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José Maria da Fonseca
Entrevista

“A José Maria da Fonseca vai ser uma empresa muito mais internacional”

O Hipersuper entrevistou António Maria e Francisco Soares Franco, co-CEO’s da José Maria da Fonseca que revelam como estão a trabalhar o presente e o futuro da empresa.

Ana Grácio Pinto
José Maria da Fonseca
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“A José Maria da Fonseca vai ser uma empresa muito mais internacional”

O Hipersuper entrevistou António Maria e Francisco Soares Franco, co-CEO’s da José Maria da Fonseca que revelam como estão a trabalhar o presente e o futuro da empresa.

Sobre o autor
Ana Grácio Pinto
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Na José Maria da Fonseca, a história, com tudo o que representa para a empresa e o setor dos vinhos, é sempre celebrada. Principalmente em 2024, quando está a comemorar 190 anos de fundação. Mas é também, para a sétima geração à frente da sua gestão, uma responsabilidade e a lembrança de um contínuo compromisso para com a vinha, as marcas, os colaboradores e os clientes, e as gerações vindouras. O Hipersuper entrevistou António Maria e Francisco Soares Franco, co-CEO’s da José Maria da Fonseca que revelam como estão a trabalhar o presente e o futuro da empresa.

José Maria da Fonseca

Francisco Soares Franco, co-CEO e responsável pelas áreas Financeira e Operacional e António Maria Soares Franco, co-CEO e responsável pelas áreas Comercial e Marketing, integram a sétima geração da família à frente da José Maria da Fonseca juntamente com Sofia Soares Franco, responsável pela Comunicação Institucional, Enoturismo e Eventos. É uma empresa que tem marcado a fileira dos vinhos e onde nunca houve receio de inovar, mesmo quando essa inovação mostrou chegar muito antes do seu tempo ou quando não foi, de imediato, percebida, pelo setor ou pelos consumidores.

Sendo a José Maria da Fonseca uma Casa quase bicentenária, como se manteve, e às suas marcas, no mercado, como empresa familiar, por quase 200 anos e ao longo de várias gerações? Esta ligação à terra contribuiu?
António Maria Soares Franco: Eu acho que para uma empresa de vinhos familiar é muito mais fácil durar quase 200 anos. Quando se compra um vinho, está-se a comprar muito mais do que uma garrafa de vinho, está-se a comprar toda uma história que está por trás do vinho, está-se a comprar os valores de uma determinada marca. Haver uma família por trás das marcas, acho que dá muito mais durabilidade ao negócio. Aliás, vemos que muitas das grandes empresas de vinho a nível mundial, continuam a ser empresas familiares. Portanto, acho que no nosso negócio o facto de ser uma família ajuda muito a esta empresa durar quase 200 anos.
Francisco Soares Franco: Até porque este negócio mistura-se completamente com a família. A José Maria da Fonseca é uma família, no fundo. A região, a empresa, a nossa família, somos todos membros. Para além disso, é importante mencionar que uma empresa destas, para durar tanto tempo, tem que ter regras, e é importante estipular-se regras dentro da família. Mas quando a família se dá bem, é fácil pôr o negócio à frente de interesses particulares.

José Maria da Fonseca

Francisco Soares Franco, co-CEO e responsável pelas áreas Financeira e Operacional da José Maria da Fonseca

Estava nos vossos planos dar continuidade à José Maria da Fonseca? Sempre foi esse o propósito?
FSF: Eu vou-lhe dar uma resposta: se perguntar a algum dos acionistas da nova geração se quer vender, eles acham a maior ofensa do mundo. Não existe valor para vender. Essa é a melhor resposta que eu posso dar.

E na gestão da empresa, é sempre assumido que a geração seguinte irá estar?
AMSF: Não necessariamente. Ninguém é obrigado a vir para a José Maria da Fonseca, e nem a José Maria da Fonseca tem capacidade para absorver todos. Da nossa geração, estamos cá três, estamos os dois e a minha irmã Sofia, responsável pela área do enoturismo e da comunicação institucional. Tem que haver este casamento entre a vontade da pessoa e a necessidade da empresa, sempre que a pessoa da família aporte valor ao negócio. Nós não podemos cá estar só porque somos da família, temos que cá estar porque somos mais um profissional, acrescentamos valor acionista todos os dias. Porque se estivéssemos cá só por sermos da família, iria causar imensos conflitos com a família, imensos conflitos com os profissionais que cá estão. Tem que haver uma lógica profissional e uma lógica de negócio.
FSF: Nós nascemos no meio disto, vivemos no meio disto desde o dia em que nascemos. Agora, se me perguntar se gostaríamos que alguém da próxima geração venha para a empresa, gostaríamos, claro. O que temos hoje em dia é uma gestão independente, misturada com uma gestão familiar. No fundo, para defender cada um dos vários interesses e seguirmos os melhores modelos de governance. Nós queremos que na próxima geração haja elementos da família, como há na geração de cima, que venham para cá e continuem a assumir o legado. Mas tem que haver capacidade. Nós contratamos consultores de recursos humanos para avaliar os currículos de cada um, mas, depois, não é só pelos currículos: tem que haver capacidade, o que podem trazer de valor acrescentado à empresa, e depois haver o momento ideal para entrar. Temos outras pessoas que não estão cá, com muito valor, e que poderiam estar no nosso lugar. E por isso é o momento e as capacidades de cada um.

Quantas pessoas trabalham na JMF e quantos hectares de vinha têm a nível nacional?
FSF: Na José Maria da Fonseca, devem trabalhar entre 110 e 115 pessoas. No grupo todo são mais de 200.
AMSF: Porque temos várias outras empresas. Temos uma que se dedica à agricultura, uma distribuidora no mercado nacional, temos a empresa do enoturismo, temos o restaurante, e em todas estas empresas somadas, temos à volta 220 pessoas. Em área de vinha temos cerca de 650 hectares, que se dividem entre Douro, Península de Setúbal e Alentejo.

Quanto ao volume de negócios, quais são os números consolidados de 2023? Há alguma expectativa já para 2024?
FSF: Em 2023 nós temos consolidado cerca de 33 milhões de euros de vendas. Em relação a 2024, vai subir um bocadinho. Nós gostaríamos que fosse igual ao de 2022, que foi melhor dos últimos anos, cerca de 35 milhões. Vamos ver se conseguimos lá chegar perto.

