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Jaime Piçarra: “A agricultura e a alimentação não dão votos”

Com um vasto currículo na área da segurança e soberania alimentar, Jaime Piçarra é especializado em economia agrária e sociologia rural e o atual secretário-geral da IACA ( Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos para Animais). Em entrevista ao Hipersuper sublinha que “não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos”.

Ana Grácio Pinto
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Jaime Piçarra: “A agricultura e a alimentação não dão votos”

Com um vasto currículo na área da segurança e soberania alimentar, Jaime Piçarra é especializado em economia agrária e sociologia rural e o atual secretário-geral da IACA ( Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos para Animais). Em entrevista ao Hipersuper sublinha que “não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos”.

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Ana Grácio Pinto
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Jaime Piçarra tem dedicado a sua vida às questões da segurança alimentar e da importância da gestão agroalimentar tanto na geopolítica nacional e mundial como na vida dos cidadãos. Foi recentemente nomeado perito nacional na Organização do Tratado do Atlântico Norte, na área da segurança do abastecimento. Com esta nomeação, passa a integrar o Grupo de Planeamento de Agricultura e Alimentação da NATO. “Não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos”, sublinha nesta entrevista ao Hipersuper.

Portugal é um país autossuficiente em vinho e em azeite. Mas em todo o resto, o país depende em 80% de matérias-primas. A segurança alimentar é um objetivo cada vez mais difícil de alcançar no nosso país?
Bom, eu penso que não. Eu tenho uma visão relativamente positiva quanto ao futuro. Apesar, de facto, de termos constrangimentos. Uns são nossos, outros são das políticas comunitárias, políticas europeias. Mas é possível atingir um equilíbrio entre as gestões ambientais e a produção de alimentos.
Aparentemente, estamos a viver uma época em que o ambiente está a predominar relativamente a outras questões. Porque as alterações climáticas são um facto, não vamos negar. Têm muito a ver com a produção agrícola e com outro fenómeno que é muito relevante: as migrações. E depois acabamos por sofrer, de facto, o impacto de tudo isto.
Não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos. E é nessa perspectiva que eu acredito que irá haver, agora, no próximo mandato da Comissão Europeia – e isso é a minha esperança – algum recuo nas estratégias, por exemplo, ‘Do Prato ao Prato’, do ‘Green Deal’ provavelmente. E, portanto, poderá haver um maior equilíbrio, ou uma sensibilidade maior em termos de equilíbrio.
Porque, por outro lado, não é justo que a União Europeia imponha determinadas restrições aos seus agricultores e às suas empresas, e depois não seja capaz de impor as mesmas regras aos produtos que importa de países terceiros.
Por exemplo, os agricultores têm cada vez menos acesso a produtos fitofármacos, cada vez se reduz mais o número de substâncias ativas. A União Europeia faz essas restrições, muitas vezes, em nome da proteção dos consumidores, pelo impacto dos resíduos na alimentação ou nos solos, e não somos capazes de impor, de facto, essas regras aos países terceiros. O que é que acontece? Nós que somos importadores de matérias-primas, estamos confrontados com o facto de que muitas vezes os limites de resíduos de matérias primas tão importantes como o milho e a soja, são ultrapassados porque há substâncias em que simplesmente o limite é zero, portanto, não há limite.
E, depois, temos aqui problemas de segurança alimentar – isto é, de higiene, e não de disponibilidade de alimentos – que podem pôr em causa o abastecimento. Temos de pensar em políticas integradas, em que, sempre sem perder de vista a proteção do ambiente, possamos ter várias etapas. A Europa, e estamos a fazer isso em sedes, a nível internacional, tem que medir bem até que ponto é que não está a dar tiros no pé. E a ideia que fica é que o último mandato da Comissão Europeia foi muito ‘dar tiros no pé’. Vamos ver se neste segundo mandato, apesar da presidente von der Leyer ter sido eleita com os votos dos Verdes, se é possível atingir esse equilíbrio.

A estratégia do ‘Prado ao Prato’ e, até mesmo, a Política Agrícola Comum (PAC) estão a gerar uma regulamentação ‘excessiva’ em matéria de proteção ambiental e metas que poderão comprometer a soberania alimentar europeia? Por exemplo, um dos objetivos do ‘Prado ao Prato’ é o de que até 2030, 25% das terras agrícolas da UE sejam utilizadas para agricultura biológica.
Isso é utópico. Estou envolvido em questões de revisão da política agrícola desde 1992. Acompanhei a primeira grande reforma da PAC, curiosamente, fechada pela presidência portuguesa, e essa PAC teve dois aspetos que iriam marcar, depois, a evolução das PACs seguintes. Um foi o reconhecimento da multifuncionalidade da agricultura. Isto é, a agricultura não era só produção agrícola, produção de bens alimentares, mas também a proteção do ambiente, da paisagem, dos territórios. E como tal, os agricultores teriam de ser remunerados por esses serviços. Foi a primeira vez que se falou nos bens públicos. Esse foi um efeito importante.
E a outra questão muito relevante foi que antes de 1992 assistíamos na União Europeia a excedentes de carne bovina, de leite em pó, de cereais. E, aí, tínhamos dois problemas. Como não éramos competitivos em relação ao mercado mundial, a União Europeia tinha que pagar os custos em armazenar esses produtos e depois, para exportar, tinha que pagar as chamadas restrições à exportação. E isto era insustentável. Obviamente, estávamos numa altura em que a PAC representava a maior parte do orçamento comunitário, 70%, hoje é 30%.
Houve também um momento da União Europeia, que teve a ver com a crise das vacas loucas e as dioxinas, em 1999. Houve uma série de problemas de segurança alimentar que mudaram completamente a visão, a comissão começa a priorizar a proteção dos consumidores, o bem-estar animal. Portanto, digamos que passou a haver a visão de que, se calhar, o modelo de agricultura que estávamos a fazer não era o melhor e punha em causa outras coisas. E essa é uma viragem muito significativa, em que a agricultura perde peso político. O que nós estamos a tentar fazer cada vez mais é mostrar aos decisores políticos que somos importantes e somos relevantes. E que é possível produzir alimentos de uma forma sustentável e segura para os consumidores.
Mas também é importante que a Europa, quando tem determinadas regras, as tente negociar com os países terceiros e crie no seu espaço comunitário um processo de transição, por etapas, para serem atingidas as metas. Aquela questão que referiu de 25% de terras agrícolas em agricultura biológica, que é, enfim, uma meta aspiracional, não é vinculativo. Obviamente que em alguns países, se calhar, é mais fácil de atingir, como, por exemplo, a Áustria. Mas noutros países não, porque põe em causa, claramente, a produção de alimentos. E não sei se, do ponto de vista ambiental, por unidade de produto, é mais sustentável. O que eu acho é que, uma vez mais, deverá ser o consumidor a determinar se, em função da procura, devemos alocar determinada produção em determinado regime.

Em função da procura e do valor da oferta também?
O que aconteceu nos últimos tempos com a pandemia, mais tarde com a guerra, a inflação e o aumento de preços, é que estamos a falar de produtos com preços elevados. E a inflação alta demonstrou uma quebra no consumo desses produtos. Atenção, eu não discuto a procura desses produtos. Acho que o consumidor deve ser livre nas suas escolhas, e ainda não está provado que a agricultura orgânica é mais saudável ou mais saborosa nos produtos do que a outra, se forem cumpridos, de facto, intervalos de segurança. Até porque, infelizmente, não é possível alimentar o mundo com produtos da agricultura biológica.
Mas ainda em relação à reforma de 1992: em todas as reformas, um dos objetivos era a simplificação. Infelizmente nunca se conseguiu. Foi preciso este ano, com as demonstrações e greves dos agricultores, pensar-se em flexibilizar medidas, em simplificar. O processo ainda não está feito, aliás, há uma consulta pública e vamos ver no que ela dá. E depois há a tendência de cada Estado Membro, como dizia o saudoso ministro Sevinate Pinto, ‘ligar o complicómetro’.
Há muita coisa que tem a ver com Bruxelas, mas há muita coisa que tem a ver com Portugal. Por exemplo, não é admissível que os licenciamentos de explorações, de empresas, de atividades, demorem tanto tempo e anos e anos a legislar. Os custos de contexto em Portugal que era uma promessa, enfim, de todos os governos, vamos ver se este concretiza: simplificar os procedimentos legislativos e as aprovações dos processos.

