-estar na Auchan Retail Portugal.

“Temos um plano de expansão forte para os centros urbanos e pretendemos levar estes espaços, adaptados às necessidades específicas de cada bairro, a vários pontos do país nos próximos anos, reforçando a proximidade com os nossos clientes”, acrescenta.

Aberta todos os dias das 9 às 21 horas, a loja oferece ainda vantagens exclusivas para membros do Clube Auchan.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Alimentar

Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, diretora geral da Montiqueijo.

Pelo segundo ano consecutivo, no âmbito do Dia Mundial para a Igualdade Salarial – assinalado a 14 de novembro – a Montiqueijo foi distinguida com o Selo da Igualdade Salarial, atribuído anualmente pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), reforçando, assim, o seu compromisso com a equidade no local de trabalho.

O Selo da Igualdade Salarial procura reconhecer as boas práticas das empresas na promoção da Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens. Este certificado Salarial sublinha o empenho da Montiqueijo em garantir que todos os seus colaboradores recebem remunerações justas e que vão ao encontro das suas competências e desempenho, independentemente do género.

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, Diretora Geral da produtora.

Sendo a responsabilidade social um pilar fulcral para a empresa, este selo reafirma a importância da adoção de práticas laborais justas e transparentes, bem como da criação de um ambiente de trabalho equitativo e inclusivo, procurando promover não só igualdade e respeito como também a motivação dos colaboradores, sublinha a Montiqueijo em comunicado.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Não Alimentar

Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares

A Sensodyne ouviu os consumidores e apresenta várias novidades nas seis pastas dentífricas da gama base da marca. 

“Sensodyne tem como missão melhorar a qualidade de vida dos que sofrem de sensibilidade dentária. Ao renovar a sua gama essencial, pretende incentivar mais pessoas a usar um produto adequado à sua condição. Estamos a investir na gama essencial para mostrar aos consumidores que Sensodyne tem todos os atributos de uma pasta regular, com o benefício acrescido de também proteger contra a sensibilidade dentária.” explica Cristina Rosa, Sensodyne Brand Manager – Haleon Portugal.

Depois de ouvir os consumidores, a marca concluiu que 36% dos portugueses que sofrem de sensibilidade dentária não usam dentífrico específico. Segundo a marca, a justificação está relacionada com dois fatores. Por um lado, há quem pense que um dentífrico específico só deve ser usado perante um quadro de dor relacionada com a sensibilidade dentária; por outro lado, há quem acredite que essas mesmas pastas não têm os benefícios de uma pasta regular, como proteção contra as cáries e limpeza profunda.(*IPSOS U&A Study 2018).

Para combater esta condição, Sensodyne introduziu novidades nos seus dentífricos mais populares (Proteção diária, Multicare, Gengivas, Extra Fresh, Branqueadora, Limpeza e Frescura): uma nova fórmula com tripla ação de limpeza, que elimina a placa bacteriana e que contém flúor para proteger contra as cáries, e uma imagem renovada.

 

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Alimentar

Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores

Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul são as novidades “para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor”.

A Salutem traz duas novidades para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor: as Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul.

Prontas a comer, as novas Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e com sabor a Queijo Azul “surgem como uma escolha ideal para quem quer elevar a experiência de receber a família e os amigos em casa. Com uma textura crocante e um toque sofisticado, são perfeitas para compor tábuas de queijos, acompanhar um vinho ou serem servidas simplesmente como um aperitivo em ocasiões especiais”, refere a Salutem em comunicado.

Estes novos sabores refletem o compromisso da marca em criar opções que respeitam o ritmo natural de cada pessoa, unindo o sabor ao bem-estar, sublinha ainda.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Bebidas

LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social

Colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Hipersuper

Uma nova iniciativa solidária chega às prateleiras da Auchan. Em parceria com a Fundação LIGA, instituição que se dedica à capacitação e inclusão de pessoas com deficiência, e a Casa Ermelinda Freitas, a retalhista lança o vinho “LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas”. Parte do valor das vendas será para apoiar pessoas com deficiência.

O vinho distingue-se pelo rótulo, uma obra de arte original da autoria de Bráulio Moreira e Tomás Lima, artistas e utentes da Fundação LIGA. Por cada uma das garrafas vendidas, 1,50€ será destinado aos projetos de apoio da Fundação, que abrangem áreas como habilitação, reabilitação, formação profissional, emprego e acessibilidade, promovendo a inclusão e autonomia.

A apresentação oficial está marcada para dia 28 de novembro, às 17 horas, na Auchan Live Almada, com a presença dos representantes das três entidades envolvidas. Esta colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Produção

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Pedro Serra defendeu no 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo.

