Sérgio Leote, Consultor Sénior Michael Page Retail
Lufada de ar fresco, Sérgio Leote (Michael Page Retail)
“Uma das principais aprendizagens que se pode tirar das ditas épocas de crise, é perceber o que é que se fez mal e mudar para pelo menos tentar fazer melhor”
Rita Gonçalves
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Por Sérgio de Sena Leote -Consultor Senior Michael Page Retail
Muito já se escreveu sobre a crise e os efeitos da mesma. Trata-se de uma questão central e que deve estar garantidamente na ordem do dia. Creio que todos sentimos de forma muito directa os seus efeitos não só financeiros, que acabaram por impactar todos de forma mais ou menos directa, como também no que ao desemprego diz respeito. Neste último ponto, os que não sentiram directamente os seus efeitos, conhecem certamente alguém próximo que se debate com este flagelo. Desta vez não se tratou de uma realidade distante e que, quando parávamos para pensar, verificávamos que afinal não era tão tangível assim.
Por tudo isto, deve garantidamente ser uma questão que deve ser analisada de forma cuidada para que a partir daí todos possamos tirar as devidas ilações e aprendizagens, para que não se repitam os erros do passado. O tema foi focado, batido e rebatido até à exaustão. Creio que se chegou ao limiar da saturação e que muitas pessoas se tornaram mesmo “imunes” ou insensíveis a este tipo de notícias. Não querendo de forma alguma desvalorizar a importância desta questão, e sendo certo que não podemos dizer que as coisas estão estabilizadas e que já estamos a salvo, creio que não devemos deixar de focar alguns sinais positivos que aqui e ali se vão fazendo notar. Esta pode ser mesmo uma aprendizagem que podemos tirar desta fase crítica. Devemos tentar abandonar a nossa propensão nacional, diria que quase natural, para o pessimismo e para focar única e exclusivamente os pontos negativos, para passarmos a enfatizar também as coisas que correm bem. Numa visão mais simplista ou figurada da realidade, poderíamos resumir e resignarmo-nos à condição de que esse pessimismo nos está na massa do sangue e pronto…continuar assim. Mas uma das principais aprendizagens que se pode tirar das ditas épocas de crise, é perceber o que é que se fez mal e mudar para pelo menos tentar fazer melhor. E se muito haveria para dizer sobre este ponto, cinjo-me, para já, ao facto de termos que aprender a valorizar os casos de sucesso. Como já referi anteriormente o cenário e consequências da crise não são ainda uma realidade ultrapassada, mas aqui e ali, são vários os exemplos que devem ser enfatizados.
No sector do retalho, são várias as insígnias que anunciaram crescimentos orgânicos, como é o caso da Coviran que inaugura a terceira plataforma no nosso país. No mercado de luxo, foram várias as marcas que decidiram apostar em Portugal, das quais se poderá, por exemplo, destacar a MaxMara, Miu Miu e Cartier que decidiram abrir lojas em Lisboa. Ainda no sector de retalho, deverá fazer-se referência a outras insígnias de retalho que destacam melhorias de performance, como será o caso da Sonae que além dos crescimentos no retalho alimentar, conseguiu ganhos contínuos de eficiência operacional. Ainda nesta insígnia, deve igualmente destacar-se as apostas que o grupo vai continuar a fazer nos projectos de internacionalização, sobretudo nas insígnias de retalho especializado. Ao nível do modelo de franchising Meu Super, a palavra de ordem continua a ser crescimento. De destacar são também os resultados positivos da Jerónimo Martins e da Dia.
Repetem-se as notícias de marcas portuguesas que avançam agora para projectos de internacionalização e também de casos de sucesso de marcas que já haviam percorrido este caminho anteriormente, colhendo agora os frutos do trabalho desenvolvido. A título de exemplo poderemos destacar a Riberalves pelos bons resultados alcançados, tendo feito o melhor semestre de sempre e a Unicer que continua a apostar no plano de internacionalização das suas marcas, preparando-se para entrar agora na Arábia Saudita.
A taxa de desemprego baixou e os indicadores de confiança dos consumidores vêm em crescendo desde Janeiro. Não defendo de forma alguma que devamos ficar inebriados com estas notícias e esquecer tudo o resto, mas devemos valorizá-las na justa medida e deixar de atribuir valor apenas ao que não corre bem. Fazê-lo, implica gastar energias com algo que pouco ou nenhum retorno trará.
Ao nível do recrutamento poderá dizer-se que a realidade mudou significativamente, não só porque as empresas são hoje muito mais exigentes na hora de recrutar, mas também porque houve uma mudança bastante significativa ao nível dos perfis que hoje se recrutam. A grande maioria das empresas preocupou-se em optimizar as suas estruturas e aumentou substancialmente o espectro funcional de cada uma das funções, culminando no que poderíamos chamar uma redefinição dos perfis. Levando em linha de conta estas alterações e assumindo os respectivos ‘reajustamentos’ no que ao recrutamento e selecção diz respeito, e partindo do pressuposto que existem áreas ou sectores que registam mais dinamismo do que outras, o mercado de recrutamento tem registado um comportamento positivo.