Edição digital
PUB
Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes Gonçalves
Alimentar

Carlos Gonçalves: “Não queríamos ser mais um e hoje continuamos a não querer”

Carlos Gonçalves assume plenamente a afirmação que dá titulo a esta entrevista. Mas, com a mesma intensidade, afirma “o orgulho” em que a Casa Mendes Gonçalves seja, há 42 anos, “uma empresa de pessoas”. “Foram as pessoas que nos trouxeram até aqui”.

Ana Grácio Pinto
Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes Gonçalves
Alimentar

Carlos Gonçalves: “Não queríamos ser mais um e hoje continuamos a não querer”

Carlos Gonçalves assume plenamente a afirmação que dá titulo a esta entrevista. Mas, com a mesma intensidade, afirma “o orgulho” em que a Casa Mendes Gonçalves seja, há 42 anos, “uma empresa de pessoas”. “Foram as pessoas que nos trouxeram até aqui”.

Sobre o autor
Ana Grácio Pinto
Artigos relacionados
Mais de 200 empresas já confirmadas na SAGALEXPO 2025
Exportação
Brother alarga gama de impressoras de etiquetas de secretária
Não Alimentar
Arcádia e Porto. juntam-se para representar a cidade num pastel único
Alimentar
Action abre em Alverca e Penafiel
Retalho
Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce certifica o que chega à mesa do consumidor
Premium
APCC entregou mais de 25 mil euros à Acreditar
Retalho
Fundação Infantil Ronald McDonald recebe 184 mil euros dos restaurantes McDonald’s Portugal
ESG
Leroy Merlin investe 8 milhões no novo centro de distribuição nacional em Castanheira do Ribatejo
Logística
Continente abre a segunda loja em Algés
Retalho
Purina lança campanha de Natal “Partilhar é Cuidar, Juntos pelo Amor aos Animais” com Nuno Markl
Não Alimentar
PUB

A Casa Mendes Gonçalves chegou ao mercado há 42 anos e logo com um produto que tanto teve de arriscado como de inovador. O vinagre de figo firmou-se e provou que vale a pena arriscar e diferenciar-se. E os dois fundadores, responsáveis pelo seu lançamento, mostraram que inovar e apoiar a produção nacional, vale ainda mais a pena. “Fazemos as coisas porque nos apaixonamos por elas, porque acreditamos nelas e a nossa história mostra isso. Temos tido sucesso e o sucesso é esse: as pessoas acreditarem e fazerem”, define Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes Gonçalves nesta entrevista ao Hipersuper.

Fotografias Frame It

PUB

Começou ainda adolescente a trabalhar com o seu pai, na produção de vinagres, e decidiram-se pela criação de um vinagre de figo. Essa aposta arriscada, mas ao mesmo tempo inovadora, definiu logo ali o que seria a Casa Mendes Gonçalves?
Sim. Sempre que acompanho uma visita à fábrica e chego à área onde estão os figos, digo que nós temos duas características. Costumo dizer, a brincar, que há 42 anos a palavra inovação só estava no dicionário ninguém a usava. Mas não queríamos ser mais um e hoje continuamos a não querer. Quisemos fazer um produto diferente. A outra característica, que também sempre nos marcou, foi a produção nacional, produzir com matérias-primas nacionais, de perto de nós. E o figo reunia essas duas características: é do concelho de Torres Novas e é um produto bastante diferenciador, com muita qualidade.
E era sempre uma empresa a começar, com um homem de 60 e um miúdo de 15 anos a fazerem uma coisa que ninguém fazia e a adicionarem bastante complexidade e risco. Mas o processo valeu a pena.

Referiu o facto de a empresa apostar nos produtos da região. O crescimento levou a Casa Mendes Gonçalves a diversas geografias e continentes, mas continua a manter-se na Golegã. Esta ligação é também parte do seu percurso de sucesso?
Não só se mantém, como se aprofundou. Nós, empresas familiares, para além de acharmos convictamente que temos uma responsabilidade muito grande, temos também uma facilidade grande de o fazer. Ou seja, por um lado em termos de decisões nós podemos pensar as coisas a médio e longo prazo. Não temos que pensar a quatro anos, a princípio não somos despedidos, ficamos cá, portanto temos essa possibilidade. E hoje em dia esse é um bem enorme, o de poder planear o futuro sem o imediatismo.
Por outro lado, é isso mesmo que diz: nós estamos na nossa terra com a nossa gente, num sítio que conhecemos e isso dá-nos uma vantagem competitiva enorme. Se estivéssemos noutro sítio qualquer não aconteceria. Portanto essas duas coisas juntas dão-nos uma possibilidade de mudar o nosso mundo, como eu costumo dizer.
As empresas familiares têm essa responsabilidade que, no nosso caso, assumimos claramente, de que a sociedade toda evolua connosco e que nós, a cada momento, possamos ser produtores desse desenvolvimento. Não só dar emprego, mas que haja outros negócios à volta. Digo muito convictamente: estaria muito satisfeito se houvesse mais empresas na Golegã e se houvesse empresas maiores que nós. Era sinal que tínhamos feito o nosso papel e já não precisávamos estar sozinhos a ‘puxar a carroça’, já haveria mais gente a puxar.

Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes Gonçalves


Os molhos foram uma aposta natural para quem já fazia vinagres alimentares ou viram nesse novo produto também uma forma de se diferenciarem?

É um pouco das duas coisas. Por um lado, uma continuidade daquilo que nós fazíamos e de uma empresa que estava mais ou menos ‘esgotada’ por ali. Nós começamos a fazer vinagre, fizemos muitos e diferentes vinagres, embalagens diferentes, negócios diferentes, apareceu a distribuição em Portugal e estávamos em todo lado, fazíamos as nossas marcas, as marcas próprias, até as marcas concorrentes… Portanto, o negócio de vinagre estava muito esgotado e os molhos foram um seguimento natural, dentro da mesma área de negócios, muitas vezes com os mesmos compradores, e uma evolução natural daquilo que fazíamos. E, claramente, uma oportunidade de podermos diferenciar-nos. É isso também com a Paladin e hoje o que trazemos são sabores diferentes, os sabores portugueses. A Paladin, no relançamento, foi muito por aí, por sabores diferentes que não existiam muito ligados ao nosso sabor português e aos nossos ingredientes.

Foi o que viram na Paladin, que adquiriram em 2000? Uma mostarda que podia ‘sair’ do circuito das roulottes, digamos assim, dar origem a uma gama de produtos e ganhar as vendas no retalho?
Quando comprámos a Paladin, tinhamos muito pouco conhecimento da área, mas investimos, começámos a fazer uma fábrica. Digo sempre que sabia menos que zero porque algumas coisas que eu achava que eram certas estavam erradas, portanto, literalmente, sabia menos que zero. Foi um risco grande ir para uma área de negócio muito diferente, muito mais competitiva que o vinagre sem ter esse conhecimento. Mas fomos à procura da oportunidade e rapidamente contratamos colegas com conhecimento e que desenvolveram o negócio aqui em casa.
Quando olhamos para o mercado, estamos perante um mercado bem diferente do tradicional, um mercado muito competitivo dominado pelas grandes multinacionais, muito dinâmico a todos os níveis. E, portanto, uma empresa da Golegã, de Portugal, que estava a começar sem conhecimento nenhum, ir ‘de frente’ seria mais ou menos um suicídio. Mas escolhemos os dois caminhos, de que já falámos hoje, e com muito orgulho continuamos a seguir: a portugalidade – não seria credível que nenhuma multinacional viesse a abrir uma fábrica em Portugal e fazer as coisas com os nossos ingredientes e a inovação/versatilidade, ser rápido a chegar ao mercado.
Como costumo dizer, usando a linguagem futebolística, puxámos o jogo para o nosso lado, para o nosso campo onde tínhamos uma vantagem competitiva. Hoje isso trouxe-nos o ‘prémio supremo’ e que é produzirmos para alguns que eram os nossos concorrentes.
A Paladin era uma marca de mostarda, tinha uma referência no mercado tradicional, e nós vimos a oportunidade de ser a nossa marca dos molhos. A nossa marca era a Peninsular, que estava muito ligada a vinagres, e quando iniciamos os molhos começámos com a Peninsular que era o que tínhamos. Mas rapidamente vimos que a Paladin poderia ser a nossa marca para molhos e também a nossa marca para internacionalizar.

