Eduardo Santini e Marta de Botton são donos em partes iguais da Santini
Marca de gelados Santini aposta em três eixos estratégicos para crescer
Dinamizar as vendas no canal horeca, expandir a rede de gelatarias e apostar na internacionalização, são os três eixos estratégicos definidos pela marca de gelados Santini para crescer
Rita Gonçalves
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Dinamizar as vendas no canal horeca, expandir a rede de gelatarias e apostar na internacionalização, são os três eixos estratégicos definidos pela marca de gelados Santini para crescer
1949, Tamariz, Estoril. Attilio Santini, de origem italiana, abre uma gelataria de nome Santini no Tamariz, cumprindo um sonho de longa data. Attilio está ligado por laços familiares ao fabrico de gelados italianos, um luxo conhecido por poucos nesta altura no nosso país.
Hoje, a marca com 70 anos tem o carinho dos portugueses, 12 lojas, uma fábrica de dimensão relevante e está em fase de crescimento. É liderada em parceria pelo neto do fundador, Eduardo Santini, (administrador com o pelouro da fábrica e da parte operacional das lojas) e Marta de Botton (administradora com o pelouro financeiro, de marketing e comunicação). Apesar do caráter de modernidade que a gestão dos anos mais recentes imprimiu ao negócio, a empresa faz questão de conservar o carácter artesanal de outrora na produção destes gelados portugueses com alma italiana.
“Em 2010, decidimos abrir o capital social da empresa. A família da Marta já era conhecida da empresa, havia uma ligação, e acabou por entrar no capital, hoje detido pelas duas famílias em partes iguais”, conta Eduardo Santini, em declarações ao Hipersuper.
“Como somos uma empresa pequena e familiar acabamos por estar os dois muito envolvidos em todas as áreas da empresa. Já temos alguma dimensão, mas continuamos a ser uma empresa de caráter familiar, bifamiliar neste caso”, salienta, por sua vez, Marta de Botton.
Após um período em que os gelados eram produzidos dentro das lojas, a Santini decidiu em 2004 autonomizar a produção, criando uma pequena área produtiva em São João do Estoril. Com o crescimento do negócio, em 2010 constrói uma fábrica com uma área de 600 metros quadrados em Carcavelos. Hoje, todos os produtos que saem para as lojas e para os estabelecimentos do canal horeca são produzidos na fábrica de Carcavelos, onde trabalham 28 pessoas.
O plano de crescimento da Santini assenta em duas estratégias. Por um lado, dinamizar as vendas no horeca, um canal que apresentou crescimentos interessantes no último ano. “Na altura dos confinamentos, tivemos de nos reinventar. Com as nossas lojas fechadas, começámos a fazer boiões de dose única para o canal horeca”, conta Marta de Botton, acrescentando que foi a forma que a empresa encontrou de fazer chegar o produto ao cliente sem haver manipulação do gelado, garantindo qualidade e consistência. “Atualmente, temos cerca de 100 clientes neste canal”.
O peso do canal horeca nas vendas ainda é pouco significativo, entre 2 e 5%, mas está a crescer e a ideia é que continue nesse caminho. “Neste canal conseguimos comunicar o nosso produto. É uma forma de as pessoas conhecerem o nosso produto fora das nossas lojas. E está em expansão. Está claramente em expansão. A ideia é que passa a representar mais em percentagem das nossas vendas”.
A segunda estratégia passa pelo crescimento através da expansão da rede de lojas. “Estamos sempre atentos a esta possibilidade, principalmente na zona de Lisboa”, revela Eduardo Santini.
Há um terceiro pilar que a Santini quer explorar. A exportação e a internacionalização. “Com o lançamento dos boiões começámos a pensar que podemos levar os nossos gelados mais longe com qualidade. Estamos a explorar esta hipótese e até a abertura de uma gelataria” lá fora, conta o gestor.
Já este ano, a Santini investiu na fábrica para melhorar as condições de produção na sala onde são fabricados os gelados para o canal Horeca. A empresa também está a investir na sustentabilidade da atividade. “Instalámos painéis solares na fábrica, fazemos um aproveitamento da água da própria produção, estabelecemos um conjunto de regras para fazer um melhor aproveitamento da água e os trajetos nas entregas são todos previamente preparados para haver o menor número de deslocações possível. Há uma série de iniciativas que estão a ser planeadas para melhorar a nossa relação com a sustentabilidade”, termina.
O ciclo de produção
Conheça as cinco fases da produção de gelados da Santini, desde a receção de mercadoria até ao produto final
É nesta sala que são recebidas diariamente todas as matérias-primas para fazer os gelados. O cheirinho a fruta fresca predomina. Quando chegam, os produtos são analisados para verificar se cumprem os parâmetros pré-estabelecidos. É medido, por exemplo, o grau de doçura da fruta que vai determinar a quantidade de açúcar a usar na produção.
Na época alta, esta sala recebe, por exemplo, 1,5 toneladas de morango por semana, o best selller da Santini. Além de fruta fresca, é recebido neste espaço leite fresco, ovos, natas, entre outros ingredientes.
2. Copa. Esta sala está dividida em dois espaços. De um lado, são lavadas e desinfetadas as frutas. Do outro, são realizados o descasque e a extração das polpas. Esta é a “sala mais importante”, considera Eduardo Santini, porque cerca de 70 a 80% das matérias-primas são fruta e passam por aqui. Todas as salas são separadas por câmaras frigorificas para não haver contaminação.
3. Receita. O coração da fábrica. A partir desta sala, os trabalhadores têm acesso aos armazéns: o de produtos frescos, o de produtos secos e à câmara frigorífica onde está reservada a polpa da fruta. Juntam-se os ingredientes nas misturadoras. Nas pasteurizadoras, fazem-se os cremes. A mistura ainda em estado líquido segue para as produtoras, que são de dois tipos: as verticais, “já usadas na altura do meu avô para fazer gelados mais sensíveis que requerem outro tipo de cremosidade, como são exemplo limão e nata”. Os gelados que são feitos com pedaços de fruta são produzidos nas máquinas verticais.
4. Câmaras de frio e congelação. Nas câmaras de frio, estão reservadas as polpas de fruta e os ingredientes perecíveis que irão ser utilizados na produção. Depois de produzido, o gelado segue para as câmaras de congelação, onde a temperatura ronda os 17 graus negativos, onde vai ganhar a consistência pretendida antes de seguir para as lojas da marca
5. Sala de controlo – Nesta sala são produzidos os produtos embalados vendidos no canal horeca, como os boiões, as caixas de meio litro e os gelados de pau Picolini.
*Artigo originalmente publicado na edição 415