3 tendências de consumo, segundo António Casanova (Unilever)
António Casanova, CEO da Unilever, revelou as três principais tendências no sector do grande consumo, por ocasião do Congresso do Consumidor, na Alimentaria Lisboa
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Rita Gonçalves
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As categorias de bens de consumo que mais crescem no mercado português são as que praticam preços 75% inferiores à média de mercado e, por outro lado, as que oferecem preços ao consumidor cerca de 30% mais elevados do que a média praticada.
A frase é de António Casanova, CEO da Unilever. E foi proferida no Congresso do Consumidor, uma iniciativa da Kantar Worldpanel que teve lugar na Alimentaria Lisboa, na FIL.
Para responder a esta tendência de mercado, a indústria alimentar está a lançar produtos mais baratos, sob o chapéu das marcas principais, mas, em simultâneo, a apostar nas gamas Premium.
António Casanova explica que a Unilever lançou o Big Milk, que vai custar cerca de 70 cêntimos. O “preço de um café”, alega Casanova. “Nos gelados, por exemplo, há uma tendência para lançar embalagens mais pequenas e mais económicas. Foi nesta categoria onde mais crescemos em quota. O mercado está sobretudo dividido entre as MdD (Marcas da Distruição) e as marcas da Unilever (Olá, Magnun, entre outras)”.
Casanova revela que o lançamento de produtos mais baratos dentro das próprias marcas não é um exercício fácil. “Por exemplo, na margarina, optámos por recuperar a marca Imperial, uma marca histórica que relançámos com preços mais baixos”.
Em jeito de conclusão, o CEO da Unilever revela que há três grandes tendências: lançar produtos e marcas mais baratas, esticar ainda mais os preços e um aumento na promoção e divulgação dos produtos junto do consumidor.
Relações Produção/Distribuição
Sobre as relações entre distribuidores e produtores, Casanova enalteceu o trabalho “brutal” de redução de custos feito na cadeia de abastecimento nos últimos 10 anos. “A cadeia é hoje muito mais eficiente, um trabalho de parceria entre Distribuição e Produção”.
Um dos principais pontos de fricção, continua, está relacionado com a pergunta: “A quem é que os consumidores são fiéis, às marcas ou às insígnias, revela. “Por exemplo, se não há Skip numa loja, o consumidor desloca-se a outra para comprar ou adquire outra marca?”, questiona.
Também a questão da distribuição do bolo, leia-se das margens, também faz parte dos pontos de discórdia entre retalhistas e produtores, conclui o CEO da Unilever.