Nestlé aumenta vendas em 3%
A Nestlé aumentou as receitas em 3%, em 2010, totalizando 601,3 milhões de euros. Com a inovação a ser o grande driver desta performance, “prudência e incerteza” são duas palavras utilizadas para o actual exercício.
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Victor Jorge
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O ano de 2010, apesar da “incerteza que marcou este período”, segundo admitiu António Reffóios, administrador-delegado da Nestlé Portugal, foi de crescimento com as vendas aumentarem 3% face a 2009.
As receitas do maior produtor alimentar mundial em Portugal ascenderam a 601,3 milhões de euros, destacando o responsável pela operação da multinacional no nosso País a inovação (produtos lançados no máximo há três anos) como principal impulsionadora para esta performance, representando 14,3% das vendas totais. Estas contas não contabilizem, no entanto, as receitas provenientes da joint-venture que a Nestlé tem com a Lactalis na Longa Vida, salientando Reffóios que, caso fossem, as vendas ultrapassavam os 700 milhões de euros.
Já a exportação, no valor de 68 milhões de euros (+2,9% face a 2009), representou 10,5% no volume de negócios global, embora António Reffóios considere que a Nestlé Portugal “não é uma empresa muito exportadora, uma vez que estamos em muitos países”. Os produtos exportados pela Nestlé Portugal tiveram como destino 39 países, embora 88% das exportações se concentrem em Espanha, Itália, Holanda, Grécia, Angola, Cabo Verde, França, Alemanha, Ucrânia e Reino Unido, absorvendo o Velho Continente 78% do total exportado.
As vendas no mercado português registaram um total de 538,3 milhões de euros, correspondendo a um crescimento de 3%, com o investimento efectuado pela companhia a ascender a 18 milhões de euros (7 milhões nas quatro fábricas e 11 milhões nos diversos negócios da companhia).
No capítulo das vendas nacionais, destaque para o papel do café, mais precisamente dos sistemas fechados em cápsulas da Nespresso e Nestlé Dolce Gusto. António Reffóios destacou, aliás, o papel que estas inovações tiveram no mercado nacional, lembrando que, em 2005, “ninguém se atreveria a dizer que o café em cápsulas teria o actual peso”.
A transferência de consumo de fora para dentro do lar foi, de resto, salientada por Reffóios, revelando que das cerca de seis mil milhões de chávenas consumidas em Portugal, em 2005, 70% eram bebidas fora de casa, passando este número, em 2010, para 60%, com o consumo a cair cerca de 200 milhões de chávenas de 2006 para 2010.
Nas restantes áreas de negócio, destaque ainda para Purina PetCare que fechou o ano com uma facturação de 50 milhões de euros, apontando Reffóios a “nova” composição dos lares portugueses e maior cuidados por parte das pessoas com os seus animais de estimação como razão para este comportamento. No PetCare, a Nestlé detém uma quota de 36%, com o concorrente principal abaixo dos 20% quando, há seis anos, “a situação era inversa”.
Nos gelados, o crescimento de 17% foi alicerçado nas marcas Kit Kat, Gold, Nesquik e Smarties, adoptando a Nestlé uma estratégia exclusivamente para fora do lar.
Inovação importante introduzida no mercado pela Nestlé foi Maggi Directo ao Forno que, no primeiro ano, vendeu bem acima das expectativas traçadas pela companhia (cerca de quatro vezes mais que o esperado), totalizando 130 toneladas.
Finalmente, os chocolates e os cereais, foram dois negócios que registaram comportamentos diferentes. Se no primeiro caso, a Nestlé admite que tenha sido uma das categoria que mais sofreu em 2010, tendo caído em volume e valor, com o consumidor a preferir marcas mais baratas, já nos cereais “continuamos a liderar o mercado com 47% de quota e um crescimento de 3%”.
Para 2011, “prudência e incerteza” são palavras utilizadas pelo administrador-delegado da Nestlé Portugal, admitindo que o objectivo é “crescer na mesma proporção que em 2010”. Com os drivers de crescimento a serem a inovação, Dolce Gusto, Nespresso, Maggi Directo ao Forno e Purina, Reffóios concluiu que “tenho muita dificuldade em prever as consequências da falta de dinheiro disponível e das tristeza que assola as pessoas nos dias de hoje. Tudo isto tem impacto no consumo”.