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Entrevista

Vítor Hugo Gonçalves: “Trabalhamos todos os dias a pensar só e exclusivamente no consumidor”

Em entrevista ao Hipersuper, o CEO da Sociedade da Água de Monchique fala do presente e do futuro de uma empresa fundada há 32 anos e que tem agitado o mercado das águas, fruto de um constante investimento em inovação e em soluções sustentáveis, sempre com foco no consumidor.

Ana Grácio Pinto
Entrevista

Vítor Hugo Gonçalves: “Trabalhamos todos os dias a pensar só e exclusivamente no consumidor”

Em entrevista ao Hipersuper, o CEO da Sociedade da Água de Monchique fala do presente e do futuro de uma empresa fundada há 32 anos e que tem agitado o mercado das águas, fruto de um constante investimento em inovação e em soluções sustentáveis, sempre com foco no consumidor.

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Ana Grácio Pinto
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“Com a cultura de empresa que temos, não conseguimos ficar parados”, afirma o CEO da Sociedade da Água de Monchique. Nesta entrevista ao Hipersuper, Vítor Hugo Gonçalves fala do presente e do futuro de uma empresa fundada há 32 anos e que tem agitado o mercado das águas, fruto de um constante investimento em inovação e em soluções sustentáveis, sempre com foco no consumidor. “Nós temos um propósito muito claro e que é conhecido e reconhecido por toda a gente na organização: a sustentabilidade é um objetivo e é um drive muito importante para nós, sempre”, assegura.

Vítor Hugo Gonçalves está há quase dez anos à frente da gestão da Sociedade da Água de Monchique (SAM), uma empresa com cerca de 110 colaboradores. Diz que lhe “parece que foi ontem”, porque considera ser um privilégio e “um prazer enorme trabalhar nesta empresa e com esta marca”.

A Sociedade da Água de Monchique é uma empresa dinamizadora de uma região e da sua terra e próxima da comunidade?
Sem dúvida, porque nós, e é algo em que temos muito cuidado, exploramos um recurso natural, e a origem deste recurso é muito específica – a montanha de Monchique. Daí esse respeito e esse compromisso com a comunidade. E como a nossa marca é Monchique, a origem está sempre presente naquilo que é o nosso produto e que nos orgulha. E, efetivamente, em Monchique, sendo uma vila tão pequena, a importância da nossa marca, a importância do emprego que geramos, a importância dos apoios que damos a todas as iniciativas e dinâmicas aqui na vila, é algo que nos orgulha. Mas também nos dá uma responsabilidade muito grande. É com muito orgulho que também transportamos este nome além-mar, porque estamos em todo o mundo. Portanto, a origem para nós é algo muito importante. Sabemos que partimos daqui e nunca esquecemos essa origem.

Qual é a quantidade de água engarrafada por ano?
Nós temos vindo numa senda de crescimento muito significativa, temos vindo a crescer mais do que o mercado, eu diria, desde há 10 anos a esta parte. Portanto, o número de litros enchidos anualmente tem sempre subido. Este ano esperamos atingir os 140 milhões de litros.

Subiram mais do que no ano passado?
Sim, subimos cerca de 8,5%, sendo que o mercado da água está a crescer à volta de 4%, e estamos a ganhar quota de mercado, que é, obviamente, o nosso objetivo.

Qual é o volume de negócios da Sociedade da Água de Monchique?
A senda de crescimento em volume de negócios em euros também tem tido uma subida substancial, temos crescido também mais do que o mercado. Às vezes os milhões de litros não significam um aumento de faturação, mas nós temos tido uma curva de crescimento muito sólida, muito sustentável. Para ter uma noção, em 2015 faturávamos à volta de três milhões. Em 2024, prevemos fechar com cerca de 24 milhões de euros. E, portanto, é um crescimento, eu diria, de quase nove vezes em nove anos. É assinalável e o segredo é realmente a qualidade do nosso produto, a forma como o temos comunicado para o mercado e a especificidade da nossa água, que é uma água, efetivamente, única e reconhecida pelos nossos consumidores.

O que a diferencia?
É a especificidade da água e a particularidade que tem no seu quimismo, ou seja, este PH e esta composição química mineral natural. É importante sempre frisar, porque esta água e as águas minerais, eu diria na Europa, estão sob regulamentos muito apertados. E quando se fala em água mineral ou água de nascente na Europa, falamos de águas 100% naturais, são águas que não são tocadas, são apenas filtradas como vêm das profundezas. A nossa água tem algumas particularidades, é uma água que tem uma captação muito profunda, a cerca de 900 metros, emerge a cerca de 27 graus, é uma água termal desde há 2000 anos, já reconhecida pelos romanos, que era um povo muito ligado à hidrologia, à água. Foi reconhecida como água minero-medicinal até meados dos anos 40 e 50 do século XX. Ainda por cima, uma água com pH natural de 9.5 é uma raridade, diria, no mundo.
E há aqui uma particularidade para quem gosta de geologia. No fundo, as águas minerais e a composição da água é determinada pela geologia do solo. É o solo que transforma e coloca os minerais dentro da água. Quando a água penetra no solo, aprofunda e vai para os chamados aquíferos subterrâneos, permanece ali, às vezes, centenas de anos, como é o caso da nossa água. O ciclo de capitação da água é um ciclo de centenas de anos. Portanto, nós poderemos estar aqui a beber água com 400 anos, do tempo do reinado dos Filipes. Além disso, a montanha de Monchique é uma montanha muito particular. Há uma erupção geológica em Monchique, constituída por uma rocha muito rara, que, curiosamente está limitada exatamente à montanha de Monchique, e os nossos geólogos não conseguem ainda explicar se isto é uma erupção eventualmente de tempos ancestrais ou se são depósitos subterrâneos de mar que emergiram. Enfim, é uma rocha chamada sienito, que transforma esta água numa água alcalina. E, portanto, há aqui um milagre geológico que, efetivamente, transforma esta água numa água muito única aqui e no mundo.
E nós temos a sorte de trabalhar uma água tão especial, tão equilibrada em componentes químicos, com uma mineralização de cerca de 340, com um equilíbrio de minerais, eu diria, perfeito. Um sabor muito interessante, porque a água tem sabor e as águas são todas diferentes. E a nossa é muito particular no palato. Esse foi o primeiro impulso para o crescimento da Monchique, ou seja, a questão do quimismo, da especificidade da água, foi algo que alavancou inicialmente o crescimento da nossa empresa.
Mas hoje não estamos presos a esse paradigma apenas do quimismo. Nós dizemos muitas vezes, até nos eventos que fazemos, que nós somos muito para além da água. Hoje, com essa alavanca da qualidade, da especificidade e unicidade da nossa água, comunicamos uma série de valores, uma série de inovações. Nós arriscamos muito, porque inovar é arriscar. Hoje vamos muito para além daquilo que é o produto. E os nossos consumidores reconhecem-nos exatamente assim.

