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Leonor Assunção, brand manager Nacional
Alimentar

“A Nacional tem hoje um peso muito significativo no Grupo Cerealis”

Em 2023, 1/5 do EBITDA do Grupo Cerealis foi feito via Nacional. “A inovação tem um papel relevante para a marca, e nós inovamos sempre”, sublinha Leonor Assunção, brand manager da Nacional, em entrevista ao Hipersuper.

Ana Grácio Pinto
Leonor Assunção, brand manager Nacional
Alimentar

“A Nacional tem hoje um peso muito significativo no Grupo Cerealis”

Em 2023, 1/5 do EBITDA do Grupo Cerealis foi feito via Nacional. “A inovação tem um papel relevante para a marca, e nós inovamos sempre”, sublinha Leonor Assunção, brand manager da Nacional, em entrevista ao Hipersuper.

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Ana Grácio Pinto
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No dia 5 de março, a Nacional celebrou 175 anos. Acompanhou Portugal na queda da monarquia, nas duas guerras mundiais, nos diferentes regimes governativos, nas crises financeiras, na entrada na UE. Em todas estas alturas, a marca ajustou-se ao momento e adaptou-se ao consumidor. A caminho do bicentenário, a Nacional mantém a sua capacidade inovadora sem deixar esquecer o facto de ser a companhia original dos cereais em Portugal. “A inovação tem um papel relevante para a marca, e nós inovamos sempre”, sublinha Leonor Assunção, brand manager da Nacional, nesta entrevista ao Hipersuper.

Em 2023, 1/5 do EBITDA do Grupo Cerealis foi feito via Nacional. A marca, que tem no seu portfólio 107 produtos distribuídos por cinco categorias de produto, está a passar por um processo de rebranding que visa fortalecer a sua imagem e visibilidade junto dos consumidores e recordar que esta é “A Companhia Original dos Cereais”. “Nós vamos dar a mão ao passado para construir o futuro”, destaca Leonor Assunção.

A Nacional celebrou 175 anos em março. É uma marca líder e uma marca portuguesa. Como se mantém uma marca presente no mercado ao longo de várias gerações de consumidores?
A Nacional é uma marca nossa, portuguesa, que está presente em cinco categorias de produto. E, atrevo-me a dizer, é a única marca portuguesa que está em cinco categorias distintas do setor alimentar. Existem algumas multinacionais, mas ‘em português’ somos nós. Estamos em massas, farinhas, cereais, bolachas e barras. Portanto, uma multiplicidade de categorias.
Leonor Assunção, brand manager Nacional É uma marca altamente resiliente, acho que é quase tão resiliente como Portugal, nestes quase dois séculos. Porque a história da marca estava sempre equiparada à história de Portugal. Estamos a falar da queda da monarquia, de duas guerras mundiais, de crises financeiras, e a marca Nacional foi-se mantendo sempre, em todas estas fases. Acho que o grande, se tivermos que o dizer, segredo da marca, tem muito a ver com o ajuste e adaptação às diferentes fases destas diferentes gerações. Estas adaptações podem ser feitas de várias formas: seja olhar para o portfólio, seja para o consumidor, quem é o novo consumidor, quem é o consumidor de amanhã, quem é o consumidor de ontem, adaptar o portfólio, olhar para a inovação. E também em termos de competitividade. Hoje também estamos a viver uma situação difícil em termos económicos, já vivemos várias ao longo dos últimos 175 anos e as marcas têm de se manter – no caso da Nacional – competitivas, mas com qualidade para se manterem presentes. Isto é realmente muito complexo e olha-se para trás e fica-se um bocado estupefacto: como é que uma marca destas conseguiu viver isto tudo.
Quando foi vendida já não estava no seu prime em termos de saúde financeira da empresa, mas foi uma marca que conseguiu manter-se no imaginário dos consumidores durante todas estas gerações. Portanto, eu acho que tem a ver com acompanhar as gerações e perceber as necessidades. Ir acompanhando e respondendo às expectativas dos consumidores, via portfólio, via tecnologia, via investimento. E a questão da competitividade, que eu acho que é muito importante. Ou seja, a marca ter capacidade para se ajustar dependendo da altura em que se encontra.

Qual é a importância da Nacional dentro do Grupo Cerealis?
1/5 do EBITDA da Cerealis em 2023 foi feito via marca Nacional. A Nacional tem hoje um peso muito significativo no Grupo Cerealis, porque também é a única marca que está presente em cereais, bolachas e barras. Em farinhas, a Cerealis tem também a marca Napolitana, mas é a Nacional a mais relevante e nas massas temos a Milanesa e a Nacional. Mas a Nacional acaba por ter um papel muito importante em termos de Grupo, porque ela está presente nestas famílias todas como única marca. E também é onde nós, claramente, apostamos o maior potencial de crescimento. Percebemos que as categorias como cereais, bolachas e barras são as categorias menos maduras, muito dinâmicas, com alta inovação e com muitos concorrentes, portanto, existe aqui um potencial muito grande de crescimento. E também a nível internacional.
Mas fora a importância que a marca tem hoje, que é muito relevante, tem ainda um potencial enorme. E este olhar crítico sobre a importância que a marca poderá vir a ter e o potencial que tem como ativo do grupo Cerealis, fez com que este rebranding surgisse.

Quantas gamas e quantos produtos integram a marca Nacional?
São 107 produtos entre as cinco categorias de produto. Por isso, o projeto de rebranding foi faseado.

