Telemóveis recuperam e crescem 21%
O mercado de telemóveis em Portugal cresceu no primeiro trimestre de 2010 (+21%), mas registou uma quebra face aos últimos três meses de 2009. Certa é a crescente preferência pelos smartphones e a ameaça à liderança da Nokia.
Victor Jorge
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O mercado português de telemóveis cresceu 21% no primeiro trimestre de 2010 em comparação com o período homólogo de 2009. No entanto, os 1,24 milhões de telemóveis vendidos em Portugal neste período representaram uma quebra nas vendas de 28% em relação ao quarto trimestre de 2009, de acordo com o estudo “IDC Mobile Phone Tracker” divulgado recentemente.
Neste contexto, o segmento dos “smartphones” foi o que apresentou maior dinamismo ao crescer 58% face ao primeiro trimestre de 2009, com 180 mil unidades vendidas. Também o segmento dos telefones tradicionais apresentou sinais de recuperação, com um crescimento de 17% face ao período homólogo, tendo sido vendidas 1,06 milhões de unidades durante o trimestre.
“O mercado português de telemóveis teve no primeiro trimestre do ano uma recuperação significativa face às quebras de vendas verificadas em 2009. Contudo temos que ser algo cautelosos nas conclusões a retirar destes dados. Apesar de uma evidente recuperação da procura não podemos esquecer que o primeiro trimestre de 2009 foi dos piores trimestres de sempre no sector das telecomunicações”, refere Francisco Jerónimo, responsável europeu de Research da Área de Telefones Móveis da IDC.
“Acresce que, sendo o primeiro trimestre tradicionalmente marcado pelo escoamento de stocks do período de Natal, os operadores móveis têm sido bastante cautelosos na gestão de stocks e mais eficientes no lançamento de novos terminais. O que levou à existência de baixos níveis de stock após o período natalício. Desta forma as encomendas aos fabricantes tiveram crescimentos pouco normais para esta época do ano”, conclui o responsável.
No segmento dos telefones tradicionais, e apesar da tendência de substituição dos telefones básicos por “smartphones” se ter intensificado, assiste-se em Portugal, por parte dos consumidores, a uma passagem intermédia dos telefones básicos para os feature phones, ou seja, telefones com algumas funcionalidades de “smartphone”, como sejam a capacidade de navegação na Internet, de acesso aos sites de redes sociais como o Facebook, Twitter e Live Messenger, e também a possibilidade de acesso ao e-mail no telemóvel. A Samsung e LG têm sido os maiores impulsionadores desta tendência.
No que diz respeito ao segmento dos “smartphones”, as cerca de 180 mil unidades vendidas representam 15% do total de vendas de telemóveis, enquanto há um ano atrás este segmento representava 11% do mercado. Neste segmento destaca-se o crescimento dos telefones Blackberry, que conquistaram uma quota de mercado de 17% no trimestre, face aos 2% do mercado que detinham no início de 2009. Estes terminais, apesar de mais direccionados ao mercado empresarial, têm vindo a conquistar os clientes particulares para quem o e-mail e as mensagens são mais importantes. Neste contexto, a facilidade da escrita com um teclado físico é um dos principais argumentos de vendas dos terminais Blackberry.
No ranking de fabricantes, a Nokia continua a perder quota de mercado, podendo este ano perder definitivamente a liderança para a Samsung no mercado português. O portfolio da Nokia continua a ter dificuldades em espelhar o que os consumidores procuram e valorizam num terminal. Apesar do crescimento de 4% nas vendas (para 448 mil unidades, contra as 429 de igual período de 2009), a quota de mercado da Nokia caiu para 36% contra os 42% em igual período de 2009.
Nos smartphones a quebra foi ainda maior, tendo caído 18 pontos percentuais, passando de 70 para 52%, apesar do crescimento de 13 mil unidades vendidas, mas a performance da Research in Motion (RIM), que cresceu 1.178% influenciou a quebra da Nokia, continuando a ser pressionada nos rankings pela Samsung e LG no segmento dos telefones tradicionais, e pela Apple, RIM e HTC, no segmento dos “smartphones”.
Já a Samsung encontra-se neste momento a três pontos percentuais da Nokia e é o segundo maior fabricante. Apesar das suas vendas terem registado um crescimento de 13% (passou de 365 para 412 mil unidades), a quota de mercado da Samsung caiu para os 33%, constituindo o facto da empresa coreana não ter qualquer representatividade no segmento dos smartphones durante o trimestre uma das causas para esta performance.
No caso da LG, esta aumentou a sua quota de mercado para 9%, face aos 7% obtidos no primeiro trimestre de 2009. As suas vendas cresceram 62%, tendo este fabricante aumentado as vendas na Vodafone e na Optimus.
Em quarto lugar, os terminais marca Vodafone (fabricados pela Huawei, ZTE e Alcatel) continuam a conquistar o mercado com ofertas onde o baixo preço é o principal factor diferenciador. Finalmente, a Sony Ericsson viu as suas vendas aumentar 70% face a igual período de 2009, tendo a quota de mercado atingido os 5%.