José Maria da Fonseca

António Maria Soares Franco, co-CEO e responsável pelas áreas Comercial e Marketing da José Maria da Fonseca

Como têm adaptado a produção e mesmo antecipado tendências num setor onde se costuma dizer que não é fácil inovar?
AMSF: O José Maria da Fonseca foi a primeira pessoa em Portugal a engarrafar um vinho tinto, o Periquita. Portanto, logo na génese da empresa a inovação está presente. Sempre nos ensinaram que temos que continuar a inovar, estar sempre à frente das tendências. Às vezes estamos cedo demais. Por exemplo, fomos a primeira empresa em Portugal a ter um vinho sem álcool.

Eu ia colocar a questão das tendências, um grande desafio, mesmo para quem está no mercado há 190 anos. Na José Maria da Fonseca acompanham tendências ou antecipam-se? E parto de dois exemplos: por um lado, foi pioneira em Portugal a apresentar um vinho sem álcool e, por outro lado, estão a fazer vinhos em ânforas, partindo da milenar técnica dos vinhos de talha…
AMSF: É engraçado ter dado esses dois exemplos, porque nos dois, estávamos à frente do mercado. E porquê digo isto? Nós lançámos o vinho sem álcool, a primeira vez, em 2008, foi até com outra marca e não a que temos atualmente e o mercado nessa altura não estava preparado para um vinho sem álcool. Mas vemos a evolução desde 2008. Passados quase 20 anos, o mercado hoje em dia está muito mais preparado, muito mais aberto a um vinho sem álcool. E lá fora vemos que começa a haver muita atração, vemos os números de crescimento do mercado. O vinho sem álcool cresce mais rápido do que o mercado como um todo e, portanto, isso é um exemplo de que nós tivemos à frente do tempo.
Nas ânforas também. Apesar das ânforas serem um método milenar de produção de vinho, quando nós comprámos no Alentejo, em 1986, e durante os anos 90, insistimos muito na questão das ânforas. Era aquilo que distinguia a (Casa Agrícola) José de Sousa, que a tornava diferente. E nessa altura, o mercado estava completamente ao contrário, não estava de todo interessado nesse estilo de vinhos, estava num estilo de vinhos cheio de frutas, cheio de cores, cheio de madeira, com estrutura, com muita extração. E o vinho em ânfora era um vinho com um perfil completamente diferente. Mas nós continuámos a investir, continuámos a comprar ânforas, a recuperar o património do José de Sousa, entramos nos anos 2000 e hoje em dia o consumidor está à procura, outra vez, desses vinhos com um estilo diferente, com formas de vinificação como eram há milhares de anos atrás. E, portanto, também nessa forma de produção tão antiquada, é interessante como é que nós estivemos à frente do tempo e a insistir numa coisa que mais tarde se foi provar que estava certa.
FSF: Mas essa área da inovação está muito na nossa génese. Mensalmente, temos uma reunião com as equipas comerciais – que trazem informações não só de qualquer parte do mundo como também de Portugal, sobre tendências, o que está a evoluir – com a área de enologia – que apresenta novos produtos, produtos que nos propõem a lançar no mercado – com a área da produção – que pode vir com packaging diferente, com coisas que se inovam. Nós consideramos que o vinho tem tido uma inovação gigantesca, não só a nível de produtos utilizados. Temos máquinas cada vez mais capazes, que melhoram muito a qualidade do vinho, não permitindo a oxidação, conservando o melhor possível o vinho.

A atenção às tendências também passa pela capacidade de desenvolver vinhos à medida do cliente?
AMSF: Sim, não só lá fora, como também em Portugal. É claro que há determinadas marcas que toda a gente tem que ter, o Periquita é um exemplo disso, o BSE é outro exemplo, o João Pires, são marcas transversais a todos os canais e todos os clientes. Mas depois cada cliente gosta de ter marcas que trabalham quase em exclusivo. Isso acontece em Portugal e acontece lá fora. E qualquer empresa de vinho tem que ter capacidade para trabalhar esse segmento de marcas e ter flexibilidade operacional para conseguir ter um determinado vinho para um supermercado em Inglaterra, ter um vinho para um cliente no Brasil, ter um vinho para a Suécia, ter um vinho para os Estados Unidos. E há que ter essa imaginação também em termos de marcas, de rótulos, de estilos de vinho. Essa flexibilidade operacional é muito importante nos dias que correm.
FSF: Até porque cada mercado tem o seu estilo de vinho. E nós adaptamo-nos às tendências do mercado. Isso é uma das funções importantes da equipa comercial, tem que trazer de cada um dos mercados o que está a evoluir, qual é o estilo de vinho que está a correr muito bem, para nós conseguimos adaptar-nos ao mercado e àqueles clientes.