Estamos a falar de consistência da marca, de uma resiliência quase bicentenária, mas também de inovação. Pode dizer-se que a Nacional tem sido um study case em inovação?
Posso até dizer que é um study case. Ao longo da história houve mudanças de acionistas, houve mudança de negócios – já tivemos arroz e deixamos de ter, tivemos ração para animais e deixamos de ter, levedura, malte… portanto, o negócio da Nacional mudou muito ao longo do tempo. Houve uma altura que estabilizou e foi muito mais focada em massas, bolachas e farinhas. Depois tivemos e temos a nossa fábrica de Corn Flakes na Trofa, que inauguramos em 1982. E foi quando a Nacional estabilizou em termos de modelo de negócio. Quando foi comprada, em 1999 pelo Grupo Cerealis, entrou num ritmo de investimentos muito grande por parte do grupo, e a nossa fábrica da Trofa, que antes só fazia Corn Flakes, passou a fazer cereais de adultos e cereais de crianças. Em 2018 tivemos a inauguração da nossa linha de barras. Tivemos uma renovação em 2017 da nossa fábrica de bolachas. E tivemos a nova unidade de moagem aqui em Lisboa, inaugurada em 2013 pelo então presidente Cavaco Silva.
O nosso departamento de inovação foi criado em 2008. Muito com esta lógica de que a inovação é um driver de crescimento para a marca, e para todas as marcas, no meu entender, porque não há outra forma de estarmos no mercado e mantermo-nos relevantes. E a Nacional já teve muitos lançamentos, muito específicos, que foram muito importantes. Nem todos os lançamentos correm bem, isto é óbvio, mas, na minha opinião, todos eles servem um propósito. Todos eles tiveram algum impacto positivo ou importante numa determinada altura.
Por exemplo, nós fomos a primeira marca a lançar farinhas para pão – numa altura em que estavam na moda as máquinas para pão, fomos a primeira marca a apresentar farinhas para máquinas de pão. Foi um lançamento altamente inovador e recebemos mesmo o prémio ‘Escolha do Consumidor’. Há 17 anos, lançamos os nossos Corn Flakes sem açúcar, quando ninguém se preocupava com os açúcares. Portanto, foi um daqueles lançamentos fora do timing, que, se calhar, na altura não teve o impacto que queríamos, mas hoje é ainda um dos best-sellers da marca. Há aqui uma série de inovações. Estes cereais sem açúcar continuam a crescer ano após ano e até alargamos o nosso portfólio, para além da receita tradicional, temos uns sem açúcar e também uns sem glúten. E por causa desta diversidade na oferta de Corn Flakes – isto para exemplificar a questão da inovação – no ano passado passamos a ser a marca de fabricante preferida de Corn Flakes.
Lançamos em 2017 e 2018 umas papas de aveia em copo, um produto direcionado para jovens, que criou um ‘link’ direto com eles e foi muito importante para nós. Neste recebemos mesmo o prémio de produto de inovação do Food and Nutrition Awards.
Leonor Assunção, brand manager NacionalRecentemente, lançámos as nossas Marinheiras, uma clara resposta às tendências de consumo atuais. Não antecipamos uma tendência, porque já existia o produto, mas, claramente, acompanhamos um segmento de produtos de bolachas que estava a crescer e muito dinâmico. Só havia, na altura, um player no mercado e nós decidimos: vamos entrar. Mas nós quisemos entrar, na nossa opinião, com um produto que nos parece qualitativamente melhor. Em termos de sabor, textura e experiência, nós somos completamente obcecados. Fazemos também testes com os consumidores, a partir de instituições credíveis, como a SenseTest e outras, para garantir que o consumidor valida e gosta do produto. As nossas Marinheiras são um excelente exemplo disso, com os consumidores a reconhecerem a diferença na qualidade e a demonstrarem uma crescente lealdade e repetição de compra mês após mês.
Portanto, a inovação tem um papel relevante para a Nacional, e nós inovamos sempre. Todos os anos, temos inovações. Há nove anos tínhamos ciclos de lançamento de dois em dois anos. Isto é completamente impossível hoje em dia. Todos os anos nós temos que apresentar novidades. Algumas ficam, algumas conseguem corresponder a objetivos, outras vão saindo. Faz parte do pipeline.

Como é a relação da Nacional com os produtores? Há um acompanhamento, no sentido de haver uma produção sustentável?
Temos uma relação estreita com produtores portugueses, com principal destaque para os cereais que transformamos: trigo-duro (produção de massas), trigo-mole (produção de farinhas) e centeio. Faz este ano 25 anos que criamos o Clube dos Cereais de Qualidade, uma organização informal que cruza produtores, indústria e investigação, com o objetivo de garantir e melhorar a qualidade, mantendo a produtividade. Em 2018, lançámos uma gama de massas com trigo-duro 100% alentejano, certificada pela Certis. Esta gama foi ampliada com mais uma gama de massas embaladas em papel totalmente reciclável com trigo-duro do Alentejo. Importante papel na promoção da agricultura nacional e sustentável, bem como das marcas portuguesas. Recentemente, relançámos a nossa gama de massas tricolor, com tomate, espinafre e brócolos 100% portugueses, reaproveitando ainda parte do talo do brócolo, que é, na sua maioria, desperdício.

Vamos voltar à inovação, que também é determinante na comunicação. Por exemplo, a Nacional tinha, há mais de cem anos carrinhos de venda decorados que circulavam pelas ruas a comunicar a marca. O investimento em comunicação e marketing têm sido uma constante?
Tem sido uma constante, sim. E nós agora temos o objetivo de comunicar ainda mais. Porque sentimos que a marca realmente tem que comunicar mais vezes e próximo do consumidor, principalmente a questão da inovação. A Nacional, para ter sobrevivido estes anos todos, foi acompanhando uma geração, mas já com um olho na próxima. Nós temos de garantir que conseguimos responder ao consumidor que temos hoje, que é o nosso fiel, mas temos de ir buscar os novos. E isto tem de ser feito via inovação e portfólio, mas a comunicação tem um papel fundamental. Hoje o consumidor está por todo o lado, nós nem sabemos onde acabamos de comunicar, porque ele está com a televisão ligada, mas não está a olhar, está no Instagram, mas se calhar está no TikTok e depois no YouTube. Portanto, isto obriga-nos a ter uma ginástica de investimento e não é só: é como vamos, de uma forma inteligente, diversificar o nível de investimento por todos estes meios, dependendo do nosso público-alvo. Esse é um grande trabalho que temos pensado já para este ano.

Como foi pensado o mais recente rebranding da Nacional e a campanha que o acompanha?
O investimento no relançamento da marca tem sido significativo, abrangendo desde o redesign do packaging até à consultoria especializada. Estamos também a preparar um grande investimento em comunicação que será implementado até ao final do ano. Estas iniciativas têm como objetivo fortalecer a imagem da marca, aumentar a sua visibilidade no mercado e reforçar a ligação com os nossos consumidores.
O relançamento da marca é um projeto gigante, que começou em 2022. Dividimos em duas fases. Massas e farinhas foram as duas primeiras famílias em que avançamos, pela questão da importância que a marca já tem nos seus segmentos e pela relevância. O espaço que ocupamos no ponto de venda é muito relevante e sentimos que deviam ser as primeiras a avançar. Estamos agora na segunda fase, de bolachas, barras e cereais, e até ao final de julho já vamos ter quase todas as bolachas no mercado.
Portanto, foi faseado, porque apesar de ser onde nós temos uma presença mais tímida – nas bolachas e nas barras é mais pequena – nós sabemos que é onde há maior potencial, para a marca, de crescimento e também é onde nós queremos muito crescer, tanto a nível nacional como a nível internacional.