Hipersuper

A 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem organizado pelo COTR – Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, da Associação de Beneficiários de Cela, da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, da APDEA, da APRH, do COTHN, da DGADR, da FENAREG, do INIAV, do Politécnico de Coimbra, da SCAP e da Universidade de Coimbra, reuniu mais de 30 oradores e especialistas nacionais e internacionais  durante 3 dias, além de profissionais do ecossistema da agricultura e do regadio.

Presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão

O programa do X Congresso incluiu uma sessão de abertura a cargo do presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão, de Hermínio Rodrigues – Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, e de José Manuel Gonçalves da Escola Superior Agrária de Coimbra, 5 keynotes, várias apresentações, 4 mesas-redondas e 2 fóruns de comunicações, estruturados em torno de 13 painéis dedicados aos temas: Água, Agricultura e Ambiente: Uma Abordagem Integrada da Gestão da Água; Regadio, Inovação e Tecnologia; Alterações Climáticas e Regadio: Medidas de Adaptação; Comunicar Agricultura e Regadio. Durante o Congresso foi também efetuada a apresentação da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, e ocorreu uma visita técnica à Campotec.
Nuno Canada, Presidente do INIAV, e Hermínio Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, foram os responsáveis pela sessão de encerramento.

Modelo de gestão dos recursos hídricos deve ser semelhante a Alqueva

Pedro Serra, que teve a seu cargo a primeira keynote do Congresso, defendeu que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo que tenha em conta o momento atual e que traga a Lei da Água de 2005 para o presente. Dando a conhecer o retrato de Portugal e da Península Ibérica no que diz respeito ao clima e ao regadio, aquele responsável revelou a posição de privilégio de que Portugal desfruta no contexto europeu, dispondo, além disso, do dobro da quantidade de água per capita face ao resto da Europa, ainda que o nível de pluviosidade seja mais irregular e a variabilidade se venha a acentuar cada vez mais, mercê também do impacto das alterações climáticas.

Referindo a assimetria existente entre as zonas húmidas de Portugal (norte) e as zonas secas (sul) que justificam uma maior apetência para agricultura de regadio na zona sul do país com o Alentejo a apresentar um crescimento de mais 60% nos últimos anos, Pedro Serra afirmou que em Portugal são os privados quem tem vindo a fazer investimentos avultados, na ordem dos vários milhões de euros, no regadio durante a última década, criando o seu próprio Plano e impulsionando a sua modernização. Destacando a necessidade de se criar uma gestão integrada dos recursos hídricos em Portugal, o orador deu como exemplo o enorme sucesso de Alqueva que já rega cerca de 150 mil hectares, e sublinhou que o nível de eficiência do regadio privado no nosso país está nos 90%, enquanto o regadio público/coletivo não vai além dos 40%.

Pedro Serra também defendeu que os planos hídricos são essenciais para o futuro da água no nosso país, onde considerou que temos tudo, exceto vontade política e estratégia para termos mais e melhores recursos hídricos, e que é urgente mudar o paradigma da água na agricultura, porque dele depende a nossa segurança e autonomia alimentar.

A mudança de paradigma, segundo Pedro Serra, tem de assentar numa gestão estruturada que inclua a rega, a agricultura e a sustentabilidade, de modo a termos uma política da água que se articule com política do regadio e a nova política energética, porque a mudança de paradigma na agricultura e na água, é também uma questão de transição energética. Desde logo porque é preciso evitar o desperdício da água através do planeamento da utilização da água para fins múltiplos, tornando-se essencial aproveitar o excesso produzido pelas energias renováveis através de melhor ligação às hidroelétricas. Aquele orador, defendeu ainda que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva.

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Seguiu-se uma mesa-redonda, moderada pela jornalista Teresa Silveira, onde participaram Jorge Froes do Projeto Água no Oeste, José Núncio da Fenareg e Rogério Ferreira da DGADR. Os intervenientes foram unânimes em considerar que é preciso desburocratizar, simplificar o licenciamento e criar enquadramentos legais novos e ajustados à presente realidade do país.

Jorge Froes defendeu que Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser, e precisa de planos hídricos que permitam fazer a gestão integrada, envolvendo cada região e criando um plano hídrico nacional que contemple as vertentes local, regional, particulares e nacional. Sublinhando o papel dos privados ao longo dos últimos anos no que diz respeito ao investimento e desenvolvimento dos recursos hídricos e relembrando que para se fazer agricultura – da qual depende a segurança alimentar do país, é preciso regadio, José Núncio referiu que temos água, temos dinheiro, recursos e tecnologia e que só falta vontade política para se avançar com um plano e uma estratégia de Resiliência Hídrica.