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Pego na questão dos desafios para perguntar quais apontariam ao setor dos vinhos? Na vossa opinião, do que necessitam os vitivinicultores?
AMSF: Na parte comercial, há um desafio grande e uma ameaça ao setor, que é este discurso fundamentalista da área da saúde, em que não há nível seguro de consumo de álcool. Nós não concordamos muito com esta abordagem, achamos que existem vários estudos científicos que não corroboram esta ideia. Mas esta linguagem, este discurso, começa a premiar um pouco as várias mentalidades e é importante tentar combater isto. Nós somos um país produtor de vinho, somos um país exportador de vinho. O vinho faz parte da nossa cultura há milhares de anos. Nós não bebemos o vinho para nos embriagar, bebemos o vinho como parte de uma dieta equilibrada, uma dieta mediterrânea. E é uma ameaça grande que se sente, muito motivada também pelos países do norte da Europa, e uma ideia que nós, os países no sul da Europa, temos que combater um bocado.
O vinho é um setor muito importante para Portugal, é um setor altamente exportador, é um setor que leva o nome de Portugal escrito nas garrafas a todo o mundo, a todos os mercados, e, portanto, é uma coisa que nós temos que defender como indústria.
FSF: Em termos vitícolas, a falta de mão de obra é gigantesca. Nós tínhamos um rancho com cerca de 75 pessoas há seis, sete anos atrás e hoje em dia temos 20 pessoas. Como temos resolvido a situação? Para além de contratarmos mão de obra que vem do estrangeiro, através de empresas certificadas – porque para a José Maria da Fonseca isso é fundamental – temos também investido muito em maquinaria. Porque também achamos que esta mão de obra que aparece agora provavelmente pode desaparecer no futuro. Portanto, o que estamos a fazer são vinhas de terceira geração, praticamente todas autónomas, tratadas por tratores, em que a mão de obra é muito reduzida. O nosso caminho está a ser totalmente por aí. Porque a verdade é que pessoas que trabalhavam connosco continuam ali na região, mas estão a receber uns subsídios atribuídos pelo Governo e preferem ficar em casa.
Onde existe muita mão de obra, é na pré-poda, na poda, e nós fazemos isso hoje em dia praticamente tudo à máquina. Em todas as vinhas que estamos a plantar, mesmo as vinhas antigas onde a máquina puder entrar, a máquina vai entrar. Na nossa dimensão, uma máquina de poda é paga em menos de um ano. Agora, vamos deparar-nos com um novo problema no futuro, que é a necessidade de ter mais tratoristas, porque todas essas máquinas vão ser operadas por operadores especializados. É uma tendência de futuro.
AMSF: O meu primo falava na parte da eficiência, mas também falo na parte da qualidade do vinho e digo isto na questão da vindima em si. Com 650 hectares de vinha, as uvas têm que ser apanhadas no momento certo. E se tivermos quase as uvas todas a ficarem maduras no espaço de duas semanas, não existe mão-de-obra possível para conseguirmos apanhar as uvas todas no momento certo. Se não tivéssemos as máquinas, muitas uvas iam ser apanhadas ou verdes ou demasiado maduras. Tendo as máquinas de vindimar, conseguimos garantir que as uvas são na sua totalidade apanhadas no momento certo e isso vai dar origem também a vinhos com melhor qualidade.

A José Maria da Fonseca tem no seu portefólio vinhos da Península de Setúbal, do Douro, do Alentejo, do Dão e dos Vinhos Verdes. O futuro passará também pela entrada noutras regiões vitivinícolas e noutros estilos de vinho, seja com marcas de parceiros ou marcas próprias?
AMSF: Nós, em termos operacionais, não estamos a planear entrar em mais regiões. Nós criamos a distribuidora no mercado nacional, vai fazer 10 anos, e essa distribuidora foi um projeto fantástico para a empresa.

A distribuidora foi fundamental para a empresa?
AMSF: Foi fundamental, é realmente estratégica. Esse projeto mudou muita coisa dentro da empresa. Trouxe muita dinâmica para dentro da empresa que não teria acontecido se não fosse a distribuidora. Portanto, a distribuidora foi uma aposta ganha, sem dúvida. Trouxe o maior controle, sobretudo na parte final, de perceção do mercado, perceção dos clientes e de como podemos levar os nossos vinhos a mais clientes. E responder mais rapidamente ao mercado e perceber mais sobre as tendências atuais. A partir do momento em que tivemos a distribuidora estabilizada, pudemos trazer para dentro da distribuidora outros parceiros com filosofias parecidas com as nossas, também empresas familiares com visão de longo prazo, com espírito de parceria, empresas que têm expertise também ou que são reconhecidas por terem produção numa determinada região. Com essas parcerias conseguimos, de forma mais eficaz, completar a nossa oferta no mercado, completar o nosso portfólio. Portanto, achamos que essa é uma maneira melhor do que nós estarmos a ir diretamente e operacionalmente a produzir vinhos em todas as regiões do país.

Então, a entrada em outras regiões seria mais pelas parcerias?
FSF: Sim, o nosso plano estratégico não é investir em outras regiões, é sim aumentar a distribuição a nível mundial. Ou seja, colocarmos pessoas nos países, nos mercados que nós achamos relevantes. Já temos uma pessoa no Brasil a tempo inteiro. Porque neste momento não nos preocupa a produção, preocupa-nos, sim, o que é mais difícil, que é vender o produto em cada uma das regiões e estar próximo dos clientes e replicar noutros mercados o que fizemos em Portugal.

A exportação representa 50% da produção total e engloba 70 países. Por onde passa o plano de internacionalização da José Maria da Fonseca? Em 2025 haverá ainda uma maior aposta na exportação?
AMSF: Sem dúvida. Nós já estamos presentes em praticamente todos os mercados relevantes em termos de consumo de vinho. Portanto, pode passar por alguma abertura, nós todos os anos trazemos países novos para dentro de casa, mas o crescimento virá dos mercados já existentes, quer com novos clientes, quer com novos produtos a trabalhar nesses mercados, quer com o crescimento orgânico das nossas marcas. Em Portugal houve um excelente desenvolvimento com a distribuidora, crescemos muito a nossa posição, e acreditamos que nos mercados internacionais vai acontecer a mesma coisa. Portugal tem que crescer, mas o internacional tem que crescer a um ritmo superior ao do mercado nacional e acreditamos que isso vai acontecer. Isto não quer dizer que o mercado nacional não vá crescer, continuamos com as equipas muito focadas a fazer crescer o nosso negócio no mercado nacional, a desenvolver novas marcas e continuar com o dinamismo que temos tido nos últimos 10 anos, mas o internacional ainda tem muito por onde crescer.
FSF: E, para além disso, como achamos que alguns mercados na Ásia vão crescer, contratámos um profissional da Malásia que trabalha connosco e que é responsável por abrir novos mercados na Ásia.

A Ásia é a uma região em potencial…
AMSF: Sim, se há alguns mercados onde não estamos, diria que é na Ásia. E, eventualmente, em África também há alguns países relevantes no consumo de vinho e onde nós não estamos ainda presentes. Na Europa e no continente Americano estamos em praticamente todos.

O Brasil é um grande mercado para a José Maria da Fonseca, mesmo sendo um mercado protecionista e com altos impostos de importação?
FSF: É verdade, mas no Brasil um vinho europeu, um vinho português, é qualidade. E, portanto, nós beneficiamos dessa imagem, apesar dos impostos altíssimos que pagamos à entrada.
AMSF: E o Periquita é uma marca fantástica, no Brasil. Diria que em termos de reconhecimento de marca, estamos nos top 5 de marcas mais reconhecidas de vinho no Brasil. Agora, também com a mudança de imagem que estamos a fazer no Periquita, contamos que traga ainda mais tração para o negócio e para esse mercado.
Portanto, temos muita esperança que o mercado do Brasil continue com uma tendência positiva.
FSF: O Brasil representava, há 100 anos, 90% das vendas da empresa. E tínhamos uma distribuidora nossa lá nessa altura. A José Maria de Fonseca Brasil existia já no princípio do século XX. Isto também mostra quão a empresa estava à frente do seu tempo também nessa altura, já há mais de 100 anos.