Para além de inovar, também anteciparam tendências…
Sim, é o que procuramos fazer ainda hoje. Temos uma equipa de colegas no departamento de Investigação e Desenvolvimento e as minhas colegas e os meus colegas vão literalmente a todos os cantos do mundo. Procuramos estar atentos às tendências e também procuramos antecipar as tendências da alimentação que hoje são conhecidas e traduzir essas tendências em produtos que sejam fáceis de usar e adaptados aos nossos hábitos de consumo.

Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes Gonçalves

O que está a mudar na Casa Mendes Gonçalves, que investimentos em sustentabilidade estão a fazer como consequência dos critérios ESG?
Eu prefiro a expressão que usou, ESG, porque traduz melhor. Sustentabilidade começa a ser um termo que quer dizer tudo e não quer dizer nada e principalmente quer dizer greenwashing e nós procuramos estar afastados disso. O que queremos fazer está bem assente nos três pilares ESG. Nós somos uma empresa industrial temos uma pegada, gastamos água, gastamos energia. Queremos, antes de mais, medir o nosso real impacto, criar medidas para reduzir e então se houver algo que nós não consigamos reduzir ou eliminar, compensar. Não lhe vou dizer que todos os nossos telhados têm painéis. Agora ainda estamos a construir mais e já temos os painéis encomendados porque é quase uma obrigação, hoje, fazê-lo.
Olhamos muito para o social, o ‘S’ para nós é fundamental. Temos orgulho em ser uma empresa de pessoas há 42 anos e foram as pessoas que nos trouxeram até aqui. A complexidade que temos na sociedade levou-nos a uma responsabilidade muito maior nessa área. O concelho da Golegã tem cinco mil habitantes e nós empregamos mais de 400 pessoas. Temos refugiados, que recebemos através de um programa em parceria com a fundação Aga Khan, num plano não para um ano ou para quatro anos, mas para 20 anos. Para que as várias crianças que já nasceram na Golegã, daqui a 20 anos possam contar uma história de sucesso. E, noutra vertente, também dos jovens que emigraram. Temos na empresa quatro ou cinco jovens que estavam a trabalhar no estrangeiro e que vieram trabalhar para a nossa empresa. Portanto, não é uma inevitabilidade que os jovens portugueses não voltem, querem voltar desde que nós lhes demos todas as condições. Porque nós temos que valorizar as pessoas pelo rendimento que dão, eu não conheço nenhum país no mundo que se tenha desenvolvido com salários baixos. Temos um plano de alojamento que nunca tinha sido oferecido e vamos estruturá-lo agora melhor, com regras.

Como trabalha a sustentabilidade económica na empresa? Há um foco no reinvestimento dos lucros, por exemplo? As parcerias, quer com a indústria, quer com as insígnias do retalho têm a sua importância, para além da vossa produção própria?
Claro que nós temos de ganhar dinheiro, claro que se temos este projeto de desenvolver as nossas pessoas, de pagar bem às pessoas, de ter esta ação social, a empresa tem que ter resultados. Mas governance é mais do que isso, claro que no fim traduz-se em resultados, mas é ter gente com capacidade, gente com vontade de fazer diferente e gerir bem a empresa em todos os aspetos.
É fazer parcerias, e hoje, cada vez mais, felizmente, se fala nisso. Parcerias com os nossos fornecedores, com os nossos clientes, que nós preferimos chamar parceiros, precisamente por isso. Porque se nós criarmos um produto extraordinário, mas não tivermos matérias-primas, se não tivermos uma prateleira de supermercado para o colocar ou um restaurante, serve-nos de muito pouco. Ali é que efetivamos a nossa criação, é na venda. Portanto tudo isso é governance.
Precisamos investir no desenvolvimento da empresa, continuar a investir em pessoas, em equipamentos, em conhecimento fundamentalmente, e estamos à beira de o fazer. Iremos já no próximo ano, com toda a estrutura, entregar uma parte à sociedade através da nossa fundação. A empresa vai ser da fundação e, portanto, aquilo que já fazemos hoje vamos fazê-lo de uma forma estruturada. Falando, mais uma vez, em governance, todos nós que estamos nesta casa sabemos o fim para o qual estamos a trabalhar, temos muito bem definido o que é que vamos fazer no fim e toda a gente ter isso como foco.

Qual será o principal foco da fundação? A educação, a formação?
Sim, a educação e a formação são, para nós, quase uma obsessão. Mais uma vez digo que não conheço nenhuma sociedade, nenhum país que se desenvolva baseada em salários baixos e também não conheço, na história da humanidade, nada que se desenvolva sem conhecimento. E temos de o trazer às nossas pessoas, à empresa, à nossa região e esse será um drive muito, muito importante.
O outro está relacionado com o princípio da nossa atividade. Nós somos uma agroindústria e precisamos de produtos agrícolas, queremos muito produzir matérias-primas para nós, queremos testar formas de produzir matérias-primas, estamos a falar de qualquer produto agrícola, mas deixando na terra algo mais. Deixando o solo mais rico do que estava hoje e isto através da agricultura regenerativa, mas sempre com o drive do conhecimento, ou seja, vamos buscar o conhecimento onde ele existe hoje, trazer para aqui, testar e difundir. São os dois grandes drives. Queremos construir uma escola que seja para todos.

Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes GonçalvesSerá no âmbito do projeto Vila Feliz Cidade? O projeto iniciou-se em 2019, mas teve a ideia em 2017. A agricultura regenerativa está a ganhar força a nível global, mas tanto em 2017 como em 2019, esta era uma abordagem de que pouco ou nada se falava. Porque decidiu avançar com este projeto e em que moldes é desenvolvida a parte agroflorestal?
Como digo, quando ouvimos que há algum conhecimento, há alguém que está a fazer alguma coisa diferente em alguma parte do mundo, vamos procurar saber os fundamentos, se realmente está a ter resultados, se é baseado em ciência vamos aprender e vamos testar. Adquirimos uma área com esse objetivo e estamos a utilizar 33 hectares, porque só tomaremos os outros 20 daqui a algum tempo.
Começámos por plantar os nossos pimentos picantes, fizemos 20 e tal variedades porque queríamos testar, ver as condições, ver os rendimentos. O próximo em que vamos investir é mostarda, muito nesta vertente da agricultura regenerativa, de proximidade, o terreno está aqui ao lado. Em relação aos pimentos picantes, por exemplo, posso lhe dizer que comprávamos fora, na América do Sul, uma grande parte e hoje produzimos aqui em agricultura regenerativa e conseguimos ser competitivos.
O que nós procuramos fazer, desse nosso projeto regenerativo, é criar modelos de negócio que sejam rentáveis para quem faz. Também queremos atrair jovens, atrair pessoas para o fazer, o nosso projeto é muito este: testar, comprovar e ensinar para que outros façam, para criarmos massa crítica com produtores à nossa volta, e, portanto, se queremos ter produtores à nossa volta, eles têm de ter rendimento. As pessoas que trabalham no campo, que fornecem as matérias-primas, têm que viver melhor, têm que ter um rendimento da sua atividade e com os pimentos comprovamos que isso é possível: é possível comprar em condições competitivas e ter um produto melhor porque está próximo e porque é colhido e processado logo para a indústria.
Tivemos uma reunião com um grande produtor local, o engenheiro João Coimbra, para testarmos a mostarda, que, para além de todas estas questões, vem de longe, vem do Canadá. Queremos trazer (a produção) para perto em parceria com outros agricultores de preferência aqui ao lado. Se trouxermos para Portugal é bom, se trouxermos para o Ribatejo é melhor, se trouxermos para a Golegã é melhor ainda.