E como estamos a falar de Portugal, que estratégias as autoridades competentes, devem adotar para garantir a segurança alimentar?
Bom, referiu há pouco os setores do vinho e do azeite, houve uma estratégia muito interprofissional, digamos assim. As frutas e hortícolas estão com uma capacidade de exportação grande. Mas depois, olhando para a área que nós representamos, temos as carnes claramente deficitárias, apesar de haver alguma exportação de carne de porco para mercados, por exemplo, na Ásia, mas estamos a falar de quantidades ainda muito pequenas. Exportamos animais vivos, bovinos e pequenos ruminantes para o mercado israelita e o mercado avícola está em expansão. E temos os ovos, que são um bom exemplo. Tradicionalmente, a produção tem sido excedentária, mas no ano passado, segundo o INE, fomos deficitários. E porque? Porque o consumo cresceu mais do que a capacidade de produção.
Mas para nós o ponto crítico tem a ver com as matérias-primas, com os cereais. Por exemplo, no trigo duro temos uma capacidade de aprovisionamento de apenas 5%; se formos ao milho, temos 25 a 30%, dependendo do ano – este ano já sabemos que vamos reduzir a área de milho, e portanto vamos ser ainda mais dependentes. Depois temos as proteínas vegetais, nomeadamente a soja, em que somos dependentes 100%.
Portanto, creio que não podemos perder de vista que a nossa segurança alimentar deve ser equacionada a nível da União Europeia, Nós não podemos ter pretensões em balanços de aprovisionamento excedentários em todos os produtos, não é possível, mas é possível fazer mais e melhor. Não é admissível que não tenhamos uma maior produção de cereais. E o que é que aconteceu nos últimos anos? Como a produção de cereais em Portugal não tem sido suficientemente competitiva ou acarinhada pelo poder político, os agricultores foram alterando as produções. E que tipo de produções temos? Temos produções como o olival ou o amendoal, que são culturas permanentes e não estou a ver que o agricultor vá arrancar essas culturas para produzir cereais. Mas tal não significa que o governo não aposte mais num plano de promoção de cereais, que aliás foi um documento estratégico que tinha vindo do anterior executivo, que nós também acompanhámos. E que não seja possível estimular a produção de cereais, com ou sem regadio, que é outra questão muito importante, com a biotecnologia, com a agricultura de precisão. Portanto, estimular o mais possível a agricultura para ser sustentável.

No seu entender, porque Portugal não tem capacidade de gerar stocks alimentares? Será pela pequena capacidade produtiva ou não temos espaços de armazenamento suficientes?
São as duas coisas. Nós temos uma incapacidade de produção e temos que olhar para ela, de facto. Em relação à produção pecuária, se nós somos deficitários ainda na produção de carne bovina ou carne suína ou em outro tipo de carnes, poderíamos dar as condições aos nossos agricultores, de fazerem essas culturas. Estamos a falar, muitas vezes, de sensibilizar câmaras municipais, porque há muitas câmaras que não querem que se produza pecuária nas suas zonas, têm o direito legítimo de o fazer, mas muitas vezes não se compreende porquê.
Temos que perceber, politicamente, o que é que queremos, porque a pecuária é muito importante. Neste momento, e cada vez mais, já é possível o aproveitamento de subprodutos, os efluentes, a economia circular, digamos, avançou muito e é possível, substituindo os fertilizantes de síntese, adubar as terras. Para culturas de cereais ou outro tipo de culturas. E, muitas vezes, o papel da pecuária não é suficientemente entendido e valorizado. Por outro lado, relativamente aos cereais, obviamente que vai ser possível e desejável aumentar a produção, mas nós nunca vamos ter produção para ser autossuficientes.
Mas tão ou mais importante do que isso, o que nos tornaria menos vulneráveis e menos dependentes da volatilidade dos mercados mundiais, seria ter stocks estratégicos. E esses stocks estratégicos têm a ver com duas coisas. Aumentar a armazenagem, isto é, investimentos para dotar as empresas de maior capacidade de armazenagem, a construção de silos. E, sobretudo, os portos, nomeadamente a Silopor, terem uma capacidade de armazenagem. Nós temos insistido muito na armazenagem da Silopor, para que tenha maior capacidade e não estarmos expostos a notícias como as de que só termos stocks para 15 dias.
Porque cada vez mais as cadeias de abastecimento são voláteis, há as questões do Mar Negro, há as questões do Mar Vermelho, há os custos, há as greves, há as condições climatéricas que também põem em causa a estabilidade das rotas. Há estes cenários de guerra e, infelizmente, parece que vamos ter algumas escaladas na guerra Rússia-Ucrânia. Há a próxima presidência dos Estados Unidos e não sabemos se vai ser mais isolacionista ou menos, e depois temos tensões entre a China e os Estados Unidos. Portanto, digamos que temos uma situação geopolítica e geoestratégica muito complexa, que não nos deixa tranquilos nas questões da segurança das cadeias de abastecimento.

A nível global o que não estarão a fazer as organizações e as nações para se alcançar o objetivo de até 2030, acabar com a fome e garantir o abastecimento alimentar a todas as pessoas? Até que ponto é uma questão de aumento de produção e não de disputa política dentro das organizações e de tomada de posições dos próprios países?
As organizações supranacionais são algo muito complexo. Por exemplo, a Organização Mundial do Comércio praticamente desapareceu e é muito importante que ela seja forte e regule cada vez mais os conflitos. Mas o que se mostrou foi uma impotência para regular esses conflitos. Parece que os países, cada um deles, faz aquilo que quer e sobra-lhes tempo. Tenho falado com colegas que trabalham na OMC e é aflitivo. Porque sentem uma enorme frustração em não conseguirem atingir os seus objetivos. Quem ganhou expressão nos últimos anos? Foi, de facto, a NATO, com a situação da guerra. E, felizmente para todos, a visão da NATO não é apenas defesa. A Nato, ultimamente, tem-se vindo a concentrar nas questões da alimentação e da segurança alimentar.
A NATO é muito mais do que defesa e uma das coisas que está a procurar privilegiar é a questão da estabilidade do funcionamento da segurança alimentar como motivo de paz. E, neste momento, há um conflito aberto. A Polónia, aliás, vai apostar este ano no seu orçamento, num valor histórico em termos de defesa. E penso que isso é uma estratégia que os outros países, os membros da NATO, irão fazer. A questão do investimento dos estados-membros na NATO é muito importante, porque não podemos estar à espera sempre que sejam os nossos amigos americanos a vir proteger a Europa e nós depois dizemos que estamos numa aliança e não cumprimos nada.
Uma das experiências que eu tenho tido agora, na minha ligação recente à NATO, é que não importa só que o país tenha, em caso de guerra ou de conflitos, a capacidade de abastecer as suas populações. Também tem que ter a capacidade de abastecer aqueles que, por alguns motivos de defesa, tenham que situar-se no nosso território ou progredir o nosso território para motivos de estabilidade ou de paz. Portanto, é a nossa população, mas também tem que estar disponível para que, em conjunto, consigamos dar essa segurança alimentar e do ponto de vista logistíco.
Aliás, neste momento, a NATO pediu para que os diferentes países priorizem as suas infraestruturas críticas. Nós, em Portugal, temos uma comissão de planeamento de emergência, de proteção civil. Estamos, neste momento, a realizar reuniões com alguma frequência e houve uma reunião recentemente, antes de férias, sobre a segurança das cadeias de abastecimento. Estivemos a discutir desde a água, a energia, o transporte, a grande ou pequena distribuição, os aspectos logísticos. E, portanto, esse poderá ser um fórum muito relevante, até porque isto não depende apenas do ministro da Administração Interna ou da Defesa. Também tem a ver com a Agricultura, tem a ver com a Infraestrutura. Aliás, este órgão depende diretamente do gabinete do Primeiro-Ministro.
Mas eu gostava que isto fosse levado a sério e fosse interiorizado politicamente, que estivéssemos muito mais preparados antes de acontecer um conflito. Na Europa, neste momento, também estamos a discutir um mecanismo de emergência e de segurança alimentar. Está a começar a haver, cada vez mais, uma ligação entre a NATO e as próprias políticas da União Europeia. E eu não tenho dúvidas que o próximo mandato da Comissão Europeia vai ter em conta cada vez mais a política de defesa. Tem que ter a agricultura nesta perspectiva que também faz parte da alimentação de uma política de Defesa.
E há outra questão. A presidente Van der Leyen deu a entender que queria ter um comissário ou uma comissária para as questões do Mediterrâneo, que têm a ver com as migrações.