Há um foco na exportação das marcas consoante os mercados, especificamente? E também uma abertura para a criação de uma marca se um importador fizer a proposta? O Lancers foi um exemplo dessa adaptação, há 80 anos…
AMSF: O Lancers nasceu porque nós fomos a primeira empresa a fazer o rosé em Portugal. O nosso tio António formou-se em França, onde aprendeu a fazer rosés e criou, na altura, o Faísca, e, portanto, também fomos inovadores nessa altura. A marca teve imenso sucesso, estamos a falar dos anos 40. E depois fomos visitados, já no final da Segunda Guerra Mundial, por um importador americano que tinha uma visão. E a visão dele era que os soldados americanos que estavam a lutar na Europa, tinham consumido vinho na Europa e, ao voltarem para os Estados Unidos, iam ter necessidade e vontade de continuar a beber vinho. Mas tinha que ser um vinho mais fácil de apreciar, para um paladar que não está habituado a beber vinho.
Por isso, ele estava à procura de um rosé e nós já tínhamos o Faísca. Ele veio cá, provou o nosso rosé e disse que era aquilo que queria, mas com algumas adaptações ao mercado americano, nomeadamente no teor de doçura e no gás do vinho, que tiveram que ser aumentados. Criou-se uma embalagem com um formato único e com um nome muito fácil de recordar, Lancers. E a verdade é que foi um sucesso enorme, um grande exemplo de adaptação de um produto ao mercado e que até hoje em dia fazemos. Temos que ir adaptando também a nossa oferta àquilo que faz sentido para os vários mercados.

Por falar em adaptação, como tem a José Maria da Fonseca adaptado as várias áreas da empresa a uma produção e comercialização mais sustentáveis?
AMSF: Nós tomámos a decisão de certificar os processos da empresa em sustentabilidade e já temos duas certificações diferentes. Temos a Fair’N Green para todos os vinhos produzidos em Azeitão. Na altura, quando começámos com esta certificação não havia um Referencial Nacional de Sustentabilidade. por isso recorremos a uma empresa estrangeira e temos esse referencial internacional. E, mais recentemente, no Alentejo, a José de Sousa, também teve os processos certificados com o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo.
E portanto, nos vários pilares da sustentabilidade, ambiental, social e económico, da empresa, trabalhamos todos os dias para que sejam cada vez mais sustentáveis. Agora, é engraçado porque olhamos para aquilo que é avaliado hoje em dia por estes referenciais de sustentabilidade e são todos ‘checklist’: se olharmos para a empresa como era há 40 anos atrás, na altura do nosso avô, e fossemos fazer uma certificação víamos que já éramos sustentáveis nessa altura. Fomos pioneiros na proteção integrada da vinha, nos produtos que usamos na vinha, que são sempre amigos do ambiente. No pilar social, há a importância que a José Maria da Fonseca tem em Azeitão e em toda a região.
Em relação à governance da empresa, nós já éramos sustentáveis há 40 ou 50 anos atrás. Isto para dizer que não estamos aqui a fazer greenwashing, que é mesmo parte daquilo que nós somos e do DNA da empresa e que vem, mais uma vez, da família.

No que toca às alterações climáticas, como se está a empresa a preparar? A água é uma questão premente?
FSF: A questão da água para nós é fundamental. Nós tivemos, supostamente, a boa notícia de que finalmente vamos ter água no Alentejo. Nós estamos a cinco quilómetros, em linha reta, do Alqueva e não temos água. Mas o ministro comunicou que lançou o concurso para a construção do novo bloco de rega do Alqueva e, portanto, vai alimentar toda aquela zona encostada ao Alqueva. Enquanto que aqui, nesta região, temos muita água, as nossas principais vinhas estão sob o maior aquífero da Europa, no Alentejo temos um problema gritante de falta de água. Aliás, se nós não fôssemos uma empresa de vinho com dimensão já tínhamos arrancado a vinha, porque a vinha não é sustentável sem água. Cada vez mais as empresas têm que ser sustentáveis nos seus recursos hídricos, mas não podemos deixar de regar porque, de outra forma, há um problema gigantesco para todo o Alentejo.

Há investimentos, pouco divulgados, mas que também são exemplos de sustentabilidade e indicam um cuidado com a vinha, como é o caso do Bastardinho de Azeitão 40 anos elaborado a partir da casta Bastardo que a casa conseguiu que não fosse extinta…
AMSF: Sim. Mas vou-lhe dar o exemplo de outra casta, que se calhar tem ainda mais relevância, que é o Moscatel Roxo. Se não fosse o nosso avô, o Moscatel Roxo, hoje em dia não existia. Na altura, era uma casta não muito bem vista pelos viticultores, porque produzia pouco, os pássaros adoravam comer as uvas e, portanto, economicamente não era muito boa. E o nosso avô plantou o último hectare do Moscatel Roxo, porque achou que era uma casta que valia a pena preservar por todas as suas características e qualidades enológicas. E, na altura, começámos a pagar o Moscatel Roxo a um preço muito acima de todas as outras uvas que nós comprávamos, ao dobro das outras uvas. Isso criou um incentivo para as pessoas da nossa região plantarem esta casta e, hoje em dia, já temos cerca de 60 hectares de Moscatel Roxo na nossa região. E, sim, isso também é sustentabilidade, essa preservação das castas, a preservação dos recursos, ou a preservação das formas de vinificação, como os vinhos de talha.

Que qualidade é esperada para os vinhos que resultam desta vindima?
AMSF: Foi uma boa vindima em termos de qualidade. A nível nacional, foi um ano desafiante na questão da viticultura, mas felizmente nós temos uma viticultura bastante profissional. Foi muito exigente, tivemos que gastar bastante dinheiro nas nossas vinhas este ano, mas conseguimos até aumentar a nossa produção versus o ano anterior, ao contrário do que acontece a nível nacional. E conseguimos aliar quantidade e qualidade.
FSF: Precisámos fazer mais 20% de tratamentos do que é habitual, por causa do clima que tivemos neste ano agrícola.

