O que pensa o Governo sobre a ‘guerra’ das marcas
A grande questão, refere Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio, saber se o diferencial entre dois produtos é suficientemente forte para que o consumidor opte por um
Rita Gonçalves
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Para o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, a discussão não se deve centrar no poder dos donos das prateleiras ou no fenómeno das cópias de produtos inovadores, por exemplo, mas sim no consumidor, porque aqueles problemas, “desconstruções ou perversidades, não são um exclusivo da Distribuição, existem também no sector farmacêutico, nos combustíveis low cost, entre outros”.
A grande questão, refere, é saber se o diferencial entre dois produtos é suficientemente forte para que o consumidor opte por um deles. Isto não é mais do que a percepção do consumidor sobre o que quer”.
Para melhor esclarecer a plateia, Fernando Serrasqueiro descreve como formou a sua própria noção de qualidade. “Visitei um alfaiate que utilizou como argumento o facto de aquele produto ‘durar a vida toda’. Mas, não era isso que eu queria, ainda por cima com um custo adicional. A partir desse dia formei a minha ideia de qualidade que funciona na adequação à utilização que vou fazer daquela compra. Não é só o preço que se evidencia nesta crise”.
O segredo está na forma como as marcas conhecem o consumidor moderno. “Não faço disto uma guerra bélica como já ouvi numa série de seminários. Para o Governo, a prioridade é salvaguardar a concorrência, reforçar as competências da ASAE e da Autoridade da Concorrência, aumentar o controlo sobre a qualidade dos produtos e sobre a verdade das características dos produtos, para que o sistema funcione e seja o consumidor a decidir. Na óptica do Governo, o que se deve privilegiar é a produção nacional, seja Marcas da Distribuição ou Marcas de Fabricante”, conclui.