A escola que referiu seria construída dentro do espaço do projeto?
Sim, porque tenho realmente este foco grande na escola. O projeto é de uma escola para os filhos dos meus colegas. Um berçário, um infantário, uma escola do primeiro ciclo. Com a estrutura que temos e com o apoio da Fundação Aga Khan, e com a credibilidade que o nosso projeto começa a ter, é fazer um projeto que envolva o estado português através do Ministério da Educação e da Segurança Social, a autarquia, a direção de educação da região. Uma iniciativa privada, mas que seja uma escola pública acessível a todos. Estamos a avançar, com conversas concretas com os ministérios para fazer um projeto piloto nesse sentido.

Referiu a questão da procedência das matérias-primas. Com a pandemia e depois com os conflitos externos, o aumento dos preços, como estão a enfrentar a insegurança no fornecimento? É possível encontrar um abastecimento de matérias-primas mais próximas?
É o que estamos a fazer com este projeto. Estamos a testar e a mostrar que é possível fazer isso, trazer as matérias-primas, os circuitos curtos. Falei na mostarda, toda a vida se produziu aqui mostarda e deixou-se de produzir por qualquer razão que o homem há-de explicar. Com a guerra Rússia-Ucrânia, para ter uma noção, 52% do nosso negócio desapareceu naquela primeira noite, não tínhamos matérias-primas para mais de metade do que nós fazemos. Como deve calcular, foi uma noite bem passada… na altura tínhamos 300 e tal pessoas e no dia a seguir não tínhamos matéria-prima, não tínhamos óleo, não tínhamos açúcar, não tínhamos amido. Isto faz-nos pensar ainda mais e olhar ainda mais para estas dependências e fazer aquilo que lógico e óbvio. Nós sempre produzimos aqui, temos todas as condições de produzir. E além do mais nós, estando aqui no Vale do Tejo com estas características de terreno, de água e de clima, é quase criminoso não o fazer.

Como conseguiram na altura ultrapassar a falta de matéria-prima?
O mais grave para nós foi o óleo de girassol, que era produzido na Rússia e na Ucrânia – produziam mais de metade do óleo de girassol do mundo – e a outra parte na América do Sul, na Argentina, nomeadamente, e não era época de campanha. Portanto, estávamos na campanha da Ucrânia. A partir do momento em que um grande país produtor é bombardeado e o que o bombardeia é o outro fornecedor, cortam-se os circuitos.
Portanto, deixou de sair naquele dia e foi substituído, talvez 10 dias depois, por óleo de colza, com todos os custos associados, com o triplo do preço, com os racionamentos. Nós mudámos as nossas fórmulas todas, foi um período difícil. Eu digo que começámos a empresa de novo, foi praticamente começar a empresa de novo. Porque, em alguns casos os ingredientes eram transversais a quase tudo o que fazemos e, portanto, tivemos de fazer fórmulas novas, testar. Em alguns casos havia questões legais porque o rótulo dizia óleo de girassol e já não era óleo de girassol, o consumidor ia ver que o sabor era diferente, e o preço.
Mas deixe que lhe diga, porque é justo, que foi notável a união de toda a gente, com a distribuição, com a produção primária, para podermos encontrar soluções. No nosso caso vou-lhe dar um exemplo que compreenderá: o óleo foi para o triplo do preço naquele momento, naqueles 10 dias não havia consumidor nenhum que comprasse uma maionese três vezes mais cara, não é um artigo de necessidade para ninguém. Portanto não nos bastava arranjar uma solução e dizer ‘está aqui a solução e custa três vezes mais’. Tínhamos de arranjar uma solução de preço e a reformulação implicou os ingredientes e implicou também mexer no custo porque havia ali um ingrediente que estava completamente ‘disparatado’.

Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes Gonçalves


Depois de passar por uma situação difícil, era compreensível que adiasse investimentos. Entretanto decide investir numa participação na empresa britânica a Rubies in the Rubble, da qual a Casa Mendes Gonçalves já era fornecedora – neste caso do tomate que está na base do ketchup da marca britânica que foi considerado o melhor ketchup do Reino Unido, pelo jornal The Sunday Times. O que levou a esse investimento?

Procuramos fazer esses investimentos e ter essa clarividência e, lá está, nas empresas familiares é mais fácil. Não cortamos nas pessoas nem cortamos nos investimentos porque estava em causa o nosso futuro e se cortássemos naquela altura iríamos pagar caro mais à frente. E a Rubies in the Rubble é um pouco isso, é continuar a investir naquilo em que acreditamos.
A Rubies teve a ideia de fazer, na altura, chutneys e depois quando conhecemos e com o Eng. Martin Stilwell, que investiu connosco, a Rubies criou esta fórmula com tomate português e com fruta portuguesa, maçã, pera, para substituir o açúcar. E o prémio supremo foi ser considerado o melhor ketchup no Reino Unido com a qualidade do nosso tomate. Tudo aquilo que tenho estado a dizer, dos circuitos curtos, de produzir perto, de transformar imediatamente, obteve esse prémio lá e esperamos que um dia o tenha cá também.

O investimento nessa empresa tem a ver com um plano de expansão da Casa Mendes Gonçalves?
Tem a ver com esta ideia que temos sempre presente de que conseguimos realmente levar pelo mundo o que são os nossos sabores, o que é a qualidade dos nossos produtos, dos nossos ingredientes. E com a inovação de fazer um produto mass market com o desperdício alimentar e com as nossas matérias-primas. Portanto, é um win-win que nós acreditamos que podemos trazer agora para Portugal e levar para outros países. Porque acreditamos que é possível levar a mensagem de que um produto realmente de grande qualidade, e um produto agrícola tão banal como o tomate, pode fazer um ketchup muito bom e que as frutas que nós deitamos fora quase como uma inevitabilidade podem se tornar um ingrediente bom para a saúde porque evitam açúcar e dão um sabor ainda mais extraordinário ao produto.

Em termos de investimentos há projetos que estejam a desenvolver ou que vão iniciar?
Sim, nós não cortamos nos investimentos e estamos a admitir pessoas. Nesta área de tendências dos produtos fermentados, fruto de projetos de investigação e desenvolvimento que tivemos, neste caso com a Sonae e com o ISA, vamos lançar produtos nessa área. Toda esta tendência de produtos mais naturais, com mais sabor e com ingredientes naturais, é a nossa área de negócios em formatos mais ‘amigáveis’ do consumidor e da restauração, que é um negócio cada vez mais importante para nós.
Hoje com a alimentação cada vez mais vegetariana nós olhamos para isso, entramos nessa área. Portanto se há um consumidor que é vegan, que quer um molho vegan, vamos fazer um molho vegan; se é vegetariano, vamos fazer um molho vegetariano.

No âmbito do vosso plano de internacionalização, quanto representam os mercados externos?
Representam 20%, mas queremos chegar, em quatro, cinco anos, aos 40%, 50% do nosso volume de negócios.

Nesse sentido haverá uma aposta em novos mercados ou o foco é crescer onde estão?
Nós queremos consolidar. Nesta lógica de ficarmos por cá mais 400 anos (risos), temos tempo e nesta lógica de a nossa administração não precisar mostrar resultados imediatos, também temos tempo.
Veja o que aconteceu com a Paladin. Tivemos um plano, demorou anos a chegar até aqui, fizemos todo um caminho e criamos todo um plano. Se formos aqui para o lado, eles são cinco vezes maiores que nós, não vamos ser importantes lá porque somos portugueses. Com certeza temos de fazer um trabalho pensado e demorado no tempo. Olhamos muito para reforçar aquilo que temos e aquilo que acreditamos que vai ser importante para nós, ou seja, Marrocos, Espanha, o Médio Oriente, cada um num segmento. Na Europa fazer aquilo que nós fazemos aqui: parcerias fortes com empresas de distribuição que acreditem no que nós fazemos. Ou seja, que a sinergia seja com a qualidade, com os produtos e não seja com o preço.
Deixe-me dar o exemplo da Rubies in the Rubble: não foi chegarmos lá e ganharmos o prémio. Estamos há anos a fornecer para a empresa, precisámos ser relevantes, e precisaram conhecer o que fazíamos para nos dar esse prémio.