O que vai trazer 2025 à José Maria da Fonseca?
FSF: Neste momento nós estamos a investir muito na agricultura, na replantação de vinhas, em novos sistemas de regas mais eficientes, para garantir aquilo que me perguntava há bocado, sobre as alterações climáticas. Todo o nosso grande investimento neste momento vai para a parte agrícola. No fundo, mecanizar as vinhas, comprar máquinas que nos permitam ultrapassar as dificuldades com a falta de recursos humanos, e fazer uma gestão mais eficiente da água disponível. E são investimentos avultados.

José Maria da Fonseca

Mas são investimentos a pensar a longo prazo…
FSF: São, totalmente. Nós temos um plano estratégico para as vinhas e é isso que estamos a executar. E os grandes investimentos nos próximos três anos vão passar pela parte agrícola e pela parte de distribuição a nível internacional.
AMSF: Em termos comerciais, nós estamos bastante positivos para o próximo ano, ao contrário da generalidade do mercado. Ganhamos alguns negócios novos, sobretudo lá fora, também baseados em vinhos certificados em sustentabilidade e são negócios de volume para mercados importantes. Estou a falar da Suécia, estou a falar também dos Estados Unidos, agora recentemente. Portanto, o nosso plano é que no próximo ano tenhamos um crescimento de vendas, no mercado nacional, mas sobretudo no mercado internacional.

Como veem a empresa na próxima década e como estão a preparã-la e à nova geração, para que contribuam para a sua existência no próximo século?
AMSF: Na parte comercial, a José Maria da Fonseca vai ser uma empresa muito mais internacional. Tem que crescer mais. Nós temos o excelente exemplo do que aconteceu no mercado nacional com a distribuidora. Não estou a dizer que vamos abrir distribuidoras em vários países, mas temos que estar mais presentes nos mercados internacionais. Esta decisão de ter um colaborador a viver no Brasil é um exemplo a repetir também noutros mercados. Há várias formas de internacionalização que nós temos que explorar nos vários mercados. Nós vamos ter uma empresa bastante mais multinacional, digamos assim, na área comercial, do que somos hoje em dia. Hoje em dia já somos uma empresa bastante internacionalizada, mas vamos ser ainda mais daqui a 10 anos.
FSF: A nível industrial, todos os anos temos investimentos para fazer. A grande estrutura está montada e o investimento é em novas máquinas, máquinas mais eficientes. Em relação à parte agrícola, é onde será o nosso grande investimento, com muitos milhões de euros nos próximos 10 anos para revolucionar completamente essa área com as novas tendências e com as novas capacidades.
Em relação às novas gerações, a nossa preocupação é que toda a família viva muito a empresa, de uma forma muito próxima. Infelizmente já não vivemos todos juntos porque é impossível, eu vivi com o meu primo toda a vida, até cada um ir para Lisboa, e tínhamos a mesma casa ao fim de semana, com os nossos avós, com tudo. Hoje em dia já somos muitos e, portanto, essa componente é impossível. Mas tentamos transmitir sempre estes valores, que os primos todos se deem bem, que tenham momentos de ocasião em comum. Para nós é fundamental que a cada um da nova geração, nós possamos dar os recursos corretos para que eles possam desenvolver e atingir as melhores aptidões profissionais no futuro. Este investimento muito grande que nós fazemos na educação da próxima geração, foi a que foi feita connosco e portanto nós queremos transmitir. É dessa forma que nós preparamos as próximas gerações, com os nossos valores, com os valores que nos transmitiram a nós.

Entrevista publicada na edição 428

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

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“Vaiana é uma história inspiradora sobre família, aventura e coragem”, afirma Joana Dias, Group Brand Manager de Kids. “Com esta nova edição, pretendemos que as crianças embarquem nesta aventura, desfrutando de um lanche saboroso e nutritivo, já que conta com 100% ingredientes naturais, Vitamina D e é fonte de cálcio e proteína, enquanto celebram a nova aventura de Vaiana, que desta vez parte numa missão impossível para provar a si mesma do que é capaz e salvar o seu povo. Esta edição limitada é uma forma divertida de gerar conversação à mesa das famílias portuguesas, enquanto mergulha na magia da Vaiana 2.”, acrescenta.

Sobre o autorHipersuper

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Projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ da Renova conquista Green Design International Award

O projeto nasceu do compromisso da empresa “em oferecer soluções que respeitem o ambiente, reduzindo o impacto ambiental da produção de papel tissue”, sublinhou a Renova ao Hipersuper.

A Renova viu o seu projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ ser galardoado com o Green Design International Award, atribuido pela World Green Design Organization.

A distinção premiou a sustentabilidade dos produtos reciclados e os processos inovadores que os origina, com destaque para as gamas ‘Recycled’ e ‘Love & Action’, “como exemplos de excelência ambiental e que incorporam o conceito de Green Design”, referiu a marca num comunicado.

Ao Hipersuper, fonte oficial da Renova explicou que o projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ nasceu do compromisso da empresa “em oferecer soluções que respeitem o ambiente, reduzindo o impacto ambiental da produção de papel tissue”.

“Este projeto está alinhado com o longo percurso de escolhas que, ao longo dos anos, se mostraram adequadas para a marca, mesmo quando as questões ambientais não estavam no centro das discussões. Um exemplo disso é que a Renova instalou a sua unidade de reciclagem na década de 80, antecipando-se às tendências de sustentabilidade que hoje são essenciais no mercado”, sublinhou a fonte.

O desenvolvimento da gama de produtos originada neste projeto obrigou a Renova a realizar alterações nos seus processos de fabrico, com a implementação de soluções inovadoras.” Este projeto, portanto, não só reflete a nossa preocupação com a sustentabilidade, mas também a inovação constante no nosso processo produtivo, que se adapta para responder às necessidades existentes”, destacou a mesma fonte.

Para este ano, no âmbito do ‘Low-Carbon Tissue Products’, a Renova projeta lançar, já no primeiro trimestre, novos produtos patenteados “que irão reforçar o nosso compromisso com a sustentabilidade e a inovação”, revela a fonte da empresa, sublinhando que “este é um tema transversal a todas as gamas e um imperativo para a marca”.

