Manuel Lima, Director da LetsBonus Portugal
LetsBonus afina estratégia
O portal de compras colectivas abandonou o modelo clássico para passar a ser uma plataforma pura de e-commerce, onde os produtos passam a estar disponíveis por tempo indeterminado, revela em entrevista ao HIPERSUPER Manuel Lima, Director da LetsBonus Portugal
Rita Gonçalves
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A LetsBonus nasceu em Barcelona, mas actualmente está nas mãos do grupo norte-americano Living Social, cujo principal accionista é a Amazon. Está presente em Portugal, Espanha, Itália, Argentina e Chile.
A Lets Bonus deixou de ser um portal de compras colectivas para passar a ser uma plataforma de e-commerce puro, onde os produtos passam a estar por tempo indeterminado. Por quê?
Sim, é uma das grandes mudanças e apostas para este ano. Este negócio começou por ter uma lógica de ‘flash sales’, em que as campanhas estavam até 48 horas online. Era um oportunidade única para obter aquele desconto, num período curto de tempo. Além disso, havia tipicamente poucas ofertas, destacávamos ofertas novas diariamente. No fundo, houve uma evolução para um modelo de ‘marketplace’, ou seja, um directório, organizado por categorias, com mais diversidade de ofertas online. Neste momento, temos mais de 500 ofertas disponíveis no site.
Estes produtos ficam mais tempo disponíveis, permitindo ao utilizador não ter apenas a oferta do dia mas encontrar virtualmente um número ilimitado de oportunidades.
O que motivou essa mudança?
É uma mudança que responde àquilo que os clientes e parceiros procuravam.
Os clientes queriam ter mais ofertas e diversidade, e não estar limitado a uma ou duas ofertas daquele dia. Por outro lado, os parceiros pretendiam ter um maior tempo de exposição, estar mais tempo online, com uma divulgação continuada.
Essa mudança está a ocorrer em todo o sector?
Sim, vê-se um pouco por todo o sector mas esta é a aposta do grupo Living Social. Temos mais de 10 mil ofertas online, na soma de todos os mercados.
Qual era a oferta no modelo clássico?
Evoluímos de cerca 30 para mais de 500 ofertas disponíveis actualmente.
Quais os objectivos da nova estratégia?
Aumentar as vendas, que se vão, naturalmente, diluir por mais ofertas. A perspectiva de crescimento para este ano é de cerca de 30% em volume de negócios.
Trata-se de uma evolução do negócio, já operacional, líderada pela LivingSocial.
Mais apostas para este ano?
O mobile é a grande tendência. Estamos a levar vertiginosamente o negócio para o mobile. Mais de 20% do tráfego em Portugal já é feito através dos smartphones.
Como estão a tirar partido do mobile?
Tomámos duas medidas para beneficiar do aumento da penetração de tablets e smartphones: tornar a navegação mais simples e user friendly. Tinhamos já uma aplicação que optimizámos e lançámos com uma série de novidades: como a geolocalização, que permite obter sugestões de acordo com a nossa localização.
Além da aplicação, melhorámos o acesso ao site via terminais móveis.
Qual é a actual taxa de conversão em compra?
Não posso fornecer esse dado. A nível de penetração, 20% dos nossos clientes já acedem via tablet ou smatphone. Tinhamos uma taxa de conversão inferior, a navegação era incompleta, neste momento, já estamos a conseguir igualar a taxa de convesrão àquilo que temos na parte web.
Não têm nenhum ponto de venda físico?
Não, a estratégia é puramente online quer para a divulgação quer venda dos produtos. Nos EUA temos um ‘show-room’ da Living Social, mas não se replicou noutros mercados. A aposta é no online.
Que mais-valias trazem ao consumidor que este não encontra numa loja física?
Por um lado, beneficia da comodidade. Entramos diariamente no e-mail dos nossos subscritores com uma selecção de ofertas, feita por uma equipa que tem em conta as principais tendências. Procuramos ter a melhor oportunidade de preço e de produto. Além da frescura de ver coisas novas todos os dias. O cliente não vai todos os dias à loja física procurar o que há de novo. E depois a comodidade, receber o produto em casa, fazer a compra e o pagamento online.