Daqui a 42 anos e mais 42 anos, onde estará a Casa Mendes Gonçalves? Qual é o caminho que está a traçar e que espera que a Casa Mendes Gonçalves siga quando já não tiver o Carlos Gonçalves a administrá-la?
Já tem esse caminho e não é por eu cá estar. Agora, estamos a fazer estes projetos, a pensar no ketchup, no piripiri, amanhã serão outros. Eu digo que temos de trabalhar o ESG e a inovação e acredito que a esmagadora maioria dos meus colegas e das minhas colegas estão cá por isso. Nós temos de desenvolver a sociedade, acreditamos que é o certo e acreditamos que temos de ser honestos connosco próprios antes de mais nada. Se fizermos isso vamos ter sucesso. Amanhã estaremos, como estamos hoje, a fazer produtos inovadores. Quando nós lançamos a Paladin fizemos coisas que nunca ninguém tinha feito, quando nós nascemos fizemos coisas que nunca ninguém tinha feito e isso faz-se não porque se estala os dedos ou se vai meditar para o Monte Evereste e se tem uma ideia. Isto faz-se porque se tem um plano e porque as pessoas estão bem, porque se sentem bem aqui, porque são livres de errar.
Mas, fundamentalmente, nós queremos realmente mudar o mundo começando por mudar o nosso mundo. Não sei se teremos capacidade de mudar o mundo, provavelmente não; mudar o nosso, temos. E isso é o que esta empresa vai ser, vai ser uma fundação, primeiro que mais, vai entregar os seus rendimentos a uma fundação e vai desenvolver a sua terra a sua região, o seu país. Acreditando, porque se não acreditássemos nisso, nada valia a pena.
Fazemos as coisas porque nos apaixonamos por elas, porque acreditamos nelas e a nossa história mostra isso. Temos tido sucesso e o sucesso é esse: as pessoas acreditarem e fazerem.

Esta entrevista foi publicada na edição 426 do Hipersuper

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Artigos relacionados
Mais de 200 empresas já confirmadas na SAGALEXPO 2025
Exportação
Brother alarga gama de impressoras de etiquetas de secretária
Não Alimentar
Arcádia e Porto. juntam-se para representar a cidade num pastel único
Alimentar
Action abre em Alverca e Penafiel
Retalho
Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce certifica o que chega à mesa do consumidor
Premium
APCC entregou mais de 25 mil euros à Acreditar
Retalho
Fundação Infantil Ronald McDonald recebe 184 mil euros dos restaurantes McDonald’s Portugal
ESG
Leroy Merlin investe 8 milhões no novo centro de distribuição nacional em Castanheira do Ribatejo
Logística
Continente abre a segunda loja em Algés
Retalho
Purina lança campanha de Natal “Partilhar é Cuidar, Juntos pelo Amor aos Animais” com Nuno Markl
Não Alimentar
Exportação

Mais de 200 empresas já confirmadas na SAGALEXPO 2025

Nova edição da feira vai decorrer entre 28 e 30 de abril de 2025, na FIL, em Lisboa, e já conta com mais de 200 empresas portuguesas  confirmadas como expositoras. A cinco meses da sua realização, a organização sublinha que mais de 20% destas empresas são novas participantes.

Lisboa vai receber a 4ª edição da SAGALEXPO – Sabores de Portugal, Feira Internacional de Exportação de produtos e marcas portuguesas, entre 28 e 30 de abril de 2025, evento que já conta com mais de 200 empresas portuguesas  confirmadas como expositoras. A cinco meses da sua realização, a organização sublinha que mais de 20% destas empresas são novas participantes.

Este crescimento de novas empresas é um sinal claro da vitalidade do setor e da confiança crescente dos empresários portugueses na exportação como um caminho estratégico para o reforço da sua internacionalização, sublinha a organização em comunicado. Este dado sublinha também o papel da feira como um evento essencial para o desenvolvimento da economia portuguesa, criando um ambiente de inovação, troca de experiências e networking entre empresários, agentes comerciais e investidores internacionais, acrescenta.

SAGAL

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Não Alimentar

Brother alarga gama de impressoras de etiquetas de secretária

As nove impressoras permitem uma impressão de etiquetas num tamanho compacto para empresas com necessidades de etiquetagem.

A Brother, marca especialista em soluções de impressão, identificação e digitalização, alargou agora a sua oferta de soluções de etiquetagem com a nova gama TD-23D, que permite a impressão de etiquetas a partir de impressoras compactas. As nove impressoras térmicas diretas de duas polegadas da foram concebidas “para simplificar as tarefas dos utilizadores e integrar-se sem complicações em diversos ambientes, apresenta a empresa.

A nova gama foi pensada para aumentar a eficiência operacional em termos de tempo gasto na interação com a impressora: desde a possibilidade de instalar um visor LCD monocromático ou um visor tátil a cores, à capacidade de personalizar a forma como deseja visualizar o visor tátil, à possibilidade de pesquisa das etiquetas carregadas na impressora e desenhada para poupar tempo.

Estes equipamentos podem ainda ser otimizados com acessórios opcionais disponíveis: cortador ou descolador de etiquetas, assim como a bateria e a base da bateria para a converter numa impressora portátil que pode ser transportada em qualquer ambiente de trabalho, tendo opções de conetividade WiFi e Bluetooth (conforme o modelo).

“A gama TD-23D da Brother pode ajudar a melhorar os fluxos de informação no setor da saúde, imprimindo etiquetas e pulseiras de identificação de alta qualidade para manter a segurança e a rastreabilidade dos doentes”, exemplifica José Ramón Sanz, gestor de Marketing de Produto da Brother. Os modelos TD estão disponíveis nos revendedores oficiais da Brother e na página web da Brother.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Alimentar

Arcádia e Porto. juntam-se para representar a cidade num pastel único

Se o Porto. fosse um sabor, qual seria? Foi este o mote que levou à criação do novo Pastel do Porto, desenvolvido pela Arcádia no âmbito do 10.º aniversário da Porto., que desafiou várias marcas a representar a cidade Invicta através dos cinco sentidos.

Num ano importante, a Porto. apresenta a exposição imersiva “Porto. e as marcas da cidade”, nos Paços do Concelho, que explora os sentidos de todos os que a visitam e mostra como uma identidade cultural tão distinta pode ser compreendida através do paladar, visão, tato, olfato e audição.

Cada sentido terá um espaço dedicado e o Pastel do Porto, representação do paladar, estará exposto, ao mesmo tempo que os visitantes podem compreender melhor o processo da sua produção e a envolvência com a cidade através de um vídeo.

A Arcádia explica que o Vinho do Porto, com o seu sabor e perfume inigualáveis, foi o ponto de partida para a nova criação, ao qual se juntaram alguns dos ingredientes muito apreciados da pastelaria: a massa filo crocante e o recheio de ovos moles. Esta homenagem ao sabor da cidade do Porto foi possível através de uma colaboração entre a Chef Sofia Santos da Cunha, que lidera a pastelaria da marca centenária e a consultoria do Chef Francisco Gomes.

“A inovação e a tradição são dois elementos constantes nos produtos da Arcádia. Por isso, foi com enorme orgulho e entusiasmo que recebemos o desafio da Câmara do Porto para criar um elemento distintivo que ligasse a cidade a um doce. O resultado é um tributo à Invicta, num pastel surpreendente que reflete os seus sabores e a sua essência, e que está, agora, disponível para que todos o possam degustar”, refere o diretor-geral do Grupo Arcádia, Francisco Bastos.