Portugal terá de investir 3 a 4 mil milhões de euros para reabilitar as águas residuais urbanas nos próximos anos

Os participantes referiram ainda a necessidade de reduzir as perdas de água e de a levar para a rega, algo que impõe um esforço de modernização urgente, e no qual devem ser respeitadas as especificidades do território em matéria de construção e gestão de barragens e da água. Um cenário onde adquirem particular importância as barragens de fins múltiplos e onde a questão da reutilização da água e das ETARS terá de ser também equacionada. Sobretudo, porque, com a entrada em vigor da nova diretiva europeia, Portugal nos próximos anos terá de investir entre 3 e 4 Mil Milhões de Euros para reabilitar as águas residuais urbanas, implicando a construção de mais ETARS e a remoção das mais poluentes.

Durante a mesa-redonda, o responsável da DGADR referiu que a iniciativa Água Que Une – cujo trabalho será apresentado em janeiro de 2025, constitui uma oportunidade única para se criar um ponto de encontro de toda a fileira e a possibilidade de termos uma visão do país como um todo no que diz respeito ao tema da água. Neste contexto, a vertente da Governança, que irá ser abordada no trabalho de levantamento que está a ser feito, adquire particular relevância. Sublinhando o potencial das águas Residuais Tratadas no Regadio, Rogério Ferreira, alertou para a necessidade de se reformular a lei do Regadio (RJOAH) que tem quarenta anos e que há 20 que não é alterada, e revelou que a taxa de execução do PDR 2020, que só em 2023 deu 350 Milhões de Euros à agricultura, é já neste momento de 96%, faltando apenas executar apenas 4% daqui até ao final de 2025.

O responsável da DGADR, que defendeu que é preciso fazer uma reflexão profunda em Portugal sobre os licenciamentos, para se encontrarem soluções e fazer alterações que permitam reduzir os atuais prazos demasiado longos das candidaturas (5 e 7 anos entre o estudo prévio e o momento da execução) e assim sermos mais eficientes, destacou a importância do PEPAC na desburocratização e encurtamento dos prazos de decisão sobre os financiamentos dos projetos dos agricultores, que neste contexto passam a ser de um máximo de 60 dias.

Tecnologia ajuda a fazer uso mais eficiente e racional da água

A tarde do primeiro dia foi dedicada ao Regadio: Inovação e Tecnologia e contou com duas apresentações e uma mesa-redonda.

Na sua apresentação, José Maria Tarjuelo, Professor da Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM), sublinhou a importância dos dados e das ferramentas digitais no contexto do regadio, e deu a conhecer o SAR (servicios de asesoramiento al regante). Trata-se de um sistema criado pela UCLM com o intuito de ajudar os agricultores a fazerem uma utilização eficiente e racional dos meios de produção, em especial da água e da energia, proporcionando-lhes o apoio científico e técnico adequado para otimizarem a sua gestão, e contribuindo para tornar a agricultura numa atividade económica, social e ambientalmente sustentável. José Maria Tarjuelo, sublinhou ainda a importância do uso de sistemas digitais na compreensão e monitorização do consumo de água e seu respetivo impacto nas culturas, determinando as necessidades e racionalizando os consumos. Desta forma é possível conjugar o regadio com a água da chuva, adequar os sistemas de rega à evolução concreta de cada uma das fases das culturas e obter poupanças muito significativas.

Por seu turno, Joan Girona, responsável do IRTA – Institut de Recerca i Tecnología (Catalunha) falou sobre o Uso Eficiente da Água na Agricultura e o seu papel na produção dos alimentos. Este orador referiu a crescente importância da tecnologia neste âmbito desde os programas de software, à IA, aos drones, às aplicações, aos sensores (aéreos e enterrados) até às sondas e satélites, etc, defendendo que o mais importante não é a quantidade de água que está afeta a cada cultura, mas sim a porção que cada cultura tem possibilidade de absorver. Dois conceitos distintos e que importa trabalhar a bem do aumento da eficiência do consumo e da produção e da poupança de recursos. Neste contexto, relembrando que a maior parte da água absorvida pelas plantas é depois devolvida ao meio ambiente através da transpiração, o responsável do IRTA chamou atenção para o papel da rega e do regadio de precisão, apoiados em sensores que medem as culturas continuamente cruzando os dados, guiando e otimizando a produção e os respetivos consumos de água.

Segundo Joan Girona, os sistemas de rega são cada vez mais eficientes, fornecendo informação cada vez mais detalhada sobre o estado hídrico das culturas e permitindo ajustar a utilização da rega com a água da chuva, otimizando os consumos e tornando a agricultura muito mais sustentável. Um esforço que é preciso continuar a fazer, dadas as alterações climáticas e a sua repercussão no aumento dos períodos de seca e de escassez da água.

A tecnologia terá um papel fulcral a desempenhar no contexto da sustentabilidade e da otimização do consumo da água, mas importa encontrar um equilíbrio que inclua o conhecimento humano, e que advém de se ir a campo e de se observarem as plantas e os solos in loco, até para podermos manter toda a riqueza do conhecimento agronómico do qual dependemos para programarmos corretamente e com precisão as ferramentas, concluiu.