Para a SAM, acompanhar as tendências pode dizer-se que é tão importante quanto comunicar as suas credenciais de naturalidade? Ou, mais do que acompanhar as tendências, o caminho que fazem é pela antecipação?
Sim, eu ia dizer exatamente isso. Eu acho que as marcas que querem ser líderes – e temos isso sempre como o nosso objetivo, e já somos líderes em muita coisa, líderes em, por exemplo, em sustentabilidade, líderes em inovação – têm de antecipar as tendências, têm de estar à frente do consumidor, têm de provocar tendências, têm de provocar o mercado, têm que agitar as águas do mercado. O mercado das águas esteve, eu diria, muito estagnado em termos de inovação durante muitos anos. E, aí, a Monchique, até em Portugal, tem uma responsabilidade muito grande porque, literalmente, agitou as águas do mercado. Nós também estamos muito atentos à nossa concorrência, porque a nossa concorrência está exatamente muito atenta àquilo que nós fazemos, mas nós temos um mindset de arriscar, de inovar, de fazer coisas diferentes. E não temos medo de falhar, porque inovar é, normalmente, falhar várias vezes. Eu digo muitas vezes às nossas equipas, que se não falhamos o suficiente é porque não estamos a inovar.

A SAM comunica muito a tecnologia e a inovação, que assumem como fatores fundamentais para o sucesso e para o crescimento da empresa. Mas quanto custa inovar? Não só financeiramente. Em tempo de produção, em tempo de investigação, quanto é que custa inovar para a Monchique? Seria menos oneroso, menos arriscado, digamos assim, manter uma produção mais ‘tradicional’…
É verdade. Primeiro, com a cultura de empresa que temos, não conseguimos ficar parados. Inovar faz parte do nosso ADN, e, portanto, nós não conseguimos não inovar. Esse é o primeiro ponto. Recolhermo-nos àquilo que é o mercado tradicional das águas, não faz parte do nosso ADN. Mas tendo a perfeita noção de que inovar é caro. É caro em recursos económicos e financeiros. Para ter uma noção, a Monchique investe cerca de um milhão de euros por ano em inovação. Numa empresa, média empresa, eu diria que é algo significativo. Nem todos os projetos de inovação vencem, mas faz parte do jogo da inovação e isto é muito importante, eu diria que às vezes basta acertar uma vez.
E custa também, muitas vezes, em motivação, custa em horas às pessoas, porque as pessoas comprometem-se com um projeto e depois o projeto não resulta e há aqui uma desilusão, eu diria, depois daquele empolgamento da inovação. Mas isto faz tudo parte do jogo. Posso dizer-lhe que, neste momento, temos cerca de 13 projetos de inovação em andamento. A inovação faz-se no produto, faz-se nos processos, faz-se nas pessoas, na forma como a empresa trabalha, até a nível administrativo. E nós estamos a trabalhar também já com Inteligência Artificial, eu diria que quase 50% da formação já é toda dada em IA, já temos ferramentas, que estão disponíveis para todas as pessoas, portanto, isso também é inovar. Esta inteligência ampliada que nós estamos a trazer para dentro, é incontornável nos dias de hoje. Estamos a estender isto também à nossa maquinaria e vamos estender a algum hardware que vamos em breve apresentar ao mercado.

Por falar em inovação, a SAM lançou uma água termal alcalina, que apresentou como o primeiro spray de água termal alcalina do mundo. Significa a entrada na área da dermocosmética? Até onde vai levar?
O spray termal é a entrada da Monchique no que chamamos de segmento de cosmética e do segmento de farmácia. Era algo que já estava pensado há algum tempo e que foi concretizado há dois anos atrás. É um caminho realmente fora da caixa, porque estamos a colocar um bocado o pé fora daquilo que é o nosso core. Mas nós acreditamos que a qualidade da nossa água é de tal forma única que seria pouco inteligente da nossa parte não alargar o portfólio a outros segmentos onde se possa gerar valor com a própria água. É para nós um projeto muito querido, foi um projeto muito querido aqui pelas pessoas que estiveram ligadas ao desenvolvimento desse produto e nós não vamos parar no spray. Temos projetos e eu diria que lá para janeiro, fevereiro, teremos novidades relativamente ao alargamento de portfólio no segmento cosmético da água. É uma área que veio para ficar.

A SAM foi a primeira empresa portuguesa no setor das águas minerais a publicar um Relatório de Sustentabilidade. Em julho deste ano divulgou o segundo relatório e as metas a alcançar. Que progressos já foram feitos no âmbito do plano de ações a cumprir até 2025?
O compromisso de transparência passa, para já, pela publicitação daquilo que são os relatórios de sustentabilidade, em que toda a informação é publicada para toda a gente ter acesso, e onde toda a gente consegue perceber os nossos progressos e, sobretudo, os nossos objetivos. Nós traçamos um objetivo que é altamente ambicioso, sobretudo para o nosso setor, que é o Net Zero, aliás, mais do que o Net Zero, é o Net negativo, ou seja, nós sermos regenerativos. O chamado impacto positivo é o nosso grande objetivo. Contudo, o nosso relatório de sustentabilidade passa pelo impacto zero em 2030. E esse é um caminho que se faz de uma forma progressiva e muito pensada. 2030 é amanhã, é já amanhã. Ainda hoje (dia da entrevista) tomamos aqui algumas decisões concretas: até março de 2025 toda a nossa frota vai ser elétrica, e 2025 é já amanhã. Já há muito tempo que temos 100% de energia verde na nossa empresa, painéis solares, mas isto é o básico. Há realmente soluções que nos obrigam a muitos investimentos, porque a sustentabilidade ambiental, é disso que estamos a falar, é algo que necessita de investimento. Mas nós acreditamos que depois existe o retorno do reconhecimento, do valor percecionado pelo consumidor.
A questão da transparência é algo que nos abraça desde sempre e que nós abraçamos em tudo o que fazemos. Desde a parte comercial, desde o marketing, desde os claims que usamos, desde a forma como comunicamos com as pessoas interna e externamente. Fechamos, há pouco tempo, o organograma para 2025 e o nosso organograma é circular, em que no meio quem está é o consumidor. Nós trabalhamos todos os dias a pensar só e exclusivamente no consumidor. É ele o nosso objetivo. Quando digo consumidor, não falo dos nossos clientes da distribuição, que são obviamente parte muito importante desta cadeia de valor, mas nós trabalhamos para o consumidor final. É esta a nossa preocupação.