Em relação ao Regulamentação Anti Desflorestação da União Europeia: é um exemplo da complexidade regulatória? O que está em causa e o que é urgente limar?
No fundo, é o abastecimento livre de desflorestação. Digamos que o objetivo da União Europeia é legislar para que possamos importar determinados produtos – e são sete neste momento: soja, café, cacau, borracha, palma, madeira e bovinos -, provenientes de regiões que não tenham sido desflorestadas a partir de 2020. Esta foi uma legislação que, estranhamente, foi apressada em termos da proposta da Comissão Europeia. À data havia um comissário europeu muito forte, o Frans Timmermans, mas, enfim, ele fez aquilo que o mandato da Comissão o deixou fazer. O que aconteceu é que, de facto, era preciso, digamos, alguma espetacularidade e mostrar liderança forte da União Europeia e então foi publicada a lei da desflorestação.
Foi discutido no Parlamento Europeu, um Parlamento Europeu que era muito sensível a estas questões ambientais, às questões do bem-estar animal, que são questões relevantes, a redução dos antibióticos, tudo isso são questões relevantes e nós não fomos contra. Pensamos é que tem que haver aqui algum equilíbrio. A legislação entrou, de facto, em vigor e a Europa quer que essas materiais-primas, possam vir de zonas não desflorestadas.
Temos agora outra questão, como provar que vêm de zonas não desflorestadas? É que estamos a falar de países muito complexos. Por exemplo, se nos Estados Unidos podemos admitir que parte do país, ou quase todo o país, já foi desflorestado há muitos anos, estamos a falar, por outro lado, de países dos quais nós importamos e são muito importantes, nomeadamente, o Brasil, a Argentina, o Paraguai. Temos a questão da floresta Amazônica. Por exemplo, o cadastro ambiental rural no Brasil permite que seja feita desflorestação. E quando falamos no café ou no óleo de palma, estamos a falar de países como Etiópia, Malásia, Indonésia, onde, de facto, sobrevivem em muitas zonas graças àquelas produções. Portanto, tudo isto é demasiado complexo.
Nós, em termos de FEFAC, temos um guia para a produção de soja responsável, soja sustentável, com vários critérios, social, ambiental, económico. E muitos dos processos de produção de soja estão dentro desses critérios. A Comissão Europeia não reconheceu como bom este sistema e quer um sistema de geolocalização. Portanto, saber por geolocalização onde é que são as parcelas. E mais, querem uma rastreabilidade física. Não sei se está a imaginar um pequeno produtor…

E quer que o produtor local invista nesse sistema?
Sim, sim. Através do sistema de ‘due diligence’, isto é, tem que haver um certificado emitido localmente, tem que ser reconhecido pela Comissão Europeia, tem que ser inserido numa plataforma, as autoridades de cada Estado membro têm que verificar se está conforme. É preciso um sistema de informação gigantesco, uma plataforma, os testes que foram feitos apresentaram um monte de problemas, o sistema cai…
Portanto, estamos aqui a introduzir complexidade e nós temos colocado à Comissão Europeia uma série de dúvidas, temos pedido explicações. Há três meses que o processo está parado no gabinete da comissária, da presidente da Comissão Europeia, estamos à espera de respostas a partir de Setembro.
Estamos a pedir o adiamento da legislação, da entrada em vigor. Para quê? Para que nos possamos sentar à mesa e preparar as coisas, porque nós não queremos fraude. Nós queremos saber como é que as coisas funcionam e neste momento há uma incerteza jurídica muito grande. No caso da soja, e de acordo com os nossos dados, apenas sete a oito milhões de toneladas de soja poderão cumprir o que está previsto, e fundamentalmente dos Estados Unidos, porque acreditamos que vai ser uma região de baixo risco de solicitação. Mas nós precisamos de 30 milhões. E precisamos de café, precisamos de palma, precisamos de chocolate e de bovinos.
E atenção, isto não é só para importação, também tem a ver com a produção interna e estamos a trabalhar com o ICNF e a DGAV. No caso do bovino de carne essa documentação tem que acompanhar a produção toda até ao retalho. Tendo em conta aquilo que fomos percebendo, o impacto para o nosso país poderá custar, em termos de alimentos compostos para animais, entre mais de 25 a 30 milhões de euros. O que significa que, de duas uma, ou a indústria vai incorporar, de facto, esta crescimento e aí vai perder competitividade, ou vai transferir para o consumidor, provavelmente, parte desses custos. No fim do dia, o que é que teremos? Produtos mais caros. E nós perguntamos se o consumidor tem consciência disto, se está disposto a pagar e se os decisores políticos, antes de tomarem medidas, não têm noção do impacto que as mesmas geram.
Não seria melhor trabalharmos globalmente em conjunto para atingir as metas? Poder-me-á dizer: será que as organizações internacionais serão capazes, depois, de impor estas regras? Mas temos que ir por aqui, senão, estamos a perder competitividade e a colocar em causa a tal segurança alimentar.

A ciência é um aliado do objetivo de segurança alimentar para todos?
Eu penso que é um grande aliado. Eu sei que a ciência tem um problema: não sabe comunicar, ou é difícil comunicar a ciência. E depois, há outro fenómeno- a comunicação nas redes sociais. Há uma desinformação muito grande, as pessoas leem pouco, leem cada vez menos e preocupam-se com os highlights e com os títulos. Mas há muita ciência. Cada vez mais há uma ligação entre o mundo empresarial, a investigação e a academia, as universidades. Por isso foi criado o consórcio FeedInov, de que a IACA é, em Portugal, o principal acionista, e estamos à procura de não só comunicar aquilo que fazemos, com dados concretos, a tentar responder a questões que as empresas colocam, estudando-as com a investigação e com as universidades, levando depois os resultados ao conhecimento público.

O desenvolvimento de outros produtos, como as proteínas insect based ou à base de algas, podem vir a ser uma fonte de alimentação complementar para o abastecimento humano e também animal?
Sim, são coisas que estamos a estudar, que têm de ser estudadas e que necessitam de escala. Mas podem ser uma fonte de alimentação complementar. Não de substituição, mas complementar. Disso, eu não tenho dúvidas. Agora, como tudo, passará sempre pela aceitação do consumidor, e por aquilo consumidor quiser, mas eu penso que poderá ser uma alternativa na alimentação animal, sobretudo na aquacultura, nos petfoods. Neste momento, é preciso escala e para haver escala é preciso haver aceitação. Mas penso que é uma questão de tempo.

