Verifone: “Comprar através do smartphone é fácil, pagar nem por isso”
A VeriFone comprou a Unidade de Pagamentos da Gfi Informatique. João Girardi, General Manager da filial portuguesa, promete, em entrevista ao HIPERSUPER, a criação de “novas oportunidades de negócio na área de pagamentos em Portugal”
Rita Gonçalves
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A VeriFone comprou a Unidade de Pagamentos da Gfi Informatique. João Girardi, General Manager da filial portuguesa, promete, em entrevista ao HIPERSUPER, a criação de “novas oportunidades de negócio na área de pagamentos em Portugal”.
A VeriFone comprou a Unidade de Pagamentos da Gfi Informatique. Qual o potencial desta fusão em Portugal?
A fusão representa uma excelente oportunidade para a VeriFone Portugal, juntamente com os seus clientes, parceiros, colaboradores e restantes stakeholders, tirarem vantagem da presença global do grupo, fundamental para uma cultura de permanente inovação no negócio de Pagamentos em Portugal.
No que é que a vossa oferta se distingue do que já existe?
A área de pagamentos da GFI opera o maior negócio de manutenção de TPA (Terminal de Pagamento Automático) em Portugal e gere um parque com mais de 45 mil sistemas, o que é por si uma operação muito atractiva do ponto de vista de volume para um qualquer entrante. A nível ibérico, os serviços de manutenção que agora dispomos serão explorados numa oferta cada vez mais baseada na gestão de serviços, num modelo de Payment-as-a-Service (PaS), o que traz enormes vantagens do ponto de vista de investimento e redução de custos aos nossos clientes.
Esta aquisição reflecte ainda a crescente importância estratégica que os mercados locais têm representado para a empresa e o nosso compromisso, enquanto líderes, em alavancar as nossas competências mundiais na prestação de soluções que vão ao encontro das necessidades destes mercados. Providencia igualmente novas oportunidades para a VeriFone reforçar a sua posição na Europa do Sul e também em África, nomeadamente nos países de língua oficial Portuguesa – Angola, Moçambique e Cabo Verde.
Há alterações no negócio em Portugal?
Todas as operações da unidade de negócio manter-se-ão sob a marca VeriFone Portugal e sob a gestão de uma equipa muito experiente e com um enorme conhecimento do mercado português, resultado da presença em Portugal de mais de 24 anos do seu distribuidor, o que é sem dúvida uma mais valia para o fabricante.
Quais as oportunidades de crescimento?
A VeriFone em Portugal pretende explorar as várias oportunidades que resultam não só das vantagens de termos o líder mundial neste mercado presente no nosso País, e indiretamente nos países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, mas também das sinergias que agora resultam desta aquisição, nomeadamente o acesso a um parque significativo já instalado e uma oferta completa e baseada em serviços, com enormes vantagens para os nossos actuais clientes e futuros segmentos de mercado que iremos explorar no curto-médio prazo.
Em Portugal, a VeriFone estava representada por parceiros que actuavam divididos por marcas, produtos e segmentos de mercado distintos. Entendemos que a presença da VeriFone em Portugal permite não só uma consolidação das várias áreas de actuação mas também uma oferta muito mais alargada de soluções e serviços, muito interessantes, por exemplo, para outros segmentos de mercado onde actualmente a empresa não tem expressão em Portugal. Paralelamente, o acesso a uma vasta experiência, inovação e escala globais, que a VeriFone traduzirá rapidamente no mercado português, permitirá sem dúvida criar novas oportunidades de negócio na área de pagamentos.
Que avaliação faz do estado de arte dos pagamentos mobile em Portugal?
Desde o aparecimento do primeiro cartão de crédito moderno, em 1958, que muito se percorreu nas soluções de pagamento em Portugal e no resto do Mundo. Marcos importantes como a criação da tecnologia RFID/Contactless em 1983, o nascimento do comércio electrónico em 1995, os primeiros pagamentos no telemóvel e a emissão do primeiro cartão contactless, ambos em 1997, têm tornado possíveis evoluções importantes a nível de pagamentos de nova geração, como o contactless e o NFC, realidades que estão agora em estágio de lançamento no mercado nacional.
As recentes certificações de terminais de pagamento automático com contactless, integrado em Portugal, vêm acelerar a utilização de cartões contactless no mercado nacional. A emissão dos referidos cartões é uma realidade nos principais bancos portugueses, e do ponto de vista de aceitação, o custo da componente tecnológica dos terminais, já se encontra praticamente esbatido.
Quais as vantagens da tecnologia?
A adopção da tecnologia contactless é rápida e definitiva, porém o seu período de gestação e desenvolvimento tem um ritmo próprio. O time-to-market depende de variáveis específicas ao seu ecossistema e, fundamentalmente, da expectativa do retorno de investimento.
Hoje em dia, as tecnologias sem contacto, simplificam a vida a milhões de pessoas, seja a nível de pagamentos, comunicações ou acessibilidades. A tecnologia contactless acrescenta celeridade, simplicidade e valor à economia, sem descurar no entanto a segurança. Hoje em dia, é impensável, um mercado de empresas e consumidores, sem o recurso a esta tecnologia.
Da adopção à sua utilização generalizada, será apenas um pequeno passo, um pouco como sucede já em outros mercados europeus, como a Polónia, Inglaterra e Turquia, pois pagar sem contacto é uma experiência disruptiva e que alterará a forma como encaramos o pagamento.
Por outro lado, o comércio online está a aumentar diariamente: das compras alimentares à roupa, dos bilhetes para espectáculos e livros, a compra está realmente à distância de um clique. O que importará perceber agora é que o acesso tradicional ao PC está a ser substituído por soluções mobile, com os smartphones à cabeça. No entanto, se comprar através de um smartphone é relativamente fácil, quanto ao pagamento não podemos dizer o mesmo.
Quais os números em Portugal?
Hoje em dia, em Portugal, existe um terminal de pagamento automático por cada 36 pessoas, 190 cartões por cada 100 habitantes e 156 telemóveis por cada 100 pessoas, razão pela qual, os responsáveis dos principais bancos, operadoras e agentes, estão de acordo no que respeita a assegurar que o pagamento mobile é uma grande oportunidade de negócio e vai potenciar as vendas no retalho. Para avançar, é preciso fomentar as parcerias entre os vários stakeholders, cada qual contribuindo com o melhor que sabe, oferecendo assim a sua mais-valia e know-how.
Quais as potencialidades dos pagamentos mobile em Portugal para o sector do retalho?
O mundo está a tornar-se mobile, existem 6 mil milhões de pessoas com telemóvel em todo o Mundo, 1 bilião delas com smartphones, e das quais, 89% utilizam-no diariamente. Existem três vezes mais telemóveis do que contas bancárias a nível mundial. Em 2012, foram vendidos em todo o Mundo, aproximadamente 40 milhões de iPad. Todas estas são razões de sobra para percebermos o grande potencial deste mercado.
As soluções de pagamento móvel e os cartões vão coexistir ainda durante algum tempo. As questões de confiança, por parte do consumidor final, vão impulsionar ou desacelerar as novas formas de pagamento, mas a comodidade, simplicidade, fiabilidade e rapidez irão certamente convencer-nos a todos.
No caso da VeriFone, como fabricante, para além das soluções tradicionais de terminais de pagamento automático, agora certificadas em Portugal com contactless integrado, irá existir em 2014 uma grande aposta nas soluções de M-POS, através da certificação e disponibilização de soluções de pagamento, integradas com smartphones, como os Android e os iPhone, passando também pelos tablets, com soluções de pagamento integradas com o Ipad.