Como surgiu a ideia do Pastel do Porto? 

“Um pastel com um toque inesperado. Uma ousada tentativa de combinar a sofisticação da alta perfumaria francesa com a simplicidade de um pastel. Talvez este pastel estivesse a fazer parte de um encontro romântico, ajudando a criar a atmosfera perfeita para conquistar corações. Um toque de lavanda? Não. Optámos antes pelo aroma subtil e inconfundível do Vinho do Porto. Afinal, até um pastel merece o seu momento de luxo – um gesto que o transforma numa experiência memorável, uma recordação de que o requinte está nos detalhes. Porque, no fundo, quem disse que só nós podemos ter um ‘cheirinho de riqueza’?”, sublinha o Chef Francisco Gomes.

O Pastel do Porto encontra-se disponível nas lojas Arcádia de norte a sul do país, e a exposição “Porto. e as marcas da cidade” pode ser visitada até 3 de janeiro de 2025 nos Paços do Concelho da Câmara Municipal do Porto.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Retalho

Action abre em Alverca e Penafiel

A loja Action em Alverca, é a primeira no distrito de Lisboa. Ambas são inauguradas no dia 12 deste mês.

A Action, discount store de produtos não alimentares, continua a investir em Portugal, agora com a inauguração de duas novas lojas, marcada para próximo dia 12 de dezembro. Com a abertura dos espaços em Penafiel, distrito do Porto, e em Alverca, distrito de Lisboa, a empresa chega a nove lojas em Portugal em menos de um ano, depois de Vila Nova de Gaia, Coimbra, Entroncamento, Santo Tirso, Vizela, Barcelos e Guarda.

As lojas da marca caracterizam-se por apresentarem 6.000 produtos em 14 categorias a preços mais baixos e oferecerem uma seleção de 150 novos produtos todas as semanas. “Cada loja disponibiliza ainda uma seleção de 1.500 produtos a menos de um euro. O preço médio de todos os produtos é inferior a dois euros”, afirma a marca.

A empresa de retalho não alimentar avança ainda que os seus produtos são também melhorados “através da redução da sua pegada de carbono e do aumento da sua circularidade”, e refere que “100% dos produtos de algodão e 94% dos produtos de madeira” já são provenientes “de fontes sustentáveis”. A marca espera atingir o objetivo de fornecimento 100% sustentável de produtos de madeira até ao final de 2024.

“É com grande satisfação que anunciamos a abertura da nossa primeira loja no distrito de Lisboa e a oitava em Portugal. Com estas novas lojas continuamos a reforçar a nossa presença no país”, destaca a diretora geral da Action em Portugal, Sofia Mendoça, lembrando que no mesmo dia, a marca abre também uma nova loja em Penafiel”.

A Action é um retalhista low-cost não alimentar que recebe mais de 17.6 milhões de clientes todas as semanas em mais de 2.750 lojas em 12 países europeus. Com mais de 2.750 lojas na Europa, emprega mais de 74 mil colaboradores. Com as novas aberturas em Penafiel e em Alverca, a Action reforça a equipa local com cerca de 40 novas contratações. Ambas as aberturas são localizadas em retail parks.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Premium

Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce certifica o que chega à mesa do consumidor

Fomos visitar o Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce, o único em Portugal detido por uma empresa do retalho alimentar, e cuja acreditação é reconhecida internacionalmente.

É aqui que o ADN dos ingredientes dos produtos marca própria do universo Jerónimo Martins é posto à prova e confirmado. Inaugurado em 2021, o Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce é o único em Portugal detido por uma empresa do retalho alimentar. O Hipersuper visitou este laboratório inovador, cuja acreditação é reconhecida internacionalmente, onde é confirmada a composição real dos ingredientes e a autenticidade da informação que consta nos rótulos de cada produto marca própria do Grupo.

O trabalho desenvolvido no Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce está associado à qualidade da segurança alimentar, mas também à autenticidade e à transparência, afirma Carlos Santos, diretor global da Qualidade e Desenvolvimento de Marcas Próprias do Grupo Jerónimo Martins. O responsável de Portugal, Polónia e Colômbia na área da qualidade da marca própria do Grupo acrescenta que o objetivo final é o de que os clientes “façam escolhas informadas quando compram os nossos produtos”.

No Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce são realizadas análises de ADN que permitem identificar as espécies, tanto animais como vegetais que estão presentes nos produtos de Marca Própria e assegurar que os ingredientes indicados em cada rótulo são, de facto, os utilizados na receita.

“Fomos pioneiros de entre as empresas do retalho alimentar. Em Portugal há laboratórios que fazem estas análises, mas num laboratório próprio na distribuição, ninguém faz. Aliás, eu diria que na Europa há mais de dois ou três”, assegura Carlos Santos.

O Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce tem quatro grandes clientes – o Pingo Doce e o Recheio (Portugal), a Biedronka (Polónia) e a Ara (Colômbia), ou seja, as insígnias do universo do Grupo Jerónimo Martins, e trabalha com todas estas geografias.

Inaugurado em 2021, foi ao mercado buscar uma equipa com uma larga formação e experiência em biologia molecular, e no início de 2023 foi acreditado pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC), o que lhe garante a independência e a imparcialidade dos resultados obtidos. “A acreditação do laboratório está para os laboratórios como a certificação para as empresas. O que é que isto nos dá? Ao ser acreditado, é reconhecido internacionalmente, e, portanto, capacitado a fazer análises, quer para nós, quer para terceiros”, explica Carlos Santos.

O laboratório é auditado anualmente, tanto por uma auditoria interna como por uma externa, ambas importantes não apenas em termos de procedimentos, mas também junto dos fornecedores, a quem chega a mensagem de que este é um laboratório acreditado.

O grupo Jerónimo Martins tem certificado todo o processo de desenvolvimento de Marca Própria, que indica que são sempre seguidos todos os procedimentos em todos os produtos, com várias etapas de validação. Uma delas, é feita no laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce. “Nós não lançamos nada sem que seja analisado aqui também neste laboratório. Além disso, depois temos todas as questões de validação laboratoriais em laboratórios acreditados de química, de microbiologia, para que tenhamos um produto de qualidade e também para que tenhamos a certeza de que aquilo que nos estão a oferecer e que nós pedimos, está correto, ou seja, que a ficha técnica esteja correta”, refere Carlos Santos.

Um laboratório que deteta tudo

Neste laboratório são feitas análises de ADN quer aos produtos que o Grupo está a desenvolver, quer, de rotina, àqueles que já estão em linha, na prateleira, disponíveis para o consumidor.

Nos produtos a lançar, como as empadas destacadas no filme promocional sobre o laboratório, que está no ar, o fornecedor envia as propostas e as amostras e estas são ali entregues. Se for detetado algum elemento que não integra a ficha técnica do produto, o fornecedor é informado e tem de realizar os ajustes. Nos produtos já em loja, voltam a ser feitas as análises de biologia molecular, as análises químicas e físicas, para confirmar que o produto se mantém conforme a sua especificação.
De referir que o Grupo detém também um laboratório sensorial e uma cozinha, em Lisboa, onde, em 2023, fizerem cerca de 1.500 testes da rotina, em produtos já no mercado, e cerca de 500 em lançamentos.

Na decisão de avançar com a criação de um Laboratório de Biologia Molecular, que contou com o empenho do Chairman da companhia, estiveram três aspetos.

Um deles, a capacidade de controle de autenticidade. “No passado fazíamo-lo em laboratórios externos e tínhamos tempos de avaliação por vezes com um atraso muito grande. Com o aumento da capacidade de controle da autenticidade, conseguimos reduzir a probabilidade de ocorrência de fraude e garantir também a qualidade dos ingredientes do produto”, explica Carlos Santos.

