Feira de marca branca com alma ibérica
Madrid recebe em Novembro a ‘Brand Me’, feira dedicada ao sector das marcas da distribuição. Pela primeira vez, o conceito terá uma alma verdadeiramente ibérica, revela em entrevista ao HIPERSUPER, Alberto Alonso, director-geral da Aude Bussiness Events

Rita Gonçalves
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Entrevista a Alberto Alonso, director-geral da Aude Bussiness Events
A caminho da quarta edição, a feira ‘Brand Me’ vai ter lugar entre 5 e 6 de Novembro, em Madrid, Espanha. A britânica MarkExpo, que organiza desde 2007 este certame em Espanha, juntou-se à Aude Business Events, empresa especializada na organização de eventos com formato de clube de negócios, para dar uma nova dinâmica à feira.
Quando e como nasceu este novo conceito – Brand Me?
A Brand Me é uma feira vocaccionada exclusivamente para o sector das marcas da distribuição, que tem origem na feira ‘Marca Blanca’, organizada pela empresa inglesa Mark Expo. Já foram feitas duas edições em Barcelona e três em Madrid. A última edição, prevista para 2012, não foi celebrada porque estavamos em negociações para a parceria agora já efectiva entre a Mark Expo e a Aude Bussiness Events, empresa pela qual sou responsável.
O que motivou a parceria?
Basicamente, duas razões: por ser uma empresa inglesa, a Mark Expo estava a desenvolver o projecto a partir de fora da Pensínsula. A não proximidade ao mercado era um obstáculo para o desenvolvimento da própria feira, quer no âmbito institucional quer no âmbito efectivo da negociação directa com as empresas. O aporte da AUDE é a proximidade com esse mercado e a vontade de fazer uma convocatória ibérica.
Este conceito ibérico é uma estreia?
Não. Mas vai ser especialmente reforçado nesta edição. Mudámos o nome da própria feira, de ‘Marca Blanca’ para ‘Brand Me’, porque não tem uma conotação muito positiva e é um conceito que está ultrapassado.
O nome ‘Brand Me’ é mais internacional e quer transmitir a projecção internacional da própria feira. Um certame orientado para o mercado ibérico, seguindo a óptica dos visitantes da feira, mas uma das mais-valias é a origem internacional dos expositores, esta parte vamos manter. É uma combinação de forças.
Aproveitámos o ‘know-how’ da Mark Expo, a sua capacidade de promoção internacional e, do nosso lado, aproveitámos a nossa proximidade junto das instituições da Penísula e o conhecimento da equipa fruto da experiência na Alimentaria Lisboa durante muitos anos.
Que novidades traz esta edição?
Com a transformação do conceito, estamos a incorporar serviços de valor acrescentado para que o retorno do investimento seja o maior possível. Vamos fazer um Congresso Ibérico de Marcas da Distribuição, com a presença representativa de instituições portuguesas e espanholas.
O mercado ibérico é um dos maiores da Europa em termos de penetração das marcas do distribuidor. Creio estar acima dos 35%.
Há potencial para este valor crescer?
Há diferentes opiniões. Por exemplo, o Presidente da Daymon, especialista em marcas da distribuição, afirma que sim, sobretudo em categorias menos desenvolvidas.
Na minha opinião, há factores que podem afectar o crescimento nos próximos anos, mas, na verdade, nos últimos cinco anos, o incremento das marcas da distribuição foi enorme porque a crise levou o consumidor a procurar produtos com melhor relação qualidade/preço.
A recuperação económica vai provocar no mínimo uma desaceleração do crescimento, o ritmo vai ser inferior, também à medida que os investimentos das marcas de fabricante aumentam e o consumidor recebe mais vantagens. Se bem que as quotas de mercado das marcas de fabricante tiveram uma recuperação importante no último ano.
Devido às promoções?
Sim, ajudaram muito, mais em Portugal mais do que em Espanha. A situação económica dos últimos anos fez com que os operadores, quer fabricantes quer distribuidores, procurassem soluções para manterem os níveis de vendas. Um dos elementos que utilizam são as promoções. Mas, o factor preço não é sustentável no tempo. É evidente que para o consumidor o principal ‘driver’ é o preço, quer em Portugal quer em Espanha, mas é verdade que as marcas, quer umas quer outras, estão à procura de outros valores para sair dessa situação.
O novo formato da feira aposta numa espécie de clube de negócios?
Estamos no meio caminho, entre feira e clube de negócios. A AUDE é especializada na organização de clubes de negócios. Qual é a diferença face a uma feira convencional? O factor diferencial das feiras, uma ferramenta comercial e de marketing, é o contacto pessoal. Explorar vias de colaboração de forma directa. Isto mantém-se e é o factor que faz mais diferença face a qualquer outra ferramenta, quer online quer offline.
No início, as feiras era muito mais generalistas com a evolução foram-se segmentando e especializando e agora estamos numa fase muito mais alinhada em segmentos de mercado de alta concentração, onde o número é menos importante e a qualidade da oferta e da procura tem mais valor.
Ou seja, as marcas da distribuição tem um número limitado de operadores e compradores, portanto este tipo de eventos não é gigante, por ser dedicado aos profissionais da Penísula.
O que o retalhista português vai encontrar de inédito nesta feira?
Estamos à espera que 40% dos expositores venham de fora da Península, Itália, Turquia e China, entre muitos outros países. Mas, a Europa será o mercado prioritário. Ou seja, o distribuidor vai ter a 500 quilómetros de distância fornecedores do mundo inteiro.
Além da exposição, o evento vai ter um congresso ibérico, com a participação de instituições portuguesas, que vai discutir três eixos: a quantificação do sector na ibéria, a nível mundial, e as principais tendências que marcam este sector.
Há ainda um painel, constituído por distribuidores e fornecedores, que vão trocar experiências das relações comerciais e discutir como a nova regulação vai afectar a relação entre procura e oferta.