Houve já medidas aplicadas, por exemplo, na fábrica, na empresa como um todo?
Por exemplo, em todas as nossas máquinas – isto é algo muito técnico, mas é muito interessante – nós temos detetores de fugas de ar comprimido nas tubagens. O ar comprimido é a energia mais cara que existe numa empresa e, portanto, o cuidado com fugas é altamente necessário. Nós temos, por exemplo, sensores de monitorização em todos os nossos motores que conseguem determinar se o motor está em esforço ou não e, portanto, a gastar mais energia e conseguimos logo aplicar uma medida corretiva. Fizemos um investimento muito grande há cinco anos e vamos fazer novamente um agora de cerca de nove milhões de euros para a expansão da fábrica e que implicou a compra de novas máquinas muito mais eficientes. E o que é isto de eficiência? Eficiência significa produzir mais em menos tempo, com menos recursos. E, portanto, nós conseguimos reduzir, eu diria, cerca de 50% o custo energético por cada garrafa. E isto é algo muito assinalável. E, portanto, este investimento em sustentabilidade e em poupança de recursos é altamente importante para quem quer ser sustentável.

Referiu a expansão da fábrica. Quando estará concluída e em que aspetos vai aumentar a rentabilidade da empresa?
Nós temos um projeto de expansão que, diria, está a decorrer a cerca de 50% da sua conclusão. Vamos iniciar muito em breve as obras de expansão da própria fábrica e vamos acrescentar uma nova linha de produção de alta cadência. Ficaremos assim com seis linhas de produção e, a partir daí, teremos uma maior capacidade de resposta ao mercado, algo que às vezes já nos começa a ser difícil responder. E teremos também a capacidade de cumprir um objetivo grande: a aposta na internacionalização do produto Água Monchique. Esta linha nos dará uma folga muito superior para conseguimos ‘atacar’ mercados que são de quantidade e, portanto, temos que ter aqui uma eficiência muito grande em termos produtivos.

Por falar em produção, lançaram este ano um produto que juntou inovação e sustentabilidade. A Monchique Natura foi apresentada como a primeira garrafa portuguesa sem rótulo e totalmente produzida a partir de outras garrafas. O que implicou este investimento e o que já impactou em termos de redução de materiais?
A ideia da Monchique Natura surgiu numa visita a uma feira de maquinaria na Alemanha, onde, sentado com os nossos fornecedores de moldes, nasceu a ideia de fazer uma coisa diferente: pegar a nossa garrafa de meio litro, despi-la de rótulo e fazer o engraving, colocar o rótulo gravado na própria garrafa. E o nosso fornecedor aceitou este desafio. O projeto demorou cerca de oito meses. É importante que se diga que oito meses num projeto de inovação é um tempo muito curto, a inovação demora muito tempo. Obviamente que esta foi uma inovação incremental, não foi algo de grande esforço em termos financeiros, mas nós em oito meses conseguimos ter a ideia, desenhar a ideia, envolver muitas partes.
Sobretudo, a Monchique Natura foi pensada como um projeto holístico. O que é que eu digo com isto? Eu diria que a Monchique Natura, juntamente com a EcoPack, é o epíteto daquilo que deve ser um produto sustentável. Porquê? Porque o produto em si tem sustentabilidade ambiental, é uma garrafa feita em 100% RPet, feita de outras garrafas, não tem rótulos, é fornecido numa caixa de cartão também certificada, tem menos gramagem ou a mesma gramagem que uma garrafa de meio litro, sendo que leva muito mais material, mas sobretudo há aqui uma particularidade. Nós não quisemos reduzir a sustentabilidade desta inovação ao produto. Até na própria comunicação da garrafa Natura, nós quisemos ser, aí sim, disruptivos. E criamos a campanha ‘Um Mundo Sem Rótulos’, que ligou o sem rótulos da garrafa ao sem rótulos daquilo que é o preconceito que ainda hoje existe nas sociedades. A campanha foi agora premiada na Associação Portuguesa de Marketing, com o prémio de Excelência. Também na forma como se comunica, é possível ser disruptivo, ser inovador e criar sustentabilidade. E chamar a atenção para alguns problemas que existem na sociedade. E isso também é uma responsabilidade das marcas.

O EcoPack foi lançado antes da Monchique Natura. Terá sido o primeiro grande lançamento, em termos de visibilidade para o consumidor, sobre o investimento da empresa em sustentabilidade ambiental?
Sim, o EcoPack foi também uma grande pedrada no charco porque não existia em Portugal uma tara familiar de 10 litros. Foi criado a pensar nas famílias, sobretudo nas crianças. Além disso o EcoPack é uma tara com uma sustentabilidade ambiental muito grande, porque tem menos de 63% de plástico do que dois garrafões de cinco litros. Mais uma vez temos aqui a questão da responsabilidade social, mais uma vez a responsabilidade ambiental. Temos agora uma campanha com o EcoPack, e pretendemos estender isto ao longo do tempo, que o liga também à responsabilidade junto de instituições de cariz social. Com a qual a Monchique está a abdicar de toda a sua margem financeira no produto e vai dar a três instituições, os 25 cêntimos por cada EcoPack vendido.