O rebranding foi pensado mesmo para ser faseado…
Porque pensamos logo que se fossemos a tudo, ia ser muito mais complexo. Sabemos que a Nacional fez uma mudança muito grande e sabemos que há sempre riscos na mudança, mas sinceramente acho que há mais riscos em não mudar. Estagnar é a pior coisa, a evolução é obrigatória. Nós todos evoluímos enquanto seres humanos e não podemos olhar para as marcas de forma distinta, as marcas também têm que evoluir, porque se não evoluírem, deixam de ser relevantes, estagnam e desaparecem.
Mas, no entanto, os riscos são sempre minimizados, porque antes do projeto começar falamos com consumidores para perceber o estado de arte da marca e depois de termos o posicionamento traçado, o novo logo, a nova assinatura e as novas embalagens, voltamos a falar com os consumidores a tentar perceber o que eles achavam da nova marca. E a aceitação foi, francamente, positiva, a nível global. O posicionamento foi muito bem percebido, a questão de ‘A Companhia Original dos Cereais’, foi entendida por todos. E era algo de que nós não tínhamos a certeza. No logo também tínhamos algum receio, porque tiramos o vermelho, que era uma cor muito específica da marca. Mas foi, para eles todos, perfeito.

Porquê a mudança na cor?
Nós quisemos recuperar o logo icónico da marca e o ‘N’ icónico da marca. Quisemos dar uma elegância diferente, modernizar o nosso logo, trazer mais assertividade.

E a alteração do lema para ‘A Companhia Original dos Cereais’?
Foi um risco, e ao mesmo tempo corajoso, alterar algo que está na imaginária das pessoas, há muito tempo (‘O Que é Nacional é Bom’)…
Não era um caminho fácil, porque nós queríamos evoluir, mas não queremos desonrar o nosso legado, não queremos, nunca, esquecer o que está para trás. Nós vamos mesmo dar a mão ao passado para construir o futuro. E quando o fomos fazer, tentamos encontrar o que havia de comum da marca Nacional em todos os seus produtos. E o elemento comum a todos os produtos da Nacional é efetivamente a questão dos cereais. Os cereais existem há cerca de 100 mil anos e a partir dos cereais criamos este conceito de lar, de civilização. Portanto, são os cereais que estão na base isto tudo. E é o que a marca Nacional faz há 175 anos: nós transformamos cereais em farinhas, bolachas, massas, barras. Portanto, é o que nós fazemos, é aquilo que nós sabemos fazer e é aquilo que nós adoramos fazer. Essa é a nossa essência, é o nosso ADN.
Acreditamos que este é um posicionamento completamente diferenciado. Não temos nenhuma marca que esteja a comunicar, nem que o faça da mesma forma como nós há 175 anos. Isto é um espaço só nosso!
NacionalE a questão de ‘A Companhia Original dos Cereais Desde 1849’, ajuda a ver. A Nacional foi mudando várias vezes de designação, de acordo com as estratégias e alterações de acionistas: Companhia Nacional de Moagem, Companhia Industrial de Portugal e Colónias, Nacional – Companhia Industrial de Transformação de Cereais.
‘A Companhia Original dos Cereais’ já fez parte do nome da marca. Portanto, em 175 anos, muita coisa muda, mas nós sentimos que o nosso propósito e o nosso posicionamento está relacionado com esta questão de sermos a companhia original dos cereais, transformamos cereais em produtos alimentares para a casa das famílias portuguesas há 175 anos.
Nós sabemos que ‘O Que é Nacional é Bom’, é uma expressão que tem um património afetivo enorme, e ele não desaparece. Aliás, em todas as embalagens, nós usamos sempre. Às vezes até dizemos ‘Se é Nacional é Bom’ e as famílias portuguesas sabem disso. É uma frase que está intrinsecamente ligada à marca Nacional. Mas a estratégia, em termos de diferenciação, não é o elemento diferenciador da marca. Nós chamamo-nos Nacional, toda a gente sabe que somos uma marca 100% portuguesa, continuamos a falar sobre isso, mas, para alavancar a estratégia e termos a diferenciação que nós acreditámos que tínhamos de ter, substituímos a assinatura formal para ‘A Companhia Original dos Cereais’, mas ‘O Que é Nacional é Bom’ não desaparece. A assinatura informal ou esta expressão que já nem é nossa, é dos portugueses, nunca vai estar desligada da marca. Portanto, ela não desaparece, mas passamos a ter uma assinatura formal que está relacionada com o nosso posicionamento e que nos ajuda a passar aquilo que, nessa fase, sentimos que é o que nos diferencia e o que nos distingue do resto da concorrência: ‘A Companhia Original dos Cereais’.

Falemos agora sobre sustentabilidade. A sustentabilidade é uma preocupação presente? De que forma aplicam medidas sustentáveis, junto de produção, no uso das matérias primas e no fabrico?
Nós tentamos usar, sempre que podemos, matérias-primas certificadas. Há aqui gorduras de palma que são da RSPO, que tem a ver com a certificação a garantir que o cultivo da gordura de palma protege os animais. Os ovos de galinha que usamos nas nossas receitas de bolacha são ‘cage free’. Todos os nossos materiais de embalagem são recicláveis e procuramos nos últimos anos, reduzir o número de cores, a mancha de tinta assim como espessura das embalagens, promovendo a redução do consumo de plástico, mantendo sempre o importante equilíbrio entre qualidade do produto e sustentabilidade.
Em termos nutricionais, é importante ainda destacar um grande projeto, que dura há mais de sete anos, de constante melhoria do perfil nutricional dos nossos produtos, com principal destaque para cereais, bolachas e barras. Procuramos ter uma lista de ingredientes mais simples, reduzir açúcar, sal e gorduras, com o grande desafio de manter sabor e textura.
No âmbito da participação nos trabalhos da AFLOC (Associação Portuguesa de Produtores de Flocos de Cereais), destacamos o protocolo assinado entre a indústria alimentar e a distribuição com o Ministério da Saúde. Um compromisso alargado que envolve a redução progressiva dos teores de açúcar e sal em várias categorias de produtos alimentares. De 2017-2022 reduzimos mais de 100 toneladas de açúcar nos cereais de pequeno-almoço da Nacional.

