Em 2024, a economia continuará a procurar o equilíbrio entre taxas de juro, salários e preços elevados, diz estudo
O atual contexto macroeconómico coloca em evidência uma evolução do consumo, com inflação moderada, e crescimento económico estável, apesar das diferentes dinâmicas regionais.
Hipersuper
Exportações da indústria alimentar e bebidas em 2024 ultrapassam valores de 2023
Intermarché é o patrocinador oficial da Taça da Liga Portugal
O Meu Super foi eleito Escolha do Consumidor
Telepizza lança nova gama de produtos
CoRe investe na Bolseira para fazer crescer a empresa em Portugal e na Europa
“A José Maria da Fonseca vai ser uma empresa muito mais internacional”
Izidoro é Escolha do Consumidor 2025 na gama Forno a Lenha
Personalização e investimento em tecnologia são tendências no retalho em 2025
Vítor Hugo Gonçalves: “Estamos constantemente a medir a eficiência da nossa linha”
Pós-Graduação em Sustentabilidade e Inovação em Frutos Secos abre candidatura à 2ª fase
O Mastercard Economics Institute (MEI) apresentou o Economic Outlook 2024, relatório que identifica as tendências macroeconómicas a nível global e local e apresenta os principais insights que deverão caracterizar o desempenho das economias em 2024, tais como o poder dos consumidores, a descompressão da inflação e a recalibração do banco central.
Desde 2020, o ambiente económico global tem sido marcado por flutuações sem precedentes, mas 2024 marcará o início de um novo capítulo, uma vez que a expectativa é a de que os consumidores, grandes empresas e as PME (Pequenas e Médias Empresas) tomem decisões cruciais sobre gastos e investimentos, uma vez que os orçamentos vão incorporar os diferenciais de preços e taxas de juro e, com isso, diminuem os recursos disponíveis e a margem de manobra.
Embora na economia global o sentimento seja o de que estamos a caminhar para a “normalidade”, no próximo ano, comparativamente com os três anos anteriores e com os níveis pré-pandemia, a economia continuará a procurar o equilíbrio entre taxas de juro, salários e preços elevados. Este contexto macroeconómico coloca em evidência uma evolução do consumo, com inflação moderada, e crescimento económico estável, apesar das diferentes dinâmicas regionais.
1. As prioridades de gastos dos consumidores baseiam-se em necessidades e desejos concretos e não em impulsos
Mesmo com a inflação a consumir uma fatia maior dos gastos com bens essenciais, os consumidores vão continuar a dar prioridade aos gastos discricionários que mais importam. As viagens e experiências vão manter-se escolhas populares e os viajantes europeus, especificamente, vão optar por destinos que satisfaçam o seu desejo de viajar, mas ao preço certo, procurando pacotes cada vez mais acessíveis.
Apesar desta tendência evidenciar a necessidade de encontrar o equilíbrio certo entre despesas primárias e discricionárias, de acordo com a previsão do MEI para 2024, as despesas reais dos consumidores em Portugal vão aumentar um por cento.
2. Emprego vai determinar as opções de gastos dos consumidores
Os consumidores vão manter-se resilientes sobretudo porque as baixas taxas de desemprego, juntamente com os aumentos salariais e dinamismo do mercado de trabalho, vão sustentar moderadamente o poder de compra dos consumidores. Em alguns casos, isto é melhor refletido por salários que ultrapassam a inflação, como na zona euro, onde os salários em setembro de 2023 aumentaram 4,7% ano após ano e a inflação aumentou 4,3%. Por outro lado, a flexibilização da política monetária ajudará a sustentar os gastos dos consumidores em sectores sensíveis aos juros.
Em linha com a tendência global, a taxa de desemprego de Portugal também diminuiu e situa-se agora em 6,5 por cento, perspetivando-se que a mesma se mantenha durante o próximo ano. A taxa de inflação de 8,6% em janeiro de 2023 é inferior ao crescimento salarial de 12,1%, o que significa para os consumidores que a tendência é a de os rendimentos disponíveis “reais” aumentarem modestamente em comparação com o ano passado. Espera-se, portanto, que este ligeiro aumento do poder de compra dos consumidores resulte num aumento tímido dos gastos discricionários no novo ano.
3. Inflação decrescente e recalibração do banco central
De acordo com o Mastercard Economics Institute, as taxas de juro dos bancos centrais estão provavelmente perto dos seus valores máximos. O relatório Economic Outlook 2024 perspectiva que possa existir alguma flexibilização no próximo ano, à medida que a inflação arrefeça e o crescimento permaneça moderado, provocando uma normalização parcial da política monetária. Globalmente, a expectativa é de que a inflação modere para 4,9%, em termos homólogos, em 2024, abaixo dos 6% em 2023, mas permanecendo acima da tendência pré-pandemia de 2,7%. Apesar disso, a previsão é a de que o crescimento económico global no próximo ano seja semelhante ao de 2023, prevendo-se que o PIB (Produto Interno Bruto) ajustado à inflação cresça em termos homólogos 2,9% em 2024.
4. A sala de estar como provador – o e-commerce regressa e supera a loja física
Com as cadeias de abastecimento finalmente normalizadas, os consumidores podem voltar a esperar até ao último minuto para fazer compras com poucas restrições e até adicionar mais opções ao carrinho para experimentarem em casa. Juntamente com a aceleração da entrada de negócios online pela primeira vez, alimentada pela pandemia, o aumento das devoluções pode evidenciar uma maior fidelização dos clientes, com impactos positivos tanto nas vendas como nas compras online. O estudo demonstra que em dez economias, esta taxa cresceu significativamente entre 2019 e 2023, mas permaneceu relativamente inalterada na loja o que poderá dar a perspetiva de um dinamismo continuado no e-commerce no próximo ano.