Vinhos na distribuição sim, mas sem mexidas no preço
Os produtores de vinho que quiserem manter os seus néctares nos lineares da distribuição moderna em Portugal estão a ser confrontados com uma dura realidade: os preços não podem subir.
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Victor Jorge
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As conclusões ou directrizes saídas do seminário organizado em conjunto pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), são claras: os produtores de vinho que quiserem manter-se nos lineares dos hiper e supermercados em Portugal podem fazê-lo … desde que não aumentem preços.
Na reunião que contou com a presença dos responsáveis pela compra de vinhos da Auchan, Continente e Jerónimo Martins, os produtores viram-se confrontados não só com a realidade de que os preços estão proibidos de sofrer aumento, como ficou claro que é necessário reduzir o número de marcas existentes no mercado.
Ao Dinheiro Vivo, Luís Pato, conhecido produtor da região da Bairrada e vice-presidente da ViniPortugal por indicação da Produção, admitiu que “vão matar a galinha dos ovos de ouro”.
Certo é que com a transferência de consumo para marcas mais baratas e com o surgimento de várias Marcas Próprias da Distribuição (veja-se o caso do Continente com os vinhos Contemporal ou do Pingo Doce com os néctares de várias regiões com o mesmo nome), o preço médio a que o vinho é actualmente vendido no retalho alimentar (cerca de 2,5 euros por litro) não deverá registar alterações, mantendo um dos “flagelos” apontados pela produção ao longo destes anos: o baixo preço do vinho.
Confrontados com a realidade de que, quem quiser vender vinho em Portugal terá de fazê-lo na distribuição moderna, os produtores não deverão ter grandes opções para contrariar a “vontade” dos colossos do retalho nacional, vendo-se obrigados a seguir, cada vez mais, as evidências da exportação.
Com o consumidor nacional com o “dinheiro contado” durante o ano 2012 – e possivelmente 2013 – a fileira do vinho não terá um mercado fácil, impossibilitada que está de olhar para o canal Horeca como eventual salvação, já que é conhecida a transferência de consumo de fora para dentro do lar, indicando os últimos números da Nielsen uma quebra de 5%no consumo de vinho na restauração.