O que mais impactou a marca nos últimos anos em termos de desafios?
Bem, posso distinguir os desafios em duas dimensões. Como uma marca multi categoria, enfrentamos desafios únicos. Embora nos traga muitos benefícios e um grande potencial, também significa lidar com uma multiplicidade de consumidores distintos, momentos de consumo variados e comportamentos diferenciados. Além disso, enfrentamos concorrência em cada categoria. Estes são desafios aos quais já estamos habituados, mas que exigem uma constante adaptação e inovação para manter a nossa posição de liderança.
Com a crise atual e o crescente poder das marcas de distribuição, as marcas de fabricante precisam intensificar os seus esforços. Manter a relevância, a competitividade e a proximidade com os consumidores é crucial. Temos de procurar novas formas de chegar aos consumidores para além e fortalecer a nossa presença onde o consumidor toma a sua decisão final – o ponto de venda. A inovação, a qualidade dos produtos, a comunicação eficaz, a competitividade e uma distribuição eficiente são fatores chave para marcas como a Nacional.
Além disso, a situação económica global e as mudanças nos hábitos de consumo impõem a necessidade de sermos ainda mais ágeis e criativos nas nossas estratégias. Devemos estar atentos às novas tendências e ser capazes de responder rapidamente às mudanças no comportamento do consumidor. Este é um desafio contínuo, mas também uma oportunidade para reafirmar o nosso compromisso com a qualidade e a inovação, garantindo que a marca Nacional continua a ser uma escolha preferida pelos consumidores. Nós temos de ser uma marca próxima e estar presente na vida do consumidor em diferentes momentos.

Uma das vantagens que terá uma marca como a Nacional, é o portfólio alargado?
É o portfólio alargado, exatamente. Que é algo que nós trabalhamos muito. Sabemos que nas farinhas, há duas ou três que são mais comuns, e pensamos: vamos diversificar, vamos trazer farinhas novas para o mercado. E é interessante, porque se ao lançar uma farinha de aveia – que fomos a primeira marca a lançar, sem ser mass market – de seguida a marca distribuição lança também, é sempre um bom sinal. Percebemos que há espaço, que o consumidor está disponível para uma farinha de aveia, uma farinha de espelta, uma farinha de centeio, uma farinha de pizza, e nós conseguimos chegar a um número diferente de consumidores e dar esta inovação ao consumidor. As marcas não podem parar de inovar, não há mesmo outra forma.

E na exportação? Como se posiciona a Nacional?
Hoje, a marca Nacional tem uma presença muito relevante nos mercados dos PALOP, com destaque para Angola, onde lideramos em cereais. Este mercado é essencial para nós, pois representa uma parte significativa da nossa estratégia de internacionalização.
Além disso, os mercados da saudade, como a Suíça, França, Reino Unido e Luxemburgo são extremamente importantes devido à grande quantidade de portugueses que lá residem. Estes consumidores mantêm uma forte ligação às suas raízes e procuram os produtos da marca Nacional como uma forma de manter a conexão com Portugal.
Estamos atualmente na segunda fase do nosso projeto de internacionalização, preparando a marca para saltos internacionais mais arrojados e para entrar em novos mercados. Este esforço inclui não apenas a expansão geográfica, mas também a adaptação dos nossos produtos e estratégias de marketing para atender às preferências e expectativas dos consumidores em diferentes regiões.

Quais são os critérios mais relevantes?
A Nacional é uma marca portuguesa. Mas acreditamos que tem capacidade para dar passos a nível internacional que não sejam apenas na sua língua materna. Porque acreditamos também que a nível internacional uma marca com 175 anos tem uma credibilidade e uma segurança diferentes, para entrar nesses mercados. Vamos olhar para o nosso portfólio – essencialmente cereais, numa primeira fase, porque achamos que é onde há mais potencial de internacionalização – para darmos novos passos com a marca Nacional fora de Portugal.

Nacional
Para onde poderão levar as novas tendências de mercado? Outros produtos?

A conveniência é um caminho muito importante para a marca Nacional. Aliás, uma das lógicas de lançamento de produtos é sempre olhar e pensar: ‘Ok, formato regular e como é que isto poderia ser formato on the go?’. Estamos sempre a pensar muito nesta lógica. Ainda agora lançamos duas bolachas tradicionais, a bolacha Maria e a bolacha Torrada, em formato de unidades. Na Torrada vamos ser a primeira marca a ter o formato unidades. E isto ajuda-nos muito, nos canais de venda, nestas pequenas lojas de conveniência, nas estações de serviço. Isto tudo é abrir portas.
Mas ao mesmo tempo, lançamos este ano também uma farinha de tapioca e uma mandioca. É outro fator a que é muito importante estarmos atentos: a questão das novas comunidades que entram em Portugal e não podemos estar alheios, porque podemos estar a deixar passar oportunidades. Conseguimos perceber que já há movimentos, em termos de mercado, de alguns produtos, alguns segmentos que começam a crescer. Nós chamamos-lhe o ‘segmento étnico’, e numa categoria de farinhas globais já representa mais de 20% em valor de segmento, o que é brutal.

Este percurso de uma gama étnica é para manter?
A princípio, é para manter. Vamos ver como resulta, a atratibilidade do consumidor, e se virmos que há espaço, obviamente que depois vamos crescer. Vemos sempre a reação do consumidor. As Marinheiras, por exemplo, foram um excelente exemplo, porque foi um projeto muito doloroso em termos de lançamento, foi muito difícil fazer exatamente aquela bolacha. Uma Marinheira é quase um pão, tem uma fermentação, a sobra, é todo um processo que nós não tínhamos e que tivemos que aprender de raiz. Mas tivemos uma atração gigante e queremos acrescentar outros sabores. Ainda está nos segredos dos deuses, mas já estamos a trabalhar numa terceira referência de Marinheiras.

Haverá novos lançamentos em 2024, seja de produtos seja de variedades de gamas?
Temos vários projetos em todas as categorias de produto, alguns que requerem investimento em equipamentos e linhas e outros a nível de desenvolvimento de produto. Temos dois cereais de pequeno almoço que queremos lançar este ano, que são direcionados para um consumidor mais adulto, um sem açúcar e outro com baixo teor de açúcar. Fizemos um formato específico de barras para conveniência. E vamos relançar a gama de massas integrais da marca Nacional. Nós queremos trazer a massa integral regular, aquela mais standard, para o consumidor. Sentimos que havia um vazio e que nós tínhamos que o ocupar, que era importante para o portfólio da marca. Mas é um trabalho contínuo e, em 2025, teremos mais novidades para a marca.
Em 2017, renovámos a nossa fábrica de bolachas, o que nos permitiu entrar em novos segmentos de produtos. Em 2018, investimos numa linha de barras na Trofa, abrindo um novo segmento para a marca. Recentemente, fizemos um investimento importante que, por enquanto, não posso partilhar em detalhe. No entanto, posso adiantar que este investimento nos levará a entrar num novo segmento de produto, permitindo-nos fortalecer a nossa posição em Portugal e dar passos a nível internacional.

