Crise pode afectar níveis de perda de bens alimentares
A crise económica está a gerar alterações profundas em vários sectores e a alterar os hábitos de consumo. Assistimos a uma redefinição das prioridades e os consumidores são impelidos, quase […]
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A crise económica está a gerar alterações profundas em vários sectores e a alterar os hábitos de consumo.
Assistimos a uma redefinição das prioridades e os consumidores são impelidos, quase que de forma instintiva a simplificar o seu “cabaz de compras”, reduzindo (alguns casos praticamente renunciando!) à aquisição de bens não prioritários e dedicando o rendimento disponível à satisfação das necessidades alimentares.
Neste novo cenário, é possível estimar que a procura nos supermercados possa aumentar ligeiramente pela referida alteração dos hábitos de consumo muito mais do que qualquer outro factor.
Às variações da procura estará intimamente ligada uma necessidade de adequar a gestão das respectivas categorias no sentido de se ajustar a oferta aos “novos hábitos” de consumo com as correspondentes adaptações em loja que daí advenham.
O furto de artigos alimentares nunca foi a principal causa para os valores das perdas reportadas para esta área. Aliás, os estudos conhecidos são unânimes em reportar que os níveis de quebra de produtos alimentares têm origem em grande parte em factores relacionados com a gestão da cadeia de abastecimento respectiva. A manipulação e os prazos de validade, associados a uma menor eficiência das previsões das vendas, constituem uma complexa equação com resultado sempre variado já que, por vezes, existem factores exógenos que contribuem para dificultar a estatística.
Não se conhecem dados que permitam aferir que o actual contexto favoreça o crescimento das quebras em produtos alimentares, todavia é natural que exista uma preocupação crescente nesta área.
Nos últimos anos têm sido analisadas várias dimensões estatísticas das perdas e em nenhum dos estudos conhecidos aparece uma categoria alimentar no top 10 com maior incidência de perda desconhecida. No último estudo publicado em Novembro de 2008, em Espanha, realizado por uma associação representativa do sector, já podemos observar que a charcutaria ocupa a 5ª posição deixando assim em antevisão o que empiricamente muitos retalhistas se preparam para assumir.
O esforço de retenção e fidelização de clientes vai exigir maior eficiência na cadeia de abastecimento e aqui todo o gestor de categoria tem um desafio acrescido de equilibrar, por um lado, as flutuações na procura e medir, agora com maior rigor, o provável crescimento dos furtos que, não obstante o valor intrínseco, terá maior impacto na gestão do stock, e respectivas implicações na satisfação dos consumidores e por consequência nas vendas.
No mês em que decorre a Alimentaria Lisboa, a principal feira ibérica do sector da alimentação e de bebidas, é fundamental alertar os fornecedores e retalhistas para os desafios inerentes à nova contextualização da questão da perda desconhecida que poderá atingir estas novas categorias. É altura dos operadores do sector alimentar e bebidas olharem de forma diferente para as quebras e reposicionarem as suas estratégias de gestão da perda desconhecida ao seu modelo de negócio, sob pena de verem reduzidos os seus proveitos.
Sistemas de protecção para produtos alimentares
Pontualmente, temos assistido à implementação de medidas de protecção, em produtos alimentares, para corrigir pequenas incidências, numa determinada categoria ou artigo, que, pela sua natureza esporádica, não tem gerado o interesse na implementação de um processo sistemático que promova a protecção com impacto mínimo nos custos operacionais.
Contudo, o recurso a etiquetas alimentares de segurança devidamente certificadas para uso alimentar, vai, no fututo próximo, ser um elemento a ter em conta para maior controlo da perda desconhecida dos produtos alimentares, uma vez que podem ser integradas na embalagem, ou até colocadas em contacto com os alimentos, permitindo alcançar níveis mais elevados de prevenção para os retalhistas.
A aplicação destas etiquetas de segurança pode ser feita de forma manual, no momento da preparação do alimento, ou de forma automática, para as plataformas de preparação e embalamento de alimentos. As etiquetas estão tecnicamente preparadas para múltiplas aplicações ao nível do embalamento, podendo mesmo ser introduzidas em produtos secos ou húmidos, à temperatura ambiente ou congelados.
Provavelmente assistiremos ao crescimento, no curto-prazo, da implementação deste processo de protecção, num grupo de categorias de artigos que até aqui não entrariam para o ranking dos artigos de risco e, por consequência, objecto de implementação de protecção na origem.
Paulo Borges, Director de Marketing da Europa e América do Sul