De referir que a cerimónia de entrega dos Green Design International Award decorreu em Bruxelas e contou com a presença de líderes globais, representantes governamentais e especialistas em sustentabilidade. Entre as 200 candidaturas, foram selecionados 10 finalistas em projetos que abrangem áreas como o design de turbinas eólicas, interiores de veículos automóveis, packaging e eletrodomésticos.

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

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Alegro Setúbal é o primeiro centro comercial em Portugal a receber classificação “eCIRCULAR” da ADENE

Este reconhecimento destaca o desempenho e as boas práticas do centro comercial na gestão de recursos e na promoção de uma economia circular.

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O Alegro Setúbal, gerido pela Nhood, tornou-se o primeiro centro comercial do país a conquistar a classificação “eCIRCULAR”, atribuída pela Adene– Agência para a Energia. Este reconhecimento destaca o desempenho e as boas práticas do centro comercial na gestão de recursos e na promoção de uma economia circular, refletindo o compromisso da Nhood com a sustentabilidade e a eficiência na utilização de recursos.

A classificação “eCIRCULAR” avalia o desempenho das organizações em áreas fundamentais da economia circular, como energia, água e resíduos, oferecendo também recomendações para melhorias contínuas.

Entre os resultados obtidos, a área de energia recebeu uma classificação de 62%, impulsionada pela instalação de painéis fotovoltaicos e pela implementação de medidas para a redução do consumo energético. Na gestão de água, o centro obteve 53%, fruto do sistema de aproveitamento de águas pluviais e do avanço na reutilização de águas cinzentas. Além disso, o Alegro Setúbal obteve 80% na gestão de resíduos, com iniciativas como o correto encaminhamento de resíduos, e 100% em certificações no domínio da sustentabilidade como a ISO 14001, BREEAM e Resíduo Zero. Com uma classificação global de 50%, este resultado é significativo para o setor de centros comerciais, reforçando o papel do Alegro Setúbal como um modelo de práticas sustentáveis e inovadoras.

No total, o Alegro Setúbal obteve uma classificação global de 50%, um marco relevante para o setor dos centros comerciais, posicionando-o como uma referência em práticas sustentáveis.

“Esta é uma valorização importante para a jornada de sustentabilidade do Alegro Setúbal, destacando-se como um exemplo no setor do retalho comercial em Portugal. Além disso, é também um reconhecimento do empenho da Nhood na implementação de práticas de gestão que respeitam os princípios da economia circular, ao investir em fontes de energia renováveis, reduzir o consumo de recursos e recuperar materiais. Continuaremos a liderar pelo exemplo, promovendo mudanças significativas que beneficiem tanto o ambiente como as comunidades onde operamos.”, sublinha João Jesus, Head of Sustainability and Operations da Nhood, em comunicado.

Desenvolvido pela Adene, o eCIRCULAR é um sistema abrangente de avaliação que incentiva empresas e organizações a implementarem práticas sustentáveis e de economia circular. Este modelo permite auditorias externas que avaliam o desempenho em circularidade, atribuindo classificações de A+ (a melhor) a F (a pior) e apresentando recomendações para melhorias contínuas.

 

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Alimentar

Lidl reforça compromisso com a alimentação consciente

O Lidl anunciou novas metas para impulsionar a alimentação consciente, comprometendo-se com objetivos ambiciosos alinhados com a Dieta da Saúde Planetária (PHD – Planetary Health Diet).

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A estratégia global da insígnia visa transformar o sistema alimentar, promovendo escolhas mais saudáveis e sustentáveis para os consumidores nos 31 países onde opera.

Até 2030, o Lidl Internacional pretende aumentar em 20% a proporção de vendas de alimentos à base de plantas, como proteínas vegetais, cereais integrais, frutas e legumes, em comparação com 2023. Este compromisso inclui o apoio técnico da WWF, que tem trabalhado em conjunto com o retalhista para implementar uma metodologia que avalia e orienta a oferta alimentar de acordo com princípios de sustentabilidade e saúde.

Com a adoção da metodologia da WWF, o Lidl tornou-se o primeiro retalhista alimentar a implementar transparência integral nas suas categorias de produtos em todos os países onde está presente. A marca disponibilizará um relatório anual, a partir de 2025, para monitorizar e divulgar o progresso das metas traçadas, reforçando o compromisso com a saúde humana e ambiental.

“Para alimentar uma população mundial em crescimento, de forma saudável e dentro dos limites do planeta, é fundamental uma transformação global do sistema alimentar. Há anos que o Lidl está empenhado em contribuir para este objetivo – tendo por base as descobertas científicas da Dieta da Saúde Planetária. Com a WWF como parceira experiente do nosso lado, pretendemos aumentar o nosso impacto no futuro e oferecer aos nossos clientes uma seleção cada vez maior de alternativas mais saudáveis e sustentáveis, com a máxima qualidade ao melhor preço.”, sublinha Cristina Hanganu, diretora de Corporate Affairs e CSR do Lidl Portugal, em comunicado.

O Lidl reforça que os consumidores mantêm liberdade de escolha, mas terão ao seu dispor um portefólio de produtos que facilita decisões de compra mais conscientes.

Metas específicas para 2030

  • Proteínas vegetais: O Lidl Portugal compromete-se a atingir 20% de fontes de proteína vegetal na sua gama, incluindo alternativas à carne, ovos e peixe. Desde 2022, a insígnia já analisa a “divisão de proteínas” para avaliar a proporção de fontes vegetais em relação às de origem animal.
  • Cereais integrais: O retalhista pretende que 10% dos produtos à base de cereais sejam integrais, disponibilizando pelo menos uma opção por categoria relevante de marca própria.
  • Frutas e legumes frescos: A insígnia continuará a expandir a oferta de produtos frescos, promovendo o consumo diário de frutas e vegetais como pilar da sua estratégia de Alimentação Consciente.

Mariella Meyer, da WWF Suíça, elogiou a abordagem do Lidl: “Congratulamo-nos com o alinhamento do Lidl com a Dieta da Saúde Planetária e com a utilização da Metodologia de Retalhista de Dietas Planetárias da WWF. Este é um passo crucial na transformação do sistema alimentar, que é o principal fator de perda de vida selvagem e da natureza. Ao concentrar-se em garantir mais opções à base de plantas, o Lidl dá prioridade à saúde humana e planetária. Esperamos que isto inspire outros retalhistas a seguirem o exemplo e a concentrarem-se mais nas alternativas à base de plantas, face à oferta de proteína animal”.

