Ana Garcia Bordalo, Consultora Sénior Page Personnel
As implicações do Natal nas contratações e estratégia do retalho, Ana Garcia Bordalo (Page Personnel Retail)
“Não raras vezes empresas que não fizeram, por opção ou por incapacidade financeira, grande esforço em termos de marketing e trademarketing, aparecem nas análises de mercado com vendas interessantes”
Rita Gonçalves
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Por Ana Garcia Bordalo, Consultora Sénior Page Personnel Retail
A época do Natal é um momento de consumo bastante importante, tanto para as empresas do sector de retalho como para produtores e distribuidores sendo, por isso, preparada de forma cuidada e com bastante antecedência por todos os players. Sendo certo que a quadra natalícia é um momento de consumo por excelência, em função do tipo de produto, a dependência deste período pode ser muito significativa. Vejamos a título de exemplo a área dos brinquedos.
Do lado da preparação tudo é visto e revisto, no sentido de se conseguir ter a melhor capacidade de resposta ao que se espera ser um incremento de consumo. Desde o reforço de stocks e equipas de vendas até ao próprio layout e política de merchandising das lojas, nada é deixado ao acaso.
De há uns anos a esta parte, tem-se assistido a um fenómeno de concentração do momento de consumo referente a esta época festiva que, em última análise, constitui um problema para retalhistas e fornecedores. Se antes as compras de Natal se começavam a fazer em Outubro/Novembro, actualmente esta janela de consumo está cada vez mais pequena, havendo uma concentração muito grande nas últimas semanas antes do Natal. Esta concentração de consumo acaba por resultar muitas vezes no colapso dos sistemas de reaprovisionamento e consequentemente em rupturas de stock. Por isso, não raras vezes empresas que até não fizeram, por opção ou por incapacidade financeira, grande esforço em termos de marketing e trademarketing, aparecem nas análises de mercado com vendas interessantes, resultado de serem os únicos SKU’s que restavam no linear. Para fazer face a este fenómeno, a criatividade tem sido a palavra de ordem, tanto do lado de retalho como de fornecedores. São vários os exemplos deste tipo de estratégias, como sendo campanhas promocionais marcadas para o início do mês, cross-selling, preparação de montras e lineares alusivos à quadra mais cedo, entre outros.
Ainda do lado das estratégias adoptadas para incrementar vendas nesta quadra, podemos destacar as várias vendas e feiras de Natal, onde se podem, por exemplo, dar oportunidades a pequenas empresas, que de outra forma teriam dificuldade em mostrar os seus produtos. Podemos também falar das Pop-up Stores, modelos flexíveis de ponto de venda que podem ser uma forma de as empresas maiores testarem novas localizações ou para as empresas mais pequenas testarem a viabilidade do seu negócio.
Nesta época assistimos também a um aumento de contratações, ainda que maioritariamente se tratem de reforços das equipas de atendimento ao cliente, reposição e apoio à realização de embrulhos.
A verdade é que, na maioria dos casos, as empresas olham para estas contratações como um reforço temporário para fazer face a um período breve de acréscimo de trabalho. Em todo o caso, para as empresas este pode ser um momento por excelência para avaliar novos recursos, do lado dos candidatos este período pode ser perspectivado não só como uma fonte de receita mas também como uma possibilidade de integração numa empresa.
A dificuldade torna-se também em conseguir integrar colaboradores que estejam motivados por um curto espaço de tempo em trabalhar numa época onde a exigência do ponto de vista de horários e volume de trabalho é maior do que qualquer época do ano.
Na maioria dos casos esta é também uma excelente oportunidade para os candidatos que estão numa situação de desemprego, poderem integrar estruturas que noutras épocas não permitem a contratação de mais recursos, devendo por isso encarar estas oportunidades para mostrar o seu valor e tentar assim o regresso ao mercado de trabalho e podendo isso significar mediante a avaliação de desempenho a integração a longo prazo na empresa. A possibilidade de mostrar o seu trabalho in loco pode ser mais eficaz que qualquer entrevista de trabalho. Muitas vezes estas alturas, são também momentos óptimos para estudantes poderem ter um rendimento extra e um primeiro contacto com o mercado de trabalho.
Basicamente, este é um momento muito importante em termos de consumo, pelo que para as empresas todos os cuidados serão poucos e nada deverá ser deixado ao acaso. Para os candidatos, esta poderá ser uma oportunidade, como tal não deverão desperdiçá-la