Do que trata o projecto InsectEra?
O InsectEra, no fundo, é um PRR. A EntoGreen é que está a liderar o consórcio e no dia 23 de outubro vai realizar-se o congresso InsectEra, com o tema ‘Os insetos como ferramenta de sustentabilidade’. Um grande objetivo do projeto é a construção de uma fábrica em Pernes, para, de facto, ser possível começarmos a ter a tal escala e desenvolver produtos para estes setores todos. E nos animais, não é só a questão da alimentação pela alimentação; é que os insetos poderão ter um efeito de defesa e reduzir a utilização de micropianos e proteger a saúde do animal. Mas depois há consumidores e há empresas que, por questões ligadas à desflorestação, à biotecnologia, à sustentabilidade ou outra, querem trabalhar com insetos. Portanto, poderá ser, de facto, uma alternativa. Em termos de alimentação animal, penso que terá mais potencial do que eventualmente a alimentação humana. Mas vamos ver como é que o mercado reage.
As alterações climáticas e os conflitos armados são grandes ameaças ao abastecimento alimentar a nivel mundial. São realmente as maiores ameças? Ou o protecionismo praticado por nações e a dependência de grandes países produtores, como China, EUA e Brasil, são dificuldades igualmente grandes?
O que se nota é que há um descontentamento mundial grande em relação, e goste-se ou não, à maneira como têm funcionado as organizações supra-nacionais, a ONU, a Organização Mundial do Comércio, as diferentes estruturas dentro das Nações Unidas. O Secretário-Geral da ONU tem vindo a chamar a atenção, desde há muitos anos, para reformas e não tem sido fácil, porque há o veto do Conselho de Segurança. E o que temos vindo a notar é que o chamado Sul global, países como o Brasil, a China, a Índia, a África do Sul têm vindo a tentar convencer outros de que haverá uma política alternativa.
Mas ainda não se percebeu bem se eles querem destruir completamente essas organizações ou se querem construir por dentro. Há esta tensão entre a China e os Estados Unidos e a União Europeia. Não só alguns países estão a impor taxas aos veículos elétricos, como a China está a ripostar e, portanto, provavelmente vai impor sanções a produtos alimentares, a produtos nos quais a Europa é dependente. Vamos ver. A ameaça existe, mas eu não acredito que seja do interesse da China ou da Europa ou dos Estados Unidos abrir um foco de tensão permanente. Mas, obviamente, vamos viver aqui, se calhar, numa guerra fria em que vai ser importante manter os canais diplomáticos abertos.
Nessa perspectiva, não interessa, de facto, à Europa uma política proteccionista. O isolacionismo penso que não interessa a ninguém. Mas também, por outro lado, já percebemos que a globalização desenfreada e sem regras também não interessa. Portanto, digamos que o grande desafio que temos pela frente é tentar encontrar este equilíbrio num mundo instável em que não temos lideranças. Enfim, parece não termos líderes fortes. Cada vez mais julgamos com o peso da opinião pública e com o ruído e a desinformação, que é outra questão relevante.

É o primeiro perito português a integrar a NATO na área da soberania alimentar. Quais são as soluções para as quais gostaria de contribuir enquanto perito da NATO?
Eu vou fazer parte de um grupo de planeamento da agricultura e da alimentação, fundamentalmente na área de regiões do Mediterrâneo. E, portanto, aqui está a importância que a NATO está a dar a esta região, porque o Mediterrâneo tem muito a ver também, com o Mar Negro, com a Turquia. E se falarmos, enfim, na área de Egipto, Marrocos, Tunísia, bom, é uma área muito delicada.
E o que eu espero é, por um lado, pôr as questões da soberania alimentar e da insuficiência alimentar na agenda. Por outro lado, acentuar que isto respeita a todos. Esta é uma nomeação individual, não é nomeação política. É uma nomeação meramente técnica e porque quem me nomeou acredita que eu tenho alguma capacidade e conhecimento de abordar estas áreas, tenho informação, ando nisto já há alguns anos. Mas eu não dependo politicamente de ninguém, vou ter o apoio do staff do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, vou estar enquadrado no conselho de planeamento e proteção civil, que responde ao Primeiro-Miinistro.
Agora, o que eu penso fazer é tentar que as organizações ligadas à fileira agroalimentar, Confagri, CAP, CNA, APED, FIPA, participem juntamente com o Governo e transferir, se for possível, para aqui, o grupo de diálogo que funcionou durante a pandemia. Nós vamos limitar-nos a dar recomendações. O Grupo de Planeamento de Agricultura e Alimentação depende de um comitê de direção de resiliência que responde diretamente ao Secretário-Geral da NATO. Não vou ter mais nenhum papel do que fazer ouvir a minha voz e isso vou tentar fazer e prestigiar Portugal. Vou-me empenhar nisso. Se conseguir sensibilizar para que as políticas públicas tenham em conta, de facto, estes impactos, acho que já não é mal de todo. Vou tentar contribuir para a mudança e vou empenhar-me com todas as minhas forças e com tudo aquilo que eu sei.

A minha última questão parte do título de um artigo que escreveu há relativamente pouco tempo e que se chama ‘A comida não dá votos. E a falta dela?’ Isto é um alerta?
É um alerta. Penso que foi a Dra. Manuela Ferreira Leite que disse, e foi mal interpretada, ou, pelo menos, percebe-se o que ela quis dizer, sobre vivermos seis meses numa ditadura, sem democracia, para as pessoas darem valor, àquilo que têm. Eu não queria que isso acontecesse, mas, de facto, a comida não dá votos.
E o que é que eu quis dizer com isso? Que a agricultura e a alimentação não dão votos. Porque na campanha, falou-se pouco da agricultura. Aliás, na campanha para as eleições europeias, falou-se nada da Europa. Há uma iliteracia muito grande relativamente à União Europeia, como é que ela funciona, e a Europa ali passou ao lado. De facto, houve promessas, estive em Santarém durante a campanha (eleitoral), ‘a agricultura era isto’, ‘o Governo ia reverter e fazer e acontecer’. Ainda não se viu nada.
O que eu acho que é importante é o agricultor ter apoio, haver proximidade e ser apoiado. Também não me parece que, como funcionava a agricultura antigamente, dessem um grande apoio, porque havia insuficiência de meios. Aliás, é outra questão. Nós, na DGAV, na nossa área, temos uma insuficiência enorme de meios. O Estado precisa de se renovar, precisa de gente. Porque cada vez se tem mais competências e menos pessoas para as executar.
E, portanto, o que eu quis dizer é que, então, se a comida não dá votos, talvez se faltar comida, as pessoas aprendam e valorizem mais a importância que a alimentação tem na nossa vida.

Esta entrevista foi publicada na edição 426 do Hipersuper

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Abriram 83 lojas de comércio de luxo nas 20 principais artérias da Europa em 2024

A Avenida da Liberdade, em Lisboa, continuou a atrair novas marcas de luxo em 2024, com um total de cinco lojas abertas ao longo do ano.

Hipersuper

O mercado imobiliário europeu de retalho de luxo continua a demonstrar resiliência com a abertura de novas lojas em 2024. Esta é uma das conclusões do relatório European Luxury Retail 2025 da Cushman & Wakefield.

Em 2024, abriram 83 novas lojas de luxo nas 20 principais artérias da Europa, localizadas em 16 cidades de 12 países, em comparação com as 107 aberturas registadas em 2023. O segmento de moda e acessórios representou quase metade do total de inaugurações (41), enquanto as marcas de joalharia e relojoaria abriram um total de 26 lojas, acima das 21 aberturas de 2023, mostrando que o “luxo tradicional” continua a atrair os consumidores deste setor.

As marcas detidas pelas grandes casas de luxo LVMH, Richemont e Kering foram responsáveis por mais de um terço das novas lojas. Este total está em linha com 2023, apesar da proporção entre as três marcas se tenha alterado já que a LVMH liderou o setor com 15 aberturas em 2024.

Avenida da Liberdade continua a atrair marcas de luxo

A Avenida da Liberdade continuou a atrair novas marcas de luxo em 2024, com um total de cinco novas aberturas. Em dezembro, a marca de moda italiana Paul & Shark abriu uma loja de 190 m² no edifício Liberdade 242, e em maio, a marca de design de mobiliário italiano Molteni&C inaugurou a sua primeira flagship em Lisboa (Liberdade 254), com cerca de 400 m² distribuídos por dois pisos.

As marcas de relojoaria também estiveram ativas na Avenida da Liberdade ao longo de 2024. Em setembro, a Patek Philippe (em parceria com a David Rosas) abriu a sua primeira boutique no edifício Liberdade 12. Com cerca de 200 m², esta loja acolhe um bar e uma sala VIP privada.

Em dezembro, a IWC Schaffhausen, em parceria com o Grupo Tempus, abriu também a sua primeira boutique em Portugal no nº 117 da Avenida, integrando igualmente um bar e obras da artista portuguesa Camila Nogueira.

