Novas áreas comerciais deverão cair 18% em 2010
O mais recente relatório da CB Richard Ellis indica que 2010 poderá reflectir já uma desaceleração na oferta de novas unidades de retalho, prevendo-se uma quebra de 18% de nova área comercial relativamente a 2009.
Victor Jorge
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Segundo avança o Boletim do Mercado de Investimento Imobiliário em Portugal da CB Richard Ellis, a crise económico financeira teve um impacto directo no mercado de retalho nacional, nomeadamente na retracção do consumo e na quebra dos níveis de confiança do consumidor. Estes factores têm levado muitos retalhistas a “analisarem de forma muito mais criteriosa o risco do negócio, conduzindo a longos processos de decisão por parte dos operadores”, salienta a consultora.
Este cenário, aliado à elevada oferta em algumas localidades do País e às restrições ao financiamento bancário, levou a que alguns dos principais intervenientes do segmento, bem como novos promotores que nos últimos tempos tinham vindo a investir no sector imobiliário de retalho em Portugal, “congelassem ou cancelassem parte dos planos de desenvolvimento que tinham previsto”.
No entanto e tendo em conta a natureza do produto imobiliário, com períodos de desenvolvimento muito longos, a CB Richard Ellis destaca que o ano de 2009 acabou por evidenciar um crescimento de 11%, face a 2008, da Área Bruta Locável (ABL) inaugurada em conjuntos comerciais.
“Tudo indica que 2010 poderá reflectir já uma desaceleração na oferta de novas unidades de retalho, prevendo-se uma quebra de 18% de nova área comercial relativamente a 2009”, admite a consultora.
O atingir da maturidade do mercado de retalho tem exigido por parte dos promotores adaptações constantes às exigências do sector. “A introdução de novos conceitos, a remodelação e reposicionamento de conjuntos comerciais já existentes, a oferta de um tenant mix diferenciado, são cada vez mais, factores chave na capacidade de atrair operadores e consequentemente na fidelização dos consumidores e na distinção dos centros com maior sucesso”.
De acordo com os números avançados pelo relatório, o stock total do mercado de retalho nacional é actualmente de 3,4 milhões de m2. Esta área inclui Centros Comerciais, Retail Parks e outros formatos, como Outlets, Centros de Lazer e Hipermercados com galeria comercial. O stock existente compreende cerca de 165 conjuntos comerciais e corresponde a 322 m2 por cada 1.000 habitantes.
Ao longo de 2009 foram inaugurados cerca de 345.000 m2 de ABL, correspondendo a 11 empreendimentos novos e 3 expansões de unidades já existentes.
A CB Richard Ellis diz, contudo, que “antes de despoletar a crise existiam muitos projectos em estudo sendo que, se todos avançassem, a oferta comercial ascenderia os 5,1 milhões de m2”. Este cenário, no entanto, tem vindo a ser “alterado, com o cancelamento/ adiamento de diversos projectos, devido também, à maturidade do segmento de retalho nacional, com oferta excedentária já em diversas zonas do País”.
Assim, as expectativas para 2010 apontam para uma desaceleração no segmento de retalho, com uma quebra de 18% de nova área comercial relativa a 2009, prevendo se assim a abertura de um total de 282.000 m2 de ABL.
Nos centros comerciais, a ABL inaugurada no ano transacto, foi de cerca de 286.000 m2 mais 10% que em 2008, o que corresponde à conclusão de 6 empreendimentos novos e a 2 expansões de centros já em funcionamento.
De entre as inaugurações concretizadas, o maior destaque vai para o Dolce Vita Tejo, com cerca de 122.000 m2, e que passa agora a ser o maior centro comercial do País, ultrapassando assim o Centro Comercial Colombo. Para além do Dolce Vita Tejo, abriram o Tavira Gran Plaza e o Ria Shopping, ambos no Algarve, e o Espaço Guimarães, o Maia Jardim e o Vivaci Maia no Norte do País.
Em 2010, os centros comerciais continuarão a ser o formato com mais área de oferta nova no mercado, com um acréscimo de 162.000 m2. A CB Richard Ellis revela “a clara tendência pela opção de expansão de centros comerciais com âncora alimentar dominante (supermercados com galeria comercial), que corresponde a 3 das inaugurações previstas.
De entre os complexos que se prevêem abrir, de destacar o Dolce Vita Braga, que aposta na agregação de um centro comercial e de um retail park no mesmo complexo.
Pelo segundo ano consecutivo o conceito de retail park registou uma quebra na ABL inaugurada. Em 2009, foram concluídos 5 empreendimentos deste tipo, num total de 44.000 m2, o que representa um decréscimo de 14% relativamente a 2008.
Para 2010 espera se a inauguração de 6 novos retail parks, totalizando cerca de 120.000 m2 de ABL, o que quase triplica a oferta em relação ao ano anterior.
Das inaugurações que se esperam para 2010, destaque para o Barreiro Retail Planet e o Espaço Oriente em Moscavide. Ambos apostam na nova tendência de agregar num mesmo empreendimento um retail park e um centro comercial.
As localizações prime de comércio de rua de Lisboa continuam a ser as zonas da Avenida da Liberdade/ Rua Castilho e do Chiado; a Baixa e o eixo Avenida de Roma/ Rua Guerra Junqueiro integram também as zonas de comércio de rua mais consolidadas.
Contudo, diz a consultora, “a oferta de espaços nestas localizações mantém-se reduzida, face aos requisitos da procura”.
No Porto a zona prime de comércio continua a ser a do Aviz para o comércio de luxo e a de Santa Catarina mais vocacionada para o comércio mass market.
Finalmente e após o grande dinamismo no princípio da década do conceito em Portugal, desde 2004 que não se têm verificado novas aberturas de outlets. Em 2009 apenas foi inaugurada a expansão do já existente Parque Nassica Outlet, em Vila do Conde, redenominado Vila do Conde The Style Outlet, o que se traduziu num acréscimo de 17.000 m2 na oferta actual.
Existem, assim, actualmente 5 unidades neste formato, totalizado 156.000 m2.
A Neinver (promotor do Parque Nassica) anunciou a intenção de construir um outlet na periferia de Faro, mas o mesmo ainda está numa fase preliminar de estudo e não tem licença comercial atribuída. Existe também um projecto, que se encontra aprovado pela Direcção Geral das Actividades Económicas (DGAE) desde final de 2008, de um outlet em Alcantarilha, também na Região do Algarve, mas nunca foi confirmado o avanço do mesmo.