Está a falar da campanha ‘Água por uma causa’, que apoia a Kastelo, a Palhaços d’Opital e a Acreditar. Ela dá outra visibilidade à empresa ou vocês partem da visibilidade da empresa para atuar na comunidade?
Isto é também um epíteto daquilo que as marcas têm a responsabilidade de fazer: devolverem à comunidade o que a comunidade dá. Eu diria que nós aproveitamos o facto da nossa marca ser tão reconhecida, ser credível e dos consumidores reconhecerem também a qualidade da nossa água, para dar visibilidade a algumas instituições que precisam, obviamente, de funding, porque não se faz nada sem recursos económicos.
E, portanto, nós conseguimos dar visibilidade a estas causas, visibilidade a estas crianças e a estas pessoas idosas que estão nos hospitais, ou crianças que estão a sofrer com cancro, ou crianças que estão em fase terminal de vida. É algo que a nós nos emociona muito. Pessoalmente, esta provavelmente foi a campanha de responsabilidade social que mais me tocou e que mais me está a tocar, porque estamos a falar de valores significativos que vamos entregar a essas instituições, valores que vão fazer a diferença na vida destas pessoas, e com a ajuda dos nossos consumidores.
O preço não aumentou, a distribuição continua, temos também a ajuda dos nossos clientes, neste caso da grande distribuição, que nos ajuda a divulgar o produto e que nós agradecemos. E com isto, no fundo, fazemos aqui uma joint venture entre consumidores, os nossos distribuidores e a própria empresa para entregar a estas pessoas o conforto em recursos financeiros que elas precisam para que tenham dias mais felizes. No fundo é isto.

Mas o investimento social passa também pela empresa em si, que criou um serviço na área da saúde mental e do bem-estar psicológico voltado para os colaboradores. Como é que trabalham, no geral,o fator ‘pessoas’ no global da sustentabilidade?
Como disse há pouco, um dos nossos vetores de atenção, desenvolvimento e evolução, são as pessoas. E o foco nas pessoas passa, obviamente, pelos consumidores, porque são quem, no fundo, alimenta toda esta máquina, mas também pelas pessoas que trabalham aqui. Aos nossos colaboradores damos uma série de benefícios que vamos acrescentando à medida do possível. A economia, infelizmente, dita muitas das regras, mas temos a sorte, com este crescimento, de poder pensar em como melhorar a condição das pessoas. Desde há muitos anos esta parte, pagamos até 16 salários anuais, portanto isso já é algo que está intrínseco e na cultura da própria empresa. Oferecemos seguro de saúde às pessoas que trabalham connosco e têm ainda a possibilidade de assinar ou subscrever um PPR, algo que nós consideramos muito importante e que está dentro do que eu denomino a literacia financeira e cuidado com o futuro.
E, até pelo facto da questão da saúde mental estar muito em voga, juntamente com uma empresa chamada Team 24, consideramos que era importante dar aos nossos colaboradores um serviço que é anónimo. As pessoas têm acesso a tratamentos de saúde mental de uma forma completamente anónima. Toda a gente na empresa.Com psicólogos e psiquiatras especializados em várias áreas que os ajudam a ultrapassar os seus desafios, sejam pessoais, sejam profissionais. E é algo que tem sido, curiosamente, muito utilizado pelos nossos colaboradores. Não sei quem, ninguém sabe quem, mas temos os números de pessoas que têm recorrido a este serviço e as pessoas tenham aderido muito bem. Eu fico muito satisfeito, porque é o primeiro passo para as pessoas se tratarem e se equilibrarem. E é um serviço inovador também.

Há pouco referiu que sem lucro não se consegue investir, até mesmo nas pessoas. Como consegue a Sociedade da Água de Monchique gerir o investimento sustentável e ambiental e a sustentabilidade financeira?
Com muito equilíbrio e muita racionalidade. É realmente uma equação muito difícil de solucionar, mas nós temos um propósito muito claro e que é conhecido e reconhecido por toda a gente na organização. É algo que nós nunca cansamos de comunicar às pessoas e elas percebem-no: a sustentabilidade é um objetivo e é um drive muito importante para nós, sempre. E eu diria quase, custe e o que custar.
Obviamente que há um elemento de racionalidade no meio disto tudo, que é o equilíbrio. Nós não podemos investir de uma forma disparatada porque depois deixamos de ser competitivos no mercado. Mas vamos priorizando os projetos mais importantes e vamos construindo. Este é um processo evolutivo e, obviamente, a escala aqui é importante. E a expansão da própria fábrica, irá permitir-nos elevar o nosso volume de faturação, o nosso volume de produção, que nos permitirá abraçar outros projetos muito mais ambiciosos. E tendo esta solidez económica por detrás, nós conseguiremos, obviamente, fazer projetos ainda mais impactantes. Nós nunca podemos dissociar aquilo que é a ambição da sustentabilidade, da ambição da rentabilidade das empresas, isto tem de andar em conjunto e deve andar em conjunto. Desequilibrando uma ou outra, digamos que o progresso não acontece da mesma forma. Alinhar estas duas estratégias é um equilíbrio muito difícil, sobretudo para quem está na gestão e tem a visão 360 da empresa, mas é algo fundamental que as empresas têm de fazer.

Por falar em investimento, a loja online foi criada em 2020. Tem permitido uma aproximação ao consumidor diferente daquela do retalho alimentar?
É curioso. Nós decidimos abrir uma loja online de água e a água viaja muito mal. Ou seja, a água tem uma densidade de 1 para 1, um litro de água é um quilo, portanto, é pesado. E o valor de água é muito baixo, por isso é que nós dizemos que a água viaja muito mal, porque é cara. Mas ter a loja online começou por ser, primeiro, para estar próximo do nosso cliente, para o nosso cliente conseguir falar connosco, comprar diretamente à nossa empresa e termos esses dados importantes do nosso consumidor. Hoje, para nós, a loja online é um must have, é uma forma de apresentar também novos produtos e de testar novos produtos, é uma forma de ter dados de satisfação dos nossos consumidores. E diria que tem sido uma experiência de aprendizagem, também. Até porque nós temos uma visão da loja online onde não temos só água, temos merchandising, uma série de produtos que pretendemos também alargar.
Nós vamos lançar um produto muito, muito em breve e o primeiro local onde estará disponível será exatamente na loja online. E, portanto, eu diria que a rampa de lançamento destes projetos mais inovadores será a loja online. Tem sido realmente uma grande experiência, às vezes eu fico surpreso com o valor gerado até pela loja online.

O alcance foi maior do que esperava?
Maior do que eu esperava, é verdade, e muito no B2B, ou seja, muitas empresas a comprarem grandes quantidades de água. Sobretudo, muito EcoPack – é a nossa tara rainha na loja online, o que tem sido muito curioso e foi realmente uma surpresa para nós. E, portanto, é uma ferramenta de comunicação também e de proximidade e de venda em que nós vamos continuar a trabalhar, que vamos expandir e que vamos aprimorar muito em breve.