Após uma extensa renovação, a Cartier reabriu a sua principal loja em Lisboa, no nº 240, e a loja do antigo edifício do Diário de Notícias (Liberdade 266) foi recentemente arrendada a uma marca a divulgar brevemente, com abertura prevista para este ano.

“A Avenida da Liberdade é o destino por excelência das marcas de luxo internacionais, e o facto de estar no prime CBD – onde se localizam as sedes das grandes empresas e hotéis de 5 estrelas – cria o habitat perfeito para estas marcas. Alguns edifícios têm boas fachadas e áreas que vão ao encontro dos requisitos das marcas, mas o grande desafio continua a ser o número de unidades disponíveis”, comenta Maria José Almeida, Associate e especialista em retalho de luxo da Cushman & Wakefield Portugal.

“A taxa de desocupação na Avenida da Liberdade é de apenas 2%, idêntica à registada no final de 2023. A contínua procura nesta artéria da capital tem impulsionado o crescimento das rendas, que subiram mais de 9% desde o final de 2023”, conclui a responsável.

Falta de espaços impulsiona subida das rendas em toda a Europa

A análise da Cushman & Wakefield mostra também que as taxas de desocupação diminuíram consideravelmente em todos os mercados envolvidos, com 17 das 20 ruas principais a registarem menos de 5% de disponibilidade, e 6 delas não apresentando qualquer espaço disponível. Por essa razão, a ligeira redução no número de aberturas na Europa reflete não só um crescimento mais moderado das vendas no comércio de luxo, mas também a dificuldade das marcas em encontrar espaços adequados num quadro de quase total ocupação, refere a empresa em comunicado.

A escassez de oferta e o desejo de concentração dos retalhistas num punhado de artérias impulsionaram o crescimento das rendas nessas ruas em 3,6% em 2024 (3% em 2023), sendo que esses valores estão atualmente 3% mais elevados, em média, do que em 2018. Um terço das ruas de luxo em toda a Europa atingiu rendas recorde em 2024, incluindo a Via Montenapoleone de Milão, que é agora o destino de retalho mais caro do mundo. A Cushman & Wakefield prevê que as rendas nas ruas de luxo aumentem, em média, 1-3% ao ano entre 2025 e 2028.

“Enquanto os retalhistas se adaptam e inovam num contexto marcado por consumidores exigentes, pressões globais e desafios nos mercados locais, as lojas físicas continuam a desempenhar um papel fundamental no relacionamento com o cliente. As lojas são vistas como o “universo da marca” onde os consumidores podem explorar e comprar produtos de luxo e desfrutar de experiências personalizadas que criam conexões significativas e duradouras com as marcas. A preocupação dos retalhistas em ter os imóveis certos nas localizações certas significa que os espaços de comércio de luxo de primeira linha continuam a ser procurados”, refere Rob Travers, diretor de Retalho EMEA da Cushman & Wakefield.

O relatório “European Luxury Retail 2025”, segunda edição de uma série que fornece uma análise
aprofundada do estado atual e das perspetivas futuras do mercado de retalho de luxo na Europa, abrange
as principais tendências, o desempenho do segmento, a abertura de lojas, as tendências imobiliárias e os
investimentos estratégicos, oferecendo informações valiosas às partes interessadas do setor.

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Luis Simoes, novo Diretor-Geral da NielsenIQ para Espanha e Portugal
Luis Simoes, diretor-geral da NielsenIQ para Espanha e Portugal
Análise

Luis Simoes é o novo diretor-geral da NielsenIQ para Espanha e Portugal

A NielsenIQ (NIQ) anunciou a nomeação de Luis Simoes como novo diretor-geral para a Ibéria, supervisionando e expandindo o negócio da empresa em Espanha e Portugal. 

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Luis Simoes sucede a Patricia Daimiel, que liderou a empresa nos últimos cinco anos e que agora assume um cargo de liderança global na recém-criada organização de Strategic Insights & Analytics, que reúne Advanced Analytics, BASES e Consumer & Marketing Insights, com o objetivo de ajudar os clientes da NIQ a tomarem decisões informadas e baseadas nos melhores dados.

“Estou muito entusiasmado e orgulhoso por me juntar à NIQ e ajudar as empresas a desbloquearem o poder da tomada de decisões baseadas em dados. A capacidade única da NIQ de integrar de forma perfeita os dados dos painéis de consumidores e dos retalhistas proporciona uma visão incomparável que reduz a distância entre as ações na loja e o que acaba no cesto de compras. Isto permite às marcas e aos retalhistas compreender verdadeiramente o comportamento do consumidor e aproveitar as oportunidades de crescimento.”, sublinha Luis Simoes em comunicado.

“Num mundo omnicanal em constante evolução, a capacidade da NIQ de combinar dados de comércio eletrónico com informação sobre o consumidor e o retalho mantém os nossos clientes na vanguarda. Estou ansioso por trabalhar com os nossos clientes para descobrir o porquê, o quando e o onde do comportamento do consumidor e ajudá-los a ter sucesso num mercado dinâmico.”, acrescenta.

Emilie Darolles, presidente da NIQ para a Europa Ocidental, sublinha que “graças à sua vasta experiência no setor em todos os continentes, o Luis traz um conhecimento profundo das necessidades do negócio e da importância que a informação sobre distribuição — física e online — e sobre o consumidor têm no mercado atual.”

E acrescenta: “a sua liderança irá fortalecer ainda mais a nossa equipa de especialistas em Espanha e Portugal, garantindo um serviço de excelência aos nossos clientes, promovendo a integração contínua e a melhoria da nossa plataforma Discover e impulsionando a inovação constante em todas as nossas soluções.” Aproveitou também para expressar “o meu mais profundo agradecimento a Patricia Daimiel, que liderou o nosso negócio na Ibéria nos últimos cinco anos.” .

O novo diretor-geral para a Ibéria iniciou a sua carreira na NIQ em França e traz mais de 25 anos de experiência no setor de serviços de dados e informação. Ao longo da sua carreira, ocupou posições de liderança na Europa, América Latina, Ásia e EUA. Antes de regressar à NIQ em setembro de 2024 como CPS Strategic Projects and Iberia Lead, desempenhou um papel crucial na configuração da indústria global de painéis de consumidores como Diretor de Estratégia Global na Kantar Worldpanel, onde liderou a aquisição da Numerator.

Para além da sua liderança corporativa, Luis Simoes é um investidor “business angel”, apoiando startups como a STEAM Academy, que oferece programas extracurriculares para crianças, e a World Data Lab, uma empresa especializada em previsões demográficas e de consumo em mais de 100 países.

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Foto: Bruno Gonçalves
Bebidas

Três novos monocastas reforçam o portfólio da Quinta da Vacaria

Gouveio, Rabigato e Viosinho são as novas referências de uma das mais antigas quintas do vale do Douro.

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Os Quinta da Vacaria Gouveio, Rabigato e Viosinho reforçam a aposta desta quinta situada no Peso da Régua, na produção de “vinhos de alta qualidade e com personalidade forte e distinta”. “Estas castas (Gouveio, Rabigato e Viosinho) foram as que melhor se destacaram este ano, as que têm mais personalidade e que melhor se pavonearam durante o desenvolvimento em barrica”, adianta a equipa de enologia, liderada por João Menezes.

Ao mercado chegam pouco mais de três mil unidades de cada um destes vinhos – Quinta da Vacaria Gouveio 2023, Quinta da Vacaria Rabigato 2023 e Quinta da Vacaria Viosinho 2023 –, que podem ser adquiridas nas principais garrafeiras do país, nos espaços físicos e online.  Com estes três lançamentos, a Quinta da Vacaria aumenta para seis a sua gama de monovarietais, depois dos primeiros vinhos monocastas, apresentados em 2024.

“One shot opportunity” é como descreve a equipa de enologia da Quinta da Vacaria, a maior dificuldade da produção de vinhos monocastas: “Ou temos muito boa uva daquela determinada casta, que se consegue valorizar sozinha, ou então é muito complicado produzirmos grandes vinhos… porque não temos as oportunidades que conseguimos nos blends”.