Concorda que o pagamento de taxas de entrega ao domícilio é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento do e-commerce?
Sim. O que tem se tem vindo, e a concorrência não é excepção, é a optimização da logística, para minimizar ao máximo esses custos. E nalgumas campanhas incluimos os gastos de envio no custo final.
Quando o fazem que implicações tem nas vendas?
Quando fazemos campanhas especiais, sem portes de envio adicionais, há mais procura e interesse pelos produtos.
Que outros desafios enfrenta o sector para crescer?
A questão da insegurança e desconfiança por parte dos utilizadores em introduzir os dados dos cartões de pagamento nos websites.
Que acções levam a cabo para fidelizar os clientes?
É algo em que trabalhamos muito e constantamente, através de vários mecanismos. A vantagem deste negócio é ter acesso a um conhecimento pormenorizado do perfil de consumo de cada cliente . Naturalmente, esta é uma ferramenta importante para fidelizar e levar à repetição da compra. Esta inteligência garante que estamos a comunicar a oferta certa para aquele cliente. Temos algum nível de personalização nos conteúdos enviados na newsletter, mas ainda estamos a evoluir.
Essa segmentação é eficiente?
Sim, e está a evoluir. Será certamente a tendência, sobretudo neste modelo de ‘marketplace’ onde vamos ter uma diversidade tão grande de ofertas online que temos de filtrar de acordo com os interesses dos clientes.
Temos também algumas acções que chamamos ‘Crédito Letsbonus’, são campanhas de incentivo para clientes que há algum tempo não fazem compras.
Em que medida as campanhas animam as vendas?
A ideia é conseguir reactivar a compra. É um incentivo a uma nova compra através das novidades que oferecemos.
Quais os números do site?
Já ultrapassámos 1 milhão de subscritores na base de dados. É uma das maiores bases de e-mail marketing em Portugal.
Como está a correr este ano?
Tivemos um arranque de ano muito positivo. Crescemos cerca de 20% nos primeiros dois meses face ao período homólogo. Três grandes áreas – viagens, lazer, produto – contribuiram para o crescimento.
Qual das três tem mais representatividade?
É uma distribuição muito tripartida. Lazer acaba por ter uma performance mais uniforme ao longo do ano e viagens e produtos acaba por sofrer um maior efeito de sazonalidade. No caso dos produtos, o Natal pode mesmo chegar a representar 50% das vendas.
Actualmente, têm 500 ofertas. Qual é o objectivo?
Estamos ainda a analisar, porque a ideia não é ter um número ilimitado de ofertas, mas sim oferta suficiente para garantir a procura. Estamos à procura de um equilibrio. Teremos de passar as mil ainda este ano. E a partir daí, perceber se há necessidade de aumentar.
Além das ofertas, criámos novas categorias e funcionalidades, e vamos ter ainda um segundo nível de categorias, para facilitar a navegação.
Estão a apostar em novas áreas de produto. Quais?
Moda e Acessórios, Lar e Decoração, Desportos, Parafarmácia e Auto.
Nesta lógica de directório estamos gradualmente a diversificar. As três grandes apostas para este ano são mobiliário, desporto, seguindo a tendência da procura por produtos de fitness, e também a moda, apesar de haver muita oferta, é uma das áreas que queremos desenvolver e apostar este ano, através de uma maior diversidade.
Outras tendências de mercado?
A área de tecnologia – portáteis, tablets e smartphones – representa já uma parte importante do nosso negócio, além dos artigos domésticos e para o lar.
Quais os objectivos para este ano?
Pensamos crescer entre os 20% e 30%. O acumulado de Janeiro e Ferereiro dá-nos um crescimento de 20%.
Queremos ainda aumentar o número de ofertas para 1000 e alagar as categorias às áraes de limpezas domésticas, pinturas e reparações.