A criação de uma nova linha na fábrica, é importante para o plano de internacionalização da SAM. Quanto representa a exportação para a empresa e em quantos mercados estão?
Nós estamos em cerca de 15 mercados e a exportação representa 2,5%. É o nosso objetivo nos próximos cinco anos atingir 25% a 30% de volume de exportação. Esta é a nossa ambição. Nós tivemos de tomar uma decisão em 2020, quando fizemos a primeira requalificação da fábrica, com a compra de novas máquinas, e isto foi algo que está aculturado na empresa. O nosso mercado de origem, e aqui voltamos à primeira pergunta, à questão da origem, é o mercado português, é o consumidor português. O nosso privilégio e a honra que nos dão é de servir o consumidor português. Portanto, nunca deixaremos de vender um litro no mercado nacional em detrimento ou a favor do mercado de exportação e da internacionalização.
E daí este investimento de nove milhões de euros na expansão da fábrica: para termos uma linha que será dedicada 80% a 85% só para mercados internacionais, e conseguiremos manter assim as linhas que já temos, a trabalhar para o mercado português, para o mercado nacional. Esta nossa visão não pára por aqui. Temos já a nossa visão para os próximos cinco anos, que não vou descortinar aqui, mas que obviamente passa por crescer ainda mais.


Em 2025, até onde poderão levar as novas tendências do mercado em termos de lançamentos? Novas águas, outros formatos, um packaging diferente, novidades da dermocosmética… O que vai trazer, 2025?

Nós temos um desafio interno na empresa: todos os anos, temos de lançar pelo menos dois novos produtos. E, portanto, 2025 não será a exceção. Eu diria que em 2025 poderemos até lançar três novos produtos. E falo de produtos/serviços, porque a inovação também se faz em serviço e não só em produto. Temos em pipeline dois produtos que vamos lançar, não vou descortinar já o que será, mas são dois produtos muito dentro daquilo que é a tendência que nós visualizamos para daqui a 10 anos no setor das águas. Setor que vai mudar, vai ter de mudar na forma como faz o approach ao consumidor e como faz chegar o produto ao consumidor. E nós, com esta ideia de inovação, queremos ser os primeiros, os pioneiros – mesmo correndo o risco de falhar – a alterar o paradigma de como vamos levar a nossa água ao nosso consumidor. E eu posso dizer que talvez em 2025 tenhamos uma grande mudança na forma como vamos fazer chegar a nossa água ao consumidor.

Haverá um grande investimento na logística de entrega?
Haverá um grande investimento em muitas áreas, inclusivamente também na logística.

A empresa tem 32 anos. Como vê o futuro da Sociedade da Água de Monchique daqui a 32 anos? Onde espera que ela esteja?
É uma pergunta que nunca me fizeram, curiosamente. Daqui a 32 anos, olhe, eu espero ainda estar aqui para ver o que vai acontecer. Mas pela forma como a Água Monchique tem trabalhado e se seguir nesta senda de transparência, de sustentabilidade, de qualidade, de foco nas pessoas e com estes valores, acredito que a Monchique estará cá, estará mais forte, será certamente líder do mercado, porque isso praticamente já o somos.
Eu acredito que tem potencial de ser global, e, portanto, acredito que a Monchique conseguirá ser uma marca global, e espero ainda ser eu a carimbar essa marca global. Acredito que, provavelmente, já não estaremos neste sítio físico, mas estaremos aqui muito perto, com uma nova fábrica, com novos produtos, com novos serviços, criando um ecossistema à volta da água que implicará um portfólio muito alargado de serviços, uma forma diferente de fazer chegar a nossa água única ao consumidor e que implicará muita tecnologia, muita comunidade. Hoje o consumidor exige rapidez, qualidade, preço e, sobretudo, estes valores de sustentabilidade. Portanto, eu acredito que se a Monchique seguir estes valores, daqui a 15 anos, 30 anos será uma empresa tão ou mais saudável do que hoje é.

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Entrevista publicada na edição 428 (novembro de 2024)

Sobre o autorAna Grácio Pinto

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“Vaiana é uma história inspiradora sobre família, aventura e coragem”, afirma Joana Dias, Group Brand Manager de Kids. “Com esta nova edição, pretendemos que as crianças embarquem nesta aventura, desfrutando de um lanche saboroso e nutritivo, já que conta com 100% ingredientes naturais, Vitamina D e é fonte de cálcio e proteína, enquanto celebram a nova aventura de Vaiana, que desta vez parte numa missão impossível para provar a si mesma do que é capaz e salvar o seu povo. Esta edição limitada é uma forma divertida de gerar conversação à mesa das famílias portuguesas, enquanto mergulha na magia da Vaiana 2.”, acrescenta.

Sobre o autorHipersuper

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Projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ da Renova conquista Green Design International Award

O projeto nasceu do compromisso da empresa “em oferecer soluções que respeitem o ambiente, reduzindo o impacto ambiental da produção de papel tissue”, sublinhou a Renova ao Hipersuper.

A Renova viu o seu projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ ser galardoado com o Green Design International Award, atribuido pela World Green Design Organization.

A distinção premiou a sustentabilidade dos produtos reciclados e os processos inovadores que os origina, com destaque para as gamas ‘Recycled’ e ‘Love & Action’, “como exemplos de excelência ambiental e que incorporam o conceito de Green Design”, referiu a marca num comunicado.

Ao Hipersuper, fonte oficial da Renova explicou que o projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ nasceu do compromisso da empresa “em oferecer soluções que respeitem o ambiente, reduzindo o impacto ambiental da produção de papel tissue”.

“Este projeto está alinhado com o longo percurso de escolhas que, ao longo dos anos, se mostraram adequadas para a marca, mesmo quando as questões ambientais não estavam no centro das discussões. Um exemplo disso é que a Renova instalou a sua unidade de reciclagem na década de 80, antecipando-se às tendências de sustentabilidade que hoje são essenciais no mercado”, sublinhou a fonte.

O desenvolvimento da gama de produtos originada neste projeto obrigou a Renova a realizar alterações nos seus processos de fabrico, com a implementação de soluções inovadoras.” Este projeto, portanto, não só reflete a nossa preocupação com a sustentabilidade, mas também a inovação constante no nosso processo produtivo, que se adapta para responder às necessidades existentes”, destacou a mesma fonte.

