Organizado desde 2005 e formato bianual pelo COTR (Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio), o Congresso Nacional de Rega e Drenagem tem o intuito de, a médio e longo prazo, melhorar o uso e gestão da água de rega, aumentando assim a sua disponibilidade para mais área de regadio, e ainda incrementar a produtividade da água e diminuir o impacto ambiental associado à rega.
A edição deste ano realiza-se no Cine Teatro de Alcobaça, e vai debater “alguns temas que exigem alguma reflexão do setor”, explica Gonçalo Morais Tristão ao Hipersuper, sendo ainda um espaço privilegiado para troca de experiências.
“Na edição deste ano, ouviremos as intervenções dos nossos convidados sobre a gestão da água, tema atualíssimo, tendo em conta a iniciativa ‘Água que Une’, que o governo pretende implementar”, avança o presidente do Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, entidade que organiza o congresso.
Durante três dias, no Congresso Nacional de Rega e Drenagem, vão ser ainda discutidos “os aspetos da inovação e da tecnologia no regadio, e os instrumentos que a agricultura tem ao seu dispor para conseguir cada vez mais eficiência”, revela Gonçalo Morais Tristão, acrescentando que vai ser também abordada a adaptação às alterações climáticas, “com particular ênfase nas experiências na região Oeste”, sem esquecer a questão de uma nova abordagem ao tema da comunicação no setor.
“Os temas serão apresentados e discutidos por pessoas de reconhecidos méritos que, com o seu conhecimento das várias matérias, enriquecerão os debates. O COTR aproveitará o Congresso, e a presença do ministro da Agricultura e Pescas, para apresentar a Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio”, sublinha ainda o presidente do COTR.
Identificar e sinalizar as prioridades
A Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio é uma das missões do COTR, no âmbito da sua atuação como centro de competências para o regadio. Gonçalo Morais Tristão refere que esta ferramenta resulta de um trabalho de reflexão e discussão com vários parceiros, desde entidades associativas representativas das várias fileiras do setor agrícola, a instituições e organismos do Ministério da Agricultura, da EDIA e outras entidades do sistema científico e academia.
Explica ainda que a Agenda pretende “identificar e sinalizar prioridades e necessidades do setor, de modo a que possa constituir um documento de referência para orientação de políticas públicas”, mas que não se trata de um documento fechado.
“O que se pretende é criar uma certa dinâmica que permita, ao longo dos tempos, verificar o progresso da concretização de algumas ideias e identificar outras prioridades para o futuro”, revela, acrescentando que a Agenda está estruturada em cinco eixos principais: Disponibilidade e Qualidade dos Recursos Hídricos, Inovação das Infraestruturas de Rega, Sustentabilidade e Rentabilidade do Regadio, Tecnologias e Sistemas de Informação de Suporte ao Regadio, e Formação, Comunicação e Divulgação.
O X Congresso Nacional de Rega e Drenagem inicia-se nesta quarta, dia 13 com a sessão de abertura conduzida por Gonçalo Morais Tristão, presidente da direção do COTR, José Manuel Gonçalves, da Escola Superior Agrária de Coimbra) e Hermínio Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça. O programa do primeiro dia destaca a realização das mesas redondas ‘Água, Agricultura e Ambiente: Uma Abordagem Integrada da Gestão da Água’ e ‘Regadio, Inovação e Tecnologia’ e ainda um Fórum de Comunicações, com a apresentação de trabalhos técnicos e científicos enquadrados neste âmbito.
No dia 14 realiza-se a mesa redonda ‘Alterações Climáticas e Regadio: Medidas de Adaptação’ e uma visita técnica a uma empresa. O terceiro e último dia do congresso começa com o Fórum de Comunicações, prossegue com a mesa redonda ‘Comunicar Agricultura e Regadio’ e culmina com o ponto alto da edição deste ano, a apresentação da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, instrumento que pretende identificar áreas a privilegiar nas políticas públicas e investimento especificamente relacionadas com a rega e com o regadio em Portugal.