ASAE e DECO em audição sobre qualidade de carne picada
O grupo parlamentar do PS requereu com carácter de urgência a audição da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), depois de divulgado um estudo que punha em causa a carne picada vendida em talhos e hipermercados

Rita Gonçalves
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O grupo parlamentar do PS requereu com carácter de urgência a audição da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), depois de divulgado um estudo que punha em causa a carne picada vendida em talhos e hipermercados.
“Os resultados dos mais recentes testes que a DECO fez à cerne picada à vendida em estabelecimentos de venda ao público, não podem deixar a população tranquila”, sublinham os deputados, citados pela Lusa, no requerimento apresentado na Comissão de Agricultura e Mar e aprovado por unanimidade.
Os socialistas lembram que, “no passado recente (2013), a intranquilidade na segurança alimentar foi levantada a propósito do caso da fraude em produtos alimentares processados”, evidenciando a necessidade de uma maior fiscalização e maior controle das entidades com a responsabilidade do controlo e segurança alimentar.
“Passados cerca de dois anos, a dúvida na qualidade e segurança alimentar mantêm-se e volta a ser questionada, nomeadamente neste tipo de produtos cárnicos, assim como volta a ser colocada no epicentro a entidade com a responsabilidade de o garantir”, lê-se no requerimento, citado pela agência portuguesa de notícias.
Também a DECO vai ser ouvida sobre o assunto, sob proposta do PS.
A associação de defesa do consumidor divulgou na segunda-feira um estudo que analisou amostras de carne picada vendida em 26 talhos de rua, de mercados e de hipermercados, tendo chumbado todos na conservação, higiene e temperatura de venda da carne de vaca picada a granel, com 23 a adicionarem ao preparado sulfitos, aditivos proibidos por lei.
A ASAE esclareceu posteriormente, refere a Lusa, que os sulfitos detectados em carne de vaca picada a granel vendida em talhos avaliados num estudo da Deco “podem ser utilizados”, uma vez que se tratam de aditivos alimentares aprovados como conservantes.
A ASAE questionou ainda as metodologias implementadas nas amostras recolhidas pela DECO por “carecerem de informação clara e científica, informação relativamente ao método de colheita de amostras utilizado, método de ensaio analítico (se está ou não acreditado)”.
Para a ASAE, “a amostragem realizada (0,4% do total de estabelecimentos de comércio a retalho de carne e produtos à base de carne, em estabelecimentos especializados) é claramente insuficiente, tendo em consideração o universo em causa”.