 

 

 

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Retalho

Montijo Retail Park atinge limite da sua ocupação com abertura da Padaria Portuguesa

A Cushman & Wakefield (C&W) anuncia a colocação da marca A Padaria Portuguesa no Montijo Retail Park, a primeira loja da cadeia a abrir no formato de retail park, que inaugura esta sexta-feira, 24 de janeiro.

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Propriedade do fundo CA Património Crescente – Fundo de Investimento Imobiliário Aberto, gerido pela Square Asset Management, este espaço comercial é gerido e comercializado pela C&W em regime de exclusividade, atingindo agora o limite da sua ocupação com o arrendamento desta loja de 139 m².

“É com grande entusiasmo que anunciamos a colocação de uma marca de referência na área da restauração no Montijo Retail Park. Esta operação marca um importante passo para o futuro deste equipamento comercial, proporcionado a este ativo uma maior variedade na sua oferta com o primeiro espaço no setor da restauração. Estamos extremamente satisfeitos com este desfecho, que confirma o potencial do Montijo Retail Park como um destino comercial de referência e uma escolha de eleição para marcas de renome”, refere João Pereira, consultor sénior no departamento de retalho da Cushman & Wakefield.

O Montijo Retail Park, situado à entrada da cidade do Montijo, é um espaço de retalho com 18.000 m² de área bruta locável, que oferece unidades comerciais de média e grande dimensão, entre os 1.000 m² e os 9.000 m². Conta com a presença de marcas dos segmentos de moda, desporto, decoração e materiais de construção, entre as quais a Be Fit, Calçado Guimarães, Sports Direct, Conforama, Espaço Casa, e Leroy Merlin. Localizado junto às autoestradas A12 e A33 e a poucos minutos da Ponte Vasco da Gama, o retail park tem um parque de estacionamento gratuito com um total 800 lugares, dos quais 420 cobertos em cave.

 

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Bebidas

Red Bull Zero chega a Portugal

Com esta novidade chega também o programa Red Bull Zero Excuses, um desafio de 30 dias que vai envolver os atletas Vasco Vilaça, Teresa Bonvalot, B-Girl Vanessa, Helder Nunes e Kika Nazareth.

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Depois do sucesso em vários países da Europa e nos Estados Unidos da América, chega a Portugal a Red Bull Zero, com zero açúcar e zero calorias. As latas de cor azul claro mate escondem no interior um novo sabor que mistura uma agradável acidez com notas de tutti frutti, ananás e baunilha, revelando um delicado equilíbrio doce/ácido, avança a marca.

À venda em todo o país, a Red Bull Zero está disponível em latas de 250 ml e junta-se à Red Bull Apricot Edition (Alperce-Morango), Red Bull Yellow Edition (Tropical), Red Bull Red Edition (Melancia) e Red Bull Purple Açaí Sugarfree – cinco opções com sabor, da mesma família das clássicas Red Bull Energy Drink e Red Bull Sugarfree.

O ano de 2025 arranca com o desafio Red Bull Zero Excuses – um programa de 30 dias focado na performance física, que pretende despoletar uma motivação acrescida a quem desejou nas suas resoluções de Ano Novo, melhorar a sua condição. No site da marcat os participantes vão poder desbloquear em cada dia um novo jogo ou estimulante desafio. Uma dinâmica que vai contar com a participação dos atletas Vasco Vilaça (triatlo), Teresa Bonvalot (surf), B-Girl Vanessa (breaking), Helder Nunes (hóquei em patins) e Kika Nazareth (futebol).

 

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Logística

Still fornece equipamentos para novo Centro de Distribuição Nacional da Leroy Merlin

A Still foi escolhida para o fornecimento de 140 equipamentos de movimentação de cargas e soluções de intralogística para o novo Centro de Distribuição Nacional da Leroy Merlin, em Castanheira do Ribatejo.

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No âmbito do recente investimento no novo Centro de Distribuição Nacional (CDN) da Leroy Merlin, localizado em Castanheira do Ribatejo, a Still foi a empresa escolhida para o fornecimento de 140 equipamentos de movimentação de cargas e soluções de intralogística. Esta aposta visa reforçar a parceria estratégica iniciada em 2018 entre as duas empresas em Portugal.

O CDN, inaugurado a 3 de dezembro de 2024, representa um investimento global de cerca de 120 milhões de euros e assume-se como o maior centro logístico do país, com uma área total de 105.500 m² e uma estrutura composta por dez células operacionais especializadas. O novo centro centraliza toda a operação logística da Leroy Merlin em Portugal, permitindo a criação de 400 empregos diretos em Castanheira do Ribatejo.

A Still foi selecionada para fornecer equipamentos modernos que contribuem para o aumento da eficiência e sustentabilidade da operação logística da Leroy Merlin. O contrato de aluguer de longa duração com a Leroy Merlin foi considerado uma grande oportunidade de crescimento para a Still, perspectivando-se um aumento da visibilidade da marca e um reforço da posição da empresa no mercado.

Carlos Gonçalves, key account manager da Still Portugal

Carlos Gonçalves, key account manager da Still Portugal, afirma em comunicado que, com este contrato, a Still “ganha maior exposição em clientes de relevo no setor, fortalece a sua imagem ao associar-se a uma marca reconhecida como é a Leroy Merlin e cria novas oportunidades de venda de produtos Still no mercado.” A parceria, que iniciou em 2018, tem evoluído de forma significativa, com a Still a fornecer soluções de intralogística e equipamentos de movimentação de cargas para as lojas e centros de distribuição da Leroy Merlin.

No novo centro, estão em operação 140 equipamentos, incluindo porta-paletes elétricos, order pickers, retrácteis, trilaterais e empilhadores frontais. A Still sublinha que fornece baterias de iões de lítio e de chumbo, conforme a análise de aplicação do cliente. Para garantir a máxima segurança e eficiência nas operações, os equipamentos contam com dispositivos como cintos de segurança, faróis e blue spots, bem como câmaras nos garfos para visualização da carga em altura.

