Terra Nostra investe €700 mil em nova manteiga
A Terra Nostra investiu 700 mil euros para lançar a primeira manteiga. Em entrevista, Cátia Dias, Group Brand Manager, revela a estratégia para a nova categoria e fala sobre a campanha que permitiu à marca crescer 10% no primeiro semestre
Rita Gonçalves
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Entrevista a Cátia Dias, Group Brand Manager
A Terra Nostra investiu 700 mil euros para lançar a primeira manteiga. Em entrevista, Cátia Dias, Group Brand Manager, revela a estratégia para a nova categoria e fala sobre a campanha que permitiu à marca crescer 10% no primeiro semestre
Qual o investimento que Terra Nostra fez para lançar a primeira manteiga e entrar numa nova categoria do sector dos lacticínios?
Na fase de lançamento, a manteiga Terra Nostra beneficiou de um investimento total de 700 mil euros para o desenvolvimento da linha de manteiga na fábrica dos Açores, assim como comunicação integrada, com presença em televisão, online, relações públicas e acções no ponto de venda.
O novo anúncio de televisão é uma adaptação da campanha actual – Hortênsia e irá estar no ar entre os dias 5 e 25 de Agosto.
O que traz a nova manteiga de novo ao mercado nacional?
A entrada no mercado da manteiga com uma aposta diferenciadora, é mais uma forma dos consumidores saborearem o melhor da natureza dos Açores, com Terra Nostra.
A manteiga não tem corantes nem conservantes e posiciona-se como uma manteiga que sabe verdadeiramente a manteiga. Transporta-nos para a origem Açoriana, com sabores únicos e paisagens deslumbrantes.
Quais os objectivos de vendas para o novo produto?
Neste momento, a prioridade é a distribuição. Conseguir bons níveis de distribuição e garantir uma boa visibilidade no linear. Acreditamos que a prazo seremos um player relevante também neste mercado.
A exportação da nova manteiga está nos horizontes da Bel Portugal?
A exportação das nossas marcas nacionais – Terra Nostra e Limiano, são uma prioridade, com enfoque particular para o queijo, no entanto toda a gama é exportável e representa, sem dúvida, uma oportunidade de desenvolvimento das nossas marcas a nível internacional.
Como correu o primeiro semestre à marca?
Durante o primeiro semestre, a marca Terra Nostra teve um crescimento acima do normal, próximo dos 10%, registando também um reforço de liderança no mercado de queijo flamengo.
Esta performance é o resultado de uma actividade promocional acima da média, para a qual contribuiu fortemente uma acção a nível nacional com oferta de leite na compra de queijo.
Não obstante os bons resultados à data, vemos o futuro com alguma cautela. Por um lado, o custo das matérias-primas tem vindo a aumentar de forma significativa, prejudicando níveis de rentabilidade. Por outro, temos o contexto sócio-económico das nossas famílias, com reduções no poder de compra, podendo conduzir a cortes no cabaz de compras habitual. As condicionantes do mercado, a montante e a jusante colocam-nos numa situação que vai exigir um ajuste na abordagem ao mercado.
Qual a facturação esperada este ano?
Em 2012, a BEL contou com uma facturação na ordem dos 118 milhões de euros, mais 2 milhões do que igual período do ano anterior. O primeiro semestre de 2013 apresenta 4% de crescimento em volume, ou seja, estamos a conseguir cumprir o objectivo de crescimento anual.
Em termos de quota de mercado, a Bel é a empresa líder do mercado de queijo com 17% das vendas.
Terra Nostra é a marca nº1 em volume, liderando o segmento de queijo flamengo também, com 17% de quota em volume e 20% em valor.
Quanto representa a exportação no volume de negócios?
A exportação representa ainda uma pequena parcela do nosso negócio e a nossa visão é que essa parcela seja 10% do volume total da Bel em 2016.
Quais os países para onde exportam e o quê?
Actualmente, a BEL, com as marcas que produz em Portugal (Terra Nostra e Limiano), exporta sobretudo para mercados lusófonos, como Angola e para outros países onde as marcas portuguesas têm um maior peso como sejam os mercados da saudade (França, Suíça).
Quais os países onde estão a apostar forte actualmente no plano da exportação?
Prevemos intensificar as nossas relações com os países com os quais já trabalhamos em África, como é o caso de Angola, Moçambique e Cabo Verde. Temos novos mercados com planos definidos e em fase de desenvolvimento a curto prazo, como o Brasil e a Rússia.
Que balanço faz do mercado interno de lacticínios no primeiro semestre?
No difícil contexto económico em que vivemos, as marcas têm que se reinventar para comunicar com os consumidores, tendo de o fazer de forma cada vez mais relevante.
Os lacticínios têm em seu benefício o facto de serem produtos essenciais na nossa alimentação, como o queijo, o leite ou a manteiga, o que tem contribuído de forma genérica para uma manutenção de volumes.
Por outro lado, este mercado também é maioritariamente composto por marcas nacionais, um aspecto muito valorizado pelos portugueses. No nosso caso, a Bel tem três unidades de produção em Portugal, defendendo 600 postos de trabalho directos e muitos mais indirectos, nomeadamente na área de produção de leite.
Também sentimos que a crise económica tem aliciado as famílias portuguesas a privilegiar o pequeno-almoço em casa. As nossas marcas são fortes no consumo no lar, em particular ao pequeno-almoço, altura em que as famílias optam por formatos mais práticos como as fatias, e aqui Terra Nostra tem a proposta ideal ao contar com queijo, leite e manteiga.
Como têm dinamizado o consumo dos vossos produtos, nesta altura de crise e recessão?
No cenário de crise actual e de forma a manter a relevância junto do consumidor, procurámos ajustar a nossa estratégia de comunicação e política promocional.
Em primeiro, acreditamos na força da nossa marca, que conta com produtos de referência e de elevada qualidade adaptados às necessidades dos consumidores.
Em 2013, temos privilegiado activações que tragam um benefício real para o consumidor, a título de exemplo, em Março deste ano, lançámos uma acção nacional em que na compra de duas embalagens de fatias de tamanho familiar, o consumidor recebia directamente na loja 6L de leite Terra Nostra. Esta foi uma acção muito valorizada pelo consumidor.
Mesmo no cenário actual, não descuramos a importância da inovação contínua – além da manteiga Terra Nostra, contamos trazer mais algumas novidades ao mercado, mais uma vez, falamos de novidades que sejam relevantes para o consumidor e que se enquadrem nos seus hábitos de consumo regulares.
A Bel vai investir até ao final do ano três milhões de euros nas fábricas portuguesas. Um milhão vai ser aplicado na unidade de Ribeira Grande, nos Açores, onde são fabricados os produtos da marca Terra Nostra. O que vai mudar?
Com este investimento na fábrica da Ribeira Grande, pretendemos acima de tudo melhorar a produtividade e processos. O aumento de produtividade está directamente relacionado com a redução de custos, um foco com bastante peso para a nossa empresa.