Foto: Bruno Gonçalves

Os novos Quinta da Vacaria Gouveio, Rabigato e Viosinho estão “perfeitos para ser consumidos no imediato” ou nos próximos cinco anos. Idealmente, devem ser servidos a uma temperatura entre os 9 e 11 graus, tendo, cada um, o seu paring preferencial, revela ainda.

A produção dos vinhos da Quinta da Vacaria começou há mais de 400 anos. Com uma situação geográfica privilegiada, altitude entre as cotas de 50 a 300 metros, a propriedade espraia-se ao longo de 42 hectares, entre a margem esquerda do Corgo e a direita do Douro, no ponto onde estes se encontram. Nos últimos anos, os vinhos da Quinta da Vacaria passaram por uma transformação e hoje são engarrafados na sua origem, combinando técnicas tradicionais com uma abordagem moderna. A missão desde então tem passado pela recuperação e reconversão de vinhas.

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Entrevista

Paulo Mota: “Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico”

A inovação na Quinta da Caramuja já se traduziu na criação de produtos diferenciados, como o Queijo Kefir Bio e os bombons de chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela. “Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos”, assegura Paulo Mota em entrevista ao Hipersuper.

O projeto é recente, mas, fruto da visão e do respeito pelo saber ancestral, os responsáveis pela Quinta da Caramuja viram o seu Queijo de Cabra Bio Conde de Vinhó ser premiado nos World Cheese Awards 2024. A inovação já se traduziu na criação de produtos diferenciados, como o Queijo Kefir Bio e os bombons de chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela.
“Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos”, assegura Paulo Mota, responsável pela Quinta da Caramuja, em entrevista ao Hipersuper.

São 70 hectares de uma propriedade agrícola inserida num projeto de agroturismo. A Quinta da Caramuja conta com um rebanho de ovelhas da raça Serra da Estrela e cabras da raça Serrana e pratica apenas o modo de Produção Biológico, com certificação desde o ano 2007. Os produtos que cria, para além da qualidade intrínseca, contribuem para a sustentabilidade da região onde se insere, para a preservação das raças autóctones e para a continuidade do saber fazer. “Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico e estamos certificados desde o ano 2007”, sublinha Paulo Mota.

A Quinta da Caramuja é um projeto de agroturismo? O que os levou a investir nesta quinta e quantos hectares tem?
A Quinta da Caramuja iniciou a sua atividade na agropecuária e, hoje, é um projeto de agroturismo, que alia a atividade agrícola ao turismo, seja com alojamento, seja com visitas à propriedade. Neste momento, contamos com cerca de 70 hectares de propriedade agrícola, dividida por várias culturas. O fato de ter nascido no campo e de ter gosto pela atividade, levou-me a estudar agricultura, tanto no ensino secundário como no ensino superior, portanto, faltava mesmo a ‘terra’ para aplicar os conhecimentos adquiridos.

O projeto inicial foi o turismo rural ou nasceu já com a componente de produção de queijos?
O projeto inicial previa a componente agrícola e de agroturismo. Mais tarde, surgiram os animais, primeiro os bovinos de carne, depois, as galinhas poedeiras. Em 2023, na sequência da compra de outra quinta confinante com a primeira, iniciámos a produção de vinho, de queijo e a produção de leite de ovelha e de cabra para abastecimento da própria queijaria.

Tinham experiência nestas áreas ou foi um ‘começar do zero’?
Até à entrada neste negócio não tinha experiência na produção de queijo, apenas na ótica do apreciador, pois sou grande apreciador de queijo. Também não tinha nenhuma experiência na produção de vinho. Nas restantes atividades da quinta, atividade agropecuária, principalmente, na produção de ovos, tenho muita experiência acumulada. De qualquer forma, a minha formação base permite-me aprender com relativa facilidade sobre as novas atividades da quinta.

O leite é de produção própria? O modo de produção biológica é comum a todos os produtos?
Neste momento temos cerca de 260 ovelhas da raça Serra da Estrela para produção de leite, das quais 30 ainda são borregas – este é o leite que nos permite produzir Queijo Serra da Estrela DOP. Para além das ovelhas, também temos cerca de 160 cabras de raça Serrana, para produzir o nosso queijo de cabra.
Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico e estamos certificados desde o ano 2007. No entanto, alguns animais de produção convencional que comprámos recentemente ainda estão em período de conversão, por isso, não estamos a certificar o Queijo Serra da Estrela como biológico. A nossa expectativa é certificar a partir do próximo alavão, ou seja, a partir da próxima campanha de produção de leite.

Que variedades de queijo produzem? E quantos queijos produzem por ano?
Dentro dos queijos de ovelha, produzimos Queijo Serra da Estrela e Queijo Serra da Estrela Velho. Pontualmente compramos leite para produzir queijo de ovelha amanteigado e queijo de ovelha curado, ou seja, queijo mais duro do que o amanteigado, um queijo específico para quem queira queijo que seja possível cortar à fatia. Quanto ao queijo de cabra, produzimos o queijo fresco, a nossa queijeta e o queijo de cabra curado ou de cura prolongada.
Quanto à quantidade, produzimos ainda poucas unidades pois ainda estamos na fase de acréscimo de produção.

Em que aspetos seguem a forma tradicional de fazer o queijo da região e, por outro lado, que técnicas inovadoras introduziram?
Uma vez que produzimos Queijo Serra da Estrela, temos de seguir o método tradicional e ancestral de produzir este queijo e, obrigatoriamente, temos de respeitar o que está definido no caderno de especificações do produto – caso contrário não poderíamos utilizar a designação Queijo Serra da Estrela, mas sim Queijo de Ovelha. Os únicos processos mais mecanizados na queijaria são o corte da coalhada e a prensagem, os restantes são manuais, desde o enchimento das formas, até à salga e lavagem do queijo.

Em novembro do ano passado viram o vosso Queijo de Cabra Bio Conde de Vinhó conquistar a medalha de Ouro dos World Cheese Awards, depois de já ter sido distinguido no concurso Queijos de Portugal. O que o fez destacar-se, o que tem de diferenciador?
O nosso queijo de cabra é um produto distinto dos restantes. Na minha opinião tem um aroma especial, que se deve a vários fatores. Em primeiro lugar trata-se de um queijo produzido com leite pasteurizado que permite agradar aos consumidores que gostam de queijo de cabra, mas também permite agradar aos consumidores que não gostam deste tipo de queijo, pois a pasteurização retira-lhe alguma intensidade ao aroma a cabra característico deste tipo de queijo.
Em segundo lugar, o nosso queijo é produzido com leite de cabra Serrana, ecótipos Jarmelista e da Serra, uma raça autóctone nacional em vias de extinção, cuja genética também contribui para qualidade do queijo, enquanto outros queijos existentes no mercado são produzidos com leite produzido por cabras de raças seletas, raças estrangeiras.

Em relação à inovação, como surgiu o projeto de produção do Kefir Bio? Porque este queijo e como é feito? Abre portas a outros possíveis clientes?
O Kefir é uma bebida produzida com leite fermentado, com benefícios para a saúde intestinal. É um alimento probiótico. Após pesquisa no mercado, verificámos que o kefir comercializado nos supermercados era todo importado, logo, vimos aqui uma oportunidade pois tínhamos condições para o produzir. Tínhamos pasteurizador de leite de cabra e tínhamos a matéria-prima (o leite de cabra), ainda por cima produzido por animais de raça autóctone. Rapidamente concluímos que tínhamos condições para fazer um produto diferente dos restantes, mais suave, menos ‘amargo’, com características que iriam agradar a mais consumidores. Foi então que decidimos avançar com a produção, ainda que em pequena escala.

Que outros produtos diferenciados lançaram? Como os bombons de chocolate com recheio de queijo Serra da Estrela DOP…
No início de 2024, lançámos os Bombons de Chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela, e, mais recentemente, Queijo Serra da Estrela em Azeite aromatizado e Queijo de Cabra Bio em azeite Bio aromatizado, fruto de uma parceria com o Chef Flávio Silva. Proporcionámos aqui alguns casamentos felizes entre o Chocolate negro 72% e o Queijo Serra da Estrela, o Queijo Serra da Estrela e o azeite e o Queijo de cabra com azeite, aos quais juntamos as aromáticas da Milastas e da Ervas do Zoé, neste caso, dos Biológicos.

