Portugal é o menos confiante na recuperação económica
Os dados do inquérito da Nielsen sobre a Confiança dos Consumidores a nível mundial indicam que Portugal ocupa a cauda do ranking (44 pontos), bem abaixo da Espanha (65 pontos), Itália (64 pontos) e Grécia (57 pontos).
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Victor Jorge
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De acordo com a Nielsen, o índice de confiança em Portugal continua em baixa. Os dados do inquérito da Nielsen sobre a Confiança dos Consumidores a nível mundial, realizado entre 3 e 21 de Setembro de 2010 a mais de 26.000 consumidores em 53 países da Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Médio Oriente, África e América do Norte sobre os seus níveis de confiança e perspectivas económicas, indicam que depois de no 3.º trimestre de 2009 o nosso País ter registado um índice de 53 pontos, o 3.º trimestre do actual exercício já mostrava uma descida, para 51 pontos.
Agora, a consultora vem revelar que o índice de confiança dos consumidores portugueses está nos 44 pontos, sendo o mais baixo de todos os países inquiridos pela Nielsen, bem longe da média (90 pontos) e de países como Espanha (65 pontos), Itália (64 pontos) e Grécia (pontos).
A nível global e depois de um início de ano algo promissor, com dois trimestres consecutivos de crescente optimismo, a confiança dos consumidores a nível mundial caiu três pontos em Setembro, para um índice de 90 pontos, concluindo o Índice Nielsen da Confiança dos Consumidores a nível mundial que a esperança dos consumidores de uma recuperação económica desvaneceu-se na maior parte dos países do mundo. Esta marca de 90 pontos reflecte, segundo a consultora, “que os consumidores em todo o mundo permanecem pessimistas acerca das perspectivas de emprego, finanças pessoais e capacidade de comprarem as coisas que querem e de que precisam durante o próximo ano”.
Enquanto um sentimento positivo levantou os níveis de confiança na primeira metade deste ano, a confiança dos consumidores declinou em 20 dos 53 mercados mundiais no terceiro trimestre. “Simplesmente não houve suficientes notícias consistentes e positivas que aguentassem a perspectiva e o momentum positivos que os consumidores mostraram no início deste ano”, afirma Venkatesh Bala, Chief Economist do The Cambridge Group, pertencente à The Nielsen Company. “A inversão da confiança dos consumidores a nível mundial no terceiro trimestre realça a fragilidade e a incerteza da actual economia mundial e, acima de tudo, a divergência no ritmo de recuperação entre os mercados e regiões internacionais” refere.
O inquérito realizado pela Nielsen revela, também que para muitos consumidores, os gastos em bens não essenciais tornou-se este ano mais restricto comparado com o pior período da recessão há dois anos, com os rendimentos discricionários a atingirem o nível mais baixo de sempre para muitos consumidores no terceiro trimestre. Os dados mostram que 27% os americanos, 19% dos europeus, 17% dos consumidores do Médio Oriente/África e 16% dos latino-americanos não têm dinheiro extra depois de pagarem as despesas essenciais.
Neste último inquérito da Nielsen, a confiança dos consumidores apresentou, na maioria dos mercados, uma constante retracção para gastar. Mais de metade (56%) dos consumidores globais acreditam que estão presentemente em recessão e 48% não crêem que saiam dela nos próximos 12 meses. “Embora não seja provável que voltemos à esgotante recessão mundial, nos últimos meses os consumidores convenceram-se que não há soluções rápidas para as persistentes questões económicas do desemprego e défices de orçamento em espiral que continuam a sufocar e a retrair o restabelecimento económico,” afirma Bala.
A estagnação dos números sobre o desemprego nos EUA e o aumento do número de desempregados em alguns mercados europeus tiveram grande efeito nos níveis de confiança no terceiro trimestre. 64% dos norte-americanos e 70% dos europeus descrevem as suas perspectivas de emprego nos próximos 12 meses como “medíocres ou más”.
A Europa demonstrou os padrões de recuperação mais divergentes no último trimestre com o Noroeste da Europa a recuperar economicamente em contraste com a Europa do Sul onde a ideia da recessão ainda vive. “Os mercados da Grécia, Itália, Espanha e Portugal bombardeados pela recessão continuaram a decrescer,” salienta Christophe Cambournac, presidente da Nielsen Europe. “As esperanças de recuperação estão a tornar-se tremendamente fracas à medida que os consumidores se preparam para uma nova era de medidas austeras.”
“Em contraste, os países do Noroeste da Europa verificam o mais forte e estável retorno ao crescimento económico,” continuou Cambournac. “Na Alemanha (87), a confiança dos consumidores atingiu o seu nível mais alto desde o 3.º trimestre de 2005, na Áustria (94) alcançou o mesmo nível que no 3.º trimestre de 2006 e na Bélgica (92) continuou o percurso ascendente iniciado no 3.º trimestre de 2009”.
A somar aos problemas económicos, muitos consumidores na Ásia e na Europa debatem-se com preocupações adicionais como seja o aumento do preço da comida e das despesas domésticas, que estão a apertar os já restrictos orçamentos familiares. Na Europa, o aumento das despesas domésticas substituiu a economia como sendo a preocupação número um nos próximos seis meses.