O laboratório veio também permitir fazer chegar os resultados aos fornecedores ao mesmo tempo em que são enviados para os técnicos de Qualidade do grupo. “Criamos uma pressão muito grande a montante, estas são análises muitíssimo rigorosas, conseguimos detetar tudo, e isto criou uma necessidade aos nossos fornecedores de utilizarem ingredientes de elevada qualidade e com as espécies que nós queremos que existam no produto. Esta questão é extremamente importante”, sublinha.
O terceiro aspeto prende-se com o tempo, com o facto de ter a capacidade de reduzir o tempo da análise e, assim, atender à urgência dos resultados, necessária, por exemplo, na deteção de situações de adulteração, de fraude, num produto. Situações à semelhança da ocorrida, em 2013, na chamada crise da carne de cavalo ou na substituição de bacalhau por paloco.

O ADN: resistente e único

Presente nas células, o ADN contem toda a informação genética e que é única. “Porquê é que nós nos focamos muito na análise do ADN? Porque está presente em todos os organismos, porque é único para cada um deles, ou seja, conseguimos distingui-los todos, e porque é muito resistente. E quando falamos de comidas, estamos a falar de altas pressões, altas temperaturas, coisas muito processadas e por isso, por exemplo, as proteínas já ficam muito destruídas. E o ADN, apesar de ficar partido aos bocadinhos, digamos assim, nós conseguimos recuperar e conseguimos montar o puzzle e conseguimos identificar então as diferentes espécies”, explica Sofia Nogueira, gestora do Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce.

Especiarias, chás, queijos, hambúrgueres, enchidos, e até alimentação animal, são alguns dos vários produtos analisados no Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce. Sofia Nogueira sublinha que conseguem analisar qualquer produto alimentar, desde que tenha DNA, mas há um foco maior em alimentos mais processados e com maior volume económico. “Por exemplo, um carapau ou uma sardinha, são identificados facilmente. Mas se estivermos a falar de um paté de sardinha, ou de um Bacalhau à Braz ou de uma lasanha, não se consegue facilmente identificar de que espécie se trata, daí esse foco em alimentos mais processados”, explica.

A análise ao DNA é ali usada para dois tipos de testes. Um deles centra-se na verificação das espécies presentes num produto. “Aqui, a pergunta que fazemos é ‘que espécies estão presentes na minha lasanha?’ e vamos dar a lista completa de todas as partes que estão na lasanha. Fazemos esta sequência de nova geração para todos os produtos que analisamos”, exemplifica.

O outro, é a pesquisa de OGMs, já que Pingo Doce tem uma política de zero por cento para a utilização destes organismos geneticamente modificados, apesar da legislação permitir chegar até ao 0,9%. “Nós aqui procuramos alterações no ADN que nos permitem perceber se existe algum organismo geneticamente modificado naquele produto, ou não”, refere a responsável. Carlos Santos afirma que a decisão do grupo em torno dos OGMs prende-se com as regras de sustentabilidade da empresa: “um dos problemas dos OGMs é que afetam muito a diversidade das espécies, ou seja, um OGM é muito mais forte que as outras espécies”.

Feita a análise, o que se obtém é a lista de espécies presentes na amostra de produto examinada. O passo seguinte é compará-la com as especificações do rótulo, para verificar se o produto está ou não conforme essa informação. A chamada contaminação cruzada é a alteração que mais ocorre. “Por exemplo, num queijo de ovelha em que estamos a apanhar uma pequena quantidade de queijo de cabra, porque anteriormente tinha sido produzido queijo de cabra e a linha não foi bem limpa. Ou também podemos verificar a substituição real de uma espécie por outra. Aqui conseguimos fazer essa distinção”, assegura a gestora do Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce.

Num caso ou noutro, os resultados da análise são enviados à Direção da Qualidade da respetiva insígnia do Grupo, que identifica o problema e decide a medida a tomar. O laboratório, por ser autónomo e imparcial, está isento da tomada de decisões.

Capacidade para as 100 mil espécies conhecidas

O laboratório está apto a identificar as 100 mil espécies conhecidas que podem estar presentes nos produtos. Desde 2021, o Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce já realizou cerca de 19 mil análises a produtos de marca própria das várias insígnias do Grupo Jerónimo Martins, das quais mais de seis mil apenas em produtos marca própria Pingo Doce, revela Sofia Nogueira. Somente em 2023, no global do Grupo foram feitas 6.263 análises, das quais 1.748 da marca Pingo Doce. Apenas no contexto do Pingo Doce, desde 2021 foram analisados mais de cinco mil produtos.

“Cada produto é analisado cerca de três vezes ao ano, para manter esta consistência. Depois, se houver algum problema, o número de análises pode aumentar. Tem tudo a ver com o risco, obviamente”, esclarece Sofia Nogueira. “Todos os planos de controle que nós temos, são baseados no risco. Nós temos produtos em que o risco é maior e analisamos cinco vezes por ano, por vezes até mais”, complementa o diretor global da Qualidade e Desenvolvimento de Marcas Próprias do Grupo Jerónimo Martins.

Curiosamente, em produtos vegetarianos ou vegan, a análise é feita ‘pela negativa’, para confirmar a ausência de DNA seja de carnes, peixes, crustáceos ou outros ingredientes e que os produtos contêm apenas DNA de plantas.

Para alcançar estes números, o laboratório conta com uma equipa técnica com vasto conhecimento e experiência, mas também com equipamentos de última geração, que representaram um investimento de um milhão de euros. “Nós temos o ‘estado da arte’ em termos de equipamentos. ou seja, neste momento todos os equipamentos que temos são topo de gama, e isso importante porque uma das nossas preocupações é que cada vez que possa aparecer um novo método, nós estarmos preparados para também para o fazer”, refere Carlos Santos.

O investimento aplica-se também à formação, seja quando adquirem um novo equipamento, seja na procura e aquisição de novas metodologias a implementar.

O Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce foi criado para o universo do Grupo Jerónimo Martins, mas tem capacidade para realizar análises de ADN a pedido de entidades externas, uma possibilidade que não esta descartada. Carlos Santos adianta que neste momento, o laboratório estabeleceu trabalhar com os fornecedores, principalmente, e com terceiros, apenas ingredientes e processos, ou seja, verificar a origem de uma possível contaminação. Mas lembra que o laboratório tem capacidade para fazer análises para fora.

“Aliás toda a gente já sabe que que pelo facto de seremos acreditados, somos imparciais e, portanto, temos capacidade de trabalhar com clientes. Neste momento temos muito poucos ainda, mas há clientes que nos estão a pedir orçamentos para trabalhar connosco. O facto de ser um laboratório acreditado, permite-nos fazer tudo”, conclui Carlos Santos.H

Transparência e segurança alimentar passo a passo

Por mês, o Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce analisa o ADN dos ingredientes (e confirma a autenticidade da sua composição) em cerca de 150 amostras apenas de produtos marca própria Pingo Doce. No global do universo do Grupo Jerónimo Martins, o número é, exponencialmente, maior: naquele que é o laboratório pioneiro na área do retalho alimentar em Portugal, mensalmente são testadas cerca de 500 amostras de produtos marca própria do grupo comercializadas em Portugal (Pingo Doce e Recheio) na Polónia (Biedronka) e na Colômbia (ARA).

Acreditado pelo Instituto Português de Acreditação desde 2023, o Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce tem desde então reconhecimento internacional do trabalho ali realizado. Tem capacidade para analisar mais de 100 mil espécies que possam estar presentes nos produtos marca própria, e para além das análises regulares ao ADN dos produtos que já estão no mercado, ali são feitos também testes de ADN a novos produtos.

Mas como se processam? A composição do produto em análise – por exemplo, se um hamburguer de vaca contém verdadeiramente carne de vaca e todos os ingredientes listados no seu rótulo – é confirmada através da sequenciação do ADN.

A análise ao produto é realizada em várias fases, cada uma das quais numa sala distinta. Mas começa com a sua chegada ao laboratório. É fotografado em vários ângulos para se registar todos os elementos identificativos (entre eles, o rótulo que refere a composição dos ingredientes).