A Nacional celebra 175 anos. Que caminho vê para o futuro? O que é preciso manter, alterar para que uma marca quase bicentenária se mantenha no mercado por muitos mais anos?
Eu não posso dizer que é mais difícil agora do que foi nos últimos 175 anos, porque estes 175 anos foram muito complexos também. Mas eu acho que, conseguir manter-se mais 175 anos, vai ter sempre a ver com aqueles fatores de que nós falamos: o investimento operacional e em equipamentos para conseguirmos responder à inovação e novos segmentos de produto e melhorar a nossa qualidade. E obviamente, novos canais de distribuição. Esta sinergia entre as diferentes áreas é mesmo importante.
Não é o marketing que consegue levar a marca às costas e fazer dela vencedora. As operações têm que garantir eficiência para nós conseguirmos ser competitivos, mas também têm que garantir que os produtos têm qualidade. A inovação tem que garantir que desenvolve produtos que nós conseguimos fazer e que respondem às tendências do mercado. O marketing tem que garantir que consegue comunicar estes produtos, os benefícios ao consumidor, ao público, com o alvo certo, com a mensagem certa, com o packaging certo. E depois, em termos de distribuição, a equipa comercial tem que garantir que consegue chegar a um maior número de lojas com uma presença muito forte. Esta sinergia é crítica. São os pontos-chave para que a marca consiga viver mais de 175 anos.
Mas, acima de tudo, acho que é saber que não estamos sozinhos, que vai sempre haver mais concorrência, que vai sempre haver mais complexificação, mas também vão surgir mais oportunidades para a marca, vão existir novas formas de consumir. Acho que tudo aquilo que nós conhecemos hoje vai ser completamente distinto: novas formas de consumo, novos produtos, novas dietas, novas tendências. Se a nossa marca se mantiver atenta e conseguir antecipar e responder a estas tendências, não há razão para não sobreviver mais 175 anos. Parece mais fácil dito, claro. Mas acho que é mesmo este o segredo.

Esta entrevista foi publicada na edição 424 do Hipersuper

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Nestlé Portugal lança série dedicada à literacia alimentar

A iniciativa ‘Alimentologia’ visa “contribuir para a literacia alimentar, saúde e bem-estar dos portugueses”, desmistificando mitos associados a alimentos e respetivos hábitos alimentares.

Sob o mote ‘Alimentologia: A ciência por detrás dos mitos’, os conteúdos desta iniciativa da Nestlé Portugal foram desenvolvidos por especialistas em nutrição, que explicam, de forma clara e acessível, os princípios científicos que sustentam ou refutam crenças alimentares comuns.

Segundo a Nestlé Portugal, os conteúdos abordam temas essenciais para uma alimentação equilibrada e sustentável, esclarecendo dúvidas, como o papel do açúcar num padrão alimentar saudável, o impacto do consumo de café na saúde, a inclusão dos hidratos de carbono e outros aspetos fundamentais da nutrição, como a leitura e compreensão dos rótulos dos alimentos, ajudando os portugueses a fazer escolhas informadas.

“Dados recentes do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção Geral da Saúde revelam que os hábitos alimentares inadequados são o segundo fator de risco para a mortalidade precoce em Portugal. Dessa forma, a Nestlé pretende ser um agente promotor de impacto positivo e a nossa missão é tornar a informação baseada na ciência acessível aos consumidores, permitindo-lhes tomar decisões alimentares mais conscientes e saudáveis. Com o projeto Alimentologia, pretendemos aumentar o conhecimento sobre alimentação, contribuir para escolhas mais informadas, identificar mitos e clarificar conceitos, e, assim, promover a saúde das gerações atuais e futuras, e do nosso planeta.”, destaca Ana Leonor Perdigão, responsável de Nutrition, Health & Wellness da Nestlé Portugal

A iniciativa já se encontra disponível na plataforma digital Alimentologia, onde os consumidores podem aceder a conteúdos educativos e esclarecedores sobre nutrição.

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Casa Relvas aumenta o portfólio com três novos monocastas

Casa Relvas – Vinha do Vale Chardonnay 2024, Casa Relvas – Vinha do Ribeiro Syrah Sem Cor 2024 e Casa Relvas – Vinha de São Miguel Trincadeira 2023, são as novidades do produtor.

Os novos Casa Relvas Chardonnay, Syrah Sem Cor e Trincadeira reforçam a oferta de vinhos monocastas, “destacando a diversidade e qualidade das vinhas da região, assim como a busca e novos terroirs”, apresenta a Casa Relvas. A gama de monovarietais do produtor alentejano passa a contar com 11 referências. Das colheitas de 2023 no vinho tinto, e 2024 nos brancos, estes novos vinhos vieram juntar-se às referências de monocastas apresentadas em 2022. Para além da própria casta, os rótulos destes vinhos têm também a indicação da vinha de onde são provenientes as uvas, bem como a sua localização.

“Nos últimos anos temos vindo a adquirir e plantar novas vinhas em diferentes terroirs que se têm vindo a provar de exceção, e por isso decidimos ir aumentando a nossa gama de monocastas com uvas provenientes de outros lugares, que achamos que têm resultados em vinhos muito interessantes”, explica Alexandre Relvas, CEO da Casa Relvas. “A produção de monovarietais é sempre um grande desafio, porque cada casta tem as suas especificidades, o seu tempo de maturação e diferentes níveis de adaptação aos solos, o que também é um estímulo para a equipa da Casa Relvas”, acrescenta.