Para este ano, no âmbito do ‘Low-Carbon Tissue Products’, a Renova projeta lançar, já no primeiro trimestre, novos produtos patenteados “que irão reforçar o nosso compromisso com a sustentabilidade e a inovação”, revela a fonte da empresa, sublinhando que “este é um tema transversal a todas as gamas e um imperativo para a marca”.

De referir que a cerimónia de entrega dos Green Design International Award decorreu em Bruxelas e contou com a presença de líderes globais, representantes governamentais e especialistas em sustentabilidade. Entre as 200 candidaturas, foram selecionados 10 finalistas em projetos que abrangem áreas como o design de turbinas eólicas, interiores de veículos automóveis, packaging e eletrodomésticos.

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

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Alegro Setúbal é o primeiro centro comercial em Portugal a receber classificação “eCIRCULAR” da ADENE

Este reconhecimento destaca o desempenho e as boas práticas do centro comercial na gestão de recursos e na promoção de uma economia circular.

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O Alegro Setúbal, gerido pela Nhood, tornou-se o primeiro centro comercial do país a conquistar a classificação “eCIRCULAR”, atribuída pela Adene– Agência para a Energia. Este reconhecimento destaca o desempenho e as boas práticas do centro comercial na gestão de recursos e na promoção de uma economia circular, refletindo o compromisso da Nhood com a sustentabilidade e a eficiência na utilização de recursos.

A classificação “eCIRCULAR” avalia o desempenho das organizações em áreas fundamentais da economia circular, como energia, água e resíduos, oferecendo também recomendações para melhorias contínuas.

Entre os resultados obtidos, a área de energia recebeu uma classificação de 62%, impulsionada pela instalação de painéis fotovoltaicos e pela implementação de medidas para a redução do consumo energético. Na gestão de água, o centro obteve 53%, fruto do sistema de aproveitamento de águas pluviais e do avanço na reutilização de águas cinzentas. Além disso, o Alegro Setúbal obteve 80% na gestão de resíduos, com iniciativas como o correto encaminhamento de resíduos, e 100% em certificações no domínio da sustentabilidade como a ISO 14001, BREEAM e Resíduo Zero. Com uma classificação global de 50%, este resultado é significativo para o setor de centros comerciais, reforçando o papel do Alegro Setúbal como um modelo de práticas sustentáveis e inovadoras.

No total, o Alegro Setúbal obteve uma classificação global de 50%, um marco relevante para o setor dos centros comerciais, posicionando-o como uma referência em práticas sustentáveis.

“Esta é uma valorização importante para a jornada de sustentabilidade do Alegro Setúbal, destacando-se como um exemplo no setor do retalho comercial em Portugal. Além disso, é também um reconhecimento do empenho da Nhood na implementação de práticas de gestão que respeitam os princípios da economia circular, ao investir em fontes de energia renováveis, reduzir o consumo de recursos e recuperar materiais. Continuaremos a liderar pelo exemplo, promovendo mudanças significativas que beneficiem tanto o ambiente como as comunidades onde operamos.”, sublinha João Jesus, Head of Sustainability and Operations da Nhood, em comunicado.

Desenvolvido pela Adene, o eCIRCULAR é um sistema abrangente de avaliação que incentiva empresas e organizações a implementarem práticas sustentáveis e de economia circular. Este modelo permite auditorias externas que avaliam o desempenho em circularidade, atribuindo classificações de A+ (a melhor) a F (a pior) e apresentando recomendações para melhorias contínuas.

 

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Alimentar

Lidl reforça compromisso com a alimentação consciente

O Lidl anunciou novas metas para impulsionar a alimentação consciente, comprometendo-se com objetivos ambiciosos alinhados com a Dieta da Saúde Planetária (PHD – Planetary Health Diet).

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A estratégia global da insígnia visa transformar o sistema alimentar, promovendo escolhas mais saudáveis e sustentáveis para os consumidores nos 31 países onde opera.

Até 2030, o Lidl Internacional pretende aumentar em 20% a proporção de vendas de alimentos à base de plantas, como proteínas vegetais, cereais integrais, frutas e legumes, em comparação com 2023. Este compromisso inclui o apoio técnico da WWF, que tem trabalhado em conjunto com o retalhista para implementar uma metodologia que avalia e orienta a oferta alimentar de acordo com princípios de sustentabilidade e saúde.

Com a adoção da metodologia da WWF, o Lidl tornou-se o primeiro retalhista alimentar a implementar transparência integral nas suas categorias de produtos em todos os países onde está presente. A marca disponibilizará um relatório anual, a partir de 2025, para monitorizar e divulgar o progresso das metas traçadas, reforçando o compromisso com a saúde humana e ambiental.

“Para alimentar uma população mundial em crescimento, de forma saudável e dentro dos limites do planeta, é fundamental uma transformação global do sistema alimentar. Há anos que o Lidl está empenhado em contribuir para este objetivo – tendo por base as descobertas científicas da Dieta da Saúde Planetária. Com a WWF como parceira experiente do nosso lado, pretendemos aumentar o nosso impacto no futuro e oferecer aos nossos clientes uma seleção cada vez maior de alternativas mais saudáveis e sustentáveis, com a máxima qualidade ao melhor preço.”, sublinha Cristina Hanganu, diretora de Corporate Affairs e CSR do Lidl Portugal, em comunicado.

O Lidl reforça que os consumidores mantêm liberdade de escolha, mas terão ao seu dispor um portefólio de produtos que facilita decisões de compra mais conscientes.

Metas específicas para 2030

  • Proteínas vegetais: O Lidl Portugal compromete-se a atingir 20% de fontes de proteína vegetal na sua gama, incluindo alternativas à carne, ovos e peixe. Desde 2022, a insígnia já analisa a “divisão de proteínas” para avaliar a proporção de fontes vegetais em relação às de origem animal.
  • Cereais integrais: O retalhista pretende que 10% dos produtos à base de cereais sejam integrais, disponibilizando pelo menos uma opção por categoria relevante de marca própria.
  • Frutas e legumes frescos: A insígnia continuará a expandir a oferta de produtos frescos, promovendo o consumo diário de frutas e vegetais como pilar da sua estratégia de Alimentação Consciente.