A amostra vai então para a primeira sala onde é homogeneizada e forma uma espécie de pasta, da qual é extraída uma porção para análise. Segue para outra sala, onde é feita a extração do ADN, passando por uma sucessão de lavagens até ficar ‘puro’. O ADN é copiado por PCR e feita a sua sequenciação através do método de NGS (sequenciação de nova geração), num equipamento instalado noutra sala.

O ADN que ali é sequenciado, chega num pequeno chip com milhões de ‘poços’ onde podem ser colocadas moléculas de ADN de vários produtos, que poderão ser de origens diferentes: num mesmo chip, podem estar moléculas de ADN de queijos, de enchidos e de especiarias.

Após ser carregado, o chip é colocado no sequenciador para que seja feita a “leitura” de todas as moléculas de ADN, e seja criado um ficheiro informático com essa informação. As sequências de ADN obtidas são comparadas com a informação que consta em base de dados internacionais (que estão em constante atualização) e que permitem identificar as várias espécies animais ou vegetais que estão no produto em questão.

Artigo publicado na edição 428 

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Retalho

APCC entregou mais de 25 mil euros à Acreditar

Os primeiros donativos, reunidos pela Associação Portuguesa de Centros Comerciais, foram entregues no arranque da campanha nacional a favor da Acreditar, que se prolonga até 06 de janeiro de 2025.

Hipersuper

A campanha de recolha de donativos para a Acreditar-Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, arrancou na quinta-feira e decorre até dia 06 de janeiro, em todo o país, e tem como objetivo conseguir apoios para a Associação que desde há 30 anos garante uma ajuda fundamental às crianças e jovens com cancro e às suas famílias, acompanhando e prestando apoio em todas as fases da doença.

Ainda no dia 05 deste mês, realizou-se o Concerto Solidário Acreditar, pela Orquestra de Sopros da Metropolitana, na praça central do Centro Colombo, pelas 18h, com a entrega à Acreditar dos primeiros donativos, neste caso, da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) e de associados, num montante de 25 mil e 500 euros.

A campanha é uma iniciativa da APCC, com o apoio dos seus associados, e estará patente nas redes sociais e nos centros comerciais. O público em geral e entidades podem dar o seu contributo. Mais informações sobre as formas de contribuir disponíveis aqui

A Acreditar já apoiou mais de 15 mil famílias. Garante um acompanhamento muito vasto às crianças e jovens e às suas famílias: apoio financeiro, alimentar e material, apoio escolar, bolsas de estudo, apoio psicológico e jurídico, entre outro tipo de ajuda. Criou, também, as Casas Acreditar que acolhem as famílias das crianças e jovens que têm de sair das suas localidades para realizarem tratamentos no Porto, Coimbra ou Lisboa. As casas permitem que muitas famílias não estejam sujeitas a longas e constantes deslocações e evita que fiquem alojadas em condições precárias.

“Os centros comerciais são muito mais do que meros locais de compras, existem para servir as pessoas, as comunidades em que estão inseridos e são motores do desenvolvimento económico e social a nível local, regional e nacional”, afirma a diretora executiva da APCC. “Acreditamos que o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Acreditar irá estender-se aos nossos associados e aos muitos portugueses que, diariamente, visitam os centros comerciais de todo o país, porque cada contributo é essencial e pode garantir uma ajuda de que tanto precisam as crianças e famílias apoiadas por esta associação”, completa Carla Pinto.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

ESG

Fundação Infantil Ronald McDonald recebe 184 mil euros dos restaurantes McDonald’s Portugal

O valor resulta da 23ª edição da campanha ‘McSorriso’ e contribui para a consolidação dos projetos da Fundação em Lisboa e no Porto.

Hipersuper

A Campanha ‘McSorriso’ decorreu entre 22 e 24 de novembro em todos os restaurantes McDonald’s em Portugal e consistiu na doação de 25 cêntimos por cada McMenu vendido, reforçando o compromisso da McDonald’s com a Fundação Infantil Ronald McDonald.

Os 184 mil euros angariados vão contribui para a consolidação dos projetos da Fundação, localizados em Lisboa e no Porto, permitindo à fundação “ampliar a sua capacidade de resposta e continuar a assegurar o apoio gratuito a famílias com crianças e jovens em tratamento hospitalar”, destaca a McDonald Portugal num comunicado.

As Casas Ronald McDonald, em Lisboa e no Porto, o Espaço Familiar Ronald McDonald no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e a Sala de Brincar Ronald McDonald no Hospital de São João, no Porto, apoiam e cuidam de forma gratuita famílias com crianças e jovens em tratamento hospitalar. No total, ao longo de mais de 20 anos, os quatro projetos da Fundação já apoiaram mais de 8.000 famílias.

“Desde a criação da iniciativa ‘McSorriso’, em 2002, os restaurantes McDonald’s em Portugal já contribuíram com mais de um milhão e trezentos mil euros com o objetivo de ajudar a Fundação Infantil Ronald McDonald a cumprir a missão de aproximar famílias com crianças e jovens em tratamento hospitalar e contribuir para o seu bem-estar”, destaca a empresa.

A Fundação Infantil Ronald McDonald é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) de reconhecida Utilidade Pública, que tem como propósito dar conforto e apoio a famílias durante o tratamento hospitalar dos seus filhos, contribuindo para o seu bem-estar emocional e psicológico. Criada em 2000, conta com o apoio da sociedade civil e de parceiros, entre eles a McDonald’s Portugal e os seus franquiados. Para além dos quatro projetos, tem um programa de oferta de kits de acolhimento hospitalar para as famílias das crianças internadas em 11 hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Logística

Leroy Merlin investe 8 milhões no novo centro de distribuição nacional em Castanheira do Ribatejo

A inauguração do novo Centro de Distribuição Nacional, em Castanheira do Ribatejo, representa um investimento global de cerca de 128 milhões de euros e vai criar 400 empregos diretos.

Hipersuper

A Leroy Merlin acaba de inaugurar o seu novo Centro de Distribuição Nacional (CDN), localizado em Castanheira do Ribatejo, que promete revolucionar a experiência do cliente. A cerimónia de inauguração decorreu no dia 3 de dezembro, no próprio CDN, onde a insígnia, a GSE e a Montepino celebraram o resultado de uma aposta conjunta na sustentabilidade, eficiência e no compromisso com a modernização do setor logístico.

Numa cerimónia que contou com os testemunhos das três empresas envolvidas e ainda das figuras do Ministro da Economia e Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, abriram-se as portas daquele que é o maior centro logístico do país. Com uma área de 105.500 m2 e uma estrutura composta por 10 células operacionais especializadas, esta nova infraestrutura representa um investimento de 120 milhões de euros para a Montepino e de 8 milhões de euros para a Leroy Merlin, que assinala um importante marco na expansão da sua capacidade logística em Portugal.

O novo CDN vai permitir à Leroy Merlin centralizar todas as suas operações logísticas no país e, consequentemente, conquistar uma melhoria significativa da eficiência do serviço, assegurando maior disponibilidade de produtos e uma entrega mais rápida, tanto nas lojas como nas encomendas online, refere em comunicado.

Além de todas as especificidades logísticas que apoiam a melhoria do serviço prestado ao cliente, também a experiência do colaborador é uma prioridade para Leroy Merlin. A implementação de protocolos rigorosos de segurança, formações regulares e soluções ergonómicas nos postos de trabalho são alguns exemplos de medidas que visam minimizar riscos e promover a segurança operacional. Além disso, a infraestrutura do centro inclui ainda áreas de apoio, como um refeitório moderno e um ginásio, que visam melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e promover um ambiente de trabalho saudável, informa ainda.