O Casa Relvas – Vinha do Vale Chardonnay 2024 é produzido com uvas da Vinha do Vale, na Aldeia da Serra, num vale do sopé Sul da Serra d’Ossa. A Vinha do Vale está plantada em solos argilo-xistosos pouco profundos, que obrigam as plantas a lançarem as raízes na profundidade do xisto, o que origina vinhos com muita mineralidade e grande frescura. O Vinha do Vale Chardonnay 2024, com produção de dez mil garrafas, estagiou quatro meses em barricas de carvalho francês. “É um vinho amarelo citrino, de aroma fresco e vibrante, a maçã verde, melão, pêssego e aromas cítricos, em equilíbrio com notas de baunilha, muito discretas. Apresenta bom volume de boca e acidez muito equilibrada, a terminar num fim de boca longo”, apresenta o produtor.

Com uvas da Vinha do Ribeiro, plantada em 2015 em Orada, na região de Borba, o Casa Relvas – Vinha do Ribeiro Syrah Sem Cor 2024 é um Blanc de Noirs, um vinho branco feito exclusivamente a partir de uvas tintas, neste caso da casta Syrah. “O principal objetivo de se produzir um Blanc de Noirs vai muito para além do aspeto comercial, pois é através desta técnica que se conseguem obter vinhos brancos com mais estrutura e complexidade”, explica o produtor. Depois de um estágio de quatro meses ‘sur lies’ (manter o vinho em contato com as borras finas, ou seja, as leveduras) o resultado é um vinho de cor amarela, com laivos dourados. Com aroma complexo de pêssego, damasco, maçã verde, pera e frutas cítricas, é possível também identificar algumas notas de flores brancas, como jasmim e flor de laranjeira. Foram produzidas 40 mil garrafas deste Vinha do Ribeiro Syrah Sem Cor 2024.

Por último, o Casa Relvas – Vinha de São Miguel Trincadeira 2023 é feito com uvas da Herdade de São Miguel, Redondo, onde começou a a história da Casa e Família Relvas. A Vinha de São Miguel foi plantada em 2003, junto à barragem da Herdade de São Miguel, numa encosta virada a norte. Com uma estágio de 12 meses em tonel, “este é um vinho de cor rubi com reflexos violeta, que apresenta um aroma intrigante e sofisticado com delicadas notas de flores brancas, que lhe conferem um toque de leveza e frescura. “Revela também nuances de floresta molhada e, por fim, os aromas evoluem para subtis notas de tabaco, adicionando profundidade e elegância. Na boca sentem-se taninos sedosos e ligeiros com excelente persistência e mineralidade”, apresenta a Casa Relvas, que produziu 12.500 garrafas deste monovarietal.

 

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Alimentar

CONFAGRI diz ser “incompreensível” a redução do apoio à horticultura

A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal considera “incompreensível” a exclusão das culturas em regime de sequeiro, dos apoios dados à horticultura.

A CONFAGRI afirma ser “incompreensível” que, só após os agricultores assumirem os custos de produção das sementeiras realizadas, “o grupo de pagamento ‘Horticultura’ deixe de conter, através de uma Orientação Técnica, as culturas hortícolas conduzidas em regime de sequeiro”. Essa alteração que incluí, agora, apenas apoios para as culturas de regadio, “irá traduzir-se numa impactante redução de apoio aos agricultores nacionais e deve, por isso, ser alvo de alteração por parte da tutela”, defende a Confederação.

“De facto, a alteração do grupo de pagamento para as culturas hortícolas conduzidas em regime de sequeiro indicada no ponto 2.2.4 da OT AG PEPACC N.º 16/2025, traduzir-se-ia numa redução do apoio em cerca de seis vezes, no caso da intervenção C.1.1.8 – ‘Agricultura biológica (reconversão e manutenção)’, e em cerca de 12 vezes no caso da intervenção C.1.1.7 – ‘Produção integrada (PRODI) – Culturas agrícolas'”, sublinha a CONFAGRI.
Para a Confederação, esta alteração carece de discussão e justificação técnica, “devendo ser objeto de decisão em sede de reprogramação do PEPAC e não apenas apresentada aos agricultores após estes terem assumido os custos de produção das sementeiras já realizadas”.

“Medidas como esta não trazem a previsibilidade desejada e prometida aos agricultores”, alerta Nuno Serra. O secretário-geral da CONFAGRI defende ser “urgente” que o Ministério da Agricultura e Pescas altere a Orientação Técnica em causa, “repondo os apoios previstos para as culturas hortícolas conduzidas em regime de sequeiro conforme disposto na Portaria n.º 360/2024/1, de 30 de dezembro”.

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Alimentar

Snacking é uma forma de conexão segundo estudo de tendências da Mondelēz

O estudo ‘State of Snacking’, da Mondelēz International conclui que os consumidores veem este produto “como uma forma de conexão e partilha”.

A multinacional alimentar divulgou as informações sobre o amor, a conexão e os snacks no seu sexto relatório anual ‘State of Snacking’, um estudo global de tendências de consumo que analisa como os consumidores tomam decisões em relação ao snacking. “Os resultados do estudo indicam que 71% dos consumidores a nível global concordam que partilhar um snack com outras pessoas é uma ‘love language’, uma forma de expressar amor”, avança a Mondelēz International. Este valor é ainda mais alto entre os inquiridos da geração Millennial e da geração Z.

Desenvolvido em parceria com The Harris Poll, o estudo de 2024 acompanha as atitudes e comportamentos em relação aos snacks entre milhares de consumidores em 12 países e conclui que os consumidores estão cada vez mais a usar as pausas para snacks “como uma forma de expressar amor pelos outros, bem como por si próprios”.
A pausa para um snack é também uma forma de conexão, refere o estudo, acrescentando que os consumidores estão cada vez mais focados na conexão que os snacks proporcionam, com 64% a praticar o snacking regularmente para se conectar com os outros e 93% concordam que conseguem sempre encontrar um snack adequado para partilhar.

“A comida tem o poder de reunir as pessoas e fomentar uma sensação de conexão”, refere Melissa Davies, Senior Manager, Global Insights & Trendspotting da Mondelēz International. “À medida que os consumidores dão prioridade ao tempo para uma pequena indulgência, também fazem questão de partilhar essa experiência de prazer com os outros”, diz ainda

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Logística

HAVI implementa em Portugal um projeto-piloto de gestão de armazéns

Portugal foi o país escolhido pelo Grupo Havi para receber este projeto-piloto, pela dimensão adequada e qualificação das suas equipas

A Havi, empresa global de soluções de cadeia de abastecimento para o setor da restauração, está a implementar o primeiro sistema de gestão de armazéns (WMS) da Infor, no seu centro de distribuição do Porto. “Este projeto-piloto implementado em Portugal representa um marco significativo na estratégia de transformação digital global da empresa”, destaca a multinacional, que refere ser este “um sistema avançado que ajuda na standadização”. “Utiliza ferramentas para melhorar a precisão do inventário, maximizar a utilização do espaço disponível, aumentar a eficiência do trabalho e melhorar a qualidade do serviço ao cliente. Para além disso, acompanha e controla o fluxo físico de mercadorias e o fluxo de informações à medida que os produtos circulam pelo armazém”, explica.