Que entraves encontram à produção e comercialização dos queijos? Que apoios são necessários?
É um mercado muito competitivo, com muita oferta, com grande recurso a mão de obra. Por outro lado, são poucos os consumidores que valorizam os queijos provenientes de pequenas produções, ou mesmo os produtos produzidos com recurso a raças autóctones. Como são raças menos produtivas há, naturalmente, um impacto no preço do produto final e o poder de compra da maioria dos portugueses pode ser um obstáculo.

Até onde querem levar a Queijaria da Caramuja? Que investimentos têm projetados?
Vamos continuar a crescer na produção de leite, com mais animais e consequente acréscimo na produção de queijo. Também pretendemos vinificar todas as uvas produzidas na quinta, uma vez que os nossos vinhos monocasta Encruzado e Gouveia têm tido muito boa aceitação. Em relação à atividade turística, pretendemos aumentar a visitação à quinta, com venda direta dos nossos produtos, para isso, estamos a equacionar a requalificação de uma antiga adega da quinta de forma a criar condições para receber grupos maiores.

Os vinhos são também produzidos em modo biológico?
A Quinta da Caramuja está incluída na região do Dão, Sub-Região Serra da Estrela, assim, ambos os vinhos aqui produzidos foram classificados como vinhos do Dão, Sub-Região Serra da Estrela. Quer os monocastas Encruzado e Gouveio, quer o blend das duas castas, têm uvas produzidas em Modo Biológico, ainda que em conversão. Por este motivo ainda não estamos a certificar os vinhos no Modo de Produção Biológico, mas pretendemos comercializar vinho Bio no final do período de conversão, que se espera que aconteça em 2026.

Porque esta aposta nos vinhos?
A produção de vinhos tem a ver com a nossa estratégia de diversificação de produtos, de forma a valorizar o potencial da quinta. Pretendemos oferecer ao consumidor um leque diversificado de produtos, mas que se complementam entre si e que têm um denominador comum: são todos produzidos na Quinta da Caramuja. Desde o queijo até aos vinhos, passando também pelo azeite, todos são produzidos de forma tradicional, respeitando a natureza e valorizando as raças autóctones, em Modo de Produção Biológico e em pequenas quantidades, mas de excelente qualidade. Os nossos produtos são comercializados com duas marcas, a marca Caramuja, no azeite e vinho, e a marca Conde de Vinhó, nos queijos e derivados.

A exportação é já uma realidade? Caso seja, para onde exportam?
Atualmente exportamos pequenas quantidades de alguns queijos para o mercado da saudade, França, Suíça e Luxemburgo.

2025 vai trazer novos queijos?
Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos, caso se entenda que algum tem “pernas para andar”, faremos o seu lançamento pois fazemos questão de partilhar aquilo que gostamos com os nossos clientes.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Fotografia de arquivo
Logística

CTT surpreendem com entrega em plena onda gigante da Nazaré (com vídeo)

Uma campanha que dramatiza, de forma criativa, dois pilares essenciais do posicionamento da marca: a proximidade com clientes cada vez mais exigentes e a sua capacidade de entrega, independentemente das adversidades.

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Os CTT – Correios de Portugal reforçam a sua posição enquanto operador logístico e de e-commerce com uma ativação inovadora, lançada esta quinta-feira nas redes sociais. A ação, desenvolvida pela agência Havas, coloca à prova a capacidade de entrega da marca num dos cenários mais desafiantes do mundo: as ondas gigantes da Nazaré.

No auge da temporada de ondas na Nazaré, o surfista Tony Laureano perde a prancha no mar – uma situação comum neste ambiente extremo. O que se segue, no entanto, é tudo menos habitual. Em poucos instantes, um carteiro dos CTT surge numa mota de água, entregando uma encomenda em pleno canhão da Nazaré. No interior, uma prancha de substituição permite ao atleta regressar rapidamente ao desafio das ondas.

Esta campanha dramatiza, de forma criativa, dois pilares essenciais do posicionamento da marca: a proximidade com clientes cada vez mais exigentes e a sua capacidade de entrega, independentemente das adversidades. “Esta é uma ideia simples de uma marca que, apesar de ter mais de 500 anos de história, se reinventa e se mantém relevante não só através do serviço que presta, mas também das histórias que conta”, destaca Filipa Nascimento, diretora de comunicação e marca dos CTT.

Para Paulo Pinto, diretor criativo executivo da Havas, a escolha do cenário foi determinante para a força da mensagem. “A Nazaré é o palco da maior onda do mundo, o lugar onde poucos ousam entrar. Este é o spot ideal para demostrar a capacidade de entrega do CTT onde for preciso, no momento em que ela é mais necessária.”

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Retalho

MO reabre em Amarante com novo design

Localizada na Galeria Continente Modelo Amarante, a nova loja reforça a presença da marca na região.

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A MO, marca de moda portuguesa do grupo Sonae, reabriu esta quinta-feira, 6 de março, a sua loja em Amarante, no distrito do Porto, com um espaço renovado e mais moderno.
Com 517 m² de área de vendas, a loja apresenta a mais recente coleção da MO e disponibiliza vestuário, acessórios e calçado para adultos, crianças e bebés.
Localizada na Galeria Continente Modelo Amarante, a nova loja reforça a presença da marca na região. Funcionará de segunda a sexta-feira das 09h às 21h e aos sábados, domingos e feriados também das 09h às 21h.

A marca integra o grupo Sonae, que trabalha o retalho têxtil há 30 anos, e além dos espaços físicos dinamiza ainda uma loja online  vestuário, acessórios e calçado para senhora, homem, criança e bebé, com estilo e a excelentes preços.

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Bebidas

YoPRO é parceiro oficial de nutrição do Futebol Clube de Famalicão

A YoPRO juntou-se ao Futebol Clube de Famalicão como parceiro oficial de nutrição, reforçando a importância da preparação física e alimentar dos atletas não só nos dias de jogo, mas ao longo de toda a época.

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A marca, conhecida pelo seu foco na nutrição desportiva, passa a integrar o plano alimentar dos jogadores, fornecendo produtos ricos em proteína, Magnésio e Vitamina B9, essenciais para o aumento da massa muscular e a redução do cansaço.

“YoPRO alimenta cada passo e, por isso, todos os momentos de preparação são valorizados, não apenas os dias de jogo. Garantir uma nutrição adequada é um fator chave para que os atletas alcancem o seu melhor desempenho e queremos estar presentes em cada treino, acompanhando cada passo do seu progresso.”, destaca Mário Alves, senior brand manager de YoPRO.

“Procuramos sempre oferecer aos atletas os nutrientes que precisam para se prepararem da melhor forma. Sendo o Magnésio e a Vitamina B9, bem como a proteína, essenciais para o aumento da massa muscular e redução do cansaço, faz-nos todo o sentido incluir os produtos YoPRO na dieta diária dos nossos atletas.”, revela o departamento de nutrição do Futebol Clube de Famalicão.

A marca é também uma das novas patrocinadoras do equipamento de treino do Futebol Clube de Famalicão, mostrando que tão ou mais importante que o dia de jogo, são todos os treinos que o antecedem.

Esta é uma parceria que se estende até ao final da época.

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ESG

Ervideira oferece sobreiros no mês em que se assinala o Dia da Árvore

O sobreiro é uma árvore que se adapta a quase todo o país e a cortiça é uma matéria extremamente importante para o negócio do vinho, destaca a empresa vitivinícola.

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Em março, mês em que se assinala o Dia da Árvore, a Ervideira reflete acerca das suas políticas de responsabilidade ambiental e assinala esta efeméride com uma dinâmica: tem 2.000 sobreiros para oferecer aos visitantes e compromete-se a plantar uma árvore por cada árvore oferecida. “O sobreiro é uma árvore que se adapta a quase todo o país, sendo Portugal o maior produtor de cortiça do mundo e esta uma matéria extremamente importante para o negócio do vinho”, refere a empresa vitivinícola do Alentejo.

