Comerciantes rejeitam compra de bacalhau com aditivos
“O importador tem sempre a possibilidade de limitar contratualmente a adição de fosfatos. Se tiver fosfatos, não compra”, avisa um responsável da Sr. Bacalhau

Rita Gonçalves
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Os comerciantes de bacalhau tradicional estão contra a introdução de fosfatos, uma proposta que está a ser debatida pela Comissão Europeia, e já tem resposta para os produtores: com fosfatos não compram.
Gonçalo Guedes Vaz, director industrial da Sr. Bacalhau, pertencente ao grupo RCSI, um dos maiores transformadores nacionais de bacalhau salgado seco, é categórico: “Não queremos [o bacalhau] com fosfatos, logo, se tiver, não compramos”.
Por isso, a empresa conta com “as suas próprias alternativas” através das fábricas que comprou na Noruega, uma para receber o produto e outra para o transformar.
“Aí temos a certeza absoluta que o nosso produto não tem fosfatos”, sublinhou Gonçalo Guedes Vaz à Lusa.
Os defensores da proposta (Islândia, Noruega e Dinamarca) proclamam que o peixe com estes aditivos químicos, que servem para tornar o bacalhau mais branco, se destina apenas a alguns mercados, grego e espanhol, por exemplo.
Mas, para o director industrial da Sr. Bacalhau, a proposta é negativa.
“Não é possível fazer bacalhau tradicional com um bacalhau aditivado com fosfatos”, considerou, reclamando que Portugal defenda o produto que compra: “O importador tem sempre a possibilidade de limitar contratualmente a adição de fosfatos. Se tiver fosfatos não compram”.
Gonçalo Guedes Vaz explicou que a adição de fosfatos promove a retenção de água nos tecidos, o que se traduz num aumento de peso, pelo que só os produtores iriam beneficiar desta alteração legislativa, que não tem qualquer vantagem para a indústria de secagem.
O administrador da Riberalves, João Alves, concorda: “[A adição de fosfatos] não é mais valia nenhuma” para o bacalhau salgado seco, de cura tradicional, preferido pelos portugueses. “Para este tipo de bacalhau, é dinheiro desperdiçado porque na secagem [o fosfato] vai ser expulso do peixe”, explica.
João Alves lembra que o bacalhau com fosfatos já é produzido há vários anos nos países nórdicos, mas apenas no peixe usado como filete fresco.
Hipersuper com Lusa