Comerciantes rejeitam compra de bacalhau com aditivos
“O importador tem sempre a possibilidade de limitar contratualmente a adição de fosfatos. Se tiver fosfatos, não compra”, avisa um responsável da Sr. Bacalhau

Rita Gonçalves
Portugal presente na ProWein com 250 expositores em 2.700 m²
Adega de Monção conquista Ouro e Prata nos Prémios Mundus Vini 2025
Action abre novas lojas em Vila Nova de Gaia e Viana do Castelo
A Padaria Portuguesa expande presença com três novas lojas
Compal Origens lança o novo sabor Goiaba Rosa do Brasil
Adega Mayor lança edição especial de rótulos personalizados para o Dia do Pai
Quinta de Pancas Grande Reserva Tinto: equilíbrio entre o passado e o presente
Novo Impossible Coffee homenageia coragem de doze mulheres angolanas que se uniram para manter viva a produção de café
Taxa de Reciclagem de Embalagens de Vidro nos The Editory Collection Hotels atinge os 80% com projeto Projeto-piloto da AIVE
Tendências e inovação em destaque na Empack e Logistics & Automation Porto
Os comerciantes de bacalhau tradicional estão contra a introdução de fosfatos, uma proposta que está a ser debatida pela Comissão Europeia, e já tem resposta para os produtores: com fosfatos não compram.
Gonçalo Guedes Vaz, director industrial da Sr. Bacalhau, pertencente ao grupo RCSI, um dos maiores transformadores nacionais de bacalhau salgado seco, é categórico: “Não queremos [o bacalhau] com fosfatos, logo, se tiver, não compramos”.
Por isso, a empresa conta com “as suas próprias alternativas” através das fábricas que comprou na Noruega, uma para receber o produto e outra para o transformar.
“Aí temos a certeza absoluta que o nosso produto não tem fosfatos”, sublinhou Gonçalo Guedes Vaz à Lusa.
Os defensores da proposta (Islândia, Noruega e Dinamarca) proclamam que o peixe com estes aditivos químicos, que servem para tornar o bacalhau mais branco, se destina apenas a alguns mercados, grego e espanhol, por exemplo.
Mas, para o director industrial da Sr. Bacalhau, a proposta é negativa.
“Não é possível fazer bacalhau tradicional com um bacalhau aditivado com fosfatos”, considerou, reclamando que Portugal defenda o produto que compra: “O importador tem sempre a possibilidade de limitar contratualmente a adição de fosfatos. Se tiver fosfatos não compram”.
Gonçalo Guedes Vaz explicou que a adição de fosfatos promove a retenção de água nos tecidos, o que se traduz num aumento de peso, pelo que só os produtores iriam beneficiar desta alteração legislativa, que não tem qualquer vantagem para a indústria de secagem.
O administrador da Riberalves, João Alves, concorda: “[A adição de fosfatos] não é mais valia nenhuma” para o bacalhau salgado seco, de cura tradicional, preferido pelos portugueses. “Para este tipo de bacalhau, é dinheiro desperdiçado porque na secagem [o fosfato] vai ser expulso do peixe”, explica.
João Alves lembra que o bacalhau com fosfatos já é produzido há vários anos nos países nórdicos, mas apenas no peixe usado como filete fresco.
Hipersuper com Lusa