José Miranda, diretor de supply chain e delivery da Leroy Merlin, destaca a importância deste investimento referindo que “O cliente é uma prioridade em todas as operações da Leroy Merlin e, como tal, trabalhamos diariamente no sentido de superar padrões de qualidade que respondam cada vez mais rápida e eficazmente às suas necessidades. O novo Centro de Distribuição Nacional vem permitir dar um passo em frente naquilo que tem sido o nosso serviço e garantir uma melhoria sem precedentes na experiência do cliente, mas também do colaborador, pelo que não podíamos estar mais felizes. A inauguração do CDN é uma celebração dos nossos valores, das nossas conquistas e do caminho que queremos traçar para o futuro. É ao mesmo tempo uma oportunidade para reforçar a imagem da Leroy Merlin como uma empresa inovadora, sustentável e comprometida com o desenvolvimento do país”.

Alinhado com o propósito da Leroy Merlin em garantir Impacto Positivo a nível ambiental e social, é explicado que o CDN foi construído segundo critérios rigorosos que visam obter a certificação ambiental LEED Platinum, isto é, o selo concedido a edifícios que atendem aos mais altos padrões de eficiência energética, uso responsável de recursos e impacto ambiental reduzido. Entre as medidas implementadas estão a instalação de painéis fotovoltaicos, carregadores elétricos para veículos, iluminação LED e a gestão técnica centralizada, em prol de uma maior eficiência energética e de uma redução significativa nas emissões de CO2.

Responsável pela construção deste CDN e a celebrar aquele que é o seu primeiro empreendimento em Portugal, Juan Jose Vera, conselheiro da Montepino, adianta que “o desenvolvimento desta plataforma consolida a liderança da Montepino no setor logístico na Península Ibérica e reforça as capacidades internacionais da Valfondo para promover projetos inovadores e sustentáveis em locais estratégicos. Estamos especialmente orgulhosos de associar a nossa marca a um dos operadores líderes do setor, unindo esforços para garantir o sucesso de um projeto que marcará um antes e um depois no desenvolvimento do setor logístico em Portugal”.

“Para nós foi um prazer acompanhar o nosso cliente Montepino no seu primeiro projeto internacional, bem como a Leroy Merlin com o maior centro logístico construído em Portugal até à data. Foi sem dúvida um desafio, mas uma história de sucesso, que se deve à boa colaboração de todas as partes. A nossa equipa local tem sido fundamental e continuamos a consolidar a GSE em Portugal”, refere Joan Carles Aguado, Country Manager da GSE Ibéria.

Presente na inauguração, o Ministro da Economia, Pedro Reis sublinhou que “este projeto é mais um sinal da capacidade de atração de investimento da economia portuguesa. Portugal apresenta hoje uma proposta de valor robusta e competitiva, baseada em ótimas acessibilidades e em excelente talento, tudo num ambiente de segurança e dinâmico. Estamos, assim, focados em promover mais investimentos sustentáveis que acelerem o potencial de crescimento da nossa economia”.

Prevê-se que o novo Centro de Distribuição Nacional fique 100% operacional no primeiro trimestre de 2025. Ainda segundo o comunicado está planeada para, nos próximos dois anos, ser inaugurada mais uma Plataforma Logística em Matosinhos.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Retalho

Continente abre a segunda loja em Algés

Esta abertura reforça a aposta da insígnia no concelho de Oeiras, que fica a contar com oito lojas da marca.

Hipersuper

Localizado na Avenida dos Bombeiros Voluntários, o Continente Bom Dia Algés tem 364 m2 de área de venda e conta com 15 colaboradores. Segue a estratégia de expansão das lojas de proximidade da MC em localidades e bairros urbanos e reforça a aposta da insígnia no concelho de Oeiras, que fica a contar com oito lojas da marca.

“Esta nova loja reflete o nosso compromisso em disponibilizar produtos de excelência, desde frescos até marcas próprias e as marcas habituais do cabaz de compras, tudo a preços acessíveis. Assim, reforçamos atributos diferenciadores como a qualidade, a variedade e a segurança, alinhados às necessidades e preferências de quem nos visita”, explica a gerente de loja, Márcia Arzileiro, na empresa há 16 anos.

Para assinalar a chegada à região, a Missão Continente ofereceu carrinhos de compras recheados de bens essenciais às instituições apadrinhadas pela nova loja: a Associação Novo Futuro, o Centro Social Paroquial Cristo Rei de Algés e a Casa do Pessoal da Presidência da República. Instituições que vão ser permanentemente apoiadas pela Missão Continente, através dos excedentes alimentares diários da nova loja Continente Bom Dia Algés.

A inauguração do espaço é assinalada com uma campanha de 10% de desconto em Cartão Continente, em toda a loja, entre os dias 5 a 8 de dezembro, e que acumula com as promoções em vigor. No Continente Bom Dia Algés, os consumidores podem ainda utilizar sacos reutilizáveis na compra de fruta, legumes ou padaria, como também caixas reutilizáveis na charcutaria e take-away. A loja dispõe de lâmpadas de baixo consumo, 100% LED, para iluminação e equipamentos de controlo e redução de consumos excessivos de água.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Não Alimentar

Purina lança campanha de Natal “Partilhar é Cuidar, Juntos pelo Amor aos Animais” com Nuno Markl

“Esta campanha serve para consciencializar, inspirar e divulgar as diferentes formas que existem, envolvendo a comunidade, para ajudar os animais a serem mais felizes, as associações a cumprirem a sua nobre missão e os tutores a terem a vida mais facilitada.”, afirma Ana Silva, marketing manager Purina.

Hipersuper

A Purina lança a campanha de Natal “Partilhar é Cuidar, Juntos pelo Amor aos Animais”, com Nuno Markl como embaixador, uma iniciativa que tem como objetivo promover o espírito de comunidade entre aqueles que amam animais, apelando a que cooperem no apoio aos seus amigos de quatro patas, convidando a oferecer e dedicar tempo aos animais, nesta época especial.

O locutor de rádio e humorista Nuno Markl juntou-se a esta causa e vai integrar esta corrente de boas ações pelo amor aos animais e dar a conhecer aos seus seguidores as várias formas como podem ajudar os seus amigos de quatro patas neste Natal, refere a marca em comunicado.

Para concretizar, a Purina destaca várias formas de oferecer tempo: o apadrinhamento de um animal, suportando todos os custos que uma associação tem com ele ao longo da sua vida, o voluntariado numa associação/abrigo de animais, a oferta de donativos monetários, alimentação ou bens ou a simples oferta de tempo para passear um cão de uma associação, proporcionando-lhe um momento de liberdade e felicidade. Além disso, é possível ainda tornar-se um PetBuddy, onde se oferece a disponibilidade a um vizinho, amigo ou familiar de fazer petsitting ao seu cão ou gato, acrescenta.

Para materializar estas doações, a Purina irá disponibilizar um voucher-presente, que estará acessível no seu site, permitindo que as pessoas o imprimam e ofereçam como um presente simbólico de Natal, que se alinha com o espírito da campanha.

“Quem partilha o amor pelos animais sabe que nem todos têm a sorte de ter um lar e que todos merecem sempre a melhor atenção e cuidado. Esta campanha serve para consciencializar, inspirar e divulgar as diferentes formas que existem, envolvendo a comunidade, para ajudar os animais a serem mais felizes, as associações a cumprirem a sua nobre missão e os tutores a terem a vida mais facilitada. Basta um pequeno gesto para fazer a diferença!”, afirma Ana Silva, marketing manager Purina.

A campanha dá ainda voz a três testemunhos inspiradores de pessoas que se envolvem em várias iniciativas motivadas pelo seu amor pelos animais, demonstrando o impacto positivo que estas ações têm nas pessoas e animais à sua volta. Tendo como base o pilar da consciencialização, esta campanha terá uma forte presença em redes sociais, tendo como referência as hashtags #JuntosEstamosMelhor e #PURINAPortugal  –  o objetivo é criar um verdadeiro movimento e gerar uma corrente de boas ações, entre os pet lovers.

Os testemunhos estão disponíveis em formato de vídeo, com entrevista completa, no site da Purina e no Instagram e Facebook da marca.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Hipersuper. Todos os direitos reservados.