No dia-a-dia, a Ervideira efetiva os seus compromissos com o meio ambiente através, entre outras medidas, da normal aplicação de muita matéria orgânica nos solos, por forma a torná-los mais férteis; da cobertura das vinhas com ‘ervas’, para evitar a erosão pela chuva e mineralização pelo sol; da aplicação de fitofármacos inteligentes, com painéis recuperadores de calda, para reduzir matéria ativa perdida; em adega, das garrafas com vidro reciclado, que acontece também com os cartões das caixas; da forte utilização de energia solar para a adega ou para a rega.

Relativamente às políticas de responsabilidade ambiental da Ervideira, Duarte Leal da Costa salienta que “desde sempre, a Ervideira tem-se dedicado a uma cultura de responsabilidade social e ambiental, e disso não restam dúvidas, pois a família tem como lema interno deixar mais e melhor solo às gerações vindouras”. “No estudo de Balanço de Carbono efetuado em 2024, a Ervideira apresenta um saldo positivo para o ambiente, com créditos positivos, sinal de uma empresa em linha com a eficiência ambiental”, acrescenta o Diretor Executivo da empresa.

Empresas vitivinícola secular, a Ervideira produz vinho desde 1880. Atualmente possui 110 hectares de vinha, distribuídos pelas sub-regiões da Vidigueira e Reguengos. Entre os seus vinhos, estão marcas como Conde D’Ervideira, Invisível, Vinha D’Ervideira, Terras D’Ervideira e Lusitano e ainda o Flor de Sal produzido já pela quinta geração da família.

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Retalho

ZU abre loja no Bombarral e reforça aposta na região Oeste

Primeira abertura da marca em 2025 é no distrito de Leiria. A ZU inaugurou no Bombarral o seu 61º espaço comercial.

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O concelho do Bombarral, localizado na região Oeste de Portugal, foi o local escolhido para a mais recente abertura de loja ZU. A marca dedica-se ao bem-estar e aos cuidados de saúde de cães e gatos, e disponibiliza produtos de alimentação, higiene e acessórios bem como serviços de banhos e tosquias.

“Queremos reforçar a nossa presença e expressão geográfica. O distrito de Leiria, mais concretamente o município do Bombarral, é uma localização que há muito tempo planeávamos. Estamos, por isso, satisfeitos com a aposta realizada e com esta que é a primeira abertura que fazemos em 2025”, refere Bruno Loureiro, diretor de operações da ZU.

Inserida na Galeria Comercial do Continente Modelo do Bombarral, a loja está aberta entre as 8h30 e as 21h. Fundada em dezembro de 2014, a ZU é a marca de retalho especializado da MC que se dedica ao bem-estar e aos cuidados de saúde de cães e gatos. Conta uma rede de 60 lojas em diferentes cidades portuguesas e com mais de 300 colaboradores.

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Folhetos retalho alimentar
Retalho

Continente é a insígnia que lança mais folhetos. Intermarché regista maior crescimento e troca de posição com o Lidl

Os dados são da Marktest e revelam que os folhetos continuam a ser um pilar estratégico do retalho alimentar, com um aumento de 3,6% no número de publicações em 2024. O Continente mantém-se como líder no volume total de folhetos, mas o Intermarché (na 4ª posição) foi a insígnia que mais cresceu, registando um forte aumento e ultrapassando o Lidl no ranking. Em 2º e 3º estão E.Leclerc e Pingo Doce, respetivamente.

Os folhetos promocionais continuam a ter um papel preponderante na estratégia de comunicação do retalho alimentar em Portugal. Apesar da crescente digitalização, os folhetos mantêm-se um dos principais meios a influenciar a decisão de compra dos consumidores.

De acordo com a análise e-Foliotrack, da Marktest, 2024 registou um aumento de 3,6% no número de folhetos lançados face a 2023, mas continua 6% abaixo dos valores de 2022.

A análise, que envolveu Aldi, Auchan, Continente, El Corte Inglés, E.Leclerc, Intermarché, Lidl, Minipreço e Pingo Doce, revela também que maio foi o mês com maior número de folhetos publicados em 2024, com um total de 101 folhetos, enquanto em 2022 e 2023, novembro foi o mês com mais publicações, ambos com 103 folhetos.

Continente lidera

O Continente mantém-se como a insígnia que mais folhetos lançou em 2024, representando 20% do total. Mesmo assim, este valor traduz menos 10 folhetos face a 2023 e menos 22 do que em 2022, refletindo uma tendência de redução gradual nos últimos anos.

A segunda posição é ocupada pelo E.Leclerc, com 17% dos folhetos publicados em 2024, registando um crescimento de 9 folhetos em relação a 2023 e mais 5 face a 2022, quando detinha 15% da quota de folhetos.

O Pingo Doce ocupa a terceira posição, com 15% do total de folhetos publicados, registando mais 9 folhetos do que em 2023, mas menos 6 do que em 2022.

Destaque para o Intermarché, insígnia alimentar do Grupo os Mosqueteiros, que registou o maior crescimento no número de folhetos publicados em 2024, com mais 29 folhetos do que no ano anterior. A insígnia passou a deter 13% da quota de folhetos, subindo da sétima posição em 2022 para a quarta em 2024, ultrapassando o Lidl, que agora ocupa a quinta posição.

O Lidl, que em 2023 ocupava a quarta posição, desceu para quinto lugar em 2024. Apesar de manter uma quota de 11%, registou menos um folheto do que no ano anterior e menos 10 do que em 2022.

O Aldi e Minipreço Family aumentaram o número de folhetos com mais 5 folhetos (+9%) e mais 3 folhetos (+5%), respetivamente. Por outro lado, Auchan (-2%, menos 2) e El Corte Inglés (-15%, menos 6) reduziram o número de folhetos publicados.

Menos inserções por folheto e mais produtos sem promoção

A análise da Marktest revela também uma mudança na forma como os produtos são comunicados nos folhetos. Embora o número de folhetos tenha aumentado, o número total de inserções diminuiu 4,5% face a 2023. Isto indica que os folhetos estão, em média, a incluir menos produtos por publicação.

Mesmo com esta redução, o Continente continua a ser a insígnia com mais inserções em folhetos, seguido pelo E.Leclerc e pelo Pingo Doce. No entanto, Intermarché e El Corte Inglés destacam-se pelo aumento do número de inserções, registando crescimentos de 15% e 12%, respetivamente.

Outra tendência relevante é o aumento do número de inserções sem promoção associada, que cresceram 19,5% em 2024 face a 2023. Este tipo de inserções passou a representar 25% do total, contra 20% no ano anterior.

Mercearia continua a ser o setor mais destacado

Os cinco setores mais promovidos nos folhetos do retalho alimentar mantêm-se os mesmos nos últimos cinco anos, mas todos registaram quebras no número total de inserções em 2024.

Mercearia continua a ser o setor mais destacado, representando 22,5% do total de inserções. Apesar do peso significativo, registou uma quebra de 1,9%.

Os produtos de Higiene Pessoal ocupam a segunda posição, representando cerca de 10% das inserções, mas registaram uma queda de 6,8%.

O setor das Bebidas Alcoólicas subiu para a terceira posição, representando 9,2% das inserções, trocando de lugar com
Laticínios, que caiu para quarto lugar e registou uma quebra de 6,9%.

Segundo o e-Foliotrack, os Congelados fecham o ranking, registando uma diminuição de 3,3% nas inserções.

No que toca a categorias de produto, os Queijos continuam a ser a categoria mais promovida nos folhetos, apesar de uma quebra de 4,7% no número de inserções. Vinho Tinto e Iogurtes mantêm-se no Top 3, mas registaram descidas de 2% e 7,2%, respetivamente.

Os Chocolates destacam-se como a única categoria do Top 6 a registar crescimento, com um aumento de 14% no número de inserções. Este crescimento permitiu-lhes ultrapassar o Café em Cápsulas, que deixou o Top 5.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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