Univeg quer ajudar empresas portuguesas a exportar
Seja na sua única plataforma, em Torres Novas, ou na casa do cliente, a Univeg dispõe de soluções de gestão logística flexíveis e competitivas. Ajudar as empresas portuguesas a exportar, é a grande aposta
Rita Gonçalves
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Vitor Figueiredo, Director-Geral da Univeg Portugal
Seja na sua única plataforma, em Torres Novas, ou na casa do cliente, a Univeg dispõe de soluções de gestão logística flexíveis e competitivas. Ajudar as empresas portuguesas a exportar, é a grande aposta.
Hipersuper (H): Como correu o primeiro quadrimestre de 2011?
Vitor Figueiredo (V.F.): Está em linha com os objectivos. Apesar da conjuntura económica adversa, temos vindo a crescer face a 2010. No entanto, a instabilidade política e económica teve um forte efeito no processo de tomada de decisão de potenciais clientes. A aprovação de propostas foi muitas vezes adiada devido à incerteza no futuro.
H: O que têm feito para contornar esse impasse?
V.F.: É a maneira como se reage às adversidades que dita ou não o sucesso. Se, por um lado, a diminuição do consumo tem um efeito negativo no volume de actividade de alguns dos nossos clientes, e o aumento do preço dos combustíveis torna a logística inevitavelmente mais dispendiosa, por outro, os clientes que até hoje fizeram a sua própria logística apercebem-se que existem vantagens em apostar no outsourcing da operação.
H: Quais são as vantagens?
V.F.: As sinergias e economias de escala obtidas numa plataforma multicliente, assim como os benefícios decorrentes dos investimentos efectuados pelos operadores logísticos em sistemas de informação, infra-estrutura e rede de distrubuição. O outsourcing permite ainda libertar capitais investidos em activos que não fazem parte do core business da empresa. Desta forma, as alterações efectuadas no sentido de aumentar a competitividade das nossas soluções têm vindo a limitar os efeitos negativos da crise na performance da empresa.
H: Em 2010, levaram a cabo uma reestruturação interna?
V.F.: Foi um ano de forte transição para a Univeg Portugal. Reestruturámos a actividade, o que permitiu um crescimento significativo da área de operação logística, e implementámos um novo software de gestão de armazém. A direcção-geral também sofreu mudanças para melhor preparar a empresa para o futuro.
H: Correu bem?
V.F.: Sim, em termos globais, registámos em 2010 um aumento do volume de negócios, através de novos clientes.
H: Quais as perspectivas para o resto do ano?
V.F.: O segundo semestre de 2011 representa um enorme desafio. No entanto, acreditamos que as empresas se concentrarão cada vez mais em mercados alternativos. Desta forma, espera-se um incremento no fluxo de exportações motivado não só pelos próprios incentivos, que terão que existir, mas também devido à expectável descida de consumo no mercado nacional.
A presença mundial da Univeg, a rede de distribuição e vasta experiência no comércio internacional permite-nos apresentar uma solução competitiva enquanto braço logístico para facilitar o acesso a mercados exteriores.
H: Que objectivos traçaram para 2011?
V.F.: A Univeg é conhecida pela estratégia agressiva de crescimento. Nos últimos seis anos, o grupo duplicou o tamanho por duas vezes. Por outro lado, crescer por si só não é suficiente. Precisamos de ser inovadores nas soluções e exímios nos serviços que executamos.
Outro grande objectivo é a apresentação de soluções para comércio internacional. A massa crítica do grupo (segundo maior player a nível mundial de frutas e verduras) e a dimensão verdadeiramente internacional, criam vantagens únicas na apresentação de soluções integradas para importação e exportação, por via rodoviária, marítima e até mesmo aérea.
H: O que seria um bom resultado no final do ano?
V.F.: Um bom resultado para a Univeg Portugal em 2011 passaria por fazer crescer em 15% o volume de negócios face ao ano anterior. Em 2010, facturámos mais de 6.1 milhões de euros. Estimamos que este ano atinja 7 milhões.
H: Qual a estratégia da Univeg no mercado nacional?
V.F.: Ser a primeira alternativa para o cliente que esteja a procurar o outsourcing de parte ou totalidade dos processos da sua cadeia de abastecimento, é a nossa meta. Por isso, posicionamos o negócio essencialmente na logística de produtos alimentares num contexto multi-temperatura, multi-cliente e multi-fluxo. A gestão de operações com fluxos muito tensos é a nossa especialidade.
Acreditamos nas sinergias operacionais e de transporte decorrentes da gestão de diversas operações numa única plataforma localizada estrategicamente.
H: Que balanço faz do sector da logística especializado em produtos alimentares?
V.F.: Apesar de haver muitos operadores no mercado nacional, são poucos os que conseguem oferecer soluções integradas que englobem toda a cadeia de abastecimento.
Existe pouca flexibilidade nas soluções e, por vezes, pouca preocupação com o nível de serviço. Talvez por isso, exista em Portugal uma tendência muito grande das empresas em terem a sua própria logística. A externalização da logística continua a ser vista como uma perda de controlo sobre uma parte importantíssima da cadeia de valor. Na realidade, existem diversos estudos que mostram que a externalização da logística, quando efectuada com o operador certo, pode representar não só uma melhoria dos níveis de serviço como também uma diminuição significativa dos custos.
H: Que desafios enfrenta a logística a médio e longo prazo?
V.F.: Destacam-se dois grandes desafios: a evolução do preço do combustível, que aumentou significativamente o custo da logística em comparação com as vendas, e o próprio clima económico desfavorável com uma expectável quebra de consumo.