Qual é o mercado de retalho desta década?
David Hand, Head de Investimento para a China da Jones Lang LaSalle (JLLS), aconselha os retalhistas a prestarem muita atenção ao mercado chinês nesta década
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Rita Gonçalves
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David Hand, Head de Investimento para a China da Jones Lang LaSalle (JLLS), aconselha os retalhistas a prestarem muita atenção ao mercado chinês nesta década.
“A China oferece uma proposta interessante para os investidores globais. Não só está posicionada para se tornar o maior mercado de consumo do mundo, como se prevê que em 2020 seja um mercado de $15 biliões anuais de investimento imobiliário em retalho. O cenário de investimento vai ser cada vez mais globalizado, impulsionado por uma classe média em crescimento, maior velocidade de urbanização, um crescimento forte do consumo e pela expansão significativa da qualidade das infra-estruturas de retalho. A China é definitivamente o mercado a prestar atenção nesta década”.
É por este motivo que a China, a par da Índia, ocupam a liderança da lista dos 20 países com maior vitalidade de crescimento no imobiliário de retalho. No “Retail Real Estate Momentum Index”, concebido pela JLLS, destacam-se ainda países do Sudoeste Asiático e da América Latina.
180 biliões até 2020
O “Retail Real Estate Momentum Index” faz parte do relatório “Redefining Retail Investiment”, apresentado no Retail Real Estate World Summit do International Council of Shopping Centers (ICSC) 2012, que teve lugar entre 11 e 14 de Setembro, em Xangai.
O relatório confirma que, na última década, foram transaccionados mais de $1 trilião em activos imobiliários de retalho em todo o mundo. O investimento directo em imobiliário de retalho foi, em média, de $100 biliões por ano desde 2004, atingindo em 2011 os $122,5 biliões anuais.
No ano passado, a actividade de investimento estrangeiro contabilizou quase metade de todo o investimento em retalho, enquanto em 2004 esse peso era de apenas um quarto. A actividade dos investidores estrangeiros deverá continuar em torno dos 50% do total dos volumes transaccionados neste sector, impulsionando os volumes anuais de investimento para um patamar entre $160 a 180 biliões até 2020, o que representa uma subida de 30 a 50% face aos níveis registados em 2011, prevê a JLLS.
Mais destinos
“O número de destinos de investimento em todo o mundo aumentou, à medida que mercados em crescimento como a China, o Brasil ou a Turquia estão a atrair investidores globais. Com a melhoria na qualidade e disponibilidade dos activos de retalho, o aumento dos níveis de liquidez e os progressos na transparência imobiliária, o sector de investimento em retalho está posicionado para uma globalização mais rápida”, sublinha Arthur de Haast, Head de International Capital Group, da Jones Lang LaSalle.
Michael Niemira, Vice Presidente de Research e Economista Chefe do ICSC, afirma, por sua vez, que “muitas das crescentes oportunidades de investimento em imobiliário de retalho – identificadas no relatório da Jones Lang LaSalle – estão também a ser geradas pelo facto de um maior número de países estar a adoptar os REIT’s (Real Estate Investment Trust). Estes veículos de investimento, que aumentam a transparência e facilitam o investimento, cresceram nos últimos 40 anos, como 27 países a oferecerem já regimes financeiros desta natureza e outros sete – China, Índia, Indonésia, Nigéria, Quénia, Vietname e África do Sul – a considerar adoptá-los. A facilidade de acesso a capital doméstico e estrangeiro e indicadores fortes de consumo deverão ser a base da plataforma sólida para o crescimento dos mercados imobiliários d retalho a nível global na próxima década”.
A JLLS prevê que haja uma reorganização geral dos fluxos de capital direccionados para a região da Ásia-Pacífico, sobretudo devido a indicadores demográficos favoráveis e ao crescimento da classe média. Em 2020, esta região deverá contabilizar 26% do volume global de investimento imobiliário de retalho, crescendo dos actuais 22%. O relatório estima que o Continente Americano se mantenha com um peso de 33% dos volumes globais de investimento em imobiliário de retalho até 2020, enquanto a região EMEA recuará para 41% (comparando com os actuais 45%).