Surfar a onda da retoma
“Os indicadores mostram que a retoma está a chegar e as empresas têm medo de assumir isso”, considera José de Almeida, partner da Ideias&Desafios
Rita Gonçalves
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Sob o lema “Acreditar”, o 6º. Congresso Nacional de Motivação e Desempenho reuniu cerca de 400 profissionais, em Lisboa. “Os indicadores mostram que a retoma está a chegar e as empresas têm medo de assumir isso”, considera José de Almeida, partner da Ideias&Desafios
“Depois dos anos cinzentos da crise, os indicadores mostram que a retoma está a chegar e as empresas têm medo de assumir isso”, considera José de Almeida, partner da Ideias&Desafios. Para ajudar as empresas a “sufarem a onda da retoma” e adoptarem “estratégias de forma a aproveitarem as oportunidades”, a Ideias&Desafios promoveu o 6º. Congresso Nacional de Motivação e Desempenho, sob o lema “Acreditar”.
Mais de 400 profissionais de diversas áreas de actividade, oriundos de pequenas e grandes empresas, nacionais e estrangeiras, acorreram ao evento para conhecer novas estratégias e dicas para aproveitar a retoma.
Até que ponto as empresas estão preparadas para acreditarem e agirem de forma a aproveitarem as oportunidades? “As empresas que não baixaram os braços e trabalharam todos os dias no sentido de abraçarem a nova realidade estão, actualmente, a dar cartas, quer no mercado nacional quer internacional. Muitas vezes, é uma questão de liderança. Como diz o ditado: “Uns choram, outros vendem lenços de papel”.
Nova realidade
“O mundo dos negócios mudou. Muitas empresas não estão preparadas para a nova realidade. Por um lado, há um menor orçamento disponível para comprar e, por outro, os clientes profissionalizaram o processo de compra para conseguirem sempre o melhor negócio”, sublinha José de Almeida, acrescentando que as pessoas não deixaram de comprar mas cada euro investido é sujeito a uma análise mais rigorosa.
“Muitas empresas estavam habituadas a que o cliente viesse até si. Não que isto seja mau, o problema é que deixou de acontecer e as empresas começaram a perceber que o posicionamento e as estruturas comerciais têm de ser adaptados à nova realidade. Em muitos casos, há mais de cinco anos que as empresas não reviam a sua forma de actuar no mercado”. Na verdade, “o que nos trouxe até aqui não nos vai levar onde queremos”, ressalva o partner da Ideias&Desafios. É preciso “acompanhar a forma como o mercado compra actualmente para aportar valor ao cliente. Quem não o fizer está condenado à extinção”.
A liderança
‘Acreditar’ é um dos mais importantes passos para o sucesso das empresas, explica José de Almeida. “Se como líderes não acreditamos, por que é que as pessoas que trabalham connosco hão-de acreditar? O líder tem de funcionar nestas alturas como a luz ao fundo do túnel, sob pena de as pessoas ficarem desmotivadas”.
Se as empresas não encararem a nmotivação como mais uma peça do processo de liderança, “pode acontecer estarmos perante uma bomba relógio pronta a explodir. A motivação é como uma conta ordenado, se não a alimentamos há-de chegar a altura em que nada de lá conseguimos retirar”.
O líder deve ser responsável pelo desenvolvimento da estratégia de motivação. “A estratégia deve partir de cima, para os níveis imediatamente abaixo e, assim, por diante. Se a estratégia de motivação não vem de cima, o que muitas vezes acontece, e for delegada nos Recursos Humanos, não irá funcionar. Em primeiro lugar, é importante perceber que as pessoas não se motivam todas da mesma maneira. Em segundo lugar, é preciso perceber qual das estratégias é a mais adequada face ao público-alvo, dado que diferentes gerações reagem de forma diferente a estas questões. Por último, é essencial entender como trabalhar a questão da autonomia na função e da capacidade de evolução de cada pessoa, vectores muitas vezes comuns a todos”.
Os 5 desafios da liderança
1.Acreditar que é possível
2.Ter uma visão clara do que quer para a empresa
3.Ter a equipa certa
4.Desafiar novos níveis de desempenho
5.Encorajar a excelência