As características do centro de distribuição do Porto levaram a que fosse escolhido como instalação pioneira para testar este sistema, já que tem capacidade de servir como modelo para futuras implementações. Para a empresa, a implementação deste sistema no centro de distribuição do Porto “é um marco fundamental na jornada de transformação da Havi, e resulta da colaboração excecional, dedicação e trabalho árduo de todas as equipas envolvidas”, sublinha Luís Ferreira, Managing Director da Havi Portugal. “Este é um passo estratégico para reforçar a segurança das TI, simplificar operações e continuar a definir os padrões de referência do setor. Para além disso, com esta solução colocamos Portugal na vanguarda da mudança e tornamo-nos um exemplo a seguir por outros países”, conclui.

Fundada em 1974, a empresa serve mais de 300 clientes em mais de 100 países, com soluções na aquisição, no armazenamento ou na entrega de produtos.

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Retalho

Jerónimo Martins entre as 100 melhores empresas mundiais em diversidade e inclusão social

O Grupo Jerónimo Martins foi integrado no FTSE Diversity & Inclusion Index – Top 100, um índice de referência que lista as empresas cotadas em bolsa com melhor desempenho na promoção de locais de trabalho diversos e inclusivos.

O FTSE Diversity & Inclusion Index analisa mais de 15.500 empresas cotadas em bolsa em todo o mundo e que integram índices como S&P 500, ASX300, MSCI World, MSCI Emerging Markets, FTSE100 ou Bovespa. A Jerónimo Martins ocupa a 46ª posição a nível mundial, sendo a única empresa portuguesa, bem como a única da indústria ‘supermercados e lojas de conveniência’, a figurar neste índice, informa o Grupo num comunicado.

A metodologia utilizada tem por base a recolha de 24 indicadores de entre os pilares Diversidade, Inclusão, Desenvolvimento de Pessoas e Controvérsias, recorrendo a informação pública e a uma equipa de mais de 700 analistas. “As 100 empresas mais bem classificadas são selecionadas para o índice, sendo organizadas de acordo com a pontuação global de Diversidade e Inclusão, numa escala de 0 a 100 pontos. O Grupo Jerónimo Martins conquistou uma avaliação de 74,25 pontos”, informa ainda.

A existência de serviços de apoio aos filhos dos colaboradores, como creches em Portugal, a existência de políticas que contribuem para o equilíbrio da vida pessoal e profissional, a percentagem de mulheres em cargos de gestão e a percentagem de colaboradores com deficiência e/ou incapacidade são alguns dos indicadores analisados.

As políticas de inclusão do Grupo Jerónimo Martins têm merecido distinções nacionais e internacionais de referência. Desde 2021 que a holding tem a distinção ‘Marca Entidade Empregadora Inclusiva’ atribuída pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), tendo subido ao nível de Excelência em 2023. Também o Recheio Cash & Carry é ‘Marca Entidade Empregadora Inclusiva’ desde 2021 e o Pingo Doce tem esta distinção desde 2023.

O Grupo viu também o seu Programa Incluir ser premiado na primeira edição dos European Commerce Awards, do EuroCommerce, como a melhor prática na categoria ‘Qualificação e Inclusão’. Mais recentemente, foi o Fórum Económico Mundial também a distinguir o Programa Incluir como um de oito case-studies em destaque no ‘Diversity, Equity and Inclusion Lighthouses 2025 Insight Report’, que revela iniciativas empresariais de grande impacto social desenvolvidas em todo o mundo.

 

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Photography by Fabrice Demoulin

Bebidas

Essência do Vinho regressa ao Porto com 4.000 vinhos de 400 produtores

De 20 a 23 de fevereiro, no Palácio da Bolsa, a Essência do Vinho – Porto vai ainda acolher um concurso e várias provas comentadas.

De acordo com a organização, durante os quatro dias, vão ser dados a provar cerca de 4.000 vinhos de 400 produtores representados. Do programa, destaca-se a ‘Revista de Vinhos – TOP 10 Vinhos Portugueses by Cork Supply’, prova com júri internacional que agrega um grupo de provadores formado por jornalistas, críticos, sommeliers e elegerá a dezena de vinhos mais entusiasmantes do país, tendo por base uma pré-seleção realizada pela publicação ao longo do último ano.

A 20 de fevereiro, o palco das provas comentadas terá referências nacionais e internacionais. ‘A nova Borgonha, para lá dos clássicos’, ‘Susana Esteban: Vertical Sidecar’, ‘Gaja, sonhar em Itália’ ou ‘A Sogrape também é ímpar’ são algumas das provas do dia.

Já no segundo dia de evento, as salas do Palácio da Bolsa vão dos Açores ao Douro, passando ainda pelos Vinhos Verdes e pelos vinhos do Brasil com as provas ‘Czar: o vinho do Pico que parece impossível’, ‘Os terroirs da Quinta do Vale Meão’, ‘Alvarinhos, de A a S: estilos de vinificações, tempos de estágio e diversidade de perfis’, ‘Symington: The Library Release Porto Vintage Collection’ e ‘Vinhos de Minas Gerais’.

O terceiro e penúltimo dia da Essência do Vinho – Porto, ‘Paulo Nunes: 20 anos de vindimas’, ‘Mosel, Alemanha: Weingut Max Ferd. Richet’, ‘Cachaça de Minas Gerais’, ‘Quinta de Lemos: 20 anos’ e ‘Tapada de Coelheiros Garrafeira’ são algumas das provas que a acontecer paralelamente às provas abertas que, ao longo dos  quatro dias, vão congregar 4.000 vinhos dos 400 produtores representados no Palácio da Bolsa, ao longo dos quatro dias de evento.

‘Dão revelado: o desafio dos sentidos’, ‘Brancos de guarda da região dos Vinhos Verdes’, ‘Maison Boizel: o pináculo do champanhe artesanal’, ‘Biondi-Santi: de Brunello di Montalcino, um Sangiovese singular’ são as provas agendadas para domingo, dia 23 de fevereiro.

