Retalho enfrenta uma década marcada pela incerteza
O último capítulo do estudo Retail 2020, denominado “A Perfect Storm?”, realizado pela consultora Jones Lang LaSalle, aponta várias incertezas para o retalho na próxima década.
Victor Jorge
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Uma base crescente de custos face a um lento crescimento do PIB, despesas operacionais crescentes e problemas estruturais persistentes incluindo o desemprego, as dívidas pública e privada, o regresso da crise das pensões, e as questões ecológicas e energéticas. Estes serão os principais factores que terão impacto no panorama global do retalho nos próximos 10 anos.
As conclusões são da consultora Jones Lang LaSalle (JLLS), publicadas no último capítulo do estudo Retail 2020, denominado “A Perfect Storm?”, e que traça, de alguma forma, as perspectivas sobre o futuro do retalho na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África).
Na opinião de Robert Bonwell, CEO de EMEA Retail Jones Lang LaSalle, será pedido aos retalhista e proprietários de centros comerciais “um aumento do investimento em novas tecnologias, novos mercados e que compreendam os consumidores, de forma a serem bem sucedidos num ambiente económico e de retalho cada vez sob maior pressão”. O responsável da JLLS salienta mesmo que “agora é exigida uma maior parceria entre os retalhistas e os proprietários”.
O documento aponta vários factores que irão trazer esta incerteza na próxima década, constituindo a primeira a grande volatilidade do perfil do consumidor. Ou seja, “a geração dos ‘baby boomers’ está a reformar-se; o número de jovens adultos está a cair dramaticamente e, cada vez mais, os homens se envolvem na experiência de compra”, revela o relatório da JLLS. Por isso, além de “consumidores mais exigentes”, a JLLS admite que estes estão a “retirar poder aos retalhistas e produtores, à medida que a Internet e as tecnologias associadas continuam a liberalizar o poder de compra do consumidor”.
As compras virtuais são outro dos factores apontados pela JLLS para um retalho diferente na próxima década, calculando-se que “as vendas na Internet poderão contabilizar cerca de 20% das vendas totais em 2020, duplicando os níveis actuais”.
Todos os analistas de retalho mundial são unânimes em considerar que o panorama do retalho online mudará na próxima década, considerando a JLLS que “apesar de muitos retalhistas com presença em lojas estarem já a abraçar as compras online, muito poucos lançaram negócios e modelos de negócios completos na internet. A internet móvel será um verdadeiro trampolim para a mudança, e poderá provocar uma deflação ou até estimular o fim da concertação de preços”.
Ao longo dos últimos anos, muito se tem falado da importância da experiência de compra que deverá ser proporcionada ao consumidor aquando da sua visita a uma loja, podendo essa experiência ser determinante para a sua fidelização. Assim, ao longo da próxima década haverá uma crescente necessidade, por parte dos retalhistas, de disponibilizar experiências sensoriais aos clientes e serviços directamente na loja, concluindo o relatório da JLLS que “o sucesso no retalho será atingido pelos retalhistas e locais de compras que ajudem os consumidores a apreciar o tempo e que ofereçam uma experiência de compra que seja, verdadeiramente, uma experiência de lifestyle, disponibilizando aos clientes um escape ao stress diário em ambientes descontraídos”.
Prevendo que na próxima década “a expansão de espaços será menor”, o estudo Retail 2020 garante que “a inovação crescerá, tal como os mecanismos alternativos de entregas de drive-thrus a pontos centralizados de entrega”.
Em termos de expansão e desenvolvimento de negócio, estima-se que os operadores da Europa Ocidental continuem a movimentar-se para os mercados de consumo do Leste, relativamente menos desenvolvidos mas com um rápido crescimento, continuará na próxima década”.
Além dos mercados da Europa de Leste, a crescente saturação do mercado na Europa Ocidental levará os retalhistas e investidores a expandir as suas operações para a Índia e China, mercados com uma “população de potenciais consumidores em crescimento”.
Finalmente, a questão ecológica também jogará um papel significativo no mundo retalhista na próxima década, referindo a JLLS que “as medidas de sustentabilidade ambiental tornar-se-ão cada vez mais cruciais nas novas construções e nos custos correntes em 2020”. E porquê? Porque os consumidores esperam que os retalhistas adoptem políticas verdes consistentes.