Lisboa e Algarve concentram 60% das aberturas nos próximos três anos
2010 registou o mínimo histórico em novas aberturas de espaços comerciais, indicam os números da Cushman&Wakefield. Nos próximos três anos, dos 500.000 m2 de ABL, 60% concentrar-se-ão em Lisboa e no Algarve.
Victor Jorge
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Segundo o Marketbeat Portugal da Cushman&Wakefield (C&W) relativamente ao exercício terminado no passado dia 31 de Dezembro, o ano de 2010 registou o mínimo histórico em novas aberturas em espaços comerciais, limitando-se ao Leiria Shopping, Barreiro Retail Planet e Liberdade Street Fashion.
A consultora especializada em serviços imobiliários, refere no documento que analisa o ano 2010 que, “desde o início de 2008 que os retalhistas têm vindo a sentir quebra nas vendas, em especial no sector não alimentar”, salientando que 2009 e 2010 foram anos de “forte correcção” por parte dos retalhistas que pretendiam manter a sua operação rentável, referindo que “foram fechadas unidades não produtivas e renegociadas condições nas unidades em actividade”.
Antecipando um crescimento negativo da economia para 2011 e uma recuperação ténue em 2012, a C&W prevê a abertura de 500.000 m2 novas aberturas até 2013, encontrando-se, actualmente, 180.000 m2 em construção. De resto, para 2011, esperam-se as aberturas do Aqua Portimão, Fórum Sintra e Dolce Vita Braga, destacando a consultora que “o adiamento de projectos tem sido uma constante” e, no actual contexto de mercado, apenas se podem considerar com segurança os centros em construção, que representam cerca de 36% do volume total de oferta projectada.
As regiões da Grande Lisboa e do Algarve são as que apresentam maior volume de ABL prevista para os próximos três anos, aproximadamente 300.000 m2, perto de 60%.
A C&W conclui que “nesta fase do mercado é necessário procurar novas oportunidades de desenvolvimento do sector. A quebra do consumo privado reflecte-se numa diminuição das vendas a retalho, o que implica uma maior disputa entre os conjuntos comerciais para garantir a viabilização da operação dos retalhistas, e em última instância da sua actividade”.
Este cenário poderá “obrigar” a que muitos proprietários considerem de forma séria “o reposicionamento dos seus centros”, especialmente dos mais antigos, como forma de se manterem competitivos face aos projectos mais actuais e dando assim resposta a consumidores cada mais exigentes, que dispõem de um vasto leque de alternativas de consumo.