Mariella Meyer, da WWF Suíça, elogiou a abordagem do Lidl: “Congratulamo-nos com o alinhamento do Lidl com a Dieta da Saúde Planetária e com a utilização da Metodologia de Retalhista de Dietas Planetárias da WWF. Este é um passo crucial na transformação do sistema alimentar, que é o principal fator de perda de vida selvagem e da natureza. Ao concentrar-se em garantir mais opções à base de plantas, o Lidl dá prioridade à saúde humana e planetária. Esperamos que isto inspire outros retalhistas a seguirem o exemplo e a concentrarem-se mais nas alternativas à base de plantas, face à oferta de proteína animal”.

 

 

 

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Retalho

Montijo Retail Park atinge limite da sua ocupação com abertura da Padaria Portuguesa

A Cushman & Wakefield (C&W) anuncia a colocação da marca A Padaria Portuguesa no Montijo Retail Park, a primeira loja da cadeia a abrir no formato de retail park, que inaugura esta sexta-feira, 24 de janeiro.

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Propriedade do fundo CA Património Crescente – Fundo de Investimento Imobiliário Aberto, gerido pela Square Asset Management, este espaço comercial é gerido e comercializado pela C&W em regime de exclusividade, atingindo agora o limite da sua ocupação com o arrendamento desta loja de 139 m².

“É com grande entusiasmo que anunciamos a colocação de uma marca de referência na área da restauração no Montijo Retail Park. Esta operação marca um importante passo para o futuro deste equipamento comercial, proporcionado a este ativo uma maior variedade na sua oferta com o primeiro espaço no setor da restauração. Estamos extremamente satisfeitos com este desfecho, que confirma o potencial do Montijo Retail Park como um destino comercial de referência e uma escolha de eleição para marcas de renome”, refere João Pereira, consultor sénior no departamento de retalho da Cushman & Wakefield.

O Montijo Retail Park, situado à entrada da cidade do Montijo, é um espaço de retalho com 18.000 m² de área bruta locável, que oferece unidades comerciais de média e grande dimensão, entre os 1.000 m² e os 9.000 m². Conta com a presença de marcas dos segmentos de moda, desporto, decoração e materiais de construção, entre as quais a Be Fit, Calçado Guimarães, Sports Direct, Conforama, Espaço Casa, e Leroy Merlin. Localizado junto às autoestradas A12 e A33 e a poucos minutos da Ponte Vasco da Gama, o retail park tem um parque de estacionamento gratuito com um total 800 lugares, dos quais 420 cobertos em cave.

 

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Bebidas

Red Bull Zero chega a Portugal

Com esta novidade chega também o programa Red Bull Zero Excuses, um desafio de 30 dias que vai envolver os atletas Vasco Vilaça, Teresa Bonvalot, B-Girl Vanessa, Helder Nunes e Kika Nazareth.

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Depois do sucesso em vários países da Europa e nos Estados Unidos da América, chega a Portugal a Red Bull Zero, com zero açúcar e zero calorias. As latas de cor azul claro mate escondem no interior um novo sabor que mistura uma agradável acidez com notas de tutti frutti, ananás e baunilha, revelando um delicado equilíbrio doce/ácido, avança a marca.

À venda em todo o país, a Red Bull Zero está disponível em latas de 250 ml e junta-se à Red Bull Apricot Edition (Alperce-Morango), Red Bull Yellow Edition (Tropical), Red Bull Red Edition (Melancia) e Red Bull Purple Açaí Sugarfree – cinco opções com sabor, da mesma família das clássicas Red Bull Energy Drink e Red Bull Sugarfree.

O ano de 2025 arranca com o desafio Red Bull Zero Excuses – um programa de 30 dias focado na performance física, que pretende despoletar uma motivação acrescida a quem desejou nas suas resoluções de Ano Novo, melhorar a sua condição. No site da marcat os participantes vão poder desbloquear em cada dia um novo jogo ou estimulante desafio. Uma dinâmica que vai contar com a participação dos atletas Vasco Vilaça (triatlo), Teresa Bonvalot (surf), B-Girl Vanessa (breaking), Helder Nunes (hóquei em patins) e Kika Nazareth (futebol).

 

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Logística

Still fornece equipamentos para novo Centro de Distribuição Nacional da Leroy Merlin

A Still foi escolhida para o fornecimento de 140 equipamentos de movimentação de cargas e soluções de intralogística para o novo Centro de Distribuição Nacional da Leroy Merlin, em Castanheira do Ribatejo.

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No âmbito do recente investimento no novo Centro de Distribuição Nacional (CDN) da Leroy Merlin, localizado em Castanheira do Ribatejo, a Still foi a empresa escolhida para o fornecimento de 140 equipamentos de movimentação de cargas e soluções de intralogística. Esta aposta visa reforçar a parceria estratégica iniciada em 2018 entre as duas empresas em Portugal.

O CDN, inaugurado a 3 de dezembro de 2024, representa um investimento global de cerca de 120 milhões de euros e assume-se como o maior centro logístico do país, com uma área total de 105.500 m² e uma estrutura composta por dez células operacionais especializadas. O novo centro centraliza toda a operação logística da Leroy Merlin em Portugal, permitindo a criação de 400 empregos diretos em Castanheira do Ribatejo.

A Still foi selecionada para fornecer equipamentos modernos que contribuem para o aumento da eficiência e sustentabilidade da operação logística da Leroy Merlin. O contrato de aluguer de longa duração com a Leroy Merlin foi considerado uma grande oportunidade de crescimento para a Still, perspectivando-se um aumento da visibilidade da marca e um reforço da posição da empresa no mercado.

Carlos Gonçalves, key account manager da Still Portugal

Carlos Gonçalves, key account manager da Still Portugal, afirma em comunicado que, com este contrato, a Still “ganha maior exposição em clientes de relevo no setor, fortalece a sua imagem ao associar-se a uma marca reconhecida como é a Leroy Merlin e cria novas oportunidades de venda de produtos Still no mercado.” A parceria, que iniciou em 2018, tem evoluído de forma significativa, com a Still a fornecer soluções de intralogística e equipamentos de movimentação de cargas para as lojas e centros de distribuição da Leroy Merlin.

No novo centro, estão em operação 140 equipamentos, incluindo porta-paletes elétricos, order pickers, retrácteis, trilaterais e empilhadores frontais. A Still sublinha que fornece baterias de iões de lítio e de chumbo, conforme a análise de aplicação do cliente. Para garantir a máxima segurança e eficiência nas operações, os equipamentos contam com dispositivos como cintos de segurança, faróis e blue spots, bem como câmaras nos garfos para visualização da carga em altura.

