Estudo mostra o efeito do merchandising nos hábitos alimentares de crianças e adolescentes
Um recente estudo da revista “Pediatrics” mostra que não é só em frente à TV que as crianças são bombardeadas com propagandas de “junk food” e alimentos pobres em nutrientes e ricos em calorias.
Victor Jorge
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Uma pesquisa recentemente publicada na revista “Pediatrics” mostra que a indústria de alimentar paga para a maioria dos filmes infantis exibir comidas e bebidas nada saudáveis. Segundo o estudo, foram analisados 200 filmes que ficaram entre os 20 mais vistos do ano durante os anos de 1996 a 2005 e 69% apresentaram pelo menos uma vez a imagem de alimentos “trash”, bebidas ou de uma loja de fast-food.
As comidas que mais apareceram na tela foram doces (26%), petiscos salgados (21%) e bebidas açucaradas (76%). Os alimentos foram exibidos com maior frequência em comédias, aventuras e filmes de terror. O McDonald’s e o Burger King foram responsáveis por 1/5 de todas as cenas de comida.
“As nossas descobertas indicam que os filmes populares entre as crianças são mais uma forma de promover uma alimentação rica em calorias e pobre em nutrientes para crianças e adolescentes”, salientaram os investigadores.
O merchandising nos programas infantis não é novo, mas só passou a chamar a atenção no início da década de 80, com a inserção dos chocolates Reese’s Pieces no filme “E.T, Extraterrestre”. No período de exibição do filme, as vendas do chocolate aumentaram 65%.
E apesar dos efeitos da exibição de anúncios de alimentos gordurosos junto com desenhos ou filmes infantis já ter sido estudado, pouca atenção se dá ao merchandising durante o programa, afirmam os investigadores.
Seis grandes marcas, segundo o estudo, são responsáveis por 45% do merchandising nos EUA, entre elas Coca-Cola, McDonald’s e Nestlé. As companhias afirmam que têm o compromisso de não anunciar no horário infantil, mas o estudo mostra que o mesmo não acontece com o merchandising dos produtos.