A par da programação e das provas livres, destaque de novo para o ‘RV Room Experience’, um espaço exclusivo que apresenta grandes famílias do vinho.  Paralelamente, o projeto ‘Gosto do Porto / Taste of Porto’ volta a incidir sobre mais de 80 restaurantes, lojas, garrafeiras e wine bares da cidade, para um roteiro de experiências complementares.

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Exportação

Indústria alimentar e das bebidas exportou 8.190 M€ em 2024

O mercado espanhol continua a ser o mais relevante para as exportações portuguesas da indústria alimentar e das bebidas, representando quase 39%. Os países que mais contribuíram para o aumento foram Itália, Espanha, Países Baixos e Polónia.

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“Ao ultrapassar a barreira dos 8 mil milhões de euros, a indústria alimentar e das bebidas não só alcançou o objetivo previsto para 2024, como praticamente duplicou as exportações em valor na última década”, destaca o presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), em comunicado. Jorge Tomás Henriques afirma-se otimista para os resultados em 2025, apesar da situação na economia global em função das guerras comerciais e pacotes tarifários de alguns países e blocos económicos.

A União Europeia representou 5.593M€ nas exportações da indústria alimentar e das bebidas nacional, com os dados do Instituto Nacional de Estatística a indicarem que nos 12 meses de 2024, e por comparação a igual período de 2023, houve uma variação de 12,6% ao nível das exportações para os 27 Estados-membros.

O mercado espanhol continua a ser o mais relevante para as exportações portuguesas da indústria alimentar e das bebidas nacional, representando quase 39%. Os países que mais contribuíram para o aumento foram Itália, Espanha, Países Baixos e Polónia.

Já para fora do bloco comunitário as exportações alimentares e de bebidas alcançaram 2.596M€, o que representou um crescimento de 1,21% face a 2023. Brasil e Estados Unidos da América, com 13,9% e 4,2%, respetivamente, foram os países que mais contribuíram.

Ainda por comparação a 2023, o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas decresceu e situa-se agora em 5,44%.

“Os dados oficiais permitem perceber que a indústria alimentar e das bebidas tem sabido adaptar-se, antecipar-se e responder às exigências do consumidor, ao mesmo tempo que se afirma em mercados cada vez mais exigentes e contribuiu para mudar o perfil da economia portuguesa”, destaca a FIPA num comunicado.

A indústria alimentar e das bebidas é responsável por mais de 113 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos e “assume, simultaneamente, uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial, nomeadamente nas zonas do interior, onde o setor situa as suas unidades industriais, e na afirmação do potencial de evolução da autossuficiência alimentar do país”, sublinha a Federação.

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Retalho

Festival da Comida Continente de volta em julho

No ano em que celebra 40 anos, a festa será ainda maior, o Continente oferece dois dias repletos de concertos, receitas preparadas por chefs de renome, experiências gastronómicas e
provas de vinhos.

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O Festival da Comida Continente está de volta ao Parque da Cidade do Porto, nos dias 12 e 13 de julho de 2025, com o melhor da gastronomia e o objetivo de democratizar o acesso à cultura e ao entretenimento, proporcionando momentos de partilha e diversão para toda a gente.

O maior evento gratuito em Portugal ‘Dá Palco todos os Gostos ‘ e junta grandes nomes da música portuguesa e internacional às mais recentes tendências da gastronomia. No ano em que celebra 40 anos, a festa será ainda maior, o Continente oferece dois dias repletos de concertos, receitas preparadas por chefs de renome, experiências gastronómicas e
provas de vinhos.

O Festival da Comida Continente, premiado pelos BEA Word Awards tem entrada livre e é pet Friendly.

Reconhecido pela Sociedade Ponto Verde com a certificação 3R6, é um evento comprometido com a Sustentabilidade. O recinto tem cerca de 250 mil m 2 e estará aberto das 10h30 à 01h00 no sábado, dia 12 de julho, e das 10h30 às 23h00 no domingo, dia 13 de julho.

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Logística

Embalagem e logística têm melhorado a eficiência operacional

A organização da Empack e Logistics & Automation Porto defende que o crescimento do comércio eletrónico em Portugal tem ajudado a implementar soluções logísticas mais ágeis e flexíveis. 

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As embalagem e logística portuguesas têm melhorado a eficiência operacional, garantem os especialistas da cimeira nacional que representa toda a cadeia de valor do setor. A Empack e Logistics & Automation Porto 2025 vai realizar-se na Exponor, de 9 a 10 de abril.

Andrea Iorio, um dos maiores palestrantes internacionais sobre transformação digital, inteligência artificial e inovação, é keynote speaker do programa de conferências que decorre em paralelo. Defende que o setor logístico português “está a passar por uma transformação muito significativa, marcada pela digitalização e automação dos processos”. Uma evolução em que “é notória a adoção de tecnologias avançadas”, como sistemas de gestão de armazéns automatizados e soluções de rastreamento em tempo real, que, por sua vez, “têm melhorado a eficiência operacional global, bem como a imagem que os operadores internacionais possuem do mercado luso”.

“O setor de embalagem em Portugal tem mostrado um crescimento notável”, afirma Oscar Barranco

Um quadro geral para o qual tem “sido determinante” o crescimento do comércio eletrónico no país, que fomentou a adoção de “soluções logísticas mais ágeis e flexíveis para atender às expectativas dos consumidores”, assegura, por sua vez, Oscar Barranco, Managing Director da Easyfairs Iberia e um dos responsáveis pela Empack e Logistics & Automation Porto 2025. Com a 9.ª edição em marcha, a análise de Oscar Barranco reflete a perspetiva de vários especialistas que têm colaborado com a organização do certame. “O setor de embalagem em Portugal tem mostrado um crescimento notável, impulsionado pela procura de soluções mais sustentáveis e eficientes. As empresas estão a investir em materiais ecológicos e em designs que facilitam a reciclagem e a reutilização, alinhando-se com as tendências globais de sustentabilidade”, sublinhou.

Para a edição deste ano, ainda com as inscrições a decorrer, a equipa de trabalho organizativa já assegurou a participação de 82 operadores do setor, “o que, a dois meses da cimeira, significa um crescimento de 17% relativamente à última edição”. O certame receberá a visita de líderes da indústria, CEO, diretores de logística e embalagem e gestores. Da agenda de atividades complementares da Empack e Logistics & Automation Porto 2025 fazem ainda parte pequenas visitas guiadas, que permitirão aos visitantes conhecer as principais inovações dos expositores presentes.

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