Carlos Gonçalves destaca ainda que “uma frota nova e com tecnologia inovadora permite uma grande otimização de movimentação de cargas e melhoria na capacidade logística da Leroy Merlin”, e sublinha que, no futuro, a implementação de tecnologias avançadas, como a automação, permitirá uma operação ainda mais eficiente e precisa.

José Miranda, diretor de Supply Chain e Delivery da Leroy Merlin

A parceria entre as duas empresas está baseada em três pilares principais: inovação tecnológica, sustentabilidade e eficiência operacional. José Miranda, diretor de Supply Chain e Delivery da Leroy Merlin, refere que “um investimento como o CDN exige ter do nosso lado os parceiros certos, e é aqui que entra a Still. Não podíamos estar mais satisfeitos por poder contar com a Still no equipamento do nosso novo Centro de Distribuição Nacional, pois a dimensão e a complexidade deste investimento exigem soluções logísticas de excelência.”.

 

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Andreia Agostinho, diretora comercial & marketing

Alimentar

Frutorra distinguida pelo 4º ano consecutivo pela Escolha do Consumidor

A Frutorra entra em 2025 com uma nova distinção, ano em que irá inaugurar uma nova fábrica, um investimento estratégico que permitirá escalar o trabalho desenvolvido ao longo das suas mais de três décadas de existência.

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Pelo 4º ano consecutivo, a Frutorra foi eleita pelos consumidores como a marca nº1 na categoria de frutos secos.

A Frutorra sublinha em comunicado que este é um sinal claro da consistente satisfação dos consumidores, que mais uma vez vêm valorizar a qualidade e inovação da marca.

Como parte da estratégia para sustentar o crescimento contínuo alcançado ao longo dos últimos anos, a Frutorra irá inaugurar uma nova fábrica em 2025, um investimento estratégico que permitirá escalar o trabalho desenvolvido ao longo das suas mais de três décadas de existência. Este projeto, motivado pelo aumento do volume de produção, visa reforçar a eficiência operacional e consolidar o posicionamento da empresa como uma referência no mercado.

 

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Exportação

Smart Agri em destaque na Fruit Logistica 2025

A área de Smart Agri vai estar em destaque na Fruit Logistica 2025 com um recorde de expositores: 36 empresas de 18 países a apresentar inovações que estão a moldar o futuro da agricultura.

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De 5 a 7 de fevereiro de 2025, a cidade de Berlim recebe a próxima edição da Fruit Logistica. Uma das áreas em destaque será a de Smart Agri, com um recorde de expositores: 36 empresas de 18 países a apresentar inovações que estão a moldar o futuro da agricultura.

O evento, que reúne os principais players e inovadores da indústria, colocará em evidência como as tecnologias digitais estão a transformar o cultivo, o controlo de qualidade e a distribuição de produtos frescos. Na Hall 3.1, os visitantes poderão descobrir soluções de ponta, incluindo inteligência artificial para estimar colheitas, software de gestão agrícola, sistemas de irrigação sustentáveis e precisos, drones que estão a revolucionar o setor e até tecnologias de polinização baseadas em dados.

Um dos pontos altos será o programa de dois dias no palco Farming Forward, que contará com 24 apresentações de empresas líderes nos dias 5 e 6 de fevereiro. Moderado pela jornalista especializada Katie Gallus, o programa abordará temas como: controlo de qualidade de frutas com tecnologias não invasivas, gestão de estufas com inteligência artificial, rastreabilidade de produtos frescos, agricultura em ambiente controlado e inovações para prolongar o tempo de prateleira dos alimentos.

“Com um foco ampliado nas tecnologias digitais, a edição de 2025 oferece uma plataforma essencial para explorar as inovações que impulsionam o setor de produtos frescos.”, sublinha Kai Mangelberger, diretor da Fruit Logistica, em comunicado.

 

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Logística

InPost inova no fabrico de lockers para avançar para a descarbonização

A empresa de entregas não domiciliárias associou-se à ArcelorMittal para começar a utilizar o aço XCarb na produção dos seus lockers e atingir os seus objetivos de neutralidade de carbono para 2030.

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A InPost anunciou uma evolução na estrutura e no fabrico dos seus lockers, os cacifos inteligentes que permitem aos utilizadores receber as suas compras online fora de casa, a qualquer hora do dia ou da noite.

Em parceria com a ArcelorMittal, a principal empresa siderúrgica do mundo, a empresa tecnológica especializada nas entregas não domiciliárias, está agora a produzir os seus lockers utilizando o XCarb, um aço fabricado a partir de materiais reciclados que utiliza energia inteiramente proveniente de fontes renováveis. Como resultado, o fabrico deste aço gera menos 64% de emissões de CO2 do que as alternativas tradicionais, de acordo com os dados oficiais do fabricante.

“A nossa aposta no XCarb como material para fabricar os Lockers é mais um passo no nosso objetivo de tornar a InPost uma empresa neutra em carbono até 2040”, explicou a propósito o CEO Espanha e Portugal do Grupo InPost. Marc Vicente acrescentou que, juntamente com outras medidas que a empresa está a tomar nos seus escritórios e armazéns, bem como na configuração das rotas de entrega e em tudo o que diz respeito às operações em geral, “queremos continuar a evoluir e a contribuir para redução das emissões de carbono”

O anúncio da InPost surge no âmbito do Dia Mundial da Redução das Emissões de CO2, que se celebra todos os anos a 28 de janeiro, para sensibilizar a sociedade para a necessidade de trabalhar, cada um na sua área e dentro das suas possibilidades e capacidades, para reduzir as emissões poluentes, que a ciência associa diretamente ao aquecimento global e às alterações climáticas.

Neste sentido, a InPost tem implementado um conjunto de medidas que vão desde a otimização das rotas de entrega para realizar menos viagens até à eletrificação progressiva da sua frota de veículos ou à eliminação de etiquetas nas devoluções de encomendas.

A empresa tem uma estratégia de descarbonização alinhada com o Acordo de Paris e é signatária do The Climate Pledge, que exige que meça e comunique regularmente as suas emissões de gases com efeito de estufa, introduza alterações comerciais e inovações tangíveis para melhorar a sua eficiência, se comprometa com energias renováveis e reduza a utilização de materiais não sustentáveis, entre outras medidas.

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