Carlos Gonçalves destaca ainda que “uma frota nova e com tecnologia inovadora permite uma grande otimização de movimentação de cargas e melhoria na capacidade logística da Leroy Merlin”, e sublinha que, no futuro, a implementação de tecnologias avançadas, como a automação, permitirá uma operação ainda mais eficiente e precisa.

José Miranda, diretor de Supply Chain e Delivery da Leroy Merlin

A parceria entre as duas empresas está baseada em três pilares principais: inovação tecnológica, sustentabilidade e eficiência operacional. José Miranda, diretor de Supply Chain e Delivery da Leroy Merlin, refere que “um investimento como o CDN exige ter do nosso lado os parceiros certos, e é aqui que entra a Still. Não podíamos estar mais satisfeitos por poder contar com a Still no equipamento do nosso novo Centro de Distribuição Nacional, pois a dimensão e a complexidade deste investimento exigem soluções logísticas de excelência.”.

 

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Andreia Agostinho, diretora comercial & marketing

Alimentar

Frutorra distinguida pelo 4º ano consecutivo pela Escolha do Consumidor

A Frutorra entra em 2025 com uma nova distinção, ano em que irá inaugurar uma nova fábrica, um investimento estratégico que permitirá escalar o trabalho desenvolvido ao longo das suas mais de três décadas de existência.

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Pelo 4º ano consecutivo, a Frutorra foi eleita pelos consumidores como a marca nº1 na categoria de frutos secos.

A Frutorra sublinha em comunicado que este é um sinal claro da consistente satisfação dos consumidores, que mais uma vez vêm valorizar a qualidade e inovação da marca.

Como parte da estratégia para sustentar o crescimento contínuo alcançado ao longo dos últimos anos, a Frutorra irá inaugurar uma nova fábrica em 2025, um investimento estratégico que permitirá escalar o trabalho desenvolvido ao longo das suas mais de três décadas de existência. Este projeto, motivado pelo aumento do volume de produção, visa reforçar a eficiência operacional e consolidar o posicionamento da empresa como uma referência no mercado.

 

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Exportação

Smart Agri em destaque na Fruit Logistica 2025

A área de Smart Agri vai estar em destaque na Fruit Logistica 2025 com um recorde de expositores: 36 empresas de 18 países a apresentar inovações que estão a moldar o futuro da agricultura.

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De 5 a 7 de fevereiro de 2025, a cidade de Berlim recebe a próxima edição da Fruit Logistica. Uma das áreas em destaque será a de Smart Agri, com um recorde de expositores: 36 empresas de 18 países a apresentar inovações que estão a moldar o futuro da agricultura.

O evento, que reúne os principais players e inovadores da indústria, colocará em evidência como as tecnologias digitais estão a transformar o cultivo, o controlo de qualidade e a distribuição de produtos frescos. Na Hall 3.1, os visitantes poderão descobrir soluções de ponta, incluindo inteligência artificial para estimar colheitas, software de gestão agrícola, sistemas de irrigação sustentáveis e precisos, drones que estão a revolucionar o setor e até tecnologias de polinização baseadas em dados.

Um dos pontos altos será o programa de dois dias no palco Farming Forward, que contará com 24 apresentações de empresas líderes nos dias 5 e 6 de fevereiro. Moderado pela jornalista especializada Katie Gallus, o programa abordará temas como: controlo de qualidade de frutas com tecnologias não invasivas, gestão de estufas com inteligência artificial, rastreabilidade de produtos frescos, agricultura em ambiente controlado e inovações para prolongar o tempo de prateleira dos alimentos.

“Com um foco ampliado nas tecnologias digitais, a edição de 2025 oferece uma plataforma essencial para explorar as inovações que impulsionam o setor de produtos frescos.”, sublinha Kai Mangelberger, diretor da Fruit Logistica, em comunicado.

 

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Logística

InPost inova no fabrico de lockers para avançar para a descarbonização

A empresa de entregas não domiciliárias associou-se à ArcelorMittal para começar a utilizar o aço XCarb na produção dos seus lockers e atingir os seus objetivos de neutralidade de carbono para 2030.

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A InPost anunciou uma evolução na estrutura e no fabrico dos seus lockers, os cacifos inteligentes que permitem aos utilizadores receber as suas compras online fora de casa, a qualquer hora do dia ou da noite.

Em parceria com a ArcelorMittal, a principal empresa siderúrgica do mundo, a empresa tecnológica especializada nas entregas não domiciliárias, está agora a produzir os seus lockers utilizando o XCarb, um aço fabricado a partir de materiais reciclados que utiliza energia inteiramente proveniente de fontes renováveis. Como resultado, o fabrico deste aço gera menos 64% de emissões de CO2 do que as alternativas tradicionais, de acordo com os dados oficiais do fabricante.

“A nossa aposta no XCarb como material para fabricar os Lockers é mais um passo no nosso objetivo de tornar a InPost uma empresa neutra em carbono até 2040”, explicou a propósito o CEO Espanha e Portugal do Grupo InPost. Marc Vicente acrescentou que, juntamente com outras medidas que a empresa está a tomar nos seus escritórios e armazéns, bem como na configuração das rotas de entrega e em tudo o que diz respeito às operações em geral, “queremos continuar a evoluir e a contribuir para redução das emissões de carbono”

O anúncio da InPost surge no âmbito do Dia Mundial da Redução das Emissões de CO2, que se celebra todos os anos a 28 de janeiro, para sensibilizar a sociedade para a necessidade de trabalhar, cada um na sua área e dentro das suas possibilidades e capacidades, para reduzir as emissões poluentes, que a ciência associa diretamente ao aquecimento global e às alterações climáticas.

Neste sentido, a InPost tem implementado um conjunto de medidas que vão desde a otimização das rotas de entrega para realizar menos viagens até à eletrificação progressiva da sua frota de veículos ou à eliminação de etiquetas nas devoluções de encomendas.

A empresa tem uma estratégia de descarbonização alinhada com o Acordo de Paris e é signatária do The Climate Pledge, que exige que meça e comunique regularmente as suas emissões de gases com efeito de estufa, introduza alterações comerciais e inovações tangíveis para melhorar a sua eficiência, se comprometa com energias renováveis e reduza a utilização de materiais não sustentáveis, entre outras medidas.

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