É fundamental aumentar a literacia dos agricultores e impulsionar a capacitação digital do setor

A mesa-redonda do período da tarde, que foi moderada por Luís Alcino Conceição do InvoTechAgro, teve como participantes Miguel Tavares da Sysmart, Paula Paredes do ISA Rui Sousa do INIAV, e Tiago Sá da Wisecrop. Os participantes consideraram que não obstante os grandes avanços do regadio, desde que foi implementado o primeiro pivot de rega nos anos 90 do séc. XX, passando depois pelo projeto do Alqueva e pela introdução dos sistemas gota a gota, o atual movimento de transformação digital exige mais literacia e capacitação dos agricultores. Um esforço que obriga à criação de equipas multidisciplinares, que trabalhem em conjunto no sentido de maximizar a aplicação da tecnologia na agricultura e no regadio, integrando e passando conhecimento técnico para o setor. A academia tem um papel importante a desempenhar neste contexto, onde a tecnologia não pode fazer perder o foco na agronomia e na produção de alimentos.

A par desta abordagem abrangente, onde o dimensionamento no campo para se ver o que se está a fazer é uma peça chave, os vários intervenientes consideraram que os agricultores precisam de ser apoiados na adoção e na implementação da tecnologia para que este processo possa ser verdadeiramente eficaz. A assessoria, a par da formação, é outra vertente a desenvolver e ampliar, porque não basta ter a tecnologia e os sistemas inteligentes implementados. É preciso saber usá-los e tirar partido deles, percebendo que o seu propósito é dar opções para se gerir melhor, quais são as vantagens da sua utilização, e que a inovação é um processo contínuo. Agilidade e simplicidade são por isso dois aspetos fundamentais a ter em atenção, para se poder aumentar a literacia digital do setor e reduzir o gap existente entre o nível de maturidade do setor e o novo universo que a IA está a abrir em todos os setores de atividade, incluindo na agricultura e no regadio.

O primeiro dia do Congresso terminou com um Fórum de Comunicações onde foram apresentados vários projetos como:  Serviço Irriwatch; Avaliação Da Espectroscopia De Campo Na Gestão Da Rega Em Kiwicultura; Potencial De Reutilização De Águas Residuais Em Contexto Agrícola; Qualidade Da Água De Rega E Dos Fluxos De Retorno Em Áreas De Culturas Anuais E Perenes – Um Caso De Estudo No Aproveitamento Hidroagrícola Da Campina Da Idanha; Análise Comparativa Da Utilização De Diferentes Tipos De Disposição De Painéis Fotovoltaicos Na Rega Da Cultura Da Amendoeira; Proteção Dos Recursos Hídricos Nos Agroecossistemas Orizícolas – Contributo Do Projeto Promedrice, Programa Prima; e Estimativa Do Consumo De Água, Assistida Por Deteção Remota, Em Pomares De Macieiras Com Enrelvamento Permanente – Estudo Sobre A Produção De Maçã De Alcobaça IGP.

 

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Retalho

Zippy convida as famílias a explorarem as suas emoções de forma inclusiva

“É urgente que as famílias percebam que todas as emoções têm um lugar, mesmo no Natal. Promover esta aceitação é fundamental para que as crianças cresçam mais seguras e conscientes de si mesmas.”, afirma o Professor Doutor Mário Cordeiro, que se aliou à Zippy nesta iniciativa.

Hipersuper

Num período frequentemente associado à felicidade e ao convívio, a Zippy reconhece que o Natal não é vivido da mesma forma por todos. A nova campanha procura dar voz a todas as emoções, sublinhando a importância de cada indivíduo na forma como sente e expressa os seus sentimentos.

“A ciência, a psicologia, a pediatria e a parte social reconheceram, finalmente, que as crianças têm emoções, sentem as coisas, têm sentimentos. As emoções, sejam elas raiva, angústia, medo ou alegria e bem-estar, fazem parte do ser humano e constituem uma paleta riquíssima que não pode ser ignorada ou banalizada. Aceitar e compreender estas emoções é essencial para um desenvolvimento saudável e uma convivência familiar mais harmoniosa.”, afirma o Professor Doutor Mário Cordeiro, que se aliou à Zippy nesta iniciativa.

A campanha integra as seis personagens coloridas da Zippy – os Monstros das Emoções –, que ajudam a explorar sentimentos de uma forma lúdica e visual. Cada monstro representa uma emoção distinta – alegria, tristeza, vergonha, medo, raiva e calma –, servindo de ponto de partida para conversas significativas entre pais e filhos.

“É urgente que as famílias percebam que todas as emoções têm um lugar, mesmo no Natal. Promover esta aceitação é fundamental para que as crianças cresçam mais seguras e conscientes de si mesmas.”, reforça o Dr. Mário Cordeiro